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2- DISPNEIA E CIANOSE

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Dispneia 
Dispneia = respiração ruim 
Sensação subjetiva de desconforto respiratório que consiste de sensações qualitativamente distintas, 
variáveis em sua intensidade. 
Não só alterações pulmonares causam a dispneia: 
CAUSAS DE DISPNEIA 
Alterações da caixa torácica Deformidade torácica; 
Lesões traumáticas da parede do tórax; 
Alterações das vias respiratórias 
superiores 
Obstrução das vias respiratórias superiores; 
Laringites; 
Edema angioneurótico; 
Alterações pulmonares Asma brônquica, bronquites e bronquiolites; 
Enfisema pulmonar, pneumonia, pneumoconise, micose 
pulmonar, fibrose pulmonar, neoplasia pulmonar e embolia 
pulmonar; 
Infarto pulmonar e atelectasias; 
Alterações pleurais Derrame pleural e pneumotórax; 
Alterações do mediastino Tumores de mediastino; 
Bócio mergulhante; 
Alterações cardíacas Insuficiência ventricular esquerda e estenose mitral; 
Outras causas Anemia, obesidade; 
Causas neurológicas e transtornos psicogênicos; 
Causas atmosféricas e esforço físico; 
 
 Como caracterizar 
- Tempo: quando apareceu (instalação) e há quanto tempo tem o sintoma (aguda, subaguda ou crônica). 
 Dispneia Aguda: minutos ou horas; relacionada a edema agudo de pulmão, TEP e broncoespasmo; 
 Dispneia Subaguda: dias a semanas; relacionada a pneumonia, tuberculose, asma; 
 Dispneia Crônica: meses ou anos; relacionada a DPOC e neoplasia pulmonar; 
- Etapa da respiração: inspiratória, expiratória ou ambas. 
- Intensidade: leve, moderada, grave e muito grave. 
- Modo de instalação: súbito, progressivo, crônico. 
- Desencadeantes: contato com inalantes, repouso, exercício, decúbito, infecções. 
- Fatores de melhora ou piora: repouso, exercício, decúbito, medicações. 
- Acompanhantes: tosse, expectoração, hemoptise, febre, sons, emagrecimento, cianose. 
 
 Classificação do ponto de vista respiratório: 
 Atmosférica: grandes altitudes possuem atmosfera pobre em oxigênio, fazendo com que a pressão 
parcial de O2 caia; causa dispneia aos pequenos esforços e taquipneia compensatória. 
 Obstrutiva: obstruções laríngeas como difteria, laringite estridulosa, edema angioneurótico e 
estenose por tuberculose; obstruções da traqueia por corpo estranho ou compressão extrínseca (bócio, 
neoplasia, adenomegalia mediastinal, aneurisma de aorta); obstruções bronquiolares como asma e 
bronquiolite. 
 Caixa torácica: modificam a dinâmica toracopulmonar (elasticidade e movimentação) como em 
fratura de arcos costais, cifoescoliose, deformidades (pectus excavatum), alterações musculares (miosites 
e mialgias) e alterações do mediastino. 
 Parenquimatosa: todas as afecções pulmonares que diminuem a área de hematose. A intensidade 
da dispneia depende do tempo de evolução da patologia de base. 
- Pneumonia: dispneia aguda-> dor pleurítica, tosse, expectoração, febre; 
Julia Jordão TXXII 
- Fibrose: dispneia progressiva-> piora com esforções, melhora com repouso, fraqueza, fadiga; 
- Enfisema pulmonar: dispneia progressiva-> piora com esforços, melhora com repouso, história de 
tabagismo ou poluentes; 
- Bronquite crônica: dispneia progressiva-> tosse, sibilância, piora com esforços, irritantes inalatórios e 
infecções respiratórias, melhora com repouso, histórico de tabagismo, poluentes ou infecções de repetição; 
- Tromboembolismo pulmonar: oclusão súbita de parte ou da totalidade da árvore arterial pulmonar por 
coagulo sanguíneo originado geralmente das veias profundas da perna ou pelve. Dispneia súbita, tosse, 
hemoptise, dor torácica; 
Pleural: pleurites causam dor pleural com dispneia variável (depende da causa); derrame pleural 
causa geralmente dispneia progressiva; extravasamento de ar/pneumotórax causa dispneia de início súbito. 
Diafragmática: alteração diafragmática como paralisias, hérnias, hepatoesplenomegalia, elevação 
provocada por ascite e gravidez. 
Cardíaca/vascular: congestão passiva do pulmão por falência de ventrículo esquerdo ou estenose 
mitral. A dispneia pode ser gradual ou rápida (rápida no edema agudo de pulmão) geralmente progressiva, 
que melhora com repouso e posição ortostática, piora com exercícios, ortopneia e dispneia paroxística 
noturna. 
Sistema nervoso: lesões ou alterações do SNC que diminuam a ação dos centros respiratórios. 
Lesões do SNC como AVC, tumores ou traumas; hipertensão intracraniana; intoxicação por drogas 
(diazepam, morfina, cocaína); transtornos emocionais como síndrome de hiperventilação (espasmos 
musculares, parestesias e perda de consciência), mais comum em repouso. 
Outras causas: anemia (diminuição da hemoglobina), gestação (alteração do diafragma), distúrbios 
metabólicos (acidose metabólica, diabética) e obesidade (compressão da caixa torácica e diafragma). 
 
 Escala de avaliação de impacto da dispneia 
 
 
 Perguntas 
Desde quando? Já teve esse sintoma antes? 
Vem melhorando, piorando ou está igual? 
O que faz piorar? 
O que faz melhorar? 
Teve contato com algum cheiro diferente? 
Tem algum outro sintoma? Tosse? Sangramento? 
Mais alguém da família tem o mesmo sintoma? 
Trabalha ou usa produtos químicos? 
Fuma? Quanto? Há quanto tempo? 
Cianose 
Cianose = coloração azulada da pele e mucosas pela presença de hemoglobina não saturada no sangue. 
São necessários de 2 a 3g de hemoglobina não saturada no sangue. 
Em pacientes com anemia grave, a cianose pode não ser percebida. 
 Classificação quanto a localização: 
- Generalizada; 
- Segmentar. 
 Classificação quanto a intensidade: 
- Leve; 
- Moderada; 
- Grave. 
 
 
 
 Hipocratismo digital: ponta do dedo arredondado alterando a curvatura da unha – insuficiência 
respiratória ou cardíaca de longa data. 
 
 Fenômeno de Raynaud: episódios reversíveis de vasoespasmos de 
extremidades, desencadeados por diferença de temperatura. 
 
 
 Tetralogia de Fallot: defeito no septo ventricular que causa 
cianose central e periférica com platipneia. 
 
 
 
 
Julia Jordão TXXII 
 Investigar sintomas associados: 
- Irritabilidade, sonolência, torpor crises convulsivas; 
- Dor anginosa, palpitações, hipocratismo digital; 
- Dispneia, sibilo, hemoptise, tosse, estridor; 
 Investigar alterações que levam a falta de oxigênio: 
- Doenças pulmonares: DPOC, asma, pneumonia; 
- Doenças cardíacas: sopro, cardiopatias congênitas, HAS; 
- Doenças metabólicas: diabetes melittus; 
- Doenças circulatórias: antecedente de TVP, aterosclerose, trombofilia; 
- Doenças reumáticas: LEAS, esclerodermia, Raynaud; 
- Intoxicação: sulfa, drogas ilícitas. 
 
 Perguntas: 
Onde está presente? 
Há quanto tempo? 
O que faz piorar? Exercícios por exemplo 
O que faz melhorar? 
Desaparece quando aquece a região? 
Há falta de ar associada? Tosse? Sangramento? 
Mais alguém da família tem o mesmo sintoma? 
Que tipos de trabalho você já desempenhou? 
Fuma? Quanto? Há quanto tempo?

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