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RESUMO- Antropoceno, a era dos homens Felipe Aviz

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RESUMO: ANTROPOCENO, A ERA DOS HOMENS. 
 
Felipe de Aviz Simões NOGUEIRA 
 
Antropoceno, a era dos homens. Resumo expandido apresentado como requisito 
para obtenção de ponto na NPC I, na disciplina Filosofia Geral e do Direito, ministrada 
pelo professor Paulo Rogério de Souza Garcia, no Curso de Direito – Centro 
Universitário FIBRA, Belém-PA, 2021 
 
 
O mundo pode ser dividido, em um ponto de vista geológico, em eras, conhecidas 
como eras geológicas que representam intervalos de milhões ou bilhões de anos na 
qual demarcam um desenvolvimento ou evento significativo no desenvolvimento do 
planeta para melhor entendimento e estudo. Nos encontramos atualmente no período 
quaternário, época holoceno, há 2,6 milhões de anos atrás, que demarca o surgimento 
do homo sapiens, todavia, existe a possibilidade de estarmos entrando em uma nova 
época, a antropoceno que demarca quão amplo é a influência humana. O homem 
desde que surgiu tem uma relação intrínseca com a natureza, uma vez que é a própria 
natureza que provém o necessário para a perpetuação da espécie humana, assim 
como nós, seres vivos, também pertencemos a natureza, fazendo parte do ciclo da 
vida atuando na renovação da terra. Entretanto, nós diferimos de outros animais, 
enquanto que eles (inseto, fungos, etc) suprem suas necessidades no imediatismo, o 
homem, por sua vez, vai além, não só suprindo sua necessidade no momento atual, 
como produzindo universalmente (além do necessário). Essa produção incessante 
não para em questão de o necessário para a sobrevivência da espécie, mas serve 
como principal ponto do ser humano de estar sempre mudando, sendo diferente do 
ser que era ontem. Com essa ideia, é evidente que os animais agem de acordo com 
suas características biológicas (genes), sendo limitados por ela, dado que é através 
dela que a experiência é passada por gerações, ocasionando em um impacto pequeno 
na natureza devido à pouca informação contida, mesmo parecendo complexo, como 
a estrutura das colmeias de abelhas ou as “casas” (barragens) dos castores. Ao 
mesmo tempo que a ação humana é biologicamente determinada, a experiência 
adquirida é transmitida de gerações em gerações, através de conhecimento 
ensinados pela educação ou cultura. Desta forma, a próxima geração não irá repetir 
os mesmos passos ou ações resultando em um loop, mas sim dar continuidade a 
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quem o precedeu. Isso posto, não é coincidência a evolução da civilização. Do início 
das civilizações, na mesopotâmica com a civilização egípcia com forte influencias até 
hoje, devido seus conhecimentos na área de astronomia, matemática, geometria e a 
utilização de um calendário com 365 dias dividido em 12 meses com 30 dias. Por 
seguinte, temos a civilização grega com destaque nas cidades-estados de Atena e 
Esparta, sendo Atena um polo voltado para a arte, filosofia, ciência e democracia 
enquanto que Esparta tinha como principais características, a arte da guerra e a vida 
militar. As civilizações citadas anteriormente compõem o período das civilizações 
antigas, a Idade Antiga. Por conseguinte, se tem: a idade média (transição do mundo 
romano para o medieval), idade moderna (os estados nacionais europeus, o 
humanismo e o renascimento cultural, as reformas religiosas), idade contemporânea 
1 (Revolução burguesa, imperialismo e primeira guerra mundial), idade 
contemporânea 2 (revolução russa, os regimes autoritários, a crise de 1929), idade 
contemporânea 3 (segunda guerra mundial, mundo pós-guerra, descolonização afro-
asiática, a queda do muro de Berlim). Após essa síntese sobre os principais 
acontecimentos históricos, é visível o quão longe chegamos, desde acreditar no 
misticismo para explicação de tudo, para a busca da partícula de deus. Desta forma, 
a evolução ao mesmo tempo que boa para garantir um conforto, longevidade para a 
espécie humana, foi péssima para o planeta. Conforme revisamos a história, nós 
desvencilhamos da natureza de forma que a alteração do meio passou a ser 
permanente, sendo irreversível ou irrecuperável, por exemplo, dentre as principais 
causas para a extinção da mata atlântica, ora considerada uma das florestas tropicais 
mais importantes do mundo, temos a especulação imobiliária, poluição ambiental e 
corte de árvores. Por consequência, colocou em risco não só a flora que abrange boa 
parte do país, que como outras florestas, tem influência direta no ciclo da chuva, assim 
como também a fauna. Isto se deve, particularmente ao sistema atual vigente de 
produção e consumismo, ocasionando no esgotamento dos recursos naturais, 
devastação ambiental e colocando em risco diversos animais. Este é o real debate 
deste resumo, a ação humana ao longo dos anos foi tão intensa que levantou a 
questão, alteramos tanto o planeta que entramos em uma nova era geológico, 
denominado antropoceno? Segundo um artigo de revisão feito pelo geólogo, Colin 
Waters mais 23 colaboradores, defendem que as atividades humanas já 
proporcionaram mudanças significativas, a ponto de produzirem em todo globo 
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sedimentos e gelo com características distintas daqueles formados no restante do 
holoceno, sendo encontrados nas camadas de gelo e sedimentos depositadas 
recentemente, fragmentos de materiais artificiais produzidos em abundancia nos 
últimos 50 anos, como concreto, alumínio puro e plástico. Apesar desses indícios, há 
opositores a proposta de uma nova, como os geólogos Stanley e Lucy, que afirma que 
muitas camadas depositadas nas porções mais profundas do oceano não têm mais 
de 1 milímetro (mm) de espessura. Podemos ainda citar o aquecimento global, devido 
a poluição do ar com emissão de CO2, e no caso do Brasil, o desmatamento das 
florestas tropicais. É possível ver o resultado de forma mais evidente, olhando a 
situação do nordeste brasileiro com região semiáridas, o aumento da temperatura que 
diminui a umidade do ar, especificamente das florestas, causando incêndios florestais. 
Com os problemas citados e discussões a respeito do antropoceno, é inegável o fato 
de o planeta estar em risco, portanto, nós mesmos estamos em risco. Diante da 
diversidade cultura e social da espécie humana, somos uma “família” humana e uma 
comunidade terraste com um mesmo fim. Desta forma, devemos respeitar e zelar pela 
Terra assim como a vida nas mais diversas formas. Respeitar outros seres vivos não 
significa diminuir o próprio homem ou alterar seu valor como ser, mas entender que 
apesar de afirmar que o homem é a imagem de Deus, não se deve pensar que somos 
deuses, pois tanto a vida humana quanto a de uma mosca, nenhum é supérfluo, cada 
um tem sua função no mundo. 
 
Palavras-chave: Antropoceno. Encíclica papal “Laudato si”. Carta da Terra. Crise 
climática.

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