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StrongyloidesStrongyloides stercoralisstercoralis Características gerais: • Pequenos nematódeos parasitas e de vida livre • Estrongiloidíase, estrongiloidose ou anguilulose • Pode infectar também cães, gatos e macacos • Causa parasitismo intestinal grave em imunodeprimidos • Facilidade de transmissão • Caráter de cronicidade e auto-infecção (hiperinfecção e disseminação) • Possibilidade de reagudização Importante problema médico e social !!! Morfologia • Fêmea partenogenética parasita • Fêmea de vida livre • Macho de vida livre • Ovos • Larva rabditóide • Larva filarióide Fêmea partenogenética parasita • Possui esôfago filarióide longo ocupando 25% do comprimento do parasita • 1,7 a 2,5mm de comprimento 0,03 a 0,04 mm de largura • A fêmea coloca de 30 a 40 ovos por dia já larvados (larva rabditóide) na mucosa intestinal (ovovivípara) *** Larva rabditóide libertada ainda no interior do hospedeiro ���� forma evolutiva de importância no diagnóstico Fêmea de vida livre • Possui esôfago rabditóide curto • 0,8 a 1,2 mm de comprimento por 0,05 a 0,07 mm de largura Esôfago rabditóide: dividido em três porções, anterior, cilíndrica e alongada (corpo), intermediária estreitada (istmo) e uma posterior globulosa (bulbo) Macho de vida livre • Possui esôfago rabditóide. • Extremidade anterior arredondada e posterior recurvada • 0,7 mm de comprimento por 0,04 mm de largura Ovos • Elípticos, de parede fina e transparente, idênticos ao dos Ancilostomideos, são originários da fêmea parasita • 0,05 mm de comprimento por 0,03 mm de largura (fêmea parasita) • 0,07 mm de comprimento por 0,04 mm de largura (fêmea de vida livre) Podem ser encontrados nas fezes excepcionalmente Larva rabditóide • 0,03 mm de comprimento por 0,015 mm de largura • Esôfago rabditóide, com vestíbulo bucal curto (≠ larva de ancilostomídeos) • Primórdio genital nítido (≠ larva de ancilostomideos) • Terminam em cauda pontiaguda Rhabdititoid larvae of S. stercoralisl. Notice the short buccal canal and the genital primordium (red arrows). Close-up of the anterior end of a rhabditoid larva of S. stercoralis, showing the short buccal canal (red arrow) and the rhabditoid esophagus (blue arrow). Notice the rhabditoid esophagus (blue arrow) and prominent genital primordium (red arrow) C: Adult free-living female S. stercoralis alongside a smaller rhabditoid larva. Notice the developing eggs in the adult female. D: Adult free-living female S. stercoralis. Notice the row of eggs within the female’s body. Larva filarióide Esôfago filarióide longo 0,50 mm de comprimento a 0,03 mm de largura Vestíbulo bucal curto Porção posterior afina-se gradualmente terminando em duas pontas = cauda entalhada (≠ larva de ancilostomideos) Forma infectante!!! Formas evolutivas de S. stercoralis Habitat • Intestino delgado (duodeno e jejuno). Ciclo Biológico Tipo monoxênico e podem seguir dois ciclos: • Ciclo direto ou partenogenético • Ciclo indireto, sexuado ou de vida livre “A ocorrência de dois ciclos é devido a constituição genética das fêmeas partenogenéticas = (3n) “ 3n = 3 tipos de ovos = 3 tipos de larvas rabditóides ** Larva rabditóide triplóide � larvas filariódes triplóides (ciclo direto) ** Larva rabditóide diplóide � fêmeas de vida livre ** Larva rabditóide haplóide � macho de vida livre Ciclo indiretoCiclo indireto Ciclo Biológico Ciclo Biológico (Monoxênico) Direto • Fêmeas partenogenéticas realizam a ovipostura e, ainda no intestino ocorre a eclosão, com liberação de larvas rabditóides • Larvas rabditóides no solo ou na região perianal se transformam em larvas infectantes Ciclo Biológico (Monoxênico) Indireto • Fêmeas realizam a ovipostura e, ainda no intestino ocorre a eclosão, com liberação de larvas rabditóides • Larvas rabditóides são eliminadas pelas fezes e transformam-se em machos e fêmeas de vida livre (solo) • Da ovipostura (acasalamento), originam-se larvas rabditóides que, após alguns dias, passam a filarióides (3n infectantes) • As larvas não se alimentam devido a ausência de bainha (≠ larvas de filarióide de ancilostomídeos) • O ciclo direto e indireto se completa pela penetração ativa das larvas filarióides L3 na pele ou mucosa oral “ melanoproteases” � circulação venosa e linfática � coração e pulmões � capilares pulmonares = L4 � faringe � intestino delgado • O desenvolvimento completa-se na mucosa do intestino delgado = L4 se transformam em fêmeas partenogenéticas Transmissão �Hetero ou primoinfecção (pele, mucosa bucal e esôfago) � Mais frequente!! Larva Filarióides (L3) � Auto infecção externa ou exógena (pele da região perianal) Larvas Rabditóides � Larva Filarióides (L3) � Auto infecção interna ou endógena (intestino delgado ou grosso) Larvas Rabditóides � Larva Filarióides Auto-infecção interna ou endógena • Cronificação • Constipação intestinal • Uso de drogas imunossupressoras • Neoplasias • HIV • AIDS • Autoinfecção � � � número de parasitos no intestino e pulmões � HIPERINFECÇÃO (+frequente) FORMA DISSEMINADA óbito Imunidade • Presença de imunoglobulinas IgG, IgM, IgA e IgE. • Imunidade celular � Th1 � Th2 � IL-4, IL-5, IL-10 e IL-13 � induzindo as células B a produzir IgE e IgG4. • Sistema complemento Patogenia • Pequeno número de parasitos � assintomáticos • Formas graves • Fatores extrínsecos (carga parasitária) • Fatores intrínsecos (subalimentação, diarréia e vômitos, infecções bacterianas associadas, cirurgias com anestesia geral) Principais alterações: • Ação mecânica • Traumática • Tóxica • Irritativa • Antigênica Fêmeas partenogenFêmeas partenogenééticas,ticas, larvas e ovoslarvas e ovos Manifestações cutâneas • Reação inflamatória em torno das larvas mortas • Aspecto linear ou serpiginoso urticariforme � larva currens Manifestações Pulmonares • Tosse • Crises asmatiformes • Síndrome de Loeffler Manifestações intestinais • Ordem crescente de gravidade: • 1º = enterite catarral � reação inflamatória leve com acúmulo de muco • 2º = enterite edematosa � reação inflamatória com edema de submucosa, síndrome de má absorção intestinal • 3º = enterite ulcerosa � grande quantidade de parasitos, inflamação com eosinofilia intensa, com invasão bacteriana, substituição por tecido fibrótico, alterações no peristaltismo � íleo paralítico Forma Disseminada • Imunocomprometidos • Constipação intestinal • Situações que favorecem a auto-infecção com grande produção de larvas rabditóides e filarióides no intestino, as quais, alcançam a circulação e se disseminam a múltiplos orgãos � rins, fígado, vesícula biliar, coração, pâncreas, glândulas mamárias, cérebro, tireóide, próstata. • Quadro complicado pela presença de bactérias Além dos sintomas anteriormente descritos o paciente com estrongiloidíase crônica pode apresentar: • Anemia • Eosinofilia • Alterações no eletrocardiograma • Astenia • Irritabilidade • insônia Diagnóstico Clínico • Difícil • 50 % dos casos assintomáticos • Tríade: diarréia, dor abdominal e urticária � SUGESTIVA!! “A estrongiloidíase deve ser suspeita em casos de diarréia crônica sugestivos de parasitose c/ eosinofilia; em pacientes imunodeficientes ou que serão submetidos a tratamento imunossupressivo!!! “ Diagnóstico Laboratorial Métodos parasitológicos ou diretos • HPJ • Ritchie • Formol-éter • MIFC • Faust “BAIXA SENSIBILIDADE” • Pesquisa de larvas rabditóides nas fezes • Coprocultura (larva filarióide) • Pesquisa de larvas em secreções • Endoscopia digestiva • Biopsia intestinal • Necropsia • Esfregaços citológicos Específicos para larvas Métodos indiretos • Hemograma • Diagnóstico por imagem Métodos imunológicos: • ELISA • Imunofluorescência Indireta • Western Bloting Profilaxia • Utilização de calçados • Educação e engenharia sanitária • Lavagem adequada dos alimentos• Diagnósticar e tratar todas as pessoas parasitadas • Diagnósticar e tratar indivíduos com AIDS e Imunodeprimidos Tratamento Tiabendazol • Atua sobre as fêmeas partenogenéticas • Forma líquida e comprimidos • Hiperinfecção e doença disseminada (tratar por 10 dias) Cambendazol • Atua sobre fêmeas partenogenéticas e larvas • Forma líquida e comprimidos Albendazol • Atua sobre as fêmeas partenogenéticas e larvas • Forma líquida e comprimidos Ivermectina • Formas graves, disseminada e pacientes com AIDS • Em casos de autoinfecção interna o paciente deve receber também um laxativo • Tratamento com antibióticos EnterobEnterobEnterobEnterobEnterobEnterobEnterobEnterobííííííííaseaseaseaseaseaseasease Características • Causada pelo Enterobius vermicularis • Helminto • Família Oxiuridae • Também conhecido como Oxiuris vermicularis • Comum em regiões tropicais e temperadas, atingindo principalmente indivíduos na faixa etária de 5 a 15 anos. • Dimorfismo sexual • Cor branca e formato filiforme, cilíndrico, recoberto por uma fina cutícula estriada transversalmente. • Presença de expansões vesiculosas lateralmente a boca na extremidade anterior “asas cefálicas” • Boca pequena com esôfago claviforme Verme Adulto Asas cefálicas Fêmea • Apresenta aproximadamente 1 cm de comprimento e 0,4 mm de diâmetro, cauda pontiaguda e alongada • Os ovos ficam acumulados nos ramos uterinos, transformando as fêmeas em um saco de ovos Macho • Mede cerca de 5 mm de comprimento e 0,2mm de diâmetro, cauda fortemente recurvada em sentido ventral e espículo presente. Ovo • Apresenta o aspecto de um “D” pois um dos lados é achatado e o outro é convexo. • Possui uma membrana dupla, lisa e transparente. • No momento que sai da fêmea, já apresenta uma larva dentro - OVO LARVADO. Ovo de Enterobios vermicularis Larva Habitat • Ceco e Apêndice (intestino grosso) • Fêmeas grávidas – região perianal • Mulheres – vagina, útero e bexiga (ocasionalmente) Ciclo Biológico Ciclo monoxênico 1. Cópula no ceco – macho é eliminado nas fezes e morre 2. Fêmeas grávidas repletas de ovos dirigem-se para a região perianal (principalmente a noite). 3. Fêmeas rompem-se na região perianal e liberam os ovos. 4. Ovos embrionados se tornam infectantes em horas e são ingeridos pelo hospedeiro. 5. Larvas rabditóide eclode no intestino delgado, sofre mudas, migra para o ceco e viram verme adulto. Transmissão • Heteroinfecção ou Primoinfecção: quando ovos presentes na poeira ou alimentos atingem outro hospedeiro. • Indireta: quando os ovos presentes na poeira ou alimentos atingem o mesmo hospedeiro. • Auto-infecção externa ou direta: transporte dos ovos da região perianal até a boca. • Auto-infecção interna: larvas eclodem dentro do reto e migram para o ceco transformando-se em verme adulto. • Retroinfecção: larvas eclodem na região perianal e penetram através do ânus, migrando pelo intestino grosso e chegando ao ceco. Patogenia • Maioria dos casos despercebido!!! • Ligeiro prurido anal • Verme nas fezes = “lagartinha” • Infecções maiores enterite catarral • Uma em cada 20 indivíduos parasitados apresenta sintomas • Eosinofilia sangüínea ( 4 a 15 %) • Infecção bacteriana secundária • Presença de larvas na região genital feminina – vaginite, salpingite • Perda de sono • Nervosismo • Pontos hemorrágicos retais e escoriações Fêmeas na região perianal Vermes no ceco Diagnóstico Clínico Prurido anal noturno Laboratorial • Eosinofilia alta sem causa aparente • Exame parasitológico – pouca sensibilidade (positivo em 5 a 10% dos casos) • Método da fita gomada Profilaxia • Não sacudir roupas de cama • Tratamento de todas as pessoas parasitadas da família • Cortar rente as unhas • Pomada mercurial na região perianal • Limpeza doméstica com aspirador Tratamento Albendazol: 100 mg em dose única. Taxa de cura superior a 90%. Não deve ser usado durante a gravidez Pamoato de Pirantel: 10 mg/Kg, dose única via oral. Um tratamento cura 80 % dos casos, duas doses, 100%. Piperazina: tratar durante uma semana com dose diária de 50mg/Kg, 80 a 90% de cura.
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