Diário de Campo II Naiara Souza

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA 
FACULDADE DE FARMÁCIA
ESTÁGIO FINAL DE CONCLUSÃO DE CURSO – FARA91
NAIARA SILVA SOUZA
DIÁRIO DE CAMPO II DA FARMÁCIA COMUNITÁRIA PAGUE MENOS UNIDADE NAZARÉ LOJA 156 PERÍODO 26.07.21 A 26.08.21
 
Salvador
2021
NAIARA SILVA SOUZA
DIÁRIO DE CAMPO II DA FARMÁCIA COMUNITÁRIA PAGUE MENOS UNIDADE NAZARÉ LOJA 156 PERÍODO 26.07.21 A 26.08.21
Atividade apresentada como pré-requisito parcial de avaliação da disciplina Estágio Final de Conclusão de Curso – FARA91 de Graduação em Farmácia, realizada sob orientação dos professores Ademir Evangelista, Charleston Ribeiro e Regina. 
Salvador
2021
DIÁRIO DE CAMPO 
FARMÁCIA COMUNITÁRIA PAGUE MENOS 156 
Dia 01 (26.07.21)
Início 13:00 / Término 19:00 
Recentemente fiquei sabendo que a minha preceptora Luciana Angelo está gestante, e ela precisou ser afastada do trabalho por conta da recém-publicada, lei 14.151/21, que determina o afastamento das empregadas gestantes das atividades de trabalho presenciais durante a pandemia, com isso uma nova farmacêutica foi destinada para esta unidade, Priscilla Melo e está sendo a minha nova preceptora, porém ela tem pouco tempo de empresa, além de ser ferista e ainda não está completamente habituada com as atividades da unidade, portanto estou tendo o acompanhamento da farmacêutica da abertura, Luciana Antunes, que fica até as 15:20, então no horário de 13:00 até 15:20 ela me ensina tudo que é possível neste tempo. Como eu ainda não tinha tido contato com o mapa, ela me explicou como ele é feito.
Segundo o art. 19 da RDC 27/2007 e o art. 1º da RDC 58/2008, resoluções estas publicadas pela ANVISA, os estabelecimentos devem apresentar e encaminhar aos órgãos competentes de vigilância sanitária a cada três meses o Balanço de Medicamentos Psicoativos e Outros (BMPO), que destina-se ao registro de vendas de medicamentos a base de substâncias constantes das listas A1, A2, A3, B2 e C4 da Portaria 344 e de suas atualizações e deve ser realizado por farmácias e drogarias conforme anexo XXI da mesma portaria. É necessário também apresentar e encaminhar os Balanços Anuais (BSPO), a Relação Mensal das Notificações de Receitas “A” – RMNRA e a Relação Mensal das Notificações de Receitas “B2” – RMNRB2.
Analisando as dispensações e os armários de controle especial, as substâncias que constam na lista levada a VISA geralmente são a Sibutramina, anorexígeno constante na lista B2 e a Oxicodona, entorpecente constante na lista A1. A Farmacêutica Luciana Antunes me mostrou como deve ser realizado esse procedimento no SIAP (programa próprio da Pague Menos que gera XML e é enviado ao SNGPC) e a importância de sempre mantê-lo , organizado, atualizado e bem escriturado para não serem gerados futuros problemas e ter agilidade para encontrar o que a fiscalização desejar verificar. 
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FARMÁCIA COMUNITÁRIA PAGUE MENOS 156 
Dia 02 (30.07.21)
Início 13:00 / Término 19:00 
Tenho percebido que por vezes a gerente faz kits promocionais de campanhas da própria empresa e a farmacêutica campanha de última chance (próximo ao vencimento) de medicamentos isentos de prescrição e/ou correlatos que são colocados no balcão ou no caixa para maior alcance e visibilidade dos clientes. Acredito que essas ações não estão de acordo com a promoção do uso racional de medicamentos, a farmácia como estabelecimento de saúde, nesse caso não está cumprindo seu papel, além do próprio farmacêutico, que é um profissional da área de saúde, que deve assegurar que sejam cumpridas as condições necessárias para a promoção do uso racional de medicamentos, que é o que indica o artigo 23 da RDC nº 44, de 17 de agosto de 2009. 
Nos casos de dispensação de “última chance” é informado ao cliente a validade desses medicamentos, que está de acordo com o artigo 1 da seção V do capítulo V da RDC nº 44, 17 de agosto de 2009, que diz “O usuário deve ser alertado quando for dispensado produto com prazo de validade próximo ao seu vencimento”. Deixando claro que todos os medicamentos que vencem no ano atual recebem etiqueta evidenciando o mês e o ano da validade. 
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FARMÁCIA COMUNITÁRIA PAGUE MENOS 156 
Dia 03 (04.08.21)
Início 13:00 / Término 19:00 
Desde que iniciei o estágio, ouvi inúmeras histórias de roubos e furtos que ocorreram na loja, a unidade fica localizada em um ponto da cidade onde a insegurança é muito grande, além da loja não possuir um segurança durante todos os turnos. Por vezes percebemos os furtos, mas não podemos fazer nada, além de abrir um chamado e solicitar que mandem um segurança, que só fica por um período. 
Hoje presenciei um furto, três mulheres entraram na loja, já era noite, o agente de prevenção de perdas já não se encontrava mais na unidade e o quadro de funcionários nesse horário está reduzido, só se encontravam na loja, além de mim, a farmacêutica, um balconista e uma operadora de caixa. As mulheres passearam pela loja, vendo preços das coisas, mas não pegavam nada para levar até o caixa, até que a farmacêutica achou a ação suspeita e pediu que eu ficasse observando, eu o fiz, em um momento uma das mulheres pegou um pacote grande de fraldas geriátricas, ficou na frente das outras duas tentando tapar a minha visão delas, uma se abaixou, pegou uma vitamina e quando se levantou colocou dentro da bolsa da terceira mulher, eu vi ação, não pude fazer, elas saíram rindo e dizendo que não haviam pegado nada, foi aberto um chamado e pouco tempo depois o segurança chegou, mas a ação já havia ocorrido. 
Outro dia cheguei na loja e fiquei sabendo que no período da manhã houve um roubo com voz de assalto, os bandidos levaram fraldas, mas felizmente não machucaram ninguém. 
A equipe toda é muito empenhada na prevenção de perdas, principalmente a farmacêutica, ela usa um código para sinalizar atividades suspeitas, fica em alerta a todo tempo para evitar furtos e isso ficou evidente após o último inventário, onde o valor de perda diário da unidade caiu para R$ 12,00 e que era de R$ 320,00 na gestão anterior, segundo a gerente. Acredito que esses resultados estimulem os funcionários a ajudar nessa prevenção de perdas, saber que suas ações estão dando resultados e pela gratidão da gerente e da farmacêutica, que fazem ações em benefícios dos funcionários e isso ajuda bastante, principalmente na união da equipe. 
Acredito que dessa forma o ambiente para trabalho se torna muito mais propício, agradável e isso reflete nos resultados.
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FARMÁCIA COMUNITÁRIA PAGUE MENOS 156 
Dia 04 (09.08.21) 
Início 13:00 / Término 19:00 
Hoje um cliente chegou na loja bastante aflito, procurando por um aparelho medidor de pressão arterial que tivesse o menor preço, apresentei a ele o de menor valor que possuía na unidade, ele alegou estar acima do que ele podia pagar, ele perguntou se teria como fazer um teste aferindo a pressão dele, pegamos o aparelho de uso da loja, que era do mesmo modelo e aferimos a pressão dele, fiz com supervisão da farmacêutica.
A pressão do paciente foi mensurada em 16/10, ficamos preocupadas, então fizemos algumas perguntas a ele, que nos relatou que estava sem fazer uso do medicamento losartana 50mg, pois estava sem receita válida para conseguir adquirir pelo programa Farmácia Popular e não possuía dinheiro para realizar a compra.
Conversei com o paciente sobre a importância de se fazer o tratamento da forma correta e com constância, de ir ao médico a cada 6 meses e não fazer uso de outros medicamentos por conta própria, com o intuito de diminuir a pressão, pois ele disse que estava fazendo uso de hidroclorotiazida porque a irmã tinha o medicamento sobrando e fazia uso para hipertensão. 
Indicamos que ele voltasse ao médico com urgência e solicitasse uma nova receita para continuar a adquirir o medicamento pelo programa, que fizesse a dieta corretamente que ele já conhecia e praticasse as atividades físicas que o médico dele já havia indicado. 
Nessa ocasião fiquei bastante reflexiva sobre como para algumas pessoas é complicado manter um tratamentopor conta das suas necessidades particulares e como isso tudo deve ser pensado pelo profissional de saúde quando for orientar um paciente em uma conversa. 
A prática da Atenção Farmacêutica é realizada com frequência na Farmácia Comunitária, é uma ação que consiste na interação entre o farmacêutico e o paciente com o objetivo de garantir a adesão ao tratamento, para se obter os resultados terapêuticos para melhorar e manter a qualidade de vida do paciente. 
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Dia 05 (12.08.21)
Início 13:00 / Término 19:00 
Chegou na loja o coletor de medicamentos com separação, até então não havia nenhum, por conta disso, a farmacêutica resolveu fazer um breve resumo sobre o regulamento técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde, que é baseado na RDC nº 306, de 07 de dezembro de 2004 e tem como finalidade assegurar a eliminação correta desses medicamentos, pode-se também verificar o tema em normas gerais como a Resolução nº 358/2005 do CONAMA (gerenciamento e destinação final de RSS) e a RDC nº 17/2010 da ANVISA (Boas Práticas de Fabricação de medicamentos).  
A devolução de medicamentos a vencer (faltando 1 mês), é realizada através de um cadastro realizado no sistema, onde é necessário colocar o código de barras para identificação do medicamento, validade e lote, que gera uma nota. Todo resíduo enviado ao CD (Centro de Distribuição) gera um certificado, emitido pela empresa responsável, comprovando que o resíduo foi descartado corretamente, tem autorização ambiental para o transporte interestadual autorizado pelo IBAMA e apresenta todos os certificados que o regulam.
De acordo com a RDC nº 306/2004 da ANVISA os resíduos de produtos ou de insumos farmacêuticos nos quais seu princípio ativo e forma farmacêutica ofereçam risco à saúde, quando descartados, podem ser dispostos em aterro de resíduos perigosos ou tratamento específico e posteriormente encaminhado para aterros. Resíduos de produtos ou de insumos farmacêuticos que seu princípio ativo e forma farmacêutica, não oferecem risco à saúde e ao meio ambiente, podem ser submetidos a processo de reutilização, recuperação ou reciclagem.
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Dia 06 (17.08.21)
Início 13:00 / Término 19:00
Quando um cliente faz o orçamento de um medicamento, acha caro e não o leva, nós somos indicados a oferecer o medicamento genérico, uma forma de fazer uma orientação farmacêutica para que o paciente não fique sem o seu tratamento, porém muitos clientes são relutantes em levar os genéricos por não acreditar na sua eficácia, mesmo explicando de forma clara e de fácil entendimento que o efeito do genérico não é alterado, o cliente não leva e por vezes dizem que a negativa foi indicação do próprio médico. 
Outro fato recorrente é ter laboratório de preferência, alegando que laboratório A ou B não prestam ou não fazem efeito, chegam até a perguntar qual o melhor, mas também tem clientes que querem o mais barato ou que tenha promoção. 
A lei 9.787/99 dispõe sobre os medicamentos genéricos, nas embalagens desses medicamentos apresenta-se uma tarja amarela com "Medicamento Genérico”. O regulamento técnico para medicamentos genéricos é aprovado pela RDC nº 135, de 29 de maio de 2003. 
 De acordo com a ANVISA, os genéricos possuem o mesmo princípio ativo, mesma forma farmacêutica, mesma dose, mesma via de administração e mesma indicação terapêutica do medicamento de referência, a segurança também é a mesma, por esses motivos existe a intercambialidade, que é quando um medicamento de referência pode ser substituído por um genérico e vice-versa e isso se torna possível por conta de testes de bioequivalência que são levados a ANVISA e ao Ministério da Saúde. 
Com isso me leva a pensar, que existem pessoas com pensamentos completamente diferentes, mesmo quando algo parece obvio para mim, para outra pessoa não é, portanto é necessário estar sempre munida de conhecimento para fazer a orientação da melhor forma para esses pacientes, mas a decisão do que irão aderir, sempre será de autonomia deles. 
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Dia 07 (19.08.21)
Início 13:00 / Término 19:00 
Um cliente chegou na loja para trocar um medicamento que estava avariado, na parte transparente da cartela não era possível ver o medicamento pois havia um pó branco. O medicamento era o Cloridrato de Ciprofloxacino 500mg, com 6 comprimidos da Nova Química. 
O ciprofloxacino está na lista de medicamentos à base de substâncias classificadas como antimicrobianos da RDC 471, de 23 de fevereiro de 2021 e no capítulo IV artigo 10 diz que “A dispensação em farmácias e drogarias públicas e privadas dar-se-á mediante a retenção da 2ª (segunda) via da receita, devendo a 1ª (primeira) via ser devolvida ao paciente” e no capítulo VII artigo 21 diz que “É vedada a devolução, por pessoa física, de medicamentos antimicrobianos industrializados ou manipulados para drogarias e farmácias”, “Excetua-se do disposto no caput deste artigo a devolução por motivos de desvios de qualidade ou de quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo, ou decorrentes de disparidade com as indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, a qual deverá ser avaliada e documentada pelo farmacêutico”.
Quando fomos efetuar a troca verificamos que não possuíamos mais o medicamento na unidade para realização da troca. Foi verificado se em outra unidade mais próxima existia o medicamento, confirmou-se e quando fomos buscar a receita que ficou retida para ser levada para a unidade que faria a troca, foi verificado que era uma cópia e não a original da receita. Houve um momento de tensão, a farmacêutica disse que não poderia efetuar a troca sem a receita original, a gerente disse que a troca teria que ser efetuada porque o cliente tinha direito a levar o medicamento, foi explicada a situação ao cliente que de início ficou chateado, dizendo querer levar o medicamento de qualquer forma que precisava iniciar o tratamento naquele dia, até que ele achou a receita original na mochila e conseguimos efetuar a troca.
Foi possível verificar quem fez a dispensação do antimicrobiano e o funcionário que fez a dispensação é o funcionário mais antigo da unidade, o que me faz pensar que não estamos livres de erros, que devemos possuir máxima atenção em qualquer atividade que vamos exercer e que a segurança demais por efetuar um trabalho por muito tempo pode nos levar ao erro, que além de falta atenção acredito que foi o que ocorreu nesse caso. 
 
DIÁRIO DE CAMPO 
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Dia 08 (23.08.21) 
Início 13:00 / Término 19:00 
Um cliente jovem, com porte atlético, chegou na unidade com uma receita de Durateston, 3 ampolas, verifiquei a receita, que de acordo com a portaria nº 344/1998 (atualizada pela RDC nº 372/2020) medicamentos contendo tais substâncias são sujeitos ao controle especial e atualmente 28 fármacos compõem a Lista C5 e a dispensação em farmácias públicas ou comerciais requer receita de controle especial em duas vias, além dos dados necessários para identificação do emitente, do paciente e do prescritor, a receita deve conter o CPF do prescritor (médico ou cirurgião-dentista) e o CID da doença do paciente.
Estava tudo certo, porém eu só possuía 1 ampola, informei ao paciente e indiquei que verificasse em outra unidade, porque ele perderia a receita, ele questionou se a farmacêutica poderia realizar uma prescrição emergencial ou se ele mesmo poderia prescrever uma receita somente com uma ampola ali no momento, pois ele era médico. A farmacêutica disse que não poderia fazer a prescrição emergencial pois não era RT da unidade e que a receita somente dentro das normas, não poderia ser feita ali em qualquer papel, sem endereço ou carimbo. O paciente quis levar somente uma ampola, informei que era necessário a assinatura dele informando que estava ciente que perderia a receita, ele concordou e levou o medicamento.Apesar de estar tudo corretamente, eu fiquei pensativa sobre o uso daquele medicamento por aquele paciente, o Durateston costuma ser utiizado como anabolizante por jovens, não tenho como ter certeza de que esse é o caso dele, mas fiquei pensando sobre o assunto, espero que não seja o caso, já que ele informou ser médico, seria bastante triste e sério um profissional de saúde usando um medicamento para fins que não são o indicado e que causam um risco absurdo a saúde.
 
DIÁRIO DE CAMPO 
FARMÁCIA COMUNITÁRIA PAGUE MENOS 156 
Dia 09 (25.08.21)
Início 13:00 / Término 19:00 
Uma paciente chegou na farmácia com uma notificação de receita B azul com prescrição de Alprazolam 2mg, 60 comprimidos e posologia de 1 comprimido ao dia. O Alprazolam está na lista B da portaria 344/98 e é um medicamento sujeito a controle especial.
O Alprazolam é indicado no tratamento de transtornos de ansiedade, que os sintomas podem incluir: ansiedade, tensão, medo, apreensão, intranquilidade, dificuldade de concentração, irritabilidade, insônia e/ou hiperatividade neurovegetativa, também é indicado no tratamento de transtorno do pânico.  
As notificações de receita B azul possuem uma identificação numérica e essa numeração precisa conter dentro do intervalo da numeração inicial e final do talão de notificação de receita que se encontra no rodapé, de acordo com a portaria nº 344, de maio de 1998.
A numeração de identificação de notificação de receita B azul da paciente não estava dentro do intervalo que se encontrava no rodapé. Levei a receita até a farmacêutica, ela confirmou a mesma informação, me indicou a explicar a situação a paciente e aconselhar que ela voltasse ao médico que prescreveu para ela aquele medicamento para informar o erro e solicitar uma nova notificação. 
Acredito ser um erro da gráfica que produziu o talão, mas seria interessante se a comunicação pudesse ocorrer entre os profissionais, pois a interação com o prescritor nessa situação já iria alerta-lo de imediato, que já deixaria de usar aquele talão, evitando transtornos para mais pacientes e conseguindo o sucesso do processo de cuidado, que é o objetivo dos profissionais de saúde.
DIÁRIO DE CAMPO 
FARMÁCIA COMUNITÁRIA PAGUE MENOS 156 
Dia 10 (26.08.21) 
Início 13:00 / Término 19:00 
Durante esse tempo de estágio na Farmácia Comunitária, pude perceber a grande valia que é esta experiência, poder vivenciar o dia a dia do farmacêutico, as adversidades, dificuldades, os esforços e as limitações que o profissional tem que enfrentar na dispensação e na atenção farmacêutica. Clientes exigindo medicamentos com retenção de receita sem possuir a receita ou sem a receita correta ou a quantidade maior do que está na receita, receitas ilegíveis, receitas com nome dos medicamentos escritos de forma errada, cliente impaciente enquanto faz anotação de dados em casos de controlados, mas independente das dificuldades pude verificar de perto a importância desse profissional presente neste estabelecimento, o que está de acordo com o artigo 6 da lei 13.021, publicada em 8 de agosto de 2014, que prevê “Para o funcionamento das farmácias de qualquer natureza, exigem-se a autorização e o licenciamento da autoridade competente cabível, além das seguintes condições: I – ter a presença de farmacêutico durante todo o horário de funcionamento”. 
O Farmacêutico precisa se comunicar com o paciente durante o atendimento, isso torna possível a adesão correta do tratamento, comunicar-se de forma a fazer entender de acordo com o perfil do paciente, tendo uma postura técnica e humana ao mesmo tempo. Muitas vezes há a necessidade da comunicação não verbal, pacientes deficientes auditivos por exemplo, é necessário encontrar uma forma eficiente de comunicação. 
Nesse tempo que passei na dispensação e na atenção farmacêutica, vários momentos ficaram marcados de forma positiva, como pacientes que possuíam dúvidas sobre determinado medicamento ou tratamento e eu fiz o possível para sanar, alguns ficam tão gratos, perguntaram meu nome, disseram que eu seria uma profissional excelente, que na verdade já era, diziam voltar lá no horário que eu estivesse para ser atendido somente por mim. Essa gratidão deles retorna para mim, me deixando imensamente feliz por estar conseguindo cumprir o meu papel, experimentar a profissão para qual venho me preparando todos esses anos está sendo maravilhoso.