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MANUAL PARA EXAME ANDROLÓGICO E AVALIAÇÃO DE SÊMEN ANIMAL - Cap 1

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MANUAL PARA EXAME ANDROLÓGICO E AVALIAÇÃO DE SÊMEN ANIMAL 
 
CAPÍTULO 1 
 
1. INTRODUÇÃO AO EXAME ANDROLÓGICO 
 
Fundamentos: A avaliação da aptidão reprodutiva de um macho destinado à reprodução fundamenta-se na 
observação da saúde geral, saúde genética e saúde do sistema genital, ou seja, na avaliação da potentia 
coeundi e potentia generandi. 
Indicações: Seleção e comercialização de reprodutores; avaliação do potencial reprodutivo pré e durante a 
estação de monta; diagnóstico de problemas de fertilidade; ocorrência da puberdade; preservação do sêmen 
in vitro; etc. 
 
 Identificação: Informações sobre o proprietário/ propriedade (nome, endereço, e-mail) e o animal 
(espécie, raça, nome, tatuagem, número de registro, data de nascimento, filiação). A inclusão de sinais 
externos que identifiquem o reprodutor, inclusive fotografia, é recomendável. 
 
 Anamnese ou história clínica: Dirigida de acordo com o motivo do exame e registrada no laudo. Deve 
contemplar dados relativos ao indivíduo, aos contemporâneos do rebanho, ao estabelecimento e ao 
manejo a que está submetido o animal na propriedade. Poderão ser questionados, entre outros: data da 
constatação das alterações; evolução do processo em curso; tratamentos executados e resposta clínica; 
situações sanitária e reprodutiva do rebanho ou grupo de animais; regime de atividade sexual (monta 
natural/ doador de sêmen); regime recente de ejaculação; índice de retorno ao cio; índice de prenhez; 
condições de manejo e alimentação; data e cláusulas contratuais da aquisição e procedência do 
reprodutor ou de sua comercialização. 
 
 Exame clínico geral: Inspeção, em estação e em movimento, com avaliação preliminar do sistema 
nervoso, respiratório, circulatório, digestivo e locomotor, com verificação da condição dos aprumos, das 
articulações e dos cascos, assim como da condição corporal (determinar escore de 1 a 5)*. Caso haja 
suspeita de alteração num dos sistemas, o exame clínico deverá ser aprofundado, utilizando-se outros 
procedimentos semiológicos mais específicos. Atenção especial deve ser dada à existência de defeitos 
genéticos como, por exemplo, prognatismo, microagnatismo, paresia espástica, determinadas hérnias e 
outros. 
*Pode ainda ser utilizado índice de massa corporal (IMC) que leva em conta as aferições da altura da 
cernelha (A), do comprimento esterno isquiático (CEI) em cm e do peso em kg. O IMC é calculado pela 
seguinte fórmula: 
 
 Exame especial dos órgãos reprodutivos: Utilizam-se a inspeção e a palpação, podendo ser 
complementado com o exame ultrassonográfico que é uma ferramenta que auxilia no diagnóstico e no 
prognóstico da afecção do reprodutor. Verificam-se no(s) órgão(s) a sua presença ou ausência, 
dimensões, consistência, simetria, mobilidade (quando aplicável) e sensibilidade de cada segmento, 
avaliando-se a compatibilidade dos achados com o que é esperado para a espécie em foco, com o 
desenvolvimento corporal e com a idade, registrando-se quaisquer alterações encontradas. 
 Escroto: O escroto e estruturas adjacentes, como túnicas e espaços entre túnicas, devem ser 
examinados com o animal em estação, na maioria das espécies. Devem ser consideradas, 
inicialmente, as condições da pele quanto à existência de lesões, maleabilidade, sensibilidade, 
espessura, temperatura e aderências. Qualquer alteração de forma, consistência e tamanho deve ser 
registrada. 
 Testículos: Para avaliação adequada os testículos deverão ser fixados, um ao lado do outro, 
levemente tracionados, procurando deixar o escroto distendido. Devem ser consideradas as 
seguintes características: 
• Presença: o reprodutor deve apresentar ambos os testículos no escroto (exceto as aves, entre 
outras); 
• Forma: oval, alongada, de acordo com a espécie; 
• Simetria: devem ser simétricos quanto ao tamanho e a forma. Quando assimétricos, a biometria 
deve ser realizada e registrada. Sugere-se que a diferença no volume não deve ser maior que 
10%; 
• Consistência: deve ser fibroelástica, com variações entre espécies caracterizando 
adequadamente as alterações flácidas a firmes. Alterações de consistência em áreas delimitadas 
do testículo devem ser registradas; 
• Mobilidade: quando deslocados por toque digital os testículos devem apresentar mobilidade 
dentro do escroto em todas as direções; 
• Sensibilidade: o reprodutor não deve apresentar sinais de dor ao toque ou à ligeira pressão sobre 
os testículos. A interpretação desse exame deve ser cuidadosa, pois é necessário diferenciar a 
sensibilidade dolorosa da simples reação do animal; 
• Temperatura: importante lembrar que, em condições fisiológicas, a Tº intratesticular é de 2 a 4ºC 
inferior a corporal (exceto aves, entre outras); 
• Posição: característica intrínseca de cada espécie. A posição dos testículos pode ser alterada pela 
existência de pregas escrotais ou encurtamentos dos cordões espermáticos. As rotações dos 
testículos podem ser simplesmente anatômicas quando são definidas como ectopias, sem 
maiores consequências clínicas. Transtornos no posicionamento (anterior ou posterior) devem 
ser considerados e objetos de investigação semiológica em decorrência da possibilidade de serem 
transtornos da diferenciação sexual (o quadro seminal sempre deve ser averiguado nestes casos). 
• Tamanho e biometria testiculares: a aferição do tamanho testicular pode ser considerada sob 
dois aspectos: diagnóstico de alterações e seleção de indivíduos de maior volume testicular. São 
aferidos o perímetro ou largura escrotal (dependendo da espécie). A largura é aferida na região 
mediana no ponto de maior diâmetro dos testículos. Medidas adicionais de comprimento 
(excluído o epidídimo), largura e espessura (altura) dos testículos podem complementar o laudo. 
Estas medidas podem ser realizadas com fita métrica ou com auxílio de paquímetro; a precisão 
de algumas medidas pode ser maior se for realizada por meio de US. 
O tamanho testicular pode ser afetado pela idade, raça, sistema de criação, peso corporal, 
processos inflamatórios, subnutrição, anormalidades de desenvolvimento adquiridos ou 
congênitos – hereditários ou não, entre outros. Importante lembrar que, nas espécies que sofrem 
influência estacional, o tamanho dos testículos pode variar conforme o fotoperíodo. O perímetro 
escrotal é uma das características reprodutivas de maior herdabilidade. 
 Epidídimos: constituídos de cabeça, corpo e cauda, estão ligados aos testículos pelo mesoepidídimo 
e pelo ligamento testicular próprio. De modo de geral as características a serem avaliadas nos 
epidídimos são as mesmas descritas para o exame testicular, resguardando os aspectos forma, 
tamanho e posição, característicos de cada espécie. 
Aumentos de volume do epidídimo, mudanças de consistência e simetria de cauda devem ser 
registrados. As cabeças dos epidídimos estão justapostas ao polo da gônada localizado próximo à 
inserção do funículo espermático, enquanto os corpos epididimários se estendem medialmente aos 
testículos e são de difícil palpação em virtude de sua pequena espessura. A cauda, localizada no polo 
oposto à cabeça do epidídimo, apresenta mobilidade variável. 
 Cordões espermáticos: o acesso aos cordões espermáticos é variável entre as espécies. Os cordões 
devem ser avaliados quanto a aumentos de volume, sensibilidade, torções, com especial atenção à 
integridade do plexo pampiniforme. 
Um aumento de volume nos cordões espermáticos pode indicar a existência de cistos, varicocele, 
hérnias ou processos inflamatórios. Um encurtamento afeta a posição testicular, assim como a 
incapacidade de retração e pode prejudicar a termorregulação testicular. Deve-se considerar a 
adequação do grau de distensão dos cordões espermáticos com a condição climática no momento 
do exame. 
 Glândulas sexuais acessórias: tamanho e forma diferentes dependendo da espécie, bem como 
algumas podem estar ausentes. 
• Ampolas: são simétricas, comconsistência tensoelástica e superfície lisa; 
• Glândulas vesiculares: apresentam no adulto tamanho variável - consistência mais flácida e 
tamanho menor nos jovens e mais firmes e maiores nos adultos. Geralmente são simétricas; 
qualquer assimetria deve ser considerada como achado clínco; 
• Próstata: apresenta uma porção determinada corpo e outra disseminada ao longo da região 
pélvica, exceto no cão que a possui bem proeminente. Apenas o corpo é palpável. Alterações 
clínicas são raras, com exceção na espécie canina; 
• Glândulas bulbouretrais: quando presentes localizam-se justapostas à porção mais caudal da 
uretra pélvica, podendo estar ausentes e ter tamanho variável entre espécies. Nem sempre 
são palpáveis via retal. 
*Fração gel: equino – vesícula seminal/ glând. vesicular | suíno – glând. bulbouretral. 
 Pênis: deve-se considerar a avaliação clínica do pênis em repouso (retraído) e exposto (após 
excitação sexual). Verificam-se compatibilidade de tamanho, mobilidade, mucosa, secreções e 
eventual presença de anormalidades. 
 Prepúcio: considera-se a situação da pele, da mucosa e do tecido subcutâneo quanto a aumentos de 
volume, temperatura, existência de ferimentos ou cicatrizes. O óstio prepucial deverá permitir a 
passagem livre do pênis. O tamanho e o formato apresentam características variáveis conforme a 
espécie. 
 
 Comportamento sexual: demanda bom conhecimento dos sinais expressos por cada espécie; é um 
recurso que deve ser utilizado pelo médico veterinário para verificar dificuldade ou incapacidade do 
animal de realizar a cópula, sem ou com evidências clínicas. Tal comportamento é influenciado por 
inúmeros fatores, tais como endócrinos, sociais, genéticos, estacionalidade, raça e idade dos animais. 
Uma avaliação preliminar pode ser feita por ocasião da coleta de sêmen com a vagina artificial. As 
avaliações da libido realizadas apenas durante as coletas de sêmen ou durante um número restrito de 
cópulas deve ser considerado com ressalva, pois podem não representar o verdadeiro potencial do 
reprodutor, principalmente após um período de descanso sexual ou uso excessivo. 
Fazem parte do cortejo sexual, na maioria das espécies, os seguintes comportamentos: demonstrar 
interesse ou atenção pela fêmea; aproximar-se frontalmente e fazer abordagem; cheirar diversas regiões 
do corpo; realizar o reflexo de flehmen e algumas tentativas de monta sem ereção. 
É importante ressaltar que existem particularidades no cortejo sexual nas diferentes espécies. 
 
 Coleta e avaliação seminal: os métodos de coleta de sêmen utilizados são: vagina artificial, 
eletroejaculação, massagem retal das glândulas vesiculares e ampolas dos condutos deferentes, coleta 
no fundo de saco vaginal e, ainda, mão enluvada* e massagem abdominal; a escolha do método depende 
da espécie e das circunstâncias de cada avaliação. O método de eleição para a maioria das espécies é o 
da vagina artificial, em animais previamente condicionados; a coleta pode ser realizada em manequim 
artificial ou fêmea no cio. *ppt em cães. 
 
Características do ejaculado 
 Volume: é expresso em mililitros (mL) e depende do método de coleta de sêmen, do regime de 
serviços, do tempo de excitação, entre outros; 
 Cor: variável de acordo com a espécie, podendo ser branco, marfim, acinzentado ou amarelo citrino. 
Pode apresentar variações conforme a presença de sangue, pus, urina, células epiteliais, sujidades, 
entre outras; 
 Odor: sui generes (semelhante à quiboa); 
 Aspecto/ aparência: depende fundamentalmente da concentração de espermatozoides e poderá ser 
classificada em cremosa (requeijão cremoso), leitosa (leite), serosa (água de coco) ou aquosa (água); 
 Turbilhonamento/ movimento de massa: é o movimento em forma de ondas observado em uma 
gota de sêmen puro. A intensidade do movimento é resultante da motilidade, do vigor e da 
concentração espermática. 
A avaliação do turbilhonamento é realizada colocando-se uma gota de sêmen sobre uma lâmina 
previamente aquecida a 37ºC. O movimento é observado em microscópio óptico ou de contraste de 
fase utilizando-se a objetiva de 10x (o que, com ocular de 10x, resultará em 100x). A interpretação é 
subjetiva e é expressa usando-se uma classificação de 0 (ausência de turbilhonamento) a 5 (valor 
máximo dado a um acentuado movimento de massa). 
Quando o ejaculado se encontra dentro dos limites fisiológicos, o turbilhonamento é observado 
somente nas espécies que apresentam maior concentração espermática, por exemplo, nos 
ruminantes (sêmen fresco). É afetado por fatores intrínsecos, como método de coleta, condições de 
preservação e temperatura da amostra. 
 Motilidade: representa o número de espermatozoides móveis, expressa em porcentagem. E uma 
avaliação subjetiva. Avaliações objetivas podem ser efetuadas por meio de análises 
computadorizadas. 
O exame é realizado em microscópio óptico de campo claro ou microscópio de contraste de fase, 
utilizando-se objetiva de 20 ou 40x (o que, com ocular de 10x, resultará em 200 ou 400x), sendo 
usada uma gota de sêmen entre lâmina e lamínula previamente aquecidas e mantidas a 37ºC. 
Devem-se observar as particularidades de cada espécie, por exemplo, nas aves, a avaliação deve ser 
realizada em temperatura ambiente. Nas espécies em que a concentração espermática é elevada, 
recomenda-se diluir o sêmen com extensores previamente aquecidos. 
 Vigor: representa a intensidade do movimento espermático. É classificado de 1 a 5, sendo: 
• Escore 1 = exclusivamente oscilatório; 
• Escore 2 = lento; 
• Escore 3 = intermediário; 
• Escore 4 = progressivo retilíneo rápido; 
• Escore 5 = progressivo retilíneo e muito rápido. 
 Concentração: representa o número de espermatozoides por mililitro (mm³) ou centímetro cúbico 
(cm³ = mL). 
O procedimento mais comum para se obter a concentração espermática consiste na contagem das 
células na câmara de Neubauer; pode-se utilizar ainda a espectrofotometria ou métodos 
computadorizados. Deverá constar no laudo o número total de espermatozoides por ejaculado, que 
é a resultante da concentração multiplicada pelo volume. A concentração sofre variações devido a 
fatores extrínsecos, como o método da coleta, a frequência da atividade sexual do reprodutor, o 
condicionamento e a fatores intrínsecos, como a idade, o tamanho e o estado de higidez testicular. 
Para a contagem na câmara de Neubauer o sêmen poderá ser diluído em solução de formal-salina, 
citrato de sódio formolado ou água destilada. A diluição utilizada depende da concentração dos 
espermatozoides no ejaculado. Pode variar entre espécies e ejaculados dentro da mesma espécie. 
Deverá ser tal que, na contagem em câmara de Neubauer, o número de espermatozoides em cada 
retículo não seja excessivo ou diluído demais, dificultando a sua contagem e aumentando a margem 
de erro. 
É necessária a perfeita homogeneização da amostra diluída antes de colher a alíquota. Preenche-se 
a câmara de Neubauer, após a montagem com a lamínula específica (hiperplana), depositando o 
líquido sob a lamínula até completar toda a superfície de um lado. Outra alíquota deve ser usada no 
lado oposto da câmara. Esta câmara deve permanecer em repouso horizontal (5 minutos) para que 
as células se sedimentem no fundo dela. 
Para a contagem utiliza-se um microscópio ou de contraste de fase com objetiva de 40, 100 ou 200x. 
os espermatozoides devem ser contados em cinco quadrados grandes, cada um composto de 16 
pequenos quadrados, em cada lado da câmara, totalizando 10 quadrados grandes. Uma diferença na 
contagem acima de 10% entre os dois retículos pode ser indicativa de preenchimento ou 
homogeneização inadequada. Caso o número de espermatozoides por quadrado seja muito baixo é 
indicado contar todos os quadrados de cada retículo e calcular a média para 10 quadrados. 
 
 
 
O valor encontrado expressará a concentração por mm³. Para obter a concentração por mL o 
resultadoobtido por mm³ deverá ser multiplicado por 1000. 
 
Características morfofisiológicas dos espermatozoides 
Poderão ser utilizados esfregaços corados em microscópio óptico ou preparação úmida, em microscópio de 
contraste de fase ou de interferência diferencial, associados ou não. O método de preparação úmida usando 
microscopia de interferência diferencial ou contraste de fase, pela ordem, é mais indicado que esfregaços 
corados por técnicas convencionais. Também pode-se utilizar métodos de coloração específicos para 
determinadas partes do espermatozoide, por exemplo: acrossoma (coloração de Karras, entre outras) e as 
sondas fluorescentes, quando indicadas como método complementar de avaliação, desde que sejam 
reconhecidas cientificamente. Deverá(ão) ser referenciada(s) no laudo a(s) técnica(s) utilizada(s) para 
avaliação da morfologia espermática. 
 
▪ Esfregaços corados 
Após a coleta do sêmen preparam-se dois ou três esfregaços bem delgados em lâminas limpas e previamente 
aquecidas a 37ºC. A gota de sêmen pode ser associada (ex. eosina-nigrosina) ou não ao corante. A 
metodologia para preparação do esfregaço é visualizada na imagem. O esfregaço deve ser imediatamente 
examinado ao microscópio (400x) para avaliar a distribuição das células na lâmina e deve ser identificado. 
Quando corado no laboratório podem ser utilizados diversos corantes. 
A lâmina corada é analisada sob imersão a um aumento de 1000x em microscópio óptico. Deverão ser 
contadas, no mínimo, 200 células e anotados os defeitos de forma e estrutura. 
 
 
 
▪ Preparação úmida 
Serão depositadas tantas gotas de sêmen quantas necessárias até obtenção de um aspecto leitoso em um 
frasco contendo solução de formol-salina tamponada (1 mL), previamente aquecido à temperatura de 37ºC. 
É aconselhável a preservação da amostra a 5ºC e ressuspensão periódica das células mediante agitação até 
o exame, minimizando, assim, a ocorrência de aglutinação espermática. 
A preparação úmida consiste na colocação de uma alíquota de sêmen diluído sobre lâmina cobrindo-a com 
uma lamínula. O excesso de líquido deverá ser retirado aplicando-se pressão suave sobre a lamínula 
recoberta com papel-filtro. A lâmina deve ser levada a um microscópio de contraste ou interferência 
diferencial de fase, com objetiva de 100x (o que, com a ocular 10x, resultará em 1000x), sob óleo de imersão. 
A morfologia espermática é avaliada em, pelo menos, 200 células, analisando-se os defeitos de forma e 
estrutura. 
As anormalidades da morfologia espermática podem ser classificadas em defeitos maiores ou menores, 
primárias ou secundárias ou, ainda, considerando-se o segmento espermático afetado (cabeça, peça 
intermediária e peça principal). 
 
 Exames complementares: utilizados a critério do técnico responsável. Dependendo da finalidade do 
exame andrológico poderá ser necessária a realização de exames microbiológicos do sêmen ou uretra, 
conforme a espécie. 
 
 Diagnóstico e conclusão: ao final dos exames e da análise dos resultados obtidos é necessário que se 
elabore um diagnóstico e o laudo deve ser conclusivo, refletindo o parecer técnico do médico veterinário 
sobre a condição reprodutiva naquele momento. Os reprodutores podem ser classificados em aptos, 
questionáveis ou inaptos para a reprodução. É importante lembrar que a classificação de um reprodutor 
nem sempre é permanente. 
Os reprodutores serão classificados como inaptos quando um ou mais exames caracterizarem condição 
indesejável irreversível. Os demais casos que não apresentarem as condições desejáveis do sistema 
genital, do comportamento sexual, da qualidade seminal e/ou da capacidade de executar a monta serão 
incluídos na categoria questionáveis; esta condição pode ser temporária ou permanente e deverá ser 
confirmada por meio de exames adicionais. Cabe mencionar que, para a maioria das espécies domésticas, 
a duração da espermatogênese mais o trânsito pelo epidídimo são de, aproximadamente, 60 dias. Este 
intervalo deve ser considerado para reavaliação do reprodutor até emissão de laudo conclusivo. 
Verificada a estabilidade do quadro, o reprodutor classificado como questionável poderá ser 
reclassificado como inapto. Quanto ao reprodutor classificado como inapto, deverá ser recomendado seu 
afastamento da reprodução. 
O nível de exigência para fins de utilização de um reprodutor poderá diferir dependendo da finalidade 
para a qual ele será utilizado, por exemplo, doador de sêmen para comercialização ou monta natural. 
 
 Validade do exame andrológico: dentro de padrões fisiológicos, os achados do exame andrológico 
expressam o potencial o potencial reprodutivo, ao término do exame. Qualquer prazo de validade 
estipulado será mera especulação sem fundamentação científica. 
Cabe a cada técnico ou instituição que requer laudo de avaliação andrológica estipular a validade do 
documento. Algumas exposições e feiras de comercialização de reprodutores têm aceitado o prazo de 60 
dias. 
 
 Parâmetros de avaliação andrológica por espécie e padrões para julgamento de sêmen de doadores: os 
padrões andrológicos são características intrínsecas de cada espécie. Diversos são os fatores que podem 
alterar cada parâmetro, sem, contudo, indicar alteração do quadro de higidez do ponto de vista do 
potencial reprodutivo. Caberá ao técnico a correta interpretação dos resultados para chegar a um 
diagnóstico e prognóstico correto. 
Para efeito de comercialização de sêmen deverão ser seguidas as normas publicadas pelo MAPA.

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