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Cartografia Sistemática - Unidade 3 - Introdução à Cartografia Cartografia Sistemática Unidade 3 - Introdução à Cartografia Gilson Donisete dos Santos Cartografia Sistemática - Unidade 3 - Introdução à Cartografia Introdução Seja bem vindo de novo! Na unidade 1 estudamos um pouco sobre a história da cartografia e os elementos básicos para a construção de mapas como a localização do norte e das coordenadas geográficas e de como a esfericidade da Terra foi calculada. Na unidade 2 aprendemos sobre as projeções cartográficas, sobre escalas e como elas são importantes para a construção de mapas e cartas. Descobrimos também que toda projeção possui algum tipo de deformação. Nesta unidade que você irá iniciar, você aprenderá um pouco mais sobre as coordenadas UTM - universal transversa de mercator e de como ela é extremamente importante para a cartografia, bem como os modelos de cálculos de coordenadas utilizando esse sistema. Iremos fazer uma introdução sobre o conceito de Datum e sua importância para a construção de cartas e mapas; bem como os modelos de cálculos de áreas por meio do Datum e, também, uma introdução aos modelos de cálculos de áreas planimétricas. Vamos lá? Cartografia Sistemática - Unidade 3 - Introdução à Cartografia 1. Cálculo de Coordenadas UTM O sistema universal transversa de Mercator (UTM) foi adotado no Brasil, em 1955, passando a ser usado pela DSG (Diretoria de Serviço Geográfico do Exército Brasileiro) e pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para o mapeamento sistemático do país. Gradativamente foi adotado para o mapeamento topográfico de qualquer região e, hoje, é utilizado ostensivamente em qualquer tipo de levantamento. Como vimos, é um sistema de representação da superfície de Terra utilizando projeções cilíndricas e a divisão do globo em grade. A grande diferença é que as coordenadas passam a ser representadas em metros. Essa conversão é feita utilizando fórmulas matemáticas que levam em consideração a esfericidade da Terra é as diferenças na projeção geoidal e elipsoidal, tomando como base pontos de referência, que estudaremos a seguir. Antes de aprendermos a calcular as coordenadas em uma carta utilizando o sistema UTM, é preciso saber localizar corretamente um ponto em um mapa. A localização de coordenadas de um ponto qualquer em um mapa pode ser obtida de forma simplificada, a partir de um regra de três simples, com o uso de uma régua comum. Observe o exemplo: Organizado pelo autor. Cartografia Sistemática - Unidade 3 - Introdução à Cartografia Para localizar corretamente as coordenadas do ponto “X”, utilizando o cálculo de coordenadas UTM, devemos obedecer os seguintes passos: 1. Verificar a distância angular entre as gratículas (10º no exemplo apresentado, em ambos os sentidos, norte-sul/leste-oeste); 2. Posiciona-se a régua, fazendo com que a mesma coincida o zero com um meridiano de referência, e se mede a distância em mm, entre os dois meridianos consecutivos de uma gratícula que abranja o ponto em que se deseja obter as coordenadas. 3. No exemplo, a distância foi de 50 mm (5 cm = 50 mm). Organizado pelo autor. 4. Então, mede-se a distância do ponto “X”, considerado o meridiano de referência. No exemplo, a medida realizada, na direção horizontal, apresentou 21mm desde o meridiano 50º W até o ponto “X”. Como temos, entre os meridianos representados pelos valores de 30º W e 40º W, 10º de amplitude, ou 50 mm, chegaremos com base a uma regra de três simples, a um total de 4,2º de amplitude do ponto “X” e o meridiano de referência, de 40º W (21 mm x 10º ÷50 mm = 4,2º). 5. Então, essa coordenada “X” (em relação ao eixo horizontal representando, um paralelo) terá o valor da coordenada apresentada por aquela que representa o Cartografia Sistemática - Unidade 3 - Introdução à Cartografia meridiano imediatamente anterior ao ponto, descontando-se a distância calculada, em graus. 6. O resultado, finalmente será de 35,8º W (40º-4,2º=35,8º). A fim de facilitar a compreensão, a representação de uma coordenada deve ser, preferencialmente, fornecida no sistema sexagesimal. Para tal, deve-se transformar esse valor, novamente usando a regra de três simples, da seguinte forma: ➢ a porção inteira permanece como está, ou seja, 35º; ➢ a porção decimal (0,8º) deve ser convertida para minutos e segundos. Assim, como 1º corresponde a 60’, os 0,8º corresponderão a 48’ (0,8ºx60’÷ 1º = 48’); ➢ A coordenada de longitude do ponto “X” será, então, dada pela agregação, das partes convertidas, ou seja, 35º48’ W. Procedimento semelhante deve ser realizado em relação aos paralelos, distanciados igualmente, no exemplo, de 10° um do outro. Para o cálculo da coordenada situada no ponto “X”: Organizado pelo autor. 7. Mede-se a distância entre ele e o paralelo imediatamente inferior a esse ponto, de 30º S. Obtêm-se exatamente 15 mm. A distância entre os paralelos 20ºS e 30ºS (amplitude de 10°), no exemplo, é de 47 mm. Fazendo-se a regra de três, teremos: 15 mm x 10° / 47 mm = 3,191489361°. Cartografia Sistemática - Unidade 3 - Introdução à Cartografia 8. Procedendo dessa maneira, será identificada a coordenada do ponto, que é calculada subtraindo-se os 30ºS dos 3,191489361° calculados, ou seja, 26,808510639°S. Saiba mais! Gratícula - Rede de pautas, geralmente ortogonais, que se constrói sobre o papel de desenho com o fim de facilitar a construção e a leitura de um gráfico. Como já foi colocado, a representação de uma coordenada deve ser, preferencialmente, fornecida no sistema sexagesimal, transformando esse valor a partir de regras de três simples: 1º. A porção inteira permanece como está, ou seja, 26°. 2º. A porção decimal (0,808510639°) deve ser convertida para minutos e segundos. Assim, como 1° corresponde a 60', os 0,808510639° restantes corresponderão a 48,51063834' (0,808510639° x 60' / 1° = 48,51063834'). Novamente, separa-se a porção inteira encontrada (48') da decimal (0,51063834') e se transforma esta última em segundos (1' = 60”) / 0,51063834' x 60” / 1' = 30,6383004”. 3º. A coordenada de latitude do ponto “X” será dada, então, pela agregação das partes convertidas; portanto, 26°48'30,6383004”S. Finalmente, obtemos as coordenadas: ● LONGITUDE: 35º48’ W; ● LATITUDE: 26°48'30,6383004”S. 1.1. Cálculo de coordenadas UTM Para calcularmos as coordenadas UTM de um ponto qualquer de um mapa, utiliza-se o mesmo princípio para o cálculo das coordenadas geográficas. Vejamos o exemplo. Como calcular as coordenadas do ponto “P” da figura abaixo? Cartografia Sistemática - Unidade 3 - Introdução à Cartografia Figura 1: Carta topográfica Três Corações/MG. Fonte: Bitly. Organizado pelo autor Nota: A carta utilizada como exemplo traz as coordenadas UTM em Km. Para facilitar os cálculos, basta transformar Km em m, no qual 7596 Km N = 7.596.000 m N e 476 Km E = 476.000 m E. Cálculo: 1º. Coincide-se o zero da régua com a linha da quadrícula exatamente anterior ao ponto “P”, e mede-se a distância até esse ponto. Cartografia Sistemática - Unidade 3 - Introdução à Cartografia No exemplo acima, a medida realizada apresentou 14 mm desde a linha correspondente a 476.000 m (476 Km) até o ponto “P”. Sabendo que a carta apresentada está na escala 1:50.000, o que faz com que cada milímetro medido no mapa corresponde a 50 m na realidade, teremos um total de 700 m (14 mm x 50 m = 700 m) desde a linha até o ponto “P” considerado. Dessa forma, essa coordenada “E” (eixo horizontal) apresentará o valor da coordenada indicada pela quadrícula imediatamente anterior ao ponto, acrescida da distância medida, perfazendo um total de 476.700 m (476.000 m + 700 m = 476.700 m). 2º. O mesmo procedimento deve ser utilizado para a coordenada“N” (eixo vertical). Cartografia Sistemática - Unidade 3 - Introdução à Cartografia Assim, para a distância entre a linha imediatamente inferior ao ponto “P” (7.596.000 m), obtêm-se exatamente 15 mm, ou seja, considerando-se a escala 1:50.000, um total de 750 m na realidade (15 mm x 50 m = 750 m). Acrescendo-se esse valor ao da coordenada da linha (quadrícula) anterior considerada, teremos 7.596.000 m (7.596.000 m + 750 m = 7.596.750 m). 3º. Por fim, as coordenadas do ponto “P” serão: ● COORDENADA E: 476.700 mE; ● COORDENADA N: 7.596.750 mN. 2. Datum Além de ter como finalidade o posicionamento na superfície da Terra, o sistema geodésico serve de referência para o mapeamento. Para construir um mapa é Cartografia Sistemática - Unidade 3 - Introdução à Cartografia necessário definir a superfície de referência utilizada como representação da superfície terrestre no modelo matemático. Conhecer a latitude e a longitude de um ponto sem ter o datum definido não diz muito. O Datum é um termo muito utilizado em cartografia quando se quer fazer menção ao sistema de referência utilizado para a construção de cartas e mapas. Datum é o plural data, cujo nome vem do latim dado. É um modelo teórico-matemático da representação da superfície terrestre. Datum, portanto, corresponde ao sistema de referência para as coordenadas geodésicas e aceleração da gravidade. No caso da planimetria, o datum do Sistema Geodésico Brasileiro é South American Datum- SAD-69; para a altimetria, Imbituba; para a gravimetria, Rede Gravimétrica Fundamental Brasileira. Existem vários tipos de data no mundo, mas, no Brasil, podemos considerar três como reconhecidos pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), são eles: ● Córrego Alegre: adotado na década de 1950, o Sistema Geodésico de Córrego Alegre, o qual tinha como vértice o ponto Córrego Alegre e o elipsóide Internacional de Hayford de 1924 como superfície de referência, sendo seu posicionamento e orientação determinados astronomicamente. ● SAD69: Em 2005, o SAD69 foi substituído pelo SIRGAS2000. A imagem geométrica da Terra é definida pelo elipsóide do sistema geodésico de referência — GRS-67 —, aceito e recomendado pela UGGI, em Lucerna, no ano de 1967. ● SIRGAS2000: o IBGE definiu o SIRGAS2000 (Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas) como o Sistema Geodésico Brasileiro. Estes três sistemas referem-se a concepções diferentes. Enquanto a definição do SAD69 é topocêntrica (que possui centro em determinado lugar, normalmente a superfície), por exemplo, a orientação do SIRGAS2000 é geocêntrica, ou seja, esse sistema adota um referencial de origem em três eixos cartesianos localizados no centro da massa da Terra. Observe a tabela abaixo com as características de data usuais no Brasil. Cartografia Sistemática - Unidade 3 - Introdução à Cartografia Elipsoide Datum Raio Equador (m) Raio polar (m) Achatamento f Local de adoção Hayford Internaci onal (1924) Córreg o Alegre 6.378.38 8 6.356. 912 1/297 Brasil (antigo) UGGI-67 SAD- 69 6.378.16 0 6.356. 775 1/298,25 Brasil (atual) GRS80 Sirgas 2000 6.378.13 7 6.356. 752 1/298,257222 101 Américas (Brasil - atual) UGGI-79 WGS- 84 6.378.13 7 6.356. 752 1/298,257223 563 Globo Tabela 1: características de data no Brasil. Organizado pelo autor. Conforme observamos na coluna que expressa o achatamento, as diferenças entre os sistemas é pequena, principalmente entre o Sirgas 2000 e o WGS-84, nos quais os números diferem a partir da sexta casa depois da vírgula. Porém, quando observamos duas superfícies, uma gerada com base no datum Córrego Alegre e outra no Sirgas 2000, a diferença entre elas chega a centenas de metros. O mapa, enfim, e a representação plana do espaço geográfico, sendo possível localizar nele qualquer lugar da Terra. Todavia, para que isso seja possível, existem conceitos, teorias e representações que permitem tal atividade. Há também métodos que permitem que o globo terrestre seja representado em superfícies planas: as projeções cartográficas. O sistema de referência DATUM é de suma importância, uma vez que ele se prende à necessidade de projetar um objeto curvo e a 3 dimensões (a Terra) como referência, num plano a duas dimensões mantendo no entanto os cruzamentos em Cartografia Sistemática - Unidade 3 - Introdução à Cartografia ângulos retos dos meridianos e paralelos (o mapa), ou seja, o datum faz a medição a partir de parâmetros e pontos de controle utilizados para definir a forma tridimensional da Terra. Os dados gerados por meio de levantamentos topográficos, geodésicos e por sensoriamento remoto, que têm como base o Sistema Geodésico Brasileiro (SGB), servem como uma fonte de informações e dados para uma série de aplicações, como na agricultura, na engenharia, etc. Os sistemas mais utilizados em mapeamento são os sistemas de coordenadas: geográficas ou geodésicas, planas e cartesianas, sistemas presentes em Receptores GPS. Com a evolução da tecnologia, tanto a produção cartográfica, quanto a produção geodésica no Brasil são baseadas em diferentes sistemas de referências. As redes geodésicas são vinculadas ao SAD69 e compreendem as estações Doppler e as redes de GPS de alta precisão. Você quer Ler? Viva ao SIRGAS 2000. Sistema de referência composto por uma figura geométrica representativa da superfície terrestre, posicionada no espaço, permitindo a localização única de cada ponto da superfície em função de suas coordenadas tridimensionais, e materializado por uma rede de estações geodésicas. Coordenadas, como latitude, longitude e altitude, necessitam de um sistema geodésico de referência para sua determinação. Observe em: https://bit.ly/2SRHRp0. Acesso em jul 2019. Atualmente, os sistemas geodésicos de referência são constituídos por redes de referência. São pontos materializados no terreno cujas coordenadas são determinadas por meio de técnicas espaciais. As redes podem ser: o Globais (IGS) - International GPS Service for Geodynamics; o Continentais (SIRGAS); o Nacionais (RBMC – Estações no Google Earth. KMZ); o Regionais (Rede GPS do estado de São Paulo). https://bit.ly/2SRHRp0 Cartografia Sistemática - Unidade 3 - Introdução à Cartografia Figura 2: Marco geodésico IBGE 108 E, Santa Rosa, Aracruz. Fonte: Bitly. Ao adotar um elipsóide que se ajuste ao geóide de uma região, define-se um Datum Geodésico. Datum Geodésico Horizontal (DGH) adota: Elipsóide de referência: fixação e orientação no espaço. Ponto origem: atribui coordenadas geodésicas, altura geoidal e um azimute de partida. Sistema Geodésico definido: Define-se o sistema geodésico por meio da escolha do DGH. Exemplo: SAD-69, SIRGAS. Sistema Geodésico materializado: Sua materialização são os marcos de referência e suas coordenadas. Elipsóide Local: Datum Local Elipsóide de revolução que melhor representa (“melhor de encaixa”) à superfície geoidal de uma dada região. Ponto de Coincidência ou Vértice do Datum: Ponto de referência em que há coincidência entre o elipsóide de revolução local e o geóide global. Você quer ver? Reportagem que mostra curiosidades sobre os marcos geodésicos. Disponível em: https://glo.bo/332x14r. Acesso em jul 2019. https://glo.bo/332x14r Cartografia Sistemática - Unidade 3 - Introdução à Cartografia 2.1. Datum Horizontal Corresponde à máxima coincidência entre a superfície geoide e a superfície elipsoide. No Brasil, o Datum Horizontal utilizado para levantamentos topográficos até 1979 era o de Córrego Alegre, cujo elipsóide de referência era o de Hayford. A partir daquele ano foi usado o Datum Chuá, cujo elipsóide é o de referência 67. Figura 3: Elipsoide. Fonte: Bitly. Acesso em Ago 2019. Figura 4: Geóide. Fonte: Bitly. Em que: N - Ondulaçãogeoidal; h - Altitude elipsoidal (geométrica) SEM sentido físico – depende do elipsóide adotado; Cartografia Sistemática - Unidade 3 - Introdução à Cartografia H - Altitude geoidal (ortométrica) 2.2. Datum Vertical A altitude de um ponto, ou seja, a altitude ortométrica é a distância avaliada sobre uma vertical do geóide ao ponto considerado. As altitudes, geralmente, são obtidas por meio do nivelamento geométrico, sob algumas considerações. O datum vertical ou datum altimétrico refere-se ao ponto zero do nivelamento, ou seja, ao nível médio dos mares naquele ponto. No Brasil, o datum vertical localiza- se na baía de Imbituba-SC. Figura 5: Datum vertical. Fonte: Bitly. Saiba mais: O INPE disponibiliza uma ferramenta online que converte as coordenadas entre vários tipos de representação com a opção de selecionar o datum de entrada e o datum de saída, permite ainda que o ponto convertido seja visualizado no Google Maps. Disponível em: https://bit.ly/2ZjPSWb. Acesso em jul 2019. 3. Planimetria (cálculo de áreas) O homem sempre necessitou conhecer o meio em que vive, por questões de sobrevivência, orientação, segurança, guerras, navegação, construção, etc. No princípio, a representação do espaço baseava-se na observação e descrição do meio. Cabe salientar que alguns historiadores dizem que o homem já fazia mapas antes mesmo de desenvolver a escrita. Com o tempo, surgiram técnicas e equipamentos de medição que facilitaram a obtenção de dados para posterior representação. https://bit.ly/2ZjPSWb Cartografia Sistemática - Unidade 3 - Introdução à Cartografia Figura 6: Teodolito a laser. Fonte: Bitly. Você quer Ler? Teodolito. Usado há centenas de anos, o teodolito é um instrumento óptico capaz de realizar medidas de ângulos verticais e horizontais. Esse equipamento é formado por um sistema de eixos, círculos graduados, luneta de visada e níveis de bolha. Basicamente, trata-se de um telescópio com movimentos graduados na vertical e na horizontal. Assim, para olhar por meio do telescópio é preciso fixar o teodolito sobre um tripé centrado (norteado) e verticalizado. Leia mais sobre em: https://bit.ly/31efqF2. Acesso em Ago 2019. Na Topografia, (a palavra TOPOS, em grego, significa lugar e GRAPHEN descrição, assim, de uma forma bastante simples, Topografia significa descrição do lugar) trabalha-se com medidas (lineares e angulares) realizadas sobre a superfície da Terra e, a partir destas medidas, calculam-se coordenadas, áreas, volumes, etc. Classicamente, a Topografia é dividida em Topometria e Topologia. A Topologia tem por objetivo o estudo das formas exteriores do terreno e das leis que regem o seu modelado. A Topometria estuda os processos clássicos de medição de distâncias, ângulos e desníveis, cujo objetivo é a determinação de posições relativas de pontos. Pode ser dividida em planimetria e altimetria. https://bit.ly/31efqF2 Cartografia Sistemática - Unidade 3 - Introdução à Cartografia Tradicionalmente, o levantamento topográfico pode ser dividido em duas partes: o levantamento planimétrico, em que se procura determinar a posição planimétrica dos pontos (coordenadas X e Y) e o levantamento altimétrico, no qual o objetivo é determinar a cota ou altitude de um ponto (coordenada Z). 3.1. Cálculo Planimétrico Durante um levantamento topográfico, normalmente são determinados pontos de apoio ao levantamento (pontos planimétricos, altimétricos ou planialtimétricos) e, a partir destes, são levantados os demais pontos que permitem representar a área levantada. A primeira etapa pode ser chamada de estabelecimento do apoio topográfico e a segunda de levantamento de detalhes. De acordo com a NBR 13133 (ABNT 1994, p.4), os pontos de apoio são definidos por: “pontos, convenientemente distribuídos, que amarram ao terreno o levantamento topográfico e, por isso, devem ser materializados por estacas, piquetes, marcos de concreto, pinos de metal, tinta, dependendo da sua importância e permanência.” Cálculo de Coordenadas na Planimetria Nesta fase, será detalhado o desenvolvimento necessário para a determinação das coordenadas planas, ou seja, as coordenadas x e y. A obtenção da coordenada z. As projeções planas são obtidas em função da distância entre os vértices de um alinhamento e o azimute ou rumo, magnético ou geográfico, deste mesmo alinhamento. De uma forma mais simples, pode-se dizer que a projeção em “X” (leste) é a representação da distância entre os dois vértices do alinhamento sobre o eixo das abscissas e a projeção em “Y” (norte) a representação da mesma distância no eixo das ordenadas. Métodos de levantamento planimétrico: a) Métodos principais – Triangulação, Caminhamento e Interseção; b) Métodos secundários – Irradiação e Coordenadas retangulares; c) Métodos auxiliares – Alinhamentos e Decomposição em triângulos O cálculo de áreas é utilizado em diversos setores, como: Arquitetura, Urbanismo, Engenharia Civil, entre outras profissões. Este estudo é fundamental para Cartografia Sistemática - Unidade 3 - Introdução à Cartografia a Topografia, Cartografia e em outras ciências que estudam a Terra com grande aplicação em projetos, levantamentos cadastrais para avaliações, compra e venda de terrenos, desapropriações, levantamento de impostos, partilhas, escrituras, etc. Para a realização de qualquer projeto nesse sentido, é necessário conhecer a forma, as dimensões, o relevo, como também, a área do terreno onde será implantado o projeto. Exemplos de fórmulas usadas em cálculo de áreas. A) Retângulo Figura 7: Área do retângulo. Fonte: Bitly. B) Triângulo Retângulo Figura 8: Área triângulo retângulo. Fonte: Bitly. C) Triângulo Qualquer Figura 9: Área do triângulo qualquer. Fonte: Bitly. D) Trapézio Cartografia Sistemática - Unidade 3 - Introdução à Cartografia Figura 10: Trapézio. Fonte: Bitly. E) Círculo Figura 11: Círculo. Fonte: Bitly. F) Terrenos de formas irregulares (Curva) - FÓRMULA SIMPSON A fórmula de Simpson é utilizada para calcular áreas que apresentam formas irregulares (formas não conhecidas geometricamente), como mostra a figura abaixo: Figura 12:Terrenos de formas irregulares. Fonte: Bitly. Para calcular esses tipos de áreas, utiliza-se a fórmula a seguir: Figura 13: Fórmula de Simpson. Fonte: Bitly. Em que: d = Distância entre as ordenadas Cartografia Sistemática - Unidade 3 - Introdução à Cartografia E = Somatória das ordenadas externas I = Somatória das ordenadas ímpares internas P = Somatória das ordenadas pares Síntese Nesta Unidade, você se aprofundou um pouco mais nos conhecimentos cartográficos e pode perceber como a cartografia está intimamente ligada à matemática. Percebeu também que a cartografia é utilizada nas mais diversas áreas que precisam, de alguma maneira, representar o terreno, com precisão e riqueza de detalhes. Portanto, nesta unidade você aprendeu que: ● Localizar pontos específicos em uma coordenada UTM requer conhecimentos do sistema sexagesimal (com base em 60), uma vez que grau, minuto e segundo podem ser divididos por 60 e que há uma infinidade de posições entre os paralelos e meridianos; ● O sistema de coordenadas DATUM representam a relação entre os modelos de representação da esfera terrestre e que a três modelos utilizados: Córrego Alegre, SAD69 e Sirgas 2000, sendo este último, o sistema utilizado pelo IBGE. ● A planimetria é a parte da Topografia que estuda os métodos e procedimentos que serão utilizados na representação do terreno, sem a preocupação com o relevo e que, se adotando uma escala adequada, todos os pontos de interesse são projetados ortogonalmente sobre um plano (plano horizontal de referência). Bibliografia DUARTE, P. A. Fundamentos de cartografia. Editora da UFSC. Florianópolis/SC, 2002, 208p.JOLY, F. A Cartografia. 5a Edição. Editora Papirus, 1990, 136p. Cartografia Sistemática - Unidade 3 - Introdução à Cartografia OLIVEIRA, C. Curso de Cartografia Moderna. IBGE, Rio de Janeiro, 1988, 152p. SANTOS, M. C. S. R. dos. Manual de Fundamentos Cartográficos e Diretrizes Gerais para elaboração de mapas Geológicos, Geomorfológicos e Geotécnicos. Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), São Paulo, 1990, 52p. VEIGA, Luis Augusto Koenig, et al. Fundamentos de Topografia. Curitiba: UFPR, 2012. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14.166 – Rede de referência. Disponível em: http://pt.scribd.com/doc/56362525/NBR-14166. Acesso em: maio de 2013. BAKKER, M. P. R. Introdução ao estudo da Cartografia: noções básicas. Rio de Janeiro: D. H. N., 1965. BORGES, Alberto de Campos. Topografia. 2. Ed. Revista e ampliada. São Paulo: Edgard Bluncher, 2004. OLIVEIRA, Marcelo Tuller, et al. Fundamentos da Topografia. Belo Horizonte: CEFET- MG, 2015. Referências Imagéticas Figura 1: Carta topográfica Três Corações/MG. Bitly. Organizado pelo autor com base na Carta Topográfica de Três Corações - MG. Disponível em: https://bit.ly/317dcHe. Acesso em jul 2019. Figura 2: Marco geodésico IBGE 108 E, Santa Rosa, Aracruz. Disponível em: https://bit.ly/2K9KMqG. Acesso em jul 2019. Figura 4: Geóide. Bitly. Disponível em: https://bit.ly/2K6HFiY. Acesso em Ago 2019. Figura 5: Datum vertical. Bitly. Disponível em: https://bit.ly/2ODmXf7. Acesso em Ago 2019. Figura 6: Teodolito a laser. Bitly. Disponível em: https://bit.ly/31jFE9b. Acesso em Ago 2019. Figura 7: Área do retângulo. Bitly. Disponível em: https://bit.ly/2YD0TFe. Acesso Agosto de 2019. Figura 10: Trapézio. Bitly. Disponível em: https://bit.ly/2YD0TFe. Acesso Agosto de 2019. https://bit.ly/317dcHe https://bit.ly/2K9KMqG https://bit.ly/2K6HFiY https://bit.ly/2ODmXf7 https://bit.ly/31jFE9b https://bit.ly/2YD0TFe https://bit.ly/2YD0TFe Cartografia Sistemática - Unidade 3 - Introdução à Cartografia Figura 12: Terrenos de formas irregulares. Bitly. Disponível em: https://bit.ly/2YD0TFe. Acesso Agosto de 2019. Figura 13: Fórmula de Simpson. Bitly. Disponível em: https://bit.ly/2YD0TFe. Acesso Agosto de 2019. https://bit.ly/2YD0TFe https://bit.ly/2YD0TFe
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