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1 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 Traumatismo da coluna toracolombar Fraturas das colunas torácicas e lombar → Mais frequentes do esqueleto axial Correspondem a cerca de 89% das fraturas da coluna vertebral Distribuição heterogênea relacionada às diferenças anatômicas e funcionais Transição toracolombar: − 2/3 entre T11 e L2 (sendo 50% das fraturas da coluna torácica em T12 e 60% das de lombar em L2) − Região de menor estabilidade Incidência varia de 18 a 160 casos por 1000.000 habitantes/ano Mais frequente no sexo masculino e entre a idade de 20 a 40 anos Ocorrência de lesão neurológica em 22 a 51% dos casos e aumenta de acordo com a gravidade (22% nas fraturas tipo A; 28% nas tipo B e 51% nas tipo C) A maior incidência de fraturas na região toracolombar está relacionada com a redução da estabilidade entre a coluna torácica, que é mais rígida e estável, com a coluna lombar, que apresenta maior mobilidade Mais de 40% dos pacientes com lesão neurológica sofrem lesão toda coluna torácica − Rigidez − Menor diâmetro do canal vertebral − Maior intensidade das forças produtoras da fratura CAUSAS MAIS COMUNS Queda de altura Acidentes automobilísticos Trauma direto Pacientes politraumatizados têm maior incidência de traumatismo da coluna toracolombar, assim como sua associação com lesões neurológicas. O conhecimento das características individuais de cada tipo de fratura associado à condição geral do paciente deve orientar a estratégia terapêutica, a qual tem sido muito influenciada pelo desenvolvimento dos recursos terapêuticos que ocorreram no âmbito da cirurgia da coluna vertebral e apresenta muita controvérsia. ANATOMIA DA COLUNA TORACOLOMBAR COLUNA VERTEBRAL 33 ou 34 vértebras superpostas e intercaladas por discos intervertebrais Divide-se em coluna cervical, torácica, lombar, sacral e coccígea, sendo: − 7 vértebras CERVICAIS − 12 vértebras TORÁCICAS − 5 vértebras LOMBARES − 5 vértebras SACRAIS − 3 a 4 vértebras COCCÍGEAS (fundidas) CURVATURAS NATURAIS VÉRTEBRAS TORÁCICAS T5-T8 – Vértebras torácicas típicas Corpos vertebrais mais espessos do que a cervical Força axial; Força reativa do solo contra a resistência do corpo. *Fratura em cunha --> Achatamento da região anterior do corpo vertebral 2 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 Presença de fóvea costal no corpo vertebral, onde se articulam às costelas Os processos espinhosos são POSTERIORES e INFERIORES VÉRTEBRAS LOMBARES Não possuem forame no processo transverso e fóveas costais no corpo vertebral Possuem processo transverso alongado, podendo ser chamado de processo costal Maior corpo cervical da coluna vertebral Os processos espinhosos são POSTERIORES e INFERIORES; e curtos para fixar os músculos lombares ATENÇÃO! Segmento torácico ➙ Mais rígido e estável – Complexo osteoligamentar, costelas e esterno Segmento lombar ➙ Maior flexibilidade e grau de movimento Redução de estabilidade entre os segmentos é a maior causa de fratura toracolombar AVALIAÇÃO DO PACIENTE Quadro clínico muito variado. Relação com: (1) Gravidade da fratura (2) Lesão das estruturas nervosas (3) Estágio geral do paciente Todo paciente atendido na sala de emergência com fratura toracolombar DEVE SER TRATATO COMO POLITRAUMATIZADO, uma vez que há incidência de lesão cardiopulmonar em 40% deles, lesões abdominais em 20%, lesões da cabeça e dos ossos longos em 10 a 50%, e fraturas secundárias ou múltiplas da coluna vertebral, que são observadas em 20% dos casos. Além disso, aproximadamente 20% dos indivíduos não têm o diagnóstico de fratura toracolombar no atendimento inicial ao paciente politraumatizado ou inconsciente. Importância do conhecimento das condições do trauma e do seu mecanismo ⇨ Identificação de outras lesões associadas (como queda de altura e fratura de calcâneo, platô tibial e acetábulo). Também deve-se atentar à presença de lesão neurológica associada, sendo qualquer queixa neurológica digna de investigação, mesmo que seja transitória. Ademais, a sensibilidade da região perianal deve ser sistematicamente avaliada. ABC ⇩ Iniciar reanimação ⇩ Avaliação do nível de consciência e possíveis danos neurológicos ⇩ Avaliação de lesões ⇩ História do acidente ⇩ Exame físico completo da coluna vertebral + Exame neurológico EXAME FÍSICO 1) Funções vitais → Vias aéreas, respiração e condições circulatórias 2) Exame completo da coluna vertebral completo e exame neurológico ATENÇÃO! Cuidado com a manipulação do paciente durante o exame físico ➙ Risco de lesões adicionais Cortar as roupas do paciente para realizar a inspeção de todo o tronco ➙ Procura de ferimentos, abrasões, hematomas e gibosidade localizada Sempre palpar todos os processos espinhosos em toda a extensão da coluna vertebral ➙ Busca de 3 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 pontos dolorosos, saliências ou afastamentos ➙ Podem indicar LESÃO INSTÁVEL DO SEGMENTO VERTEBRAL Avaliar o aspecto clínico do local da fratura Analisar o LOCAL DA FRATURA e CORRELACIONÁ- LO COM POSSÍVEIS LESÕES A PARTIR DAS ESTRUTURAS ANATÔMICAS PRESENTES EXAME NEUROLÓGICO Objetivo: Diagnosticar lesões das estruturas nervosas Diferenciar lesões totais e parciais da medula espinal ➙ EXAME DA SENSIBILIDADE PERIANAL, TÔNUS E CONTRAÇÃO VOLUNTÁRIA DOS ESFÍNCTERES ANAIS Detectar choque medular BASE: análise da SENSIBILIDADE, FUNÇÃO MOTORA e REFLEXOS TÁTEIS do segmento. SENSIBILIDADE Sentido craniocaudal a partir da região cervical Temperatura, dor e sensibilidade tátil Sensibilidade vibratória ➙ Diapasão ou posição espacial dos membros ➙ Condições do trato posterior da medula espinal (funículos grácil e cuneiforme FUNÇÃO MOTORA E REFLEXOS TÁTEIS Objetivo = DETERMINAR O GRAU DE MOVIMENTO + FUNÇÃO DOS TRATOS CORTICOESPINAIS É INSUFICIENTE a constatação apenas da PRESENÇA OU AUSÊNCIA de movimentos nas extremidades ➙ PRECISA DETERMINAR O GRAU DE FORÇA MUSCULAR AVALIAÇÃO MOTORA DA AMERICAN SPINE INJURY ASSOCIATION (ASIA) , 1992 Padrões de avaliação e classificação neurológica do TRM Realizada em ambos os lados Músculos-chave em 10 pares de miótomos Graduação da força muscular em uma escala de 0 a 5, na qual: − 0 – Paralisia total − 1 – Presença de contração muscular palpável ou visível − 2 – Presença de movimento ativo, mas que não vence a força da gravidade − 3 – Movimento ativo que vence a força da gravidade − 4 – Movimento ativo que vence alguma resistência − 5 – Movimento normal − NT – Não testada Músculos-chave para avaliação dos níveis neurológicos: − C5: flexores do cotovelo − C6: flexores do punho − C7: extensores do cotovelo − C8: flexores do dedo (falanges média e distal) − T1: abdutores (dedo mínimo) − L2: flexores do quadril − L3: flexores do joelho − L4: dorsiflexores do tornozelo − L5: extensor longo dos dedos − S1: flexores plantares do tornozelo Atenção à distribuição dos dermátomos Mais importantes para avaliação do trauma da coluna toracolombar: ✓ Mamilos (T4) ✓ Processo xifoide (T7) ✓ Umbigo (T10) ✓ Região inguinal (T12 a L1) ✓ Região perineal (S2, S3 e S4) 4 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 A somatória dos diferentes valores numéricos referentes à força motora, à sensibilidade tátil e à sensibilidade dolorosa dá origem a escores cujo valor máximo é 100 para a avaliação motora e 112 para a sensitiva. A avaliação da deficiência é baseada na modificação da escala de Frankel e colaboradores, que foi modificada pela ASIA e consiste em cinco graus de incapacidade: (A) Lesão completa: não existe função motora ou sensitiva nos segmentossacrais S4 a S5. (B) Lesão incompleta: preservação da sensibilidade e perda da força motora abaixo do nível neurológico, estendendo-se até os segmentos sacrais S4 a S5. (C) Lesão incompleta: a função motora é preservada abaixo do nível neurológico, e a maioria dos músculos--chave abaixo desse nível tem grau menor ou igual a 3. (D) Lesão incompleta: a função motora é preservada abaixo do nível neurológico, e a maioria dos músculos-chave abaixo desse nível apresenta grau maior ou igual a 3. (E) Normal: sensibilidade e força motora normais. ATENÇÃO! As raízes inervam MAIS DE UM MÚSCULO e, de forma geral, os músculos recebem MAIS DE UMA RAIZ NERVOSA. Os REFLEXOS TENDINOSOS PROFUNDOS são mediados pelas CÉLULAS DO CORNO ANTERIOR DA MEDULA ESPINAL e o CÓRTEX CEREBRAL exerce uma AÇÃO INIBIDORA para EVITAR RESPOSTA EXACERBADA aos estímulos recebidos. Então, a ausência desse reflexo pode indicar LESÃO DO NERVO PERIFÉRICO, interrompendo o arco reflexo ou a presença de choque medular. TESTES DO NEURÔNIO MOTOR SUPERIOR E INFERIOR TESTES DO NEURÔNIO MOTOR SUPERIOR REFLEXOS ABDOMINAIS E CREMASTÉRICOS A ausência desses reflexos sinaliza LESÃO DO NEURÔNIO MOTOR SUPERIOR; e a perda assimétrica sugere lesão do neurônio motor inferior. Reflexos tendíneos profundos de maior importância clínica: ✓ Bicipital (C5) ✓ Estiloradial (C6) ✓ Tricipital (C7) ✓ Patelar (L4) ✓ Calcâneo (S1) 5 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 TESTES DO NEURÔNIO MOTOR INFERIOR Perda assimétrica dos REFLEXOS ABDOMINAIS E CREMASTÉRICOS Ou; Testes de BABINSKI ou OPPENHEIM, que, se ausentes, sugerem LESÃO DO NEURÔNIO MOTOR INFERIOR. TESTE DO REFLEXO BULBOCAVERNOSO Muito importante para a avaliação de pacientes com TRAUMA RAQUIMEDULAR que se encontram em CHOQUE MEDULAR, que pode ocorrer imediatamente após o traumatismo da medula espinal, mesmo que a lesão medular não seja completa e permanente. CHOQUE MEDULAR = Ausência TOTAL da SENSIBILIDADE, MOVIMENTOS e REFLEXO BULBOCAVERNOSO O retorno desse reflexo pode ser obtivo a partir da estimulação do pênis ou do clítoris, que, se: − Provocar contração do esfíncter anal ➙ TÉRMINO DO CHOQUE MEDULAR, permitindo posterior determinação do déficit neurológico após a lesão − Não provocar contração do esfíncter ➙ LESÃO COMPLETA DA CAUDA EQUINA; o reflexo não reaparece mais A medula espinal termina ao nível de L1-L2, podendo ser atingida por lesões acima desse nível. As lesões abaixo de L1- L2 podem comprometer as raízes nervosas da cauda equina e apresentam PADRÃO DE LESÃO DE NEURÔNIO MOTOR INFERIOR. As lesões do cone medular afetam as raízes sacrais que inervam a bexiga e o intestino, e as raízes lombares permanecem intactas ➙ SÍNDROME CONE MEDULAR PORTANTO, A avaliação clínica dos pacientes estabelece: (1) NÍVEL DE LESÃO NEUROLÓGICA, que é considerado como sendo o segmento mais caudal da medula espinal que apresenta as funções sensitivas e motoras normais em ambos os lados (2) NÍVEL SENSITIVO, que também seria o nível mais caudal da medula espinal que apresenta sensibilidade inalterada 6 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 (3) NÍVEL MOTOR O (4) NÍVEL ESQUELÉTICO DA LESÃO é determinado por meio de EXAMES DE IMAGEM DA LESÃO e corresponde à vértebra lesionada. ATENÇÃO! A lesão medular é pode ser denominada COMPLETA ou INCOMPLETA, sendo: COMPLETA quando há AUSÊNCIA DE SENSIBILIDADE + FUNÇÃO MOTORA nos SEGMENTOS SACRAIS BAIXOS da medula espinal; e INCOMPLETA nas em casos de PRESERVAÇÃO PARCIAL DAS FUNÇÕES MOTORAS ABAIXO DO NÍVEL NEUROLÓGICO e inclui os segmentos sacrais baixos da medula espinal. AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA RX − Mais rápida e prática − Reconhecimento de lesões nas três colunas − Base para identificar o tipo específico de fratura TC − Muito bom para fraturas e avaliação de compressão de estruturas nervosas − Mais indicada para lesões instáveis ➙ Avaliação de toda a extensão da coluna sem a necessidade de mudar o paciente de posicionamento RM − Observação e delimitação de tecidos moles ➙ FRATURA DE TECIDOS MOLES, sobretudo ligamentos, disco intervertebral e medula espinal − Indicada para fraturas de coluna vertebral que apresentem déficit neurológico + casos de discordância entre os achados do exame neurológico e RX, como nas lesões discoligamentares, por exemplo RX RX em AP e perfil Se confirmação da fratura, solicitar RX em perfil de TODA A EXTENSÃO DA COLUNA, incluindo as junções craniovertebral e lombossacral ➙ Diagnosticar outras fraturas não contíguas RX EM AP Exame das vértebras no sentido craniocaudal ➙ Procura de deslocamentos ou angulação das vértebras no plano coronal (frontal), aumento do diâmetro lateral do corpo vertebral, aumento da distância interpedicular, diminuição da altura do corpo vertebral, alinhamento dos processos espinhosos, aumento da distância entre os processos espinhosos, integridade da lâmina e da parte interarticular, continuidade das facetas articulares, fratura do processo transverso e fratura ou luxação da costela + presença de hemotórax, pneumotórax e ar ou líquido intraperitoneal ATENÇÃO! Fraturas do tipo explosão são classificadas incorretamente como fraturas tipo compressão nas radiografias simples em 25% dos casos. Por isso, TC e RM auxiliam no esclarecimento do diagnóstico da morfologia da fratura. RX É O 1º EXAME A SER SOLICITADO. Entretanto, deve-se solicitar TC ou RM se: Identificação da lesão na coluna toracovertebral com déficit neurológico Incoerência entre exame físico/neurológico e de imagem (RM – Risco de fratura de partes moles; TC – Fratura de parte posterior do disco vertebral etc.) TC Avaliação de todo o anel ósseo que circunda o canal vertebral, em especial a PAREDE POSTERIOR DO CORPO VERTEBRAL (que fica sobreposto no RX) Identifica áreas de compressão das estruturas nervosa e quantifica o grau da compressão Reconstrução tridimensional – Visualização de deformidades, lesões no plano horizontal e desvios do eixo axial, além de não precisar reposicionar o paciente para avaliar toda a extensão da coluna vertebral 7 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 RM TECIDOS MOLES ➙ LESÃO DE LIGAMENTOS, DISCO INTERVERTEBRAL E MEDULA ESPINAL Localização do nível da lesão da medula espinal Diferenciação de edema e hematoma ➙ Importante para prognóstico da lesão − Edema tem bom prognóstico em relação à recuperação funcional – Caracterizado pela visualização de medula espinal NORMAL ou ESPESSADA em T1 e com sinal HIPERINTENSO em T2 − Hematoma – Sinal HIPOINTENSO e HETEROGÊNEO em T1 e, em T2, sinal HIPOINTENSO COM BORDA DE HIPERTENSIDADE Indicada para TODO TRAUMATISMO DE COLUNA VERTEBRAL COM SINAL DE DÉFICIT NEUROLÓGICO e DISCORDÂNCIA ENTRE OS ACHADOS DO EXAME NEUROLÓGICO E DE RX CLASSIFICAÇÃO DAS FRATURAS DA COLUNA TORACOLOMBAR Magerl e colaboradores é a mais aceita atualmente. Entretanto, por ser complexa, ainda estão sendo propostas novas formas de classificação a partir da utilização dos mesmos princípios, as associados com escores (morfologia da fratura, integridade do complexo ligamentar e quadro neurológico) para orientar a decisão terapêutica. FORÇAS CAUSADORAS DOS MECANISMOS BÁSICOS DAS LESÕES DA COLUNA TORACOLOMBAR: (1) COMPRESSÃO (2) DISTRAÇÃO (3) ROTAÇÃO Por isso, a análise da MORFOLOGIA DA FRATURA ajuda a determinar a patogênese da lesão. Perda da altura do corpo vertebral ➙ Relação com as FORÇAS DE COMPRESSÃO Ruptura anterior ou posterior ➙ FORÇAS DE DISTRAÇÃO Desvios rotacionais ➙ FORÇAS DE ROTAÇÃO Ainda existem muitos parâmetros que atuam sobre a história natural e o prognóstico das lesões traumáticas da coluna vertebralque não têm sido incluídos nas classificações, como o grau de diminuição do corpo vertebral, compressão do canal vertebral, fratura da lâmina, qualidade do osso, obesidade, quadro neurológico e lesões associadas. Por isso, é válido salientar que as classificações existentes permitem o entendimento do mecanismo do trauma que produziu a lesão, não devendo, portanto, serem utilizadas indiscriminadamente para avaliar a história natural e evolução do paciente, especialmente nas fraturas do tipo explosão. De acordo com Magerl e colaboradores, as fraturas são classificadas em TRÊS TIPOS BÁSICOS: A, B e C. Tipo A − Forças de compressão podem causar fraturas por compressão e explosão Tipo B − Forças de distração causam fraturas transversas, que podem ser anteriores ou posteriores Tipo C − Forças de torque axial produzem fraturas rotacionais E, dentro desses grupos básicos, as fraturas classificadas em grupos e subgrupos com base na morfologia mais detalhada da lesão. Além disso, todas elas são dispostas de acordo com a progressão da gravidade das lesões, levando em consideração a sua instabilidade e o seu prognóstico. 8 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 FRATURAS TIPO A: COMPRESSÃO DO CORPO VERTEBRAL Causadas por FORÇA DE COMPRESSÃO AXIAL, associada ou não à flexão Diminuição da altura do corpo vertebral Ligamentos posteriores intactos GRUPO A1: FRATURAS IMPACTADAS → Compressão do osso esponjoso e do corpo vertebral → Parede posterior do corpo vertebral íntegra → Não há compressão do canal vertebral → Lesões estáveis → Raro déficit neurológico A1.1: Impacção da placa vertebral - Placa vertebral terminal com forma de AMPULHETA - Encunhamento (redução da altura do corpo vertebral) < 5° A1.2: Encunhamento - Encunhamento > 5° - Redução da altura do corpo pode ocorrer na parte superior, anterolateral ou inferior A1.3: Colapso do corpo - Perda simétrica do corpo vertebral sem extrusão significativa dos fragmentos *PACIENTES COM OSTEOPOROSE* GRUPO A2: SPLIT FRACTURES (SEPARAÇÃO) → Coluna posterior não acometida → Incomum associação com déficit neurológico A2.1: Separação sagital - Corpo vertebral dividido no plano SAGITAL A2.2: Separação coronal - Corpo vertebral dividido no plano CORONAL A2.3: Separação pinça (pincer fracture) - Fragmento principal com graus variáveis de desvio GRUPO A3: FRATURAS TIPO EXPLOSÃO → Corpo vertebral com fragmentação parcial ou completa, com extrusão centrífuga de seus fragmentos → Fragmentos da parede posterior desviados para o interior do canal medular → CAUSAM DÉFICIT NEUROLÓGICO (elevado; aumenta dentro dos subgrupos desse grupo) → Complexo ligamentar posterior íntegro, podendo ocorrer fenda vertical ao longo do arco vertebral ou do processo espinhoso A3.1: Fratura tipo explosão incomplet a - Parte superior ou inferior fragmentada , mas outra parte intacta A3.2: Burst-split - Metade da vértebra fragmentada (geralmente superior), e a outra com fenda no plano sagital 9 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 A3.4: Fraturas tipo explosão completa - Todo o corpo vertebral fragmentado - Redução do diâmetro do canal vertebral pelos fragmentos da parede posterior do corpo vertebral ATENÇÃO! Nas fraturas do tipo A NÃO OCORRE DESVIO TRANSLACIONAL ou no plano HORIZONTAL; e a DIMINUIÇÃO DA ALTURA DO CORPO VERTEBRAL, que costuma ocorrer em sua parte anterior, causa CIFOSE, que é o achado radiográfico mais frequente nesse tipo de fratura FRATURAS TIPO B: LESÃO POR DISTRAÇÃO Mecanismo de FLEXÃO-DISTRAÇÃO causa rotura e alongamento dos elementos posteriores discoligamentares (grupo B1) e ósseos (grupo B2) Mecanismo de HIPEREXTENSÃO, com ou sem cisalhamento posterior, é responsável pela rotura e alongamento anterior (grupo B3) Obs: Uma vez que a lesão ainda pode se estender até o corpo vertebral por meio da sua compressão, as fraturas do tipo A reaparecem nos grupos B1 e B2 GRUPO B1: ROTURA POSTERIOR PREDOMINANTEMENTE LIGAMENTAR Principal lesão → Rotura do complexo ligamentar posterior associada a subluxação bilateral + luxação ou fratura da faceta articular, que está associada com a rotura do transversa do disco intervertebral (fratura tipo A do corpo vertebral). → A presença de edema, hematoma subcutâneo, dor acentuada no local da lesão e espaço entre os processos espinhosos são sinais clínicos indicativos de LESÃO POR DISTRAÇÃO DOS ELEMENTOS POSTERIORES. → A deformidade cifótica pode estar presente, e o desnivelamento entre os processos espinhosos sinaliza desvio translacional. B1:1 ASSOCIADA A ROTURA TRANSVERSA DO DISCO INTERVERTEBRAL → Ainda são subdivididas em: − Subluxação − Flexão − Luxação anterior − Subluxação ou luxação anterior com fratura facetária B1.2: ROTURA DO DISCO INTERVERTEBRAL ASSOCIADA A FRATURA DO TIPO A DO CORPO VERTEBRAL → Pode ocorrer se o eixo transverso do momento de flexão fica situado próximo à parede posterior do corpo vertebral. Assim, o momento de flexão pode causar a rotura transversa da coluna posterior e, ao mesmo tempo, a compressão do corpo vertebral, que corresponde às fraturas do tipo A. GRUPO B2: ROTURA POSTERIOR PREDOMINANTEMENTE ÓSSEA → Principal critério para essa classificação ➙ RUPTURA DA COLUNA POSTERIOR ATRAVÉS DA LÂMINA, PEDÍCULOS OU ISTMO → Podem estar associadas à ruptura transversa do disco intervertebral ou à fratura do tipo A. B2.1: FRATURA TRANSVERSA DAS DUAS COLUNAS (FRATURA DE CHANCE) 10 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 B2.2: ESPONDILÓLISE COM LESÃO DO DISCO INTERVERTEBRAL Subdivisões: → B2.2.1: Ruptura ao longo do pedículo e do disco → B2.2.2: Rotura ao longo da parte interarticular e do disco (flexão-espondilólise) B2.3: ESPONDILÓLISE COM FRATURA DO TIPO A DO CORPO VERTEBRAL Subdivisões: → B2.3.1: Fratura ao longo do pedículo associada a fratura do tipo A → B2.3.2: Fratura ao longo do istmo associada a fratura do tipo A GRUPO B3: ROTURA ANTERIOR AO LONGO DO DISCO INTERVERTEBRAL → Lesões em hiperextensão são raras; e a rotura, que tem sua origem na parte anterior, pode ficar limitada à coluna anterior ou estender-se posteriormente → Cisalhamentos anteroposteriores causam rotura das duas colunas B3.1: Subluxação em hiperextensão - Lesão discoligamentar pura - Reduz espontaneamente - Difícil diagnóstico B3.2: Espondilólise com hiperextensão - Diâmetro sagital do canal vertebral é alargado à medida que o corpo vertebral é deslocado anteriormente (oposto da espondilólise em flexão) - Lâmina permanece intacta - Não há lesão de estruturas nervosas B3.3: Luxação posterior - Associada com frequência à PARAPLEGIA COMPLETA *Uma das lesões mais graves de coluna lombar FRATURAS TIPO C: LESÃO DOS ELEMENTOS ANTERIORES E POSTERIORES COM ROTAÇÃO Concentra três grupos de lesões que apresentavam padrões semelhantes: Tipo A ➙ Associada à ROTAÇÃO Tipo B ➙ Associadas à ROTAÇÃO Tipo C ➙ Associadas ao CISALHAMENTO- ROTAÇÃO São as lesões mais graves (com algumas exceções) e mais associadas a déficit neurológico. A lesão das estruturas nervosas é causada pelo deslocamento de fragmentos ósseos para o interior do canal vertebral ou pelo esmagamento das estruturas nervosas por causa do desvio translacional. Características comuns do tipo C: Lesão dos elementos anteriores e posteriores da coluna vertebral Desvio rotacional Potencial para desvio translacional em todas as direções no plano horizontal Lesão de todos os ligamentos longitudinais e do disco Fratura do processo articular (geralmente unilateral) Fratura doprocesso transverso 11 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 Luxação da costela ou fratura próxima à vértebra Avulsão lateral da placa vertebral Fratura irregular do arco neural Fratura assimétrica do corpo vertebral ACHADOS TÍPICOS DO TOQUE AXIAL ➙ Associados aos padrões básicos das lesões dos tipos A e B. GRUPO C1: FRATURAS DO TIPO A COM ROTAÇÃO → Fraturas por encunhamento, separação (split) ou explosão que estão associadas à ROTAÇÃO. Subgrupos: → C1.1: Impacção → C1.2: Separação (split) → C1.3: Explosão GRUPO C2: FRATURAS DO TIPO B COM ROTAÇÃO Mais frequentes: variantes da flexão subluxação associadas à ROTAÇÃO. Luxações unilaterais são menos comuns. Subgrupos: → C2.1: Lesão tipo B1 + rotação → C2.2: Lesão tipo B2 + rotação → C2.3: Lesão tipo B3 + rotação GRUPO C3: FRATURAS POR CISALHAMENTO E ROTAÇÃO Subgrupos: → C3.1: Fratura tipo slide → C3.2: Fratura oblíqua INSTABILIDADE Definição de Whitesides: Instabilidade no contexto do trauma da coluna vertebral ↡ “Uma coluna vertebral estável deve suportar forças de compressão anterior através do corpo vertebral, forças de tensão posterior e rotação, manter o corpo ereto, sem o 12 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 aparecimento de cifose progressiva, e proteger o canal vertebral de lesões adicionais” Portanto, QUALQUER REDUÇÃO DA CAPACIDADE DA COLUNA VERTEBRAL SUPORTAR FORÇAS DE COMPRESSÃO, TENSÃO OU ROTAÇÃO NA POSIÇÃO ERETA PODE SER CONSIDERADA INSTABILIDADE. Dessa forma: Fraturas tipo A ➙ Instáveis às forças de COMPRESSÃO Fraturas tipo B ➙ Instáveis às forças de DISTRAÇÃO Fraturas tipo C ➙ Instáveis às forças de ROTAÇÃO Entretanto, faz-se necessária uma definição mais precisa do tipo e grau de instabilidade para elaborar o melhor tratamento. INSTABILIDADE E DEFINIÇÃO DO TRATAMENTO FRATURAS TIPO A MAIORIA ➙ INSTÁVEIS À COMPRESSÃO e ESTÁVEIS À FORÇAS DE DISTRAÇÃO, CISALHAMENTO E ROTAÇÃO. Apresentam estabilidade ou instabilidade bem definida quando submetidas a forças de diferentes direções e magnitudes, além de lesões com instabilidade parcial ou estabilidade residual. As fraturas tipo A podem apresentar vários graus de instabilidade à força de compressão e flexão (íntegra ou reduzida) a depender da extensão da lesão do corpo vertebral, mas a ESTABILIDADE À FLEXÃO NUNCA É TOTALMENTE PERDIDA (como pode ocorrer à compressão), porque o COMPLEXO LIGAMENTAR POSTERIOR ENCONTRA-SE ÍNTEGRO NESSE GRUPO DE FRATURAS. Além disso, não há translação no plano horizontal. Outro fator importante é que, uma vez existindo a INTEGRIDADE DO COMPLEXO LIGAMENTAR POSTERIOR e do LIGAMENTO LONGITUDINAL ANTERIOR, haverá RESISTÊNCIA ÀS FORÇAS DE DISTRAÇÃO, que é muito importante para as mobilidades de tratamento que aplicam tração longitudinal (Harrington, fixador interno), não resultando em afastamento excessivo ao nível da fratura. A coluna vertebral é estável em extensão devido à integridade do ligamento longitudinal anterior, e os elementos posteriores mantêm a função de estabilização. PORTANTO, Pode-se utilizar EXTENSÃO para REDUÇÃO DAS FRATURAS TIPO A nos tratamentos conservadores. Obs: Com exceção das fraturas do tipo EXPLOSÃO COMPLETA, que apresentam grande afastamento da lâmina. FRATURAS TIPO B B1 E B2 Há perda da estabilidade à flexão por causa da rotura transversa posterior, que pode estar associada à perda da estabilidade para o cisalhamento anterior. Já nas lesões associadas a fraturas do tipo A, a instabilidade está ligada à redução da estabilidade à compressão axial. Por outro lado, a estabilidade à extensão costuma estar preservada por causa da integridade do ligamento longitudinal anterior, que muitas vezes se encontra apenas descolado do corpo vertebral. Como poder ocorrer luxação ou subluxação anterior, sempre se deve considerar potencial para translação no plano sagital, mesmo na sua ausência. PORTANTO, Forças de distração podem resultar em cifose ou afastamento excessivo das vértebras. Por isso, deve-se realizar COMPRESSÃO POSTERIOR e restauração da resistência da coluna anterior às forças de compressão, quando necessário, a partir da IMOBILIZAÇÃO EM HIPEREXTENSÃO para LESÕES PREDOMINANTEMENTE ÓSSEAS, nas quais as superfícies articulares impedem a translação anterior. O tratamento conservador também pode ser utilizado nas fraturas B2.1 (fratura transversa de duas colunas) porque o atrito da área de superfície óssea fraturada impede o desvio anterior. Deve-se considerar FIXAÇÃO e ARTRODESE nas LESÕES DISCOLIGAMENTARES porque apresentam baixo potencial de cicatrização e possibilidade de instabilidade crônica. B3 São instáveis à extensão e, quando reduzidas, estáveis à compressão axial. Além disso, apresentam o complexo ligamentar posterior íntegro, ao contrário das lesões das estruturas posteriores (luxação posterior e alguns traumas com perda da resistência a tensão e cisalhamento). FRATURAS TIPO C As fraturas do tipo C são instáveis ao torque axial, e a maioria dos casos ainda apresenta a instabilidade característica dos tipos A e B. A instabilidade rotacional é causada pelo próprio padrão de fratura do corpo vertebral ou pela avulsão das conexões de partes moles (disco, ligamentos, músculos) e de fraturas de estruturas ósseas que influenciam a rotação (processo transverso e costela). Com exceção de algumas fraturas incompletas de tal grupo, as fraturas do tipo C são os traumas mais instáveis, 13 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 apresentando a maior incidência de lesão neurológica associada. O potencial para translação horizontal em todas as direções está presente na maioria dos casos. Mas, como essas lesões podem reduzir de forma espontânea, a translação pode não ser observada nas radiografias. PORTANTO, O TRATAMENTO CIRÚRGICO É O DE ESCOLHA PARA LESÕES DO TIPO C por causa do seu alto grau de instabilidade e baixo potencial de cicatrização das estruturas discoligamentares. Nas lesões dos tipos A e B, a fixação interna resiste ao encurtamento, à flexão ou à extensão e, algumas vezes, ao cisalhamento sagital; nas lesões rotacionais do tipo C, a fixação interna resiste ao torque axial e, em alguns casos, ao cisalhamento no plano horizontal. TRATAMENTO Controverso. OBJETIVOS Restaurar a anatomia e as condições fisiológicas do segmento vertebral Restabelecer a função máxima dos pacientes Restabelecer a estabilidade do segmento vertebral lesado Promover dor residual mínima Recuperar o déficit neurológico Prevenir a incapacidade futura e a dor residual Iniciar de modo precoce a reabilitação e o retorno às atividades profissionais Pode ser CONSERVADOR ou CIRÚRGICO Deve considerar: − Tipo de instabilidade presente − Grau de instabilidade residual − Estado geral do paciente − Presença de lesões associadas − Filosofia de tratamento do cirurgião − Recursos técnicos disponíveis TRATAMENTO CONSERVADOR Mais indicado porque a maior parte das lesões da coluna toracolombar são ESTÁVEIS NÃO EXISTE CONSENSO SOBRE O MELHOR TIPO DE TRATAMENTO CONSERVADOR OU TEMPO DE IMOBILIZAÇÃO Opções: − Repouso no leito − Órteses − Coletes (TLSO, Jewett) − Imobilização gessada (por 6 a 12 semanas*) − Mobilização precoce Indicações Fraturas com menos de 40 a 50% de fragmentação da parte anterior do corpo vertebral Presença de cifose inferior a 25 – 30° TRATAMENTO CIRÚRGICO Os parâmetros utilizados para indicação são: FRATURAS INSTÁVEIS, na PRESENÇA DE COMPRESSÃO DO CANAL VERTEBRAL e PACIENTES COM DÉFICIT NEUROLÓGICO Parâmetro utilizado para indicação LESÃO DO COMPLEXO LIGAMENTAR POSTERIOR *Obs: fraturas de explosão ainda não há consenso sobre o tratamento ideal Procedimento de FIXAÇÃO VERTEBRAL, abrangendoo menor número de segmentos e permitindo a mobilização e deambulação precoce sem a utilização de órteses ou imobilização externa − Sistema de fixação pedicular associados com artrodese posterior *Atualmente há questionamentos sobre a necessidade da realização da artrodese posterior *Também pode-se realizar cirurgia percutânea minimamente invasiva para estabilização do segmento vertebral, mas, requer equipamentos especiais, curva de aprendizado para o cirurgião para colocação percutânea dos implantes e maior exposição à radiação É de extrema importância a RECONSTRUÇÃO DA COLUNA ANTERIOR para restabelecer a capacidade de suporte nas fraturas com grande fragmentação do corpo vertebral. Pode ser realizada por meio da As fraturas dos tipos B e C, com exceção da fratura tipo Chance, apresentam indicação cirúrgica, e não há muita controvérsia. A grande controvérsia está no tratamento das fraturas tipo A3 (explosão). 14 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 abordagem anterior ou posterolateral, sendo a última mais utilizada na última década Se necessário, também deve ser realizada a DESCOMPRESSÃO DO CANAL VERTEBRAL pelos fragmentos ósseos do segmento vertebral lesado → Melhores condições para recuperação do tecido nervoso acometido; também pode ser realizada por abordagem anterior ou posterolateral − Não existe consenso sobre o momento ideal para realizar a descompressão; uma metanálise mostrou que a descompressão precoce apresentou melhores resultados do que tratamento conservador com descompressão tardia − Se paciente com lesões incompletas e progressivas devido á descompressão do canal medular, deve-se realizar o procedimento em caráter de URGÊNCIA Indicações absolutas Lesões abertas com exposição da medula espinal Déficit neurológico após intervalo de tempo sem sintomas Déficit neurológico progressivo Fraturas irredutíveis por meio conservador Risco de lesão neurológica devido à instabilidade Fraturas ISOLADAS do processo transverso, espinhoso e da parte interarticular têm sido mencionadas como lesões menores e, em geral, são causadas por trauma direto ou avulsão resultante da contração muscular. São consideradas estáveis e devem ser tratadas com o objetivo de alívio dos sintomas dolorosos, não sendo necessária imobilização; mas, essa conduta só pode ser tomada após exclusão de instabilidade e de outras lesões. ABORDAGEM ANTERIOR Indicada para fraturas tipo A2 (split) e A3 (explosão), de forma isolada ou em combinação com fixação posterior Não permite alinhamento do segmento vertebral Também indicada para presença de fragmento reverso ABORDAGEM POSTERIOR Indicada para fraturas tipo B ou C, associada com fixação posterior Permite redução e alinhamento do segmento vertebral ABORDAGEM TORACOABDOMINAL Clássica para segmento vertebral entre T10 e L2 FRATURAS TIPO A Maior parte ESTÁVEL Lesão localizada apenas na parte ANTERIOR do corpo vertebral, ou seja, tem as estruturas osteoligamentares íntegras Mais indicado ➙ TRATAMENTO CONSERVADOR Se fratura com déficit neurológico e compressão do canal vertebral de 40 a 50%, deve-se realizar a descompressão do canal ATENÇÃO! Se fragmentação da do corpo vertebral anterior acima de 40 a 50% ou cifose superior a 25 – 30°, indica-se TRATAMENTO CIRÚRGICO por causa da presença de lesão dos ligamentos posteriores e grande potencial de colapso e desenvolvimento de deformidades, porque essas fraturas corresponderiam ao tipo B da classificação de Magerl. FRATURAS TIPO B Tem lesão do complexo ligamentar, mas apresenta os mesmos padrões de lesão do corpo vertebral das fraturas tipo A Lesão do complexo ligamentar ➙ INSTÁVEL TRATAMENTO CIRÚRGICO está indicado para FRATURAS DO TIPO B, com exceção de Chance (B2.1) *Chance – Como é uma lesão puramente óssea, a estabilidade é obtiva apenas com a consolidação da vértebra lesada ➙ Repouso no leito nas fases iniciais, seguida de imobilização e hiperextensão (colete gessado ou órtese), até que ocorra a consolidação óssea; no geral, em três a quatro meses Obs: As fraturas tipo B3 são raras; indica-se tratamento cirúrgico por causa do acometimento discoligamentar FRATURAS TIPO C Muito INSTÁVEIS e com grandes desvios TRATAMENTO CIRÚRGICO ➙ Redução e fixação cirúrgica associadas à artrodese − De forma geral, é necessária a reconstrução da parte anteroposterior do segmento vertebral 15 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 REFERÊNCIAS 1. HEBERT, Sizínio K. et al. Ortopedia e traumatologia: princípios e prática. 5.ed. ed. Porto Alegre : Artmed, 2017. 1651 . p.
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