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NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 1 VIAS DE ACESSO À REGIÃO CERVICAL: PARÓTIDA: - Via de acesso em Y, posterior ao conduto auditivo externo e aproximadamente 2cm acima da apófise mastoide, descendo até o ângulo da mandíbula - Anteriormente, essa incisão de situa na frente da orelha e desce verticalmente, encontrado a incisão inicial - Elevam-se os retalhos cutâneos e se identifica o grande nervo auricular, em íntima relação com a carótida - O nervo facial é encontrado anteriormente à apófise mastoide - A partir de sua identificação e dissecção de seus ramos, se torna mais fácil a mobilização dos lobos superficial e profundo da glândula parótida SUBMAXILAR: - Via de acesso da ponta da mastoide ao mento, à altura do osso hióide - Permite dissecção segura da glândula e foi descrita como incisão de Sebileau - Com a separação dos retalhos, é feita identificação da veia jugular externa, artéria e veia facial, ramos mandibular do facial e canal de Warthon, permitindo a retirada de tumores dessa glândula salivar CISTOS BRANQUIAIS: - Intimamente relacionados com anomalias da 1ª,2º e 3º fendas braquiais - Seus acessos apresentam características especiais de acordo com suas localizações - Anomalias da 1ª fenda estão localizadas na região pré-auricular ou no terço médio da mandíbula. A via de acesso, nesse caso, é semelhante àquela para glândula parótida, e suas relações estão ligadas ao nervo facial e à própria glândula - As anomalias de 2ª e 3ª fendas estão localizadas na borda anterior do músculo NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 2 esternocleidomastoideo e relacionadas com carótida, nervos espinhal acessório e hipoglosso - A dissecção dessas anomalias deve ser feita cuidadosamente, por incisão transversa elíptica em escada ou em zetaplasia, até a fosseta de Rosenmuller, na faringe CISTOS TIREOGLOSSOS: - Localizados frequentemente ao longo do canal tireoglosso - Se situam na linha média cervical, na projeção do osso hióide e estão em íntima relação com o forâmen ceco (base da língua) - Para sua exploração, se realiza incisão transversa, dissecando-se o pedículo, seccionando-se um segmento do osso hióide e se alcançando a base da língua TIREOIDE E PARATIREOIDE: - Vias de acesso transversa em colar, 2 dedos acima da fúrcula esternal, descolando-se os retalhos, para cima até o osso hióide, e para baixo, até a fúrcula esternal - Esta dissecção é geralmente feita abaixo do platisma, porém pode ser feita acima desse plano - Abertura da linha média e identificação da tireoide e paratideoides, dependendo do caso - Cuidados específicos com os nervos laríngeo superior e inferior, relacionados com os pedículos tireoides - Em raras ocasiões é necessário associar esternotomia, no caso de bócios mediastínicos ou tumores das paratideoides localizados no mediastino - Em casos de dissecções radicais, como em algumas neoplasias malignas, pode ser feito um prolongamento superior na borda anterior do esternocleidomastoideo que permite dissecção de linfonodos - Vários tipos de incisões tem sido propostos para esta ampliação, como “duplo Y”, em “T”, lembrando sempre a importância do conhecimento anatômico dos triângulos cervicais (submentoniano, digástrico, carotídeo superior e carotídeo inferior, posterior, occipital e subclávio) - Biópsias para diagnóstico de adenomegalias podem ser feitas com acesso ao local da tumoração palpável ou biópsias de ángulo venoso ou pré-escalênico à esquerda, cuidando-se para não lesar o ducto linfático principal NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 3 LESÕES TRAUMÁTICAS CERVICAIS: - O pescoço é dividido em 3 áreas anatômicas: 1. Zona I da clavícula à cartilagem cricóide 2. Zona II da cartilagem cricoide ao ângulo da mandíbula 3. Zona III do ângulo da mandíbula à base do crânio - Essa divisão permite ao cirurgião avaliar a gravidade das lesões, pelo seu sítio anatômico - Zonas I e III constituem casos de maior complexidade, e a zona II parece de melhor resolução - Em caso de trauma, dependendo da localização, podemos usar incisão transversa com prolongamentos superiores laterais ou inferiores, com esternotomia ou cleidotomia, permitindo acesso a estruturas vasculares nobres VIAS DE ACESSO AO TÓRAX (TORACOTOMIA): - Compreende a ultrapassagem do gradil costoesternal, com penetração nas estruturas intratorácicas - A abertura do espaço pleural não pode ser incluída como toracotomia, por ser extrapleural - Todas as incisões em que não haja penetração na cavidade torácica seriam vias de acesso extratorácicas - As toracotomias com grandes secções musculares devem ser quando possível evitadas, por causarem transtornos dolorosos no pós- operatório TORACOTOMIA ANTERIOR: - Incisão básica, usada em urgência, normalmente 4º,5º ou 6º espaço intercostal, podendo ser prolongada de acordo com a necessidade em ântero-lateral, ântero-posterior ou mesmo transesternal - É mais estética - Permite bom acesso ao hilo pulmonar, com facilidade e em menor tempo - Causa menor transtorno funcional, porém não facilita bom acesso ao lobo inferior, especialmente à esquerda TORACOTOMIA LATERAL: - Pode ser dividida em ântero-lateral e póstero- lateral - A ântero-lateral facilita a lobectomia inferior e permite acesso às estruturas mediastinais. Pode ser um prolongamento da toracotomia anterior NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 4 - A póstero-lateral é a incisão usual para acesso à cavidade torácica, permitindo amplo trabalho em hemitórax escolhido e ao mediastino, do mesmo lado da incisão TORACOTOMIA POSTERIOR: - Permite acesso a cavidades residuais da tuberculose associadas a toracoplastias - Tem o inconveniente do posicionamento do paciente em decúbito ventral, mas com a vantagem de não permitir broncoaspiração de secreções infectadas no lado oposto ao operado - Atualmente com as sondas de duplo lumen (Carlen) está caindo em desuso - Pode ser dividida em paravertebral e interescápulovertebral - A paravertebral é usada em associação com laminectominas (para tumores neurológicos) - A interscápulovertebral é usada em empiemas e toracoplastias apicais TORACOTOMIA AXILAR: - Pode ser vertical ou transversal - Usada em cirurgia vídeo-assistida e doença bolhosa pulmonar do ápide - Causa menor intensidade de dor, pelo menor trauma - Pode ou não ser acompanhada de ressecção de arco costal - Pelo limite de exposição, não é indicada para procedimentos de grande porte ESTERNOTOMIA MEDIANA: - É uma incisão longitudinal que permite acesso às estruturas cardíacas e tumorais do mediastino, bem como a qualquer tipo de procedimento pulmonar bilateral, como bolhas pulmonares - Oferece dificuldade para segmentos posteriores do pulmão - Não é indicada de rotina nos pacientes com trauma não-estáveis, pela demora na abertura do esterno com serra de Gigli, circular oscilatória ou faca de Lebsche - Não deve ser prolongada para região cervical pela possibilidade posterior de traqueostomia, evitando assim a contaminação - Cuidados devem ser tomados com a hemostasia, sendo necessário o uso de cera de osso as vezes - Caso ocorram lesões pleurais durante as manobras cirúrgicas, verificar se a sutura com insuflação resolverá o problema ou haverá necessidade de drenagem do espaço pleural NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 5 PARAESTERNAL: - Pode ser vertical ou transversa - Usada para mediastinoscopia ou biópsias mediastinais - Geralmente no 2º e 3º espaços intercostais TORACOTOMIA COMBINADA COM PROLONGAMENTO TRANSESTERNAL OU POSTERIOR: - Principalmente em operações em regime de urgência, em que a incisão inicial é anterior e senecessita de um prolongamento transesternal para acesso ao lado oposto ou prolongamento posterior, para melhor visualização das estruturas comprometidas TORACOTOMIA COMBINADA COM ACESSO ABDOMINAL: - Permite exploração da cavidade abdominal e torácica juntas através de toraxofrenolaparotomia ou, inversamente, acesso ao tórax (mediastino) por via transiatal - Todos os procedimentos sobre o tórax exigem drenagem fechada em selo d1água VIAS DE ACESSO AO ABDOME: - A melhor via de acesso é que o cirurgião está mais familiarizado, porque o compromisso maior é com a vida e não com a estética - As incisões devem obedecer a princípios anatômicos, preservando, sempre que possível, a musculatura e a inervação, evitando ao máximo a sua secção LONGITUDINAIS: - As incisões medianas são usadas preferencialmente em explorações de urgência - São de rápido acesso e permitem uma visão ampla da cavidade - Cicatrização é mais demorada (cerca de 8 meses) e exige fechamento com fio não- absorvível - Podem ser supra ou infra-umbilicais - Quando prolongadas devem contornar o umbigo pela esquerda para não seccionar o ligamento redondo - As laparotomias pararretais externas devem ser evitadas pelo comprometimento da inervação muscular do reto abdominal; as transretais longitudinais sacrificam apenas parte da inervação desse músculo TRANSVERSAIS: - São limitadas quanto à visualização do campo operatório, mais sangrativas e exigem fechamento com vários planos de sutura - Podem ser limitadas ao quadrante superior, inferior ou médio do abdome, prolongadas lateralmente ou podem cruzar a linha média do abdome, permitindo melhor visualização das estruturas da cavidade abdominal - É a incisão preferida para crianças, por permitir melhor campo operatório, segurança no fechamento, apresentar menor índice de complicação pós-operatória e por oferecer resultado estético melhor OBLÍQUAS: - Procuram poupar a inervação abdominal quando acompanham trajetos nervosos - As principais são as de McBurney, Kocher, Clairmont, Druner, Leclerc, Auvert e as incisões para cirurgias de hérnias inguinais, paralelas à arcada crural ou na bissetriz da borda externa do músculo reto abdominal com a arcada crural NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 6 COMBINADAS: - Constituem prolongamento das incisões anteriores, com intuito de permitir melhor visualização do órgão a ser tratado - Incluem prolongamentos para o tórax, região lombar e lado oposto do abdome - As incisões de Davis e McBurney são usadas para apendicectomias sem periotonite generalizada - As incisões de Kocher e Clairmont são usadas para exploração de vias biliares em pacientes obesos com ângulo costo-esternal aberto e com incisões prévias em linha média ou pararretal - A incisão de Pribam corresponde à incisão de Kocher subcostal esquerda - As incisões de Pfannestiel, Kustner e Cherney são usadas para operações pélvidas - Incisões transversais pélvicas não devem ser usadas em casos de neoplasias que precisem de exploração ampla do abdome com linfadenectomias aórticas, omentectomias e biópsias subdiafragmáticas - Em casos de reintervenções em pacientes com várias operações anteriores, o acesso muitas vezes se torna difícil pelo risco de lesões viscerais, exigindo variantes nem sempre anatômicas ou fisiológicas e que frequentemente precisam do uso de prósteses para sua reconstituição CONSIDERAÇÕES FINAIS: - Não adianta a habilidade no momento da operação sem anti-sepsia, assepsia, instrumental adequado, conhecimento da anatomia e fisiologia do local de acesso - Ao se planejar para determinada operação deve- se escolher uma via de acesso que permite a atuação no órgão a ser operado e exploração e inventário da cavidade abdominal na maior amplitude possível - Uma via de acesso incorreta pode levar à imperícia e à imprudência, acarretando prejuízos para o paciente
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