Buscar

Proc Trab_Aula 1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Profª. MARIA INÊS GERARDO
profmariaines@hotmail.com
AULA 1
Comissão de Conciliação Prévia. Organização da Justiça do Trabalho. Competência material
I - COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA (art. 625-A, CLT) 
a) Atribuição: tentar CONCILIAR OS CONFLITOS INDIVIDUAIS existentes
- CCP visa conciliar os CONFLITOS INDIVIDUAIS (conflitos entre as pessoas), e não os coletivos.
 CONFLITO COLETIVO = aquele que envolve toda a categoria ou todos os empregados de determinada empresa. Então, quando se fala em conflito coletivo, os meios para solucioná-los são os ACORDOS e CONVENÇÕES COLETIVOS (meios de AUTO-composição) e SENTENÇA NORMATIVA (meio de HETERO-composição; é o ajuizamento do dissídio coletivo).
b) Podem ser INSTITUÍDAS PELAS EMPRESAS OU SINDICATOS 
- Instituída na EMPRESA = 1/2 indicada pelo empregador e a outra ½ eleita pelos empregados (mínimo de 2 e máximo de 10 membros)
- Instituída pelo SINDICATO = constituição e funcionamento definidas em convenção ou acordo coletivo 
 Os Sindicatos é que irão definir as regras de funcionamento e composição das CCP´s que por eles venham a ser criadas. E onde isso será definido? Nos acordos e convenções coletivos.
c) A submissão da demanda à CCP SUSPENDE A CONTAGEM DO PRAZO PRESCRICIONAL
- A submissão da demanda à CCP acarreta a SUSPENSÃO DO PRAZO PRESCRICIONAL (cessada a causa, o prazo continua de onde parou, NÃO SE COMPUTANDO O PRAZO EM QUE A DEMANDA FICOU SENDO APRECIADA PELA CCP). 
- Não confundir suspensão com interrupção (caso em que se reinicia a contagem)
d) FACULTATIVIDADE DE SUBMISSÃO DA DEMANDA À CCP
- Importante: Art. 625-D já foi muito controvertido mas atualmente, em virtude de uma decisão do STF, a controvérsia terminou.
Art. 625-D da CLT: “Qualquer demanda trabalhista será submetida à Comissão de Conciliação Prévia se, na localidade da prestação de serviços, houver sido instituída a Comissão no âmbito da empresa ou do sindicato da categoria.”
- O art. 625-A fala que “qq demanda será submetida” >> Sempre se questionou se a passagem pela CCP era obrigatória ou facultativa. Contudo, o STF, em medida cautelar (julgamento da ADI nºs: 2139-7 e 2160-5), conferiu interpretação ao art. 625-D, CLT conforme à Constituição (art. 5º, XXXV: Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição), entendendo ser FACULTATIVA a submissão da demanda à Comissão de Conciliação Prévia. O julgamento da cautelar se deu em 13/09/2009. Como a Lei 9868/99, em seu art. 11 §1º, diz que a medida cautelar proferida na ADIn é dotada de eficácia contra todos (erga omnes) e concedida com efeitos ex nunc (salvo se o Tribunal der eficácia retroativa), todos têm que seguir essa decisão do STF.
TRÂMITE EXTRAJUDICIAL
Partes firmaram ACORDO	 Será lavrado um TERMO DE CONCILIAÇÃO 
 		 (art. 625-E da CLT)
Art. 625-E, § único da CLT - o termo de conciliação é título executivo extrajudicial e terá eficácia liberatória geral, exceto quanto às parcelas expressamente ressalvadas. 
 
Acordo firmado na CCP não cumprido
Ação de execução (art. 876 da CLT).
- Ex: Acordo de 5.000,00 >> Empregador não pagou >> Empregado não pode cobrar esse valor da CCP (serve para conciliar e até porque ela não é dotada de poder coercitivo) >> É preciso ajuizar uma ação. Mas essa ação É UMA AÇÃO DE EXECUÇÃO, não é uma ação para buscar o reconhecimento daquele direito. É uma ação para COBRAR O VALOR QUE FOI FIRMADO NO TERMO DE CONCILIAÇÃO
Feito o acordo na CCP e não tendo o empregador pago o valor acordo, o empregado deverá ajuizar AÇÃO EXECUTIVA com base no TERMO DE CONCILIAÇÃO.
* Obs: Deve-se anexar cópia da tentativa de conciliação na CCP junto com a RT que ele irá propor.
* Atenção! Comum cair em prova! 
 Uma das atribuições do Sindicato é o papel de homologação que o Sindicato para o empregado com + de 1 ano de CTPS (isto é, o Sindicato tem o papel de prestar assistência na rescisão do CT – previsão no art. 477 §1º). A quitação do CT desse empregado só será válida se feita no (1) Sindicato da categoria ou no (2) órgão do MPT. É a chamada ASSISTÊNCIA NA RESCISÃO DO CONTRATO. 
Finalidade dessa assistência: Conferir se o empregador está efetuando o pagamento total das verbas rescisórias e presenciar o pagamento que está sendo realizado. Na prática, ocorre muito do empregado ser induzido em erro: ele é encaminhado para a CCP para a quitação do CT e ele vai achando que está indo para o Sindicato. Isso é complicado pois, se for dada quitação geral sem ressalva, nada mais poderá ser cobrado do J. Com isso, o que tem acontecido é que alguns julgados não têm dado a esse acordo na CCP a eficácia que a lei prevê: ou porque o empregado foi induzido a erro (erro = vício na manifestação da vontade) ou porque o próprio juiz presume que o empregado foi induzido a erro (presume a existência de fraude) ou, quando o empregado alega que foi coagido, seu advogado suscita uma nulidade.
Nesses casos, o juiz dá a eficácia de liberar somente os valores que estão ali estabelecidos, e não a quitação do CT que a lei diz.
Portanto, em uma prova objetiva:
Fez acordo sem ressalva na CCP >> Quitação do CT
Na prova discursiva, a resposta dependerá do lado que o aluno estiver defendendo:
Se ele estiver do lado do empregador, deverá dizer exatamente o que está na lei: fez o acordo sem ressalva, houve quitação do CT, nada mais podendo ser cobrado desse contrato.
Mas se ele estiver do lado do empregado, pode ser que a questão dê alguma informação para que ele conclua que a manifestação de vontade está viciada. Como o vício na manifestação de vontade causa nulidade do ato, postularemos para esse empregado a nulidade do acordo firmado na CCP e, consequentemente, o pagamento das verbas trabalhistas decorrentes daquele CT. A quitação só se deu sobre os valores que o empregado recebeu e não sobre todas as parcelas advindas daquele CT.
II - ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO (art. 111 e 112, CRFB/88) 
A organização Judiciária Trabalhista está prevista nos art. 111 a 116 da Constituição Federal, sendo composta hierarquicamente pelos seguintes órgãos:
 
 
 	Em cada instância da Justiça do Trabalho (acima demonstrado) será proferida uma sentença judicial ou acórdão (pelo respectivo órgão julgador) das provas efetuadas pelas partes no processo, que poderá ou não ser alvo de recurso para a instância superior, tanto por parte da empresa quanto por parte do empregado.
 O recurso é o ato em que a parte manifesta a intenção de ver novamente apreciada a causa, em geral por órgão diverso do anterior e hierarquicamente superior a este (princípio do duplo grau de jurisdição), com o objetivo de que a decisão proferida seja modificada a seu favor.
 As Varas do Trabalho (VT), antes conhecidas como Juntas de Conciliação e Julgamento (JCJ), são os órgãos de 1º grau ou 1ª instância da JT, onde normalmente se inicia o processo trabalhista.
 O julgador das VT são os juízes do trabalho. Nas localidades onde não houver VT ou que não sejam cobertas por Varas de Trabalho próximas, o juiz de direito local terá competência trabalhista, ou seja, poderá julgar os processos trabalhistas destas localidades.
 Os Tribunais Regionais do Trabalho fazem parte da 2ª instância e como o próprio nome diz, são divididos em regiões (Estados). Se um estado não tem TRT ele participará junto a outro estado.
 O TRT poderá ser acionado (por meio de recurso) sempre que a parte que tenha sentença desfavorável, não se conformar com a decisão proferida pela instância inferior.
 Conforme dispõe o art. 111 da CF e art. 644 da CLT, o Tribunal Superior do Trabalho (instância extraordinária) é o órgão de cúpula da Justiça do Trabalho e suas decisões abrangem todo o país. 
Das decisões do TST somente caberão recurso para o Supremo Tribunal Federal quando contrariarem matéria constitucional, o qual julgará em única e última instância o processo.
 Não havendo matéria constitucional a ser apreciada, o TST será a última instância para efeito de julgamento de matérias relacionadas aoDireito do Trabalho.
III - COMPETÊNCIA DOS JUÍZES DE DIREITO EM MATÉRIA TRABALHISTA
- A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito (art. 112 da CRFB/88 e art. 668 e 669 da CLT). 
- Das decisões proferidas pelos Juízes de Direito em matéria trabalhista cabe RECURSO ORDINÁRIO, no prazo de 8 dias, para o respectivo TRT daquela localidade.
Súmula 10, STJ: Instalada a Vara do Trabalho naquela localidade, cessa a competência do Juiz de Direito em matéria trabalhista, inclusive para a execução das sentenças por ele proferidas. Logo, todos os processos serão encaminhados para a Vara do instalada. 
1. COMPETÊNCIA MATERIAL (ratione materiae) – Art. 114 da CRFB/88
O art. 114 da Constituição Federal dispõe sobre a competência material da Justiça do Trabalho, estabelecendo que compete à Justiça do Trabalho processar e julgar, dentre outras ações, as seguintes:
 ações da relação de trabalho
ações do exercício do direito de greve
ações sobre representação sindical (entre sindicatos, sindicatos e trabalhadores e sindicatos e empregadores)
ações de indenização por dano moral ou patrimonial decorrentes da relação de trabalho
ações de penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos fiscalizadores (INSS, Receita Federal, Ministério do Trabalho e etc.)
 
I - AÇÕES ORIUNDAS DA RELAÇÃO DE TRABALHO, abrangidos os entes de direito público externo e da AP direta e indireta da UU, E, DF e M 
RELAÇÃO DE TRABALHO
Relação de emprego (art. 3º, CLT)
 Trab. Eventual
 Trab. Voluntário (Lei nº 9.608/98)
 Trab. Autônomo
 Representante Comercial Autônomo (Lei nº 4.886/65)
 Trab. Autônomo por intermédio da cooperativa (art. 442, p. único, CLT)
 Estagiário – Lei nº 11.788//08
 Avulso – Ex. Portuário – Lei nº 8.630/93
 Servidor Público Estatutário - regido pelo Dir. Administrativo
- ADI nº 3.395-6 – acolhido pedido liminar para interpretar o art. 114, I da CR/88 excluindo da competência da Justiça do Trabalho as causas instauradas entre o Poder Público e seus servidores, cuja vinculação é de ordem estatutária ou caráter jurídico-administrativo
 Dessa forma, são COMPETENTES:
a) A JUSTIÇA FEDERAL: no caso de SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS
b) A JUSTIÇA ESTADUAL: no caso de SERVIDORES PÚBLICOS ESTADUAIS ou MUNICIPAIS
 Atenção!
Nos casos de CONTRATAÇÃO POR TEMPO DETERMINADO PARA ATENDER NECESSIDADE TEMPORÁRIA DE EXCEPCIONAL INTERESSE PÚBLICO (art. 37, IX, CF), O TST cancelou a sua OJ 205, SDI-I, que advogava a tese da competência da JT nos casos de desvirtuamento da mencionada contratação (falsos temporários) >> Hoje, a competência para processar e julgar essas ações é da JUSTIÇA COMUM
 JT tem competência para processar e julgar AÇÃO DE COBRANÇA DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS?
 Não. Súmula 363, STJ: “Compete à Justiça estadual processar e julgar a ação de cobrança ajuizada por profissional liberal contra cliente”
 Na relação empregado/ente de direito público externo, 2 pontos devem ser destacados:
a) IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO: NÃO gozam de privilégio diplomático em processo trabalhista, por se tratar de ATO DE GESTÃO e não ato de império, sendo a JT competente.
b) IMUNIDADE DE EXECUÇÃO: Gozam dessa prerrogativa institucional, por questões de soberania. A solução seriam os apelos diplomáticos e as cartas rogatórias.
 Em 2 hipóteses é possível a PENHORA DE BENS DO ENTE DE DIREITO PÚBLICO EXTERNO:
1) RENÚNCIA por parte do Estado Estrangeiro à prerrogativa da intangibilidade dos seus próprios bens
2) Existência, em território brasileiro, de bens que, embora pertencentes ao ente externo, NÃO TENHAM QQ VINCULAÇÃO COM AS FINALIDADES ESSENCIAIS INERENTES ÀS LEGAÇÕES DIPLOMÁTICAS ou REPRESENTAÇÕES CONSULARES mantidas no Brasil.
II - Ações que envolvam o exercício do direito de greve
- SV nº 23, STF: “A Justiça do Trabalho é competente para julgar ação possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada”.
- Greve de empregado >> Competência da Justiça do Trabalho, inclusive se for necessário o ajuizamento de ação possessória
 Quais as ações possessórias? Manutenção da posse (quando há turbação), reintegração de posse (quando há esbulho) e interdito proibitório (quando há ameaça de turbação ou de esbulho)
 Greve dos bancários >> Muitas vezes, os grevistas excedem no movimento grevista >> Alguns Bancos, tentando preservar sua propriedade e garantir o acesso dos clientes e dos bancários que não aderiram ao movimento grevista aos estabelecimentos bancários, ajuízam uma ação de INTERDITO PROIBITÓRIO requerendo ao Juiz assegure a posse que está sendo ameaçada de turbação ou esbulho iminente e comine ao Sindicato Profissional que seja aplicada uma pena pecuniária caso eles não permitam o acesso de qualquer pessoa aos estabelecimentos bancários.
 AÇÃO DE INTERDITO PROIBITÓRIO = É uma AÇÃO POSSESSÓRIA PREVENTIVA porque visa à manutenção da posse e é cabível quando há turbação na posse.
 Muitas vezes, o aluno, quando se fala em ação possessória, lembra somente da ação de reintegração de posse no esbulho, esquecendo que o interdito proibitório também é uma ação possessória
III - Ações sobre REPRESENTAÇÃO SINDICAL, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores e entre sindicatos e empregadores
- Antes da EC45, tais ações eram da competência da Justiça Comum Estadual. Hj, são da competência da JT.
- “Sindicatos”: Interpretação ampliativa, abrangendo FEDERAÇÕES, CONFEDERAÇÕES e CENTRAIS SINDICAIS
- Cuidado porque ainda existem Súmulas do STJ que estabelecem que tais ações são da competência da Justiça Comum Estadual (os Tribunais não atualizaram sua jurisprudência). O TST, normalmente, quando há alguma mudança, cancela suas Súmulas. Contudo, o STJ e o STF têm demorado muito para cancelar as Súmulas desatualizadas concernentes ao Direito do Trabalho.
- Ex: Questão envolvendo 2 sindicatos brigando por representação da categoria; ação entre Sindicatos de empregados e patronal; ação entre Sindicato e trabalhadores; ação entre Sindicato e empregadores; ação relativa à eleição de dirigente sindical e aos seus respectivos direitos; ação envolvendo contribuição sindical, confederativa, assistencial e mensalidade sindical (v. Súm. 666, STF)
- Importante observar que o Sindicato deve ser de TRABALHADORES! A JT não tem nada a ver com Sindicato do Servidor Público Estatutário.
IV - Mandado de Segurança, Habeas Corpus, Habeas Data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita a sua jurisdição (matéria trabalhista).
1. IMPETRAÇÃO DE HC
- A competência da JT para matéria criminal restringe-se ao HABEAS CORPUS (inclusive há uma ADIn que fala exatamente sobre essa incompetência). 
- Ex: Se o Juiz do Trabalho mandar prender, a competência para julgar o HC será da JT. Quando é que o Juiz do Trabalho pode mandar prender? Na audiência, em razão do exercício do seu poder de polícia (por ex, uma das partes tumultua a audiência, testemunha que profere falso testemunho). 
- Outro exemplo: Restrição da liberdade de locomoção do empregado / trabalhador por parte do empregador / tomador de serviço, como nos casos de servidão por dívida e movimento grevista.
- Antigamente, ocorria muito do Juiz do Trabalho mandar prender o depositário infiel (sujeito que, na execução, foi nomeado depositário dos bens) >> Só que atualmente isso não é mais possível, haja vista haver Súmula Vinculante estabelecer que não é mais possível a prisão do depositário infiel.
- Já caiu na OAB: Qual é o órgão do Judiciário que tem competência para julgar os CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO? 
 A Justiça Federal é que tem competência material (isso está expresso no art. 109, CF). Claro que não é Justiça do Trabalho porque esta não julga crimes, ainda que este tenha sido cometido contra a organização do trabalho. 
2. IMPETRAÇÃO DE MS perante a VARA DO TRABALHO (1º grau de jurisdição) >> será uma ação da competência originária do Tribunal:
(a) Para IMPUGNAR ATO JUDICIAL IRRECORRÍVEL, do qual não caibarecurso (decisões interlocutórias). 
 Lembre-se que nós temos, na JT, o PRINCÍPIO DA IRRECORRIBILIDADE IMEDIATA DAS DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS: 
Regra geral na JT: As decisões interlocutórias são irrecorríveis. 
Exceções: 
Para impugnar uma decisão interlocutória impetra-se MS quando na lesão de direito líquido e certo da parte: Nesse caso, (diferente da situação já vista, em que impetra-se MS no TRT a fim de impugnar ato de Juiz) 
Para impugnar uma multa (mais tarde veremos em detalhes): Nesse caso, o MS será apreciado na VARA 
(b) Para questionar a ILEGALIDADE ou ABUSO DE PODER de atos de autoridades judiciárias trabalhistas (atos de AUDITOR FISCAL DO TRABALHO, DELEGADO DO TRABALHO, PROCURADOR DO TRABALHO, OFICIAL DE CARTÓRIO, etc)
 Ex: Se um AUDITOR FISCAL DO TRABALHO interdita ou embarga um estabelecimento por motivo concernente à relação de trabalho, por meio de um ato eivado de ilegalidade ou abuso de poder, exsurge a possibilidade de impetração de MS na JT, de competência funcional da VT.
 Ex: Se um PROCURADOR DO TRABALHO, no curso de um INQUÉRITO CIVIL PÚBLICO, pratica um ato viciado de ilegalidade ou abuso de poder, surge a possibilidade de impetração de MS na VT
 Ex: Se um OFICIAL DE CARTÓRIO NEGA REGISTRO a um SINDICATO com ilegalidade ou abuso de poder, há a viabilidade jurídica de se aviar o MS
3. IMPETRAÇÃO DE HC
	Os doutrinadores justrabalhistas têm sustentado a possibilidade de impetração desse remédio constitucional para permitir ao trabalhador, empregado, tomador de serviços ou empregador o CONHECIMENTO DE INFORMAÇÕES ou a RETIFICAÇÃO DE DADOS, constantes de registros ou bancos de dados de ENTIDADES GOVERNAMENTAIS ou de CARÁTER PÚBLICO (por ex, Ministério do Trabalho e Emprego). O empregador poderia impetrar HD na JT para OBTER ou RETIFICAR INFORMAÇÕES CONSTANTES NA “LISTA DE MAUS EMPREGADORES” do TEM, formada por tomadores de serviços que possuem trabalho em condições análogas à de escravo.
 JT tem competência para processar e julgar AÇÕES PENAIS?
 Não, nem mesmo nos CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO (por ex, trabalho escravo), bem como nos casos de CRIMES PRATICADOS CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JT (por ex, crime de falso testemunho). ADI 3.684, STF (“o pedido de HC pode ser usado “contra atos ou omissões praticados no curso de processos de qq natureza” e não apenas em ações penais. Se fosse a intenção da CF outorgar à JT competência criminal, não seria preciso prever, textualmente, competência para apreciar habeas”)
V - CONFLITOS DE COMPETÊNCIA entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, “o” da CRFB/88.
- Art. 805, CLT: O CONFLITO DE COMPETÊNCIA pode ser SUSCITADO pelos (1) JUÍZES e TRIBUNAIS DO TRABALHO, pelo MPT ou pela PARTE INTERESSADA.
- Art. 806: “É vedado à parte interessada suscitar conflitos de jurisdição quando já houver oposto na causa exceção de incompetência” >> Isto é, não pode suscitar conflito a PARTE que, no processo, OFERECEU EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA >> Contudo, O CONFLITO DE COMPETÊNCIA NÃO OBSTA QUE A PARTE QUE NÃO O SUSCITOU OFEREÇA EXCEÇÃO DECLINATÓRIA DE FORO.
- Dica: 
Se, no conflito, estiverem envolvidos apenas ÓRGÃOS COM JURISDIÇÃO TRABALHISTA (Juiz do Trabalho – TRT – TST), a competência para julgá-lo será da JT. 
Se for parte no conflito algum TRIBUNAL SUPERIOR, a competência para julgá-lo será do STF
Se o conflito envolver ÓRGÃOS SUBMETIDOS A TRIBUNAIS DIFERENTES (por exemplo, Juiz do Trabalho x Juiz Federal), a competência será do STJ 
	CONFLITO DE COMPETÊNCIA ENTRE
	SOLUCIONADO POR
	- VT´s da mesma região
	- TRT (art. 808,a)
	- TRT´s
	- TST (art. 808, b)
	- VT´s de regiões diversas
	
	- TRT e VT a ele não vinculada
	
	- TRT e TJ
	- STJ (art. 105, I, d, CF)
	- TRT e TRF
	
	- Juiz do Trabalho e JD não investido de jurisdição trabalhista (juiz estadual ou federal)
	
	- Juiz do Trabalho e TJ
	
	- Juiz do Trabalho e TRF
	
	- Juiz Estadual e TRT
	
	- Juiz Federal e TRT
	
	- TST e qq tribunal superior
	- STF (art. 102, I, o, CF)
* Súmula 420, TST: “Não se configura conflito de competência entre Tribunal Regional do Trabalho e Vara do Trabalho a ele vinculada” >> Por tratar-se de competência funcional ou hierárquica
VI - AÇÕES DE INDENIZAÇÃO por danos morais ou patrimoniais decorrentes da relação de trabalho
 Ex: Empregador que chama empregado de “burro”
 SV nº 22, STF: “A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de ACIDENTE DE TRABALHO propostas por empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não possuírem sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda Constitucional n. 45/04”
 Ex: Empregado que ficou com seqüelas decorrentes de acidente de trabalho >> Ajuizou ação postulando indenização por danos morais, danos estéticos (ficou com rosto desfigurado), danos patrimoniais (porque precisa de prótese, tratamento médico), além de pensão vitalícia porque não podia mais trabalhar >> O empregado levou tudo o que ele pediu porque foi comprovada a culpa do empregador >> Imagine uma ação dessas na Justiça Comum Estadual: o Juiz de Direito dificilmente saberia quais as obrigações do empregador para que ele pudesse auferir a sua responsabilidade por esse fato. É muito difícil.
 Súmula 392, TST: “Nos termos do art. 114 da CF/1988, a Justiça do Trabalho é competente para dirimir controvérsias referentes à indenização por dano moral, quando decorrente da relação de trabalho”
 Antes mesmo da SV nº 22, o STF já havia sinalizado esse entendimento na seguinte Súmula:
 S. 736, STF: Compete à Justiça do Trabalho julgar as ações que tenham como causa de pedir o descumprimento de normas trabalhistas relativas à segurança, higiene e saúde dos trabalhadores
Reflete exatamente o exemplo dado: descumprimento do empregador das normas de segurança e saúde do trabalho (não forneceu os EPI´s).
 A JT é competente para as ações de indenização por danos morais e materiais quando ela é proposta pelo empregado ou pela viúva(o) e dependentes em face do empregador.
 Ex: Acidente de trabalho que culminou na morte do empregado >> Viúva e filhos ajuizaram a ação >> Em nada muda a análise pelo Juiz pois ele terá que analisar a culpa do empregador (a causa de pedir é a mesma: descumprimento das normas de segurança e medicina do Trabalho pelo empregador – então não importa se ação é proposta pelo empregado ou pela viúva / dependentes).
 IMPORTANTE!!!
1) Nas AÇÕES ACIDENTÁRIAS (lides previdenciárias – auxílio-doença acidentário) derivadas de acidente de trabalho promovidas pelo trabalhador segurado em face da seguradora INSS, será competente a JUSTIÇA COMUM ESTADUAL (art. 109, I, CF; art. 643 §²º, CLT e Súm. 235 e 501, STF e Súm. 15, STJ). 
 Portanto, embora o INSS seja uma autarquia federal e as ações envolvendo autarquias federais sejam, em regra, da competência da Justiça Federal, se a hipótese for de acidente de trabalho, a competência não será da Justiça Federal, será da Justiça Comum Estadual (competência residual).
 A JUSTIÇA FEDERAL NÃO TEM COMPETÊNCIA PARA JULGAR AS CAUSAS ENVOLVENDO ACIDENTES DE TRABALHO (o art. 109, CF exclui as ações de acidente de trabalho da sua competência). 
Esta ação em face do INSS pode ser ajuizada tanto pelo empregado como pela viúva / dependentes mas ela NÃO pode ser proposta em face do empregador. Nessa hipótese, propõe-se a ação na condição de SEGURADO (o empregado é segurado obrigatório da Previdência Social, então no decorrer do seu trabalho, o empregador desconta do seu salário uma parcela a título de Previdência Social).
Pode ser que o empregado tenha um litígio contra o INSS em virtude do acidente de trabalho porque a empresa tem que recolher uma contribuição em razão do acidente de trabalho, as empresas precisam pagar o seguro obrigatório justamente para essas indenizações de acidente de trabalho pagas pela Previdência Social. Isso quer dizer o empregado que sofre acidente de trabalho pode receber uma indenização que é paga pela Previdência(postulada para pleitear que o INSS pague a indenização devida) e também uma indenização que é paga pelo empregador (esta é postulada quando, no acidente, houve culpa do empregador >> aferição da responsabilidade e culpa do empregador).
2) Na hipótese de empregado falecer vítima de acidente de trabalho, a respectiva ação de indenização por danos materiais e morais será ajuizada pela viúva ou filho. Qual a justiça competente para julgar e processar essa ação? Será a JUSTIÇA DO TRABALHO. Entendimento ratificado com o cancelamento da Súm. 366, STJ (que atribuía essa competência à Justiça estadual).
VII – As ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho
 “Órgãos de fiscalização das relações de trabalho” = são do Ministério do Trabalho e Emprego (TEM)
 É a hipótese da empresa não ter cumprido as obrigações trabalhistas (por ex, não assinou as CTPS´s dos empregados) >> O Auditor Fiscal vai multar a empresa >> Se a empresa é autuada:
1) Ou ela PAGA a multa 
2) Ou ela NÃO PAGA >> Não pagando, a dívida se transforma em certidão da dívida ativa (= título executivo extrajudicial) >> A Fazenda Pública iniciará uma AÇÃO EXECUTIVA NA JT para cobrar o valor previsto na multa. Art. 585, V, CPC fala que multa não paga é um título executivo extrajudicial. 
Se, por exemplo, a empresa foi autuada mas não pagou a multa porque não concorda com o valor (entende que houve equívoco do Auditor Fiscal), de que forma ela vai discutir essa dívida? 
1) Ajuizando uma demanda na Justiça do Trabalho ou 
2) Usando os meios administrativos. 
A prova da OAB perguntava qual era a medida judicial cabível. Qual é a medida judicial para impugnar uma multa? 
Se a hipótese violar direito líquido e certo e parte tiver prova pré-constituída da ilegalidade, a parte poderá impetrar MS, que começará na VARA (diferente da situação já vista, em que impetra-se MS no TRT a fim de impugnar ato de Juiz)
VIII - A execução de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir
 “Contribuições sociais” = contribuições previdenciárias
 “sentenças que proferir” = SENTENÇAS CONDENATÓRIAS ou HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO (OJ 368, SDI-I) 
 Art. 832, §3º da CLT – “As decisões cognitivas ou homologatórias deverão sempre indicar a natureza jurídica das parcelas constantes da condenação ou do acordo homologado, inclusive o limite de responsabilidade de cada parte pelo recolhimento da contribuição previdenciárias, se for o caso.”
 Seja quando o juiz sentencia, seja quando as partes homologam um acordo, é preciso que ali nós tenhamos a indicação da natureza jurídica dessas parcelas. E a lei prevê que o Juiz do Trabalho é competente para executar de ofício essas contribuições previdenciárias. Como assim? Por exemplo, se o empregador, embora condenado a pagar horas extras ao empregado e, também, a fazer o recolhimento previdenciário sobre essas parcelas, não o faz, ele será executado de ofício.
 
IX - Outras controvérsias decorrentes das relações de trabalho, na forma da lei.
 Se a relação de trabalho for relação de consumo, a competência não é da JT. SÓ SERÁ COMPETÊNCIA DA JT, SE A LEI ASSIM DISPUSER.
 Relação de consumo (art. 2º, Lei nº 8.078/90) – Consumidor é toda pessoa física que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final 
 Súmula nº 363, STJ: “Compete à Justiça estadual processar e julgar a AÇÃO DE COBRANÇA AJUIZADA POR PROFISSIONAL LIBERAL CONTRA O CLIENTE”
 Ex: Advogado firma com seu cliente um contrato de honorários >> Se o cliente não paga, o advogado vai ajuizar ação de cobrança na Justiça Comum pois trata-se de uma relação de consumo, onde o cliente é o destinatário final (o cliente contratou o serviço para ele)
 Qual o órgão do Judiciário competente para o JULGAMENTO DOS DISSÍDIOS RESULTANTES DE CONTRATOS DE EMPREITADA em que o empreiteiro seja operário ou artífice? 
Ex: Contrato um pedreiro para fazer um serviço na minha casa >> O pedreiro não executa o serviço adequadamente >> Onde vou ajuizar ação contra ele? Na JT >> Mas não é uma relação de consumo? É uma relação de consumo mas aqui há uma lei dizendo que a competência é da JUSTIÇA DO TRABALHO (art. 652, a, III, CLT c/c art. 114, IX, CF) >> Nesse caso, o juiz julgará aplicando o Direito Civil e não o Direito do Trabalho (a solução será muito + célere) >> A competência também seria da JT se, por exemplo, o pedreiro não tivesse sido remunerado como acordado.
* Se fosse o caso do pedreiro ajuizar ação para reconhecimento de vínculo empregatício, indiscutível que a competência seria da JT nesse caso. Aqui, questionam-se outras hipóteses. 
* Esta questão só se aplica na hipótese de ser contratada uma PESSOA FÍSICA (pessoa jurídica está fora) para prestar o serviço.
* Em suma:
Se a relação é de consumo, a competência será da JUSTIÇA COMUM ESTADUAL
Se o dissídio resultar de contrato de empreitada em que o empreiteiro seja operário ou artífice, em que pese a relação ser de CONSUMO, a competência será da JUSTIÇA DO TRABALHO.

Outros materiais