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DECISÕES JUDICIAIS

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Liliana Martins dos Santos 
Lorenah Repinoski
Naathany Eulalya Maier Cechetto
Wesley Batista Silva
10º DIAN – Estudos de Casos Jurídicos
1. Explique o princípio constitucional da motivação das decisões judiciais na aplicação da pena:
O Princípio da Obrigatoriedade da Motivação das Decisões Judiciais integra a Ordem Constitucional, e representa uma garantia para o cidadão contra julgamentos arbitrários, de acordo com o artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal, abaixo transcrito, estabelece que toda decisão judicial deve ser motivada, prescrevendo norma sancionadora, cominando pena de nulidade para as decisões desmotivadas.
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:
 IX- todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação.
De acordo com esse princípio, o juiz deve expor as razões de seu convencimento pautado em aspectos racionais. A decisão que emana do órgão julgador deve ser fundamentada, demonstrar a verdade fática e jurídica a partir de provas produzidas sob o crivo do contraditório. A motivação das decisões judiciais permite que as partes tomem ciência dos critérios utilizados permitindo eventual impugnação.
Porém, ao analisar a sentença, podemos concluir que o magistrado não aplicou este princípio ao fixar a pena, muito menos concedeu ao acusado o direito ao contraditório. Baseou-se apenas no depoimentos e afirmações dos policiais, tornando a decisão genérica, estando fora da realidade do processo. Deste modo, o acusado deparou-se com uma decisão em que o magistrado afirma ter decidido com base em um suposto “senso de justiça”, portanto, sem esclarecer as razões que o nortearam.
2. Explique os sistemas de valoração das provas no processo penal:
a) Sistema legal ou da prova tarifada: 
Era chamada de sistema legal de provas, exatamente porque o valor vinha previamente definido em lei, sem atentar para as especificidades de cada caso. A confissão era considerada uma prova absoluta, uma só testemunha não tinha valor etc., dando origem ao brocardo latino lestes unus, testes nulus. 
Resquícios da estrutura lógica modelo podem ser observados no sistema brasileiro, em que o art. 158 do CPP exige que a prova nas infrações que deixam vestígios deve ser feita por exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. É um exemplo de que a lógica do sistema legal de provas não foi completamente abandonada, na medida em que existem limitações no espaço de decisão do juiz a partir de critérios previamente definidos pelo legislador na lei. 
b) Sistema da íntima convicção:
Esse princípio surge como uma superação do modelo de prova tarifada ou tabelada. O juiz não precisa fundamentar sua decisão e, muito menos, obedecer a critérios de avaliação das provas. Para sair do positivismo do sistema anterior, caiu-se no excesso de discricionariedade e liberdade de julgamento, em que o juiz decide sem demonstrar os argumentos e elementos que amparam e legitimam a decisão.
Contudo, é adotado no Brasil, no art. 5º. Da Constituição Federal, até hoje, no Tribunal do Júri, onde os profanos com plena liberdade, sem qualquer critério probatório, e sem a necessidade de motivar ou fundamentar suas decisões. 
c) Sistema do livre convencimento motivado ou da persuasão racional:
É um importante princípio a sustentar a garantia da fundamentação das decisões judiciais, estando previsto no art. 157 do CPP.
Não existem limites e regras abstratas de valoração (como no sistema legal de provas), mas tampouco há a possibilidade de formar sua convicção sem fundamentá-la (como na íntima convicção). 
Ela se refere à não submissão do juiz a interesses políticos, econômicos ou mesmo à vontade da maioria. A legitimidade do juiz não decorre do consenso, tampouco da democracia formal, senão do aspecto substancial da democracia, que o legitima enquanto guardião da eficácia do sistema de garantias da Constituição na tutela do débil submetido ao processo. 
Assim, o livre convencimento é, na verdade, muito mais limitado do que livre. E assim deve sê-lo, pois se trata de poder e, no jogo democrático do processo, todo poder tende a ser abusivo. Por isso, necessita de controle.

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