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Vegetais Fermentados Chucrute ACADÊMICAS: TATIELLY COSTA E VANESSA KUNZ ORIENTADORA: ITANA INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA BAHIA ENGENHARIA DE ALIMENTOS Chucrute é o nome dado ao repolho azedo que é fermentado. Este pickle é um probiótico natural que fortalece o sistema imunológico, evitando gripes, infecções e problemas gastrointestinais. Fermentação Processo de geração de energia no qual ocorre a oxidação incompleta de substâncias orgânicas, em contraste à oxidação completa que ocorre na respiração celular. C6 H12 O6 + 6 O2 6 CO2 + 6 H2 O + Energia Todas as ligações covalentes entre os átomos de carbono serão rompidas para que haja liberação de energia e ligar-se-ão o máximo de átomos de oxigênio aos carbonos. Este processo não ocorre na fermentação, sendo assim, é um processo que gera menos energia que a respiração celular. E quando ocorre geralmente? Quais são os tipos de organismos quanto ao processo de fermentação? Normalmente, o processo ocorre associado às condições anaeróbias, em contrapartida, a respiração celular é um processo aeróbio. Anaeróbios facultativos: podem viver na presença ou ausência de oxigênio; Anaeróbios obrigatórios: só conseguem viver na ausência de oxigênio. Chucrute A fermentação láctica é um método de conservação de hortaliças que produz poucas alterações de seu valor nutritivo. Devido a seu alto teor de vitamina C, o repolho fermentado era utilizado na prevenção do escorbuto pelos navegantes e os habitantes de comarcas com invernos rigorosos. Originário da China e do Japão, o método se difundiu em outros países, onde sofreu várias adaptações. Estas possibilitaram a elaboração artesanal e industrial de produtos alimentícios como as azeitonas, o chucrute, os kimchis e os picles (pepino, cebola, milho etc.). Chucrute - salga O repolho é transformado em chucrute pelo processo de fermentação lática, sendo necessária a presença de uma concentração moderada de sal para reduzir o crescimento de micro-organismos deterioradores e favorecer o crescimento das bactérias láticas. Neste processo, emprega-se normalmente 2,5% de sal em relação ao peso da matéria prima. O repolho deve ser pressionado no recipiente onde estiver sendo salgado. Chucrute - fermentação Os principais micro-organismos que participam do processo são o Leuconostoc mesenteroides, o Lactobacillus brevis e o Lactobacillus plantarum, que são bactérias naturalmente presentes, embora não sejam os únicos micro-organismos, na microflora dos vegetais frescos. As condições existentes permitem um rápido crescimento dos micro-organismos com produção de gás inicial. Forma-se uma salmoura de suco de repolho misturada ao sal. A temperatura ideal para a fermentação é de 18 °C ou de 18 a 20 °C e deve ser realizado controle de ar, pois as bactérias láticas são microaerófilas. Ao fim da fermentação os tanques são vedados e posteriormente levados para serem enlatados. A fermentação láctica pode ser: Homolática – Neste tipo de fermentação láctica, o único produto obtido é o ácido láctico. As bactérias homoláticas conseguem extrair duas vezes mais energia que as bactérias heteroláticas; Heterolática – Neste tipo de fermentação láctica ocorre a formação de outros produtos para além do ácido láctico, como o dióxido de carbono ou o etanol. Fermentação Lática A fermentação láctica é um processo catabólico anaeróbio (não necessita de oxigênio) que visa degradar moléculas orgânicas para obtenção de energia química, este processo é realizado por bactérias lácticas e em situações de falta de oxigénio em células de músculos esqueléticos. A fermentação láctica, tal como a alcoólica realiza-se em duas fases: 1º Fase (fase comum): Glicólise Nesta fase, uma molécula de glicose C6H12O6, composta por 6 carbonos é desdobrada em duas moléculas de ácido pirúvico, composto por 3 carbonos C3H4O3. Para desencadear a reação são necessários duas moléculas de ATP (Adenosina trifosfato), após isto, a glicose é oxidada e duas moléculas NAD+ ficam reduzidas a NADH (algum hidrogénio sai da glicose para as moléculas transportadoras NAD+ existentes no citosol). Durante o processo são também sintetizadas 4 moléculas de ATP a partir de 4ADP + 4P, ficando com rendimento de 2ATP. C6H12O6 + 2ATP ----------> 2C3H4O3 + 2NADH + 4ATP 2º Fase - fermentação lática Após a Glicólise o ácido pirúvico é reduzido ao combinar-se com os hidrogénios transportados pelo NADH originando-se ácido láctico C3H6O3. Neste tipo de fermentação, não há libertação de dióxido de carbono, sendo o ácido pirúvico diretamente reduzido a ácido láctico. 2C3H4O3 + NADH ---------> 2C3H6O3 + NAD+ Cada molécula do ácido pirúvico é convertido em ácido lático, que também contém três átomos de carbono. Rendimento O rendimento desta reação catabólica é de apenas 2ATP (4ATP - produzidos na Glicólise; 2ATP necessários para iniciar a reação), pois o produto final, o ácido láctico, ainda é um molécula com muita energia química. A fermentação aproveita apenas 2% da energia potencial de uma molécula de glicose enquanto a respiração aeróbia, processo muito mais eficiente, aproveita 38% (rendimento 36ATP). Aplicação industrial da fermentação láctica Alguns alimentos podem se deteriorar pelo crescimento e ação de bactérias ácido-lácticas. No entanto, a importância deste grupo de microrganismos consiste em sua grande utilização na indústria alimentar. Muitos alimentos devem sua produção e suas características às atividades fermentativas dos microrganismos em questão. Queijos maturados, conservas, chucrute e linguiças fermentadas são alimentos que possuem uma vida de prateleira consideravelmente maior que a matéria-prima da qual eles foram feitos. Aplicação industrial da fermentação láctica Além de serem mais estáveis, todos os alimentos fermentados possuem aroma e sabor característicos que resultam direta ou indiretamente dos organismos fermentadores. Em alguns casos, o conteúdo de vitaminas dos alimentos cresce juntamente com o aumento da digestibilidade da sua matéria-prima. Nenhum outro grupo ou categoria de alimentos é tão importante ou tem sido tão relacionado ao bem estar nutricional em todo o mundo quanto os produtos fermentados. Bactérias lácticas Fermentativas Leuconostoc mesenteroides; Lactobacillus plantarum; Pediococcus acidilactici; Lactobacillus brevis. Bactérias lácticas Fermentativas Lactobacillus plantarum e Pediococcus acidilactici : Produzem grande quantidade de ácido, mais ligadas a salmoura; Lactobacillus brevis: Dá as hortaliças as características de produto fermentado. Bactérias lácticas Fermentativas Começa com bactérias coliformes, como Klebsiella pneumoniae, K. oxytoca e Enterobacter cloacae. O desdobramento dos açúcares extraído do suco vegetal produz ácidos e propicia o desenvolvimento de bactérias do gênero Leuconostoc (Leuconostoc mesenteroides). Leuconostoc mesenteroides Elas fazem fermentação heterolática, (além de ácido lático produzem outros compostos voláteis e um pouco de álcool, ao lado de muito gás carbônico); O CO2 substitui o ar que provê condições de anaerobiose, e estabiliza a vitamina C e a cor natural das hortaliças; Toleram as maiores concentrações de sal e de açúcar presentes no início da fermentação e se adaptam bem às variações de temperatura. Leuconostoc mesenteroides Produção de mais ácidos reduz mais o pH do suco e isso contribui para o desenvolvimento de outros tipos de bactérias láticas; A combinação de ácidos, álcool, ésteres e outros produtos do metabolismo da sabor e aroma desejáveis; Essa espécie converte o excesso de açúcar em dextrânio e manitol; O manitole o dextrânio liberam grupos aldeídos ou cetônicos, que podem se combinar com aminoácidos e iniciar o escurecimento do alimento Leuconostoc mesenteroides Valores para acidez de 1,0 a 1,2 % calculada em ácido lático podem ser obtidos pela atividade desta bactéria em hortaliças preparadas por salga seca; Dessa forma, é necessário favorecer o crescimento dessa bactéria, para assim ela propiciar condições adequadas as demais bactérias láticas; Isso é função combinada do efeito do sal- ácido, associado a condições de anaerobiose Lembrando... • Cuidados após a fermentação; Alterações da cor; Chucrute rosa; Chucrute escuro; Amolecimento; Sabores desagradáveis. Referência AQUARONE. Biotecnologia industrial, vol.4. São Paulo, Blucher, 2001. GAVA. Tecnologia de Alimentos: Princípios e aplicações. São Paulo: Nobel 2008. Obrigada!
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