Buscar

Anamnese e relação médico-paciente

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

@_leticiaalbuquerq 
 
 
 
 
 
 
 
O exame clínico engloba a anamnese e o 
exame físico, os quais compreendem partes 
que se completam reciprocamente. 
A anamnese inclui os seguintes elementos: 
■ Identificação 
■ Queixa principal 
■ História da doença atual 
■ Interrogatório sintomatológico 
■ Antecedentes pessoais e familiares 
■ Hábitos de vida 
■ Condições socioeconômicas e culturais. 
O exame físico, por sua vez, pode ser 
subdividido em: 
■ Exame físico geral 
■ Exame dos órgãos ou sistemas. 
SIGNIFICADO DE ANAMNESE: Anamnese (do 
grego aná –trazer de novo + mnesis –
memória) significa trazer de volta à mente 
todos os fatos relacionados com a doença e 
o paciente. Consiste em um registro de 
dados obtidos numa conversa inicial com 
paciente. 
 
 
 
 
 
 
De início, deve-se ressaltar que a anamnese 
é a parte mais importante da medicina: 
primeiro, porque é o núcleo em torno do qual 
se desenvolve a relação médico-paciente, 
que, por sua vez, é o principal pilar do 
trabalho do médico; segundo, porque é cada 
vez mais evidente que o progresso 
tecnológico somente é bem utilizado se o 
lado humano da medicina é preservado. 
Conclui-se, portanto, que cabe à anamnese 
uma posição ímpar, insubstituível, na prática 
médica. 
A anamnese, se bem-feita, culmina em 
decisões diagnósticas e terapêuticas 
corretas; se malfeita, em contrapartida, 
desencadeia uma série de consequências 
negativas, as quais não podem ser 
compensadas com a realização de exames 
complementares, por mais sofisticados que 
sejam. 
A ilusão de que o progresso tecnológico 
eliminaria a entrevista e transformaria a 
medicina em uma ciência “quase” exata caiu 
por terra. Já se pode afirmar que uma das 
principais causas da perda de qualidade do 
trabalho médico é justamente a redução do 
tempo dedicado à anamnese. Até o 
aproveitamento racional das avançadas 
técnicas depende cada vez mais da 
ASPECTOS GERAIS 
 @_leticiaalbuquerq 
entrevista. A realização de muitos exames 
complementares não resolve o problema; 
pelo contrário, agrava-o ao aumentar os 
custos, sem crescimento paralelo da 
eficiência. Escolher o(s) exame(s) 
adequado(s), entre tantos disponíveis, é 
fruto de um raciocínio crítico apoiado quase 
inteiramente na anamnese. 
Em essência, a anamnese é uma entrevista, 
e o instrumento de que nos valemos é a 
palavra falada. É óbvio que, em situações 
especiais (pacientes surdos ou pacientes 
com dificuldades de sonorização), dados da 
anamnese podem ser obtidos por meio da 
Linguagem Brasileira de Sinais (Libras), da 
palavra escrita ou mediante tradutor 
(acompanhante e/ou cuidador que 
compreenda a comunicação do paciente). 
• Reconstituição dos fatos e dos 
acontecimentos direta ou 
indiretamente relacionados com 
uma situação anormal da vida do 
paciente; 
• Melhor instrumento para fazer a 
triagem e analisar os sintomas e 
reconhecer os problemas de saúde 
do paciente; 
As metas primárias de uma anamnese 
são escutar e aumentar o bem-estar do 
paciente por meio de um relacionamento de 
confiança e suporte. (BATES-
PROPEDÊUTICA MÉDICA) 
Possibilidades e objetivos da anamnese 
• Estabelecer condições para uma 
adequada relação médico-paciente; 
• Conhecer, por meio da identificação, 
os determinantes epidemiológicos 
que influenciam o processo saúde-
doença de cada paciente 
• Fazer a história clínica, registrando, 
detalhada e cronologicamente, o(s) 
problema(s) de saúde do paciente 
• Registrar e desenvolver práticas de 
promoção da saúde 
• Avaliar o estado de saúde passado e 
presente do paciente, conhecendo 
os fatores pessoais, familiares e 
ambientais que influenciam seu 
processo saúde-doença 
• Conhecer os hábitos de vida do 
paciente, bem como suas condições 
socioeconômicas e culturais 
• Avaliar, de maneira clara, os 
sintomas de cada sistema corporal. 
Isso significa que uma boa anamnese é o que 
se retém do relato feito pelo paciente ou do 
diálogo, no caso do paciente expert, depois 
de ter passado por uma análise crítica, com 
o intuito de estabelecer o significado das 
expressões usadas e a coerência das 
correlações estabelecidas. Há de se ter 
cuidado com as interpretações que os 
pacientes fazem de seus sintomas e dos 
tratamentos. 
A anamnese é considerada a parte mais 
difícil do método clinico, porém é a mais 
importante. 
Para fazer uma entrevista de boa qualidade, 
antes de tudo o médico deve estar 
interessado no que o paciente tem a 
dizer. Ao mesmo tempo, é necessário 
demonstrar compreensão e desejo de ser 
 @_leticiaalbuquerq 
útil àquela pessoa, com a qual assume um 
compromisso tácito que não tem similar em 
nenhuma outra relação inter-humana. 
➢ A pressa é o defeito de técnica mais 
grosseiro que se pode cometer 
durante a obtenção da história, pois 
este erro pode ter graves 
consequências no atendimento ao 
paciente; 
➢ A anamnese ainda é, na maioria dos 
pacientes, o fator isolado mais 
importante para se chegar a um 
diagnóstico, mas o valor prático da 
história clínica não se restringe à 
elaboração do diagnóstico, que deve 
ser uma meta fundamental do 
médico. 
 
 
A anamnese pode ser conduzida das 
seguintes maneiras: 
1. Deixar o paciente relatar, livre e 
espontaneamente, suas queixas sem 
nenhuma interferência, limitando-se 
a ouvi-lo. Essa técnica é 
recomendada e seguida por muitos 
clínicos. O psicanalista apoia-se 
integralmente nela e chega ao ponto 
de se colocar em uma posição na 
qual não possa ser visto pelo 
paciente, para que sua presença não 
exerça influência inibidora ou 
coercitiva. (Anamnese Livre) 
2. De outra maneira, 
denominada anamnese dirigida, o 
médico, tendo em mente um 
esquema básico, conduz a 
entrevista mais objetivamente. O 
uso dessa técnica exige rigor 
técnico e cuidado na sua execução, 
de modo a não se deixar levar por 
ideias preconcebidas. (Anamnese 
dirigida) 
3. Outra maneira é o médico deixar, 
inicialmente, o paciente relatar de 
maneira espontânea suas queixas, 
para depois conduzir a entrevista de 
modo mais objetivo. (Anamnese 
conduzida) 
■No caso de pacientes novos, na maioria 
dos cenários deve ser feita uma anamnese 
abrangente; 
■Para pacientes que buscam assistência 
em razão de queixas específicas, como, por 
exemplo, tosse ou dor à micção, seria 
indicada uma anamnese mais limitada e 
focalizada no problema específico – algumas 
vezes, denominada anamnese (ou histórico 
de saúde) orientada para problemas ou 
focalizada; 
■No caso de pacientes que procuram 
assistência por causa de condições crônicas 
ou contínuas, é mais apropriado ter como 
foco o automanejo do paciente, a resposta 
ao tratamento, a capacidade funcional e a 
qualidade de vida; 
■Com frequência, os pacientes marcam 
consultas de acompanhamento da saúde 
com metas mais focadas de manter em dia 
os exames de rastreamento ou discutir 
preocupações sobre tabagismo, perda de 
peso ou comportamento sexual 
TIPOS DA ANAMNESE 
 @_leticiaalbuquerq 
■Um especialista pode precisar de uma 
anamnese mais abrangente para avaliar o 
paciente com numerosas causas possíveis. 
(BATES-PROPEDÊUTICA MÉDICA) 
 
 
A anamnese deve iniciar com interrogação 
ao paciente: “o que o(a) senhor(a) está 
sentindo?”, “qual é o seu problema?”. 
Porém, a narração para alguns pacientes 
ocorre de modo espontânea, em outros 
casos o médico precisa saber como obter as 
queixas do paciente. 
Para conseguir tal intento, Bickley e Szilagyi 
(2010) sugerem que o examinador utilize 
uma ou mais das seguintes 
técnicas: apoio, facilitação, reflexão, esclar
ecimento, confrontação, interpretação, res
postas empáticas e silêncio. 
Elementos componentes da anamnese 
A anamnese é classicamente desdobrada 
nas seguintes partes: identificação, queixa 
principal, história de doença atual (HDA), 
interrogatório sintomatológico (IS), 
antecedentes pessoais efamiliares, hábitos 
e estilo de vida, condições socioeconômicas 
e culturais 
1. Identificação: A identificação é o 
perfil sociodemográfico do paciente 
que permite a interpretação de 
dados individuais e coletivos. 
Apresenta múltiplos interesses; o 
primeiro deles é de iniciar o 
relacionamento com o 
paciente, saber o nome de uma 
pessoa é indispensável para que se 
comece um processo de 
comunicação em nível afetivo. 
Abrange: nome, idade, sexo/gênero, 
cor/etnia (cor branca, parda, 
preta), estado civil, profissão, local 
de trabalho, naturalidade, 
procedência (Este item geralmente 
refere-se à residência anterior do 
paciente. Por exemplo, ao atender a 
um paciente que mora em Goiânia 
(GO), mas que anteriormente residiu 
em Belém (PA), deve-se registrar 
esta última localidade como 
a procedência), residência, nome da 
mãe (importante para quando 
ocorra entrada de pacientes com 
nomes idênticos), nome do 
responsável, cuidador ou 
acompanhante, religião, filiação a 
órgãos ou instituições 
previdenciárias ou plano de saúde. 
2. Queixa principal ou motivo da 
consulta: Neste item, registra-se 
a queixa principal ou, mais 
adequadamente, o motivo que levou 
o paciente a procurar o médico, 
repetindo, se possível, as 
expressões por ele utilizadas. 
É uma afirmação breve e 
espontânea, geralmente um sinal ou 
um sintoma, nas próprias palavras 
da pessoa que expressa o motivo da 
consulta. Pode ser uma anotação 
entre aspas para indicar que se 
trata das palavras exatas do 
paciente. O médico deve ter cuidado 
quando o paciente já traz consigo o 
seu diagnostico, pois muitas vezes 
SEMIOTÉCNICA DA ANAMNESE 
 @_leticiaalbuquerq 
essa observação não tenha uma 
comprovação médica antecipada, 
por exemplo, relacionar sintomas 
com uma dada doença exposta em 
sites. Nesse caso, o direcionamento 
seria procurar saber o que levou a 
pessoa ao atendimento médico e o 
que a incomoda. 
Quando o paciente chega ao médico 
encaminhado por outro colega ou 
outra instituição da área de saúde, 
no item correspondente à “queixa 
principal” registra-se de modo 
especial o motivo da consulta. Por 
exemplo: para um jovem que teve 
vários surtos de doença reumática, 
com ou sem sequelas cardíacas, e 
que vai ser submetido a uma 
amigdalectomia e é encaminhado ao 
clínico ou cardiologista para 
averiguação da existência de 
“atividade reumática” ou alteração 
cardiovascular que impeça a 
execução da operação proposta, 
registra-se, como motivo da 
consulta: “Avaliação pré-operatória 
de amigdalectomia. O paciente já 
teve vários surtos de doença 
reumática.” 
■ Sugestões para obter a “queixa 
principal”: 
• Qual o motivo da consulta? 
• Por que o(a) senhor(a) me 
procurou? 
• O que o(a) senhor(a) está 
sentindo? 
• O que o(a) está incomodando? 
■ Exemplos de “queixa principal”: 
• Dor de ouvido 
• Dor no peito há 2 horas 
• Exame da admissão para o 
trabalho. 
3. História da doença atual: A 
história da doença atual (HDA) é um 
registro cronológico e detalhado do 
motivo que levou o paciente a 
procurar assistência médica, desde 
o seu início até a data atual. A HDA, 
abreviatura já consagrada no 
linguajar médico, é a parte principal 
da anamnese e costuma ser a chave 
mestra para chegar ao diagnóstico. 
Sintoma-guia: o sintoma ou sinal 
que permite recompor a história da 
doença atual com mais facilidade e 
precisão. O sintoma mais salientado 
pelo paciente, a queixa de mais 
longa duração, queixa principal. 
Posteriormente, procurar 
investigar o tempo de inicio do 
sintoma. Terceiro passo, procurar 
saber como esses sintomas 
evoluíram. Quarto passo, procurar 
saber como o sintoma-guia está 
presente no momento. 
Esquema: 
■ Início 
■ Características do sintoma 
■ Fatores de melhora ou piora 
■ Relação com outras queixas 
■ Evolução 
■ Situação atual. 
4. Interrogatório sintomatológico: 
Essa parte da anamnese, 
denominada também anamnese 
especial ou revisão dos sistemas, 
constitui, na verdade, um 
 @_leticiaalbuquerq 
complemento da história da doença 
atual. O interrogatório 
sintomatológico documenta a 
existência ou ausência de sintomas 
comuns relacionados com cada um 
dos principais sistemas corporais. 
Sua principal utilidade é levar o 
médico a levantar possibilidades e 
reconhecer enfermidades que não 
guardam relação com o quadro 
sintomatológico registrado no HDA. 
É no IS que se origina a suspeita 
diagnostica mais importante. Outra 
importante função do interrogatório 
sintomatológico é avaliar práticas 
de promoção à saúde. 
• Sintomas gerais (febre, 
astenia=fraqueza, alterações de 
peso, sudorese, calafrios, cãibras) 
• Pele e fâneros 
• Cabeça e pescoço 
• Tórax 
• Abdome 
• Sistemas urinário e genital 
• Sistema hemolinfopoético 
• Sistema endócrino 
• Coluna vertebral, ossos, 
articulações e extremidades 
• Músculos 
• Artérias, veias, linfáticos e 
microcirculação 
• Sistema nervoso; 
• Exame psíquico e avaliação das 
condições emocionais. 
5. Antecedentes pessoais e 
familiares: antecedentes pessoais 
considera-se avaliação do estado de 
saúde passado e presente do 
paciente, conhecendo fatores 
pessoais e familiares que 
influenciam seu processo saúde-
doença. Antecedentes pessoais 
fisiológicos: gestação e nascimento, 
desenvolvimento psicomotor e 
neural e desenvolvimento sexual. 
Antecedentes pessoais patológicos: 
doenças sofridas pelo paciente, 
alergia, cirurgias, traumatismo, 
transfusões sanguíneas, história 
obstétrica, vacinas e medicamentos 
em uso. Antecedentes familiares: Os 
antecedentes começam com a 
menção ao estado de saúde (quando 
vivos) dos pais e irmãos do paciente. 
Se for casado, inclui-se o cônjuge e, 
se tiver filhos, estes são referidos. 
Não se esquecer dos avós, tios e 
primos paternos e maternos do 
paciente. Se tiver algum doente na 
família, esclarecer a natureza da 
enfermidade. Em caso de 
falecimento, indagar a causa do 
óbito e a idade em que ocorreu. 
Observar se existe doenças em 
relação a genética. 
6. Hábitos e estilos de vida: Este 
item, muito amplo e heterogêneo, 
documenta hábitos e estilo de vida 
do paciente e está desdobrado nos 
seguintes tópicos: alimentação; 
ocupação atual e ocupações 
anteriores; atividades físicas; 
hábitos (uso de tabaco, bebidas 
alcoólicas, anabolizantes, 
anfetaminas e drogas licitas); 
7. Condições socioeconômicas e 
culturais: As condições 
socioeconômicas e culturais 
avaliam a situação financeira, 
vínculos afetivos familiares, filiação 
religiosa e crenças espirituais do 
paciente, bem como condições de 
 @_leticiaalbuquerq 
moradia e grau de escolaridade. 
Este item está desdobrado em: 
• Habitação; 
• Condições socioeconômicas 
• Condições culturais; 
• Vida conjugal 
• Relacionamento familiar; 
Como realizar uma boa anamnese: 
■ É no primeiro contato que reside a melhor 
oportunidade para fundamentar uma boa 
relação entre o médico e o paciente. 
■ Cumprimente o paciente, perguntando 
logo o nome dele e dizendo-lhe o seu. Não 
use termos como “vovô”, “vovó”, “vozinho”, 
“vozinha” para as pessoas idosas. 
■ Demonstre atenção ao que o paciente está 
falando e procure identificar de pronto 
alguma condição especial – dor, sonolência, 
ansiedade, hostilidade, tristeza, confusão 
mental – para que você saiba a maneira de 
conduzir a entrevista. 
■ Conhecer e compreender as condições 
socioculturais do paciente representa uma 
ajuda inestimável para reconhecer a doença 
e entender o paciente. 
■ Perspicácia e tato são qualidades 
indispensáveis para a obtenção de dados 
sobre doenças estigmatizantes ou 
distúrbios que afetam a intimidade da 
pessoa. 
■ Ter sempre o cuidado de não sugestionar 
o paciente com perguntas que surgem de 
ideias preconcebidas. 
■ O tempo reservado à anamnese distingue 
o médico competente do incompetente, o 
qual tende a transferir para as máquinas eo 
laboratório a responsabilidade do 
diagnóstico. 
■ Sintomas bem investigados e mais bem 
compreendidos abrem caminho para um 
exame físico objetivo. Isso poderia ser 
anunciado de outra maneira: só se acha o 
que se procura e só se procura o que se 
conhece. 
■ A causa mais frequente de erro 
diagnóstico é uma história clínica mal obtida. 
■ Obtidas as queixas, estas devem ser 
elaboradas mentalmente pelo médico, de 
modo a encontrar o desenrolar lógico dos 
acontecimentos, que é a base do raciocínio 
clínico. 
■ Os dados fornecidos pelos exames 
complementares nunca corrigem as falhas e 
as omissões cometidas na anamnese. 
Laudos não são diagnósticos, são apenas 
laudos. 
■ Somente a anamnese possibilita ao 
médico uma visão de conjunto do paciente, 
indispensável para a prática de uma 
medicina de excelência. 
 
Relação médico-paciente e princípios 
bioéticos: 
• Beneficência. Buscar fazer sempre 
o bem para o paciente. 
• Não maleficência. Não fazer nada 
de mal ao paciente. 
RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE 
 @_leticiaalbuquerq 
• Justiça. Fazer sempre o que é justo 
ao paciente. 
• Autonomia. Possibilitar que o 
paciente decida sobre o 
tratamento, tendo o direito de 
aceitá-lo ou não, depois do devido 
esclarecimento. 
Justiça se relaciona com uma distribuição 
igual de tudo que diz respeito a saúde; 
Ao examinar o paciente, o médico precisa 
levar em conta o gênero e a orientação 
sexual, a cor, as questões morais, sociais e, 
em alguns casos, sua opção religiosa. 
Valores bioéticos; 
• Alteridade. Respeitar a diferença 
no outro. 
• Sigilo. Respeitar o segredo sobre 
as informações do paciente. 
Código do estudante de medicina 
➢ Princípios fundamentais: 
III- A escolha pela medicina exige 
compromissos humanísticos e 
humanitários, com promoção e manutenção 
do bem-estar físico, mental e social dos 
indivíduos e da coletividade. 
➢ Eixo 3 (relações interpessoais do 
estudante): 
Art. 23. Cabe ao estudante demonstrar 
empatia e respeito pelo paciente. 
Art. 28. O estudante de medicina deve 
respeitar a privacidade, que contempla, 
entre outros aspectos, a intimidade e o 
pudor dos pacientes. 
Art. 29. A quebra de sigilo médico é de 
responsabilidade do médico assistente, 
sendo esse ato vedado ao acadêmico de 
medicina. 
Relação médico-paciente 
REFERÊNCIA: Relação médico-paciente. 
Rocha, Bruno.2011 
A relação médico-paciente passou por 
várias transformações. Nos primórdios da 
medicina, muitas vezes o médico era visto de 
maneira dogmático, como um “ser superior” 
Com o passar do tempo, essa perspectiva 
tornou-se defasada, e a relação médico-
paciente passou a ser próxima e cuidadosa, 
médico amigo. . No entanto, ultimamente, a 
especialização da medicina, que embora 
tenha gerado um salto gigantesco no 
conhecimento e tratamento de patologias, 
também gerou uma nova barreira na 
aproximação entre o médico e o paciente, 
pois um médico especialista em 
determinado assunto trata apenas a parte 
doente em que é especializado e não mais o 
paciente como um todo, como um indivíduo 
que tem problemas familiares, esperanças e 
crenças. Ao mesmo tempo, felizmente, hoje 
existe uma corrente de resgate do termo 
médico de cabeceira, há uma busca pela 
humanização, o paciente agora volta ser 
visto como indivíduo impregnado por sua 
cultura e vontades, dando beneficência do 
médico lugar a autonomia do paciente. 
A construção da relação médico-paciente 
nasce da abordagem utilizada pelo 
profissional, devendo imprimir 
características humanas, subjetivas, de uma 
forma natural. Não deve se limitar à 
objetividade das tecnologias. Deve também 
 @_leticiaalbuquerq 
usar de sua anamnese para que, através das 
queixas relatadas pelo doente e também 
procurando conhecer o estilo de vida do 
indivíduo, desenvolva o tratamento mais 
eficaz. Já que a relação é um aspecto chave 
para a melhoria da qualidade do serviço, 
deve-se buscar a personalização da 
assistência humanizada do atendimento e o 
direito à informação, assim como o 
consentimento informado. 
Um dos efeitos colaterais de uma relação 
médico-paciente deficiente e pouco 
comunicativa e o processo judicial que pode 
acarretar ao profissional consequências 
diversas e graves, podendo até perder o 
direito de exercer a Medicina; além de 
custos e gasto de tempo para ambos os 
lados. A precária relação entre médico-
paciente pode levar ao erro médico e 
eventuais danos físicos e morais ao 
paciente. O médico deve se colocar no lugar 
do paciente. 
➢ Modelos de relação médico-
paciente: 
Em 1972, o professor, Robert Veatch, do 
Instituto Kennedy de Ética da Universidade 
Georgetown, definiu quatro modelos de 
relação médico-paciente: 
 • Modelo Sacerdotal é o mais arcaico, que 
propõe e completa submissão do paciente ao 
médico, sem valorizar a cultura e opinião do 
paciente; há pouco envolvimento (relação) e 
a decisão é tomada somente pelo médico em 
nome da beneficência. 
 • Modelo Engenheiro é o inverso do 
sacerdotal. Nele o médico tem a função de 
informar e executar procedimentos. A 
decisão é inteiramente tomada pelo 
paciente. Nesse modelo o médico tem uma 
atitude de acomodação (‘’lava suas mãos’’), 
e baixo envolvimento. 
• Modelo Colegial: há um alto envolvimento 
entre o profissional e o doente. O poder de 
decisão é compartilhado de forma igualitária 
através de uma negociação e não há relação 
de superioridade/inferioridade. 
 • Modelo Contratualista: é o mais adequado, 
em que o conhecimento e as habilidades do 
médico são valorizados, preservando sua 
autoridade. Havendo a participação ativa 
tanto do paciente quanto do médico, devido 
a isso há uma efetiva troca de informações 
e um comprometimento de ambas as partes 
Comunicação de más notícias 
REFERÊNCIA: “Como comunicar más 
notícias: revisão bibliográfica”. 
Victorino,2007. 
Comunicar más notícias a pacientes e seus 
familiares em Hospitais é uma das mais 
difíceis e importantes tarefas com que se 
deparam as equipes de saúde e 
principalmente os médicos. 
Apesar dos avanços tecnológicos, a 
comunicação continua sendo a ferramenta 
primária e indispensável com a qual médico 
e paciente trocam informações. Elementos 
como a empatia, compreensão, interesse, 
desejo de ajuda e bom humor são 
indispensáveis para conseguir um ambiente 
de conforto emocional, no qual o paciente 
terá um conhecimento de sua doença e 
diagnóstico, e o médico agirá segundo seus 
conhecimentos, experiência clínica e suas 
capacidades humanas. 
 @_leticiaalbuquerq 
Neste sentido, o intercâmbio de informações 
engloba não apenas aquilo que o paciente 
necessita saber como também informá-lo 
apropriadamente e reassegurar de que ele 
tenha compreendido a informação. Assim, é 
necessário que se trabalhe em dois pólos: 
verificar que a informação seja 
compreendida corretamente e se 
necessário corrigi-la (com ênfase na tarefa) 
e preocupar-se com a reação afetiva 
envolvida na passagem da informação. Esta 
última implica em considerar os 
sentimentos e expectativas que o paciente 
tem em relação ao profissional de saúde 
(transferência), bem como com os 
sentimentos e expectativas que o 
profissional de saúde tem do paciente 
(contratransferência). 
Má notícia pode ser compreendida como 
aquela que altera drástica e negativamente 
a perspectiva do paciente em relação ao seu 
futuro (Vandekief, 2001; Muller, 2002; Lima, 
2003). 
Os fatores mais importantes para pacientes 
quando recebem más notícias são a 
competência do médico, sua honestidade e 
atenção, o tempo para permitir as 
perguntas, um diagnóstico direto e 
compreensível e o uso de um linguajar claro. 
Conhecer bem o médico e o uso do toque 
pelo médico (por exemplo, segurar a mão do 
paciente) são fatores que impactam menos. 
Já os familiares buscam privacidade, uma 
atitude positiva do médico, sua competência, 
clareza e tempo para perguntas (Muller, 
2002). Um dos fatores que podem contribuir 
para a dificuldade em se conseguiruma boa 
comunicação das más notícias são os 
próprios medos dos médicos. Os pacientes 
geralmente desejam uma revelação franca e 
empática de um diagnóstico terminal ou 
outras más notícias. 
Recomendações para anunciação de más 
notícias: 
1. Estabelecer uma relação médico, 
equipe de saúde e paciente 
adequada; 
2. Conhecer cuidadosamente a 
história médica; 
3. Ver o paciente como pessoa; 
4. Preparar o ambiente para noticiar o 
paciente; 
5. Organizar o tempo; 
6. Aspectos específicos da 
comunicação: linguagem clara, 
informar o paciente sobre todo o 
estado e as possibilidades de 
tratamento; 
7. Encorajar e validar as emoções; 
8. Atenção e cuidado com a família: 
Face à comunicação de uma má 
noticia o profissional deverá ficar 
atento à situação familiar do 
paciente e levar em conta as 
necessidades particulares da 
família em função de seus 
antecedentes culturais e religiosos. 
A presença de um membro da 
família geralmente serve de apoio e 
suporte para o paciente. No caso de 
más notícias previstas 
(antecipadas), pergunte antes quem 
ele quer que esteja presente e o 
quanto ele gostaria que os outros 
fossem envolvidos. 
Assim, a comunicação deve permitir a 
passagem de mensagens de maneira firme, 
porém com prudência e esperança. As 
evidencias mostram que a atitude do 
 @_leticiaalbuquerq 
profissional e a capacidade de comunicação 
desempenham um papel fundamental e 
decisivo no modo que o paciente enfrentará 
seu problema (Muller, 2002) 
 
➢ Bates - Propedêutica Médica - Lynn 
S. Bickley. 11ª Edição. 2015. Editora 
Guanabara Koogan. 
➢ Semiologia Médica - Celmo Celeno 
Porto - 7ª Edição. 2013. Editora 
Guanabara Koogan. 
➢ Relação médico-paciente. Rocha, 
Bruno. 2011. 
➢ “Como comunicar más notícias: 
revisão bibliográfica”. 
Victorino,2007. 
REFERÊNCIAS

Outros materiais