Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Cássio Silveira da Silva Juliane Miziara Machado Borges Matemática financeira © 2010 by Universidade de Uberaba Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Universidade de Uberaba. Universidade de Uberaba Reitor: Marcelo Palmério Pró-Reitora de Ensino Superior: Inara Barbosa Pena Elias Pró-Reitor de Logística para Educação a Distância: Fernando César Marra e Silva Assessoria Técnica: Ymiracy N. Sousa Polak Produção de Material Didático: • Comissão Central de Produção • Subcomissão de Produção Editoração: Supervisão de Editoração Equipe de Diagramação e Arte Capa: Toninho Cartoon Edição: Universidade de Uberaba Av. Nenê Sabino, 1801 – Bairro Universitário Catalogação elaborada pelo Setor de Referência da Biblioteca Central UNIUBE Silva, Cássio Silveira da S38m Matemática financeira / Cássio Silveira da Silva, Juliane Miziara Machado Borges ; ilustração [de] Rodrigo de Melo Rodovalho. – Uberaba : Universidade de Uberaba, 2010. 180 p. : il. ISBN 9788577773596 1. Matemática financeira. 2. Juros. 3. Empréstimos. I. Borges, Juliane Miziara Ma- chado. II. Título. CDD: 650.01513 Cássio Silveira da Silva Mestre em Ciências contábeis pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP); graduado em Ciências Econômicas pela Faculdade de Ciências Econômicas do Triângulo Mineiro (FCETM); especialista em Administração Financeira e Gestão Econômica pela FCETM e em Administração de Marketing também pela FCETM. Professor na área de gestão e finanças das instituições da Universidade de Uberaba (graduação e pós-graduação), FCETM (graduação e extensão) e FAZU (pós-graduação). Consultor de empresas nas áreas de Economia, Finanças e Gestão de custos ambientais. Juliane Miziara Machado Borges Especialista em Gestão empresária pela Fundação Getúlio Vargas (RJ). Bacharel em Administração de empresas pela Fundação Getulio Vargas (SP). Trabalhou em diversas instituições financeiras em São Paulo e Uberaba. Professora no ensino presencial da Universidade de Uberaba. Parecerista e roteirista de componentes curriculares para EAD da Uniube. Tem experiência na área de Administração, com ênfase em Ciências contábeis, atuando principalmente nos componentes de Matemática e Administração financeira. Sobre os autores Sumário Apresentação.......................................................................................VII Capítulo 1 Matemática como instrumento para tomada de decisão......1 1.1 Calculadora financeira .............................................................................................5 1.1.1 Escolhendo sua calculadora........................................................................... 6 1.2 Matemática financeira................................................................................................7 1.3 Conceitos básicos de Matemática financeira .......................................................... 8 1.3.1 Operações financeiras ................................................................................... 8 1.3.2 Capital ............................................................................................................ 9 1.3.3 Juros...............................................................................................................10 1.3.4 Taxas de juros................................................................................................ 11 1.3.5 Montante........................................................................................................ 11 1.3.6 Regime de capitalização ............................................................................. .12 1.3.7 Rendas .........................................................................................................14 1.3.8 Fluxo de Caixa .............................................................................................15 1.4 Juros simples - regime de capitalização simples ..................................................16 1.5 Taxa equivalente - aprendendo a transformar a taxa de juros na mesma unidade de tempo do período ...............................................................................18 1.5.1 Primeira alternativa: transformar o período na mesma unidade de tempo da taxa de juros ............................................................................................18 1.5.2 Segunda alternativa: Taxa equivalente .......................................................19 1.6 Taxa nominal e Taxa efetiva...................................................................................20 1.7 Contagem de tempo ..............................................................................................23 1.8 Desconto de títulos de crédito ...............................................................................24 1.8.1 Desconto comercial ou bancário ou “por fora” - fórmula .............................26 1.8.2 Desconto racional ou “simples” ou “por dentro” – fórmula ..........................26 1.8.3 Comparando o Desconto comercial com o Desconto racional ...................26 1.8.4 Equivalência de capital em desconto de títulos ..........................................30 1.9 Conclusão ..............................................................................................................33 Capítulo 2 Conhecendo o poder da capitalização dos juros ............... 37 2.1 Dicas de utilização da calculadora financeira........................................................ 40 2.2 Capitalização composta......................................................................................... 47 2.2.1 Calculando juros, montante, capital e prazo ...............................................47 2.2.2 Cálculo de juros para números não inteiros e períodos ...............................59 2.3 Equivalência de taxa a juros compostos................................................................ 63 2.4 Taxa nominal e taxa efetiva ................................................................................... 69 2.5 Data focal ............................................................................................................... 76 2.6 Desconto composto ............................................................................................... 82 Capítulo 3 Diferindo o capital no tempo – Rendas .............................. 87 3.1 Rendas ...................................................................................................................90 3.1.1 Rendas imediatas .........................................................................................92 3.1.2 Rendas antecipadas ...................................................................................105 3.1.3 Rendas diferidas .........................................................................................112 3.2 Coeficientes de financiamentos ..........................................................................116 Capítulo 4 Cálculos utilizados em projetos de investimentos ........... 125 4.1 Sistemas de amortização..................................................................................... 127 4.1.1 Sistema do Montante ..................................................................................129 4.1.2 Sistema Americano .....................................................................................131 4.1.3 Sistema de Amortização Francês (SAF).....................................................1344.1.4 Sistema de Amortização PRICE .................................................................139 4.1.5 Sistema de Amortização Constante (SAC) ou Sistema Hamburguês .......141 4.1.6 Sistema de Amortização Misto (SAM) ........................................................144 4.1.7 SACRE – Sistema de Amortização Crescente ...........................................144 4.1.8 Sistemas de amortização com carência .....................................................147 4.1.9 Sistemas de amortização com juros pós-fixados .......................................156 4.2 Cálculos utilizando índices inflacionários............................................................. 162 Caro aluno. Com o objetivo de levá-lo a conhecer e a perceber a aplicabilidade da Matemática financeira, elaboramos este livro didático. Com a sua leitura , você terá a oportunidade de identificar inúmeras situações que já vivenciou. A Matemática financeira é um instrumento que o auxiliará na tomada de decisões, na vida profissional e pessoal, relativas a financiamentos e a investimentos. No primeiro capítulo, você conhecerá a calculadora financeira, os conceitos básicos da Matemática financeira e o regime de capitalização de juros simples. No segundo capítulo, você será apresentado aos juros compostos, o regime de capitalização de juros mais utilizado no mercado financeiro. O terceiro capítulo abordadará o tema “rendas” e com certeza, você já deve ter vivenciado alguma situação envolvendo este tema. Um exemplo são as compras que você pagou em parcelas iguais e em intervalos regulares, Tais como comprar um computador e 10 parcelas iguais em mensais de R$ 100,00. No quarto e último capítulo, serão apresentadas as formas de liquidação de um empréstimo e/ou financiamento, ou seja, os sistemas de amortização. Serão abordadas questões como o cálculo do desconto que deve ser concedido quando se pretende quitar antecipadamente um financiamento. Apresentação VIII UNIUBE Como você poderá perceber, todas as questões mencionadas possuem alto grau de interação com o seu dia a dia, o que torna seu aprendizado muito mais interessante. Ressaltamos o fato de que a melhor maneira de aprender Matemática financeira é resolver o maior número possível exercícios, portanto, não deixe de realizar todas as atividades apresentadas neste material. Você também deverá se organizar da melhor maneira possível em termos de tempo de estudo. Sucesso nesta etapa! Cássio Silveira da Silva Juliane Miziara Machado Borges Introdução Matemática como instrumento para tomada de decisão Capítulo 1 Prezado aluno. Bem-vindo a mais uma etapa na construção de sua aprendizagem, quando será abordada a Matemática financeira e suas aplicações. Ela é uma das matérias, dentre as ministradas nos cursos gerenciais, que possui uma das maiores aplicabilidades, não só no nosso dia a dia enquanto consumidores, como também, no nosso cotidiano profissional. A Matemática financeira nada mais é do que a aplicação da Matemática para tomada de decisões. Ela tem como objeto de estudo o valor do dinheiro no tempo e, para mensurar esse valor, aplicam-se conceitos e fórmulas matemáticas que possibilitam a verificação das alternativas mais viáveis no momento de tomar decisões sobre questões financeiras. Sejam as questões: financiar bens e produtos, fazer uma aplicação, realizar investimentos, tomar ou conceder empréstimos, dentre outras utilidades. 2 UNIUBE A Matemática financeira pode ser utilizada por nós enquanto profissionais da área de gestão ou, ainda, enquanto consumidores, uma vez que, mais cedo ou mais tarde, iremos tomar decisão sobre as vantagens de comprar algo à vista ou a prazo, se devemos financiar uma casa, se é vantagem financiar um carro pela concessionária ou pelo banco, se devemos comprar aquela calculadora financeira à vista, utilizar o cheque especial ou comprar a prazo na própria loja. Os cálculos matemáticos, por serem frutos de uma ciência exata, irão nos apontar a melhor decisão a ser tomada, ou seja, aquela que nos proporcione menores custos financeiros ou maiores rentabilidades, considerando esse termo como possibilidade de rendimento; lucro. Durante os anos em que trabalhamos com a Matemática, percebemos que muitos alunos têm “medo” deste componente curricular, acreditando ser difícil de se aprendê-lo. Entretanto, devemos ter em mente que não estaríamos vivos se não tivéssemos conhecimentos matemáticos. Certa vez um professor utilizou os seguintes exemplos para provar que todos nós somos bons em Matemática: • O pedestre deve, ao atravessar uma rua, calcular automaticamente a velocidade com que o carro vem em sua direção, verificar a distância que será percorrida e a velocidade que deverá empregar para atravessá-la sem ser atropelado pelo veículo. • Um veículo pretende ultrapassar outro que segue imediatamente à sua frente. No ponto de ultrapassagem, de uma estrada de via simples, verifica-se que está vindo outro automóvel na direção contrária. Portanto, o motorista rapidamente irá calcular qual a velocidade que deverá imprimir ao seu carro e verificará se o tempo será suficiente UNIUBE 3 Objetivos para percorrer a distância de ultrapassagem com segurança, considerando a velocidade do carro que segue à sua frente e do veículo que vem em sua direção. Portanto, considerando a analogia acima, e tantos outros exemplos da utilização da Matemática no nosso cotidiano, podemos afirmar que, de fato, todos nós estaríamos mortos se não soubéssemos fazer cálculos matemáticos. Entretanto, você deve estar se perguntando: Mas e os acidentes? E as pessoas que são atropeladas? Ora, assim como pessoas são atropeladas por não utilizarem corretamente suas habilidades ou por distraírem, temos empresas e pessoas que têm grandes prejuízos financeiros por negligenciarem a Matemática no momento da tomada de decisão em suas atividades profissionais. Muitas vezes, empresários contabilizam grandes prejuízos em seus negócios por erros de cálculos o que, consequentemente, levam-nos a tomar decisões errôneas. Esperamos que, ao final do estudo deste capítuilo, você seja capaz de: • calcular o valor do dinheiro no tempo; • conhecer e aplicar fórmulas matemáticas para cálculos financeiros de juros simples; • utilizar Matemática financeira como instrumento de gestão para tomada de decisão; • identificar o caráter interdisciplinar entre o conhecimento matemático, administrativo, contábil e econômico. 4 UNIUBE Esquema Calculadora financeira Matemática financeira Conceitos básicos de Matemática financeira Contagem de tempo Taxa nominal e Taxa efetiva Taxa equivalente Desconto de títulos de crédito Juros simples • Operações financeiras • Capital • Juros • Taxa de juros • Montante • Regime de capitalização • Rendas • Fluxo de Caixa • Desconto comercial • Desconto racional • Comparando o Desconto comercial com o Desconto racional • Equivalência de capital em descontos de títulos • Escolhendo sua calculadora • Primeira alternativa • Segunda alternativa UNIUBE 5 Calculadora financeira1.1 Durante nossa jornada pelo mundo da Matemática financeira, iremos conhecer e compreender conceitos, trabalhar com fórmulas matemáticas visando solucionar problemas financeiros e, também, utilizaremos uma ferramenta muito simples, porém útil para resolução de cálculos que é a calculadora financeira. Neste capítulo, você poderá acompanhar os exemplos e desenvolver exercícios utilizando uma calculadora simples que possua as quatro operações básicas. Entretanto, a partir do capítulo 2, para que você consiga dar continuidade ao seu aprendizado, há necessidade de adquirir uma calculadora financeira, uma vez que iremos trabalhar com cálculos exponenciais e as calculadoras simples não mais atenderão às nossas necessidades.Apesar de as calculadoras científicas possuírem funções exponenciais, recomendamos a utilização de uma calculadora financeira para desenvolver, de maneira mais simples, os cálculos financeiros, uma vez que, no mercado financeiro, é importante que você tome decisões de forma precisa e rápida. A calculadora financeira amplia a segurança e imprime uma maior velocidade na solução de problemas financeiros e, por esse motivo, o mercado exige que os profissionais de área de gestão saibam manuseá- la corretamente. Operações básicas Adição, subtração, divisão e multiplicação. 6 UNIUBE 1.1.1 Escolhendo sua calculadora Ao pesquisar sobre qual calculadora adquirir, você perceberá que há uma grande variedade de calculadoras financeiras disponíveis no mercado. Você deve estar se perguntando: Qual calculadora comprar? Vale a pena “gastar” esse dinheiro em uma calculadora? Será que depois vou utilizá- la? O principal critério a ser observado é qual utilidade este equipamento terá para você. Você deve escolher um modelo que atenda às suas necessidades. De nada adianta optar pelo modelo mais barato se os recursos que ele oferece forem insuficientes para que você desempenhe suas atividades, por outro lado não há necessidade de adquirir a “melhor” existente no mercado se você não irá utilizar todas as funções disponíveis. Sua escolha deverá ser uma calculadora que o ajude a desempenhar suas atividades e cujos recursos oferecidos sejam amplamente aproveitados. Essa calculadora o acompanhará por muitos anos, tanto na vida acadêmica quanto na vida profissional. Durante a realização do seu curso de graduação, será utilizada em diversas disciplinas. Dentre os vários modelos de calculadoras financeiras disponíveis, a mais utilizada é a HP12C do fabricante Hewlett Packard. Existem, ainda, os modelos HP12C Prestige e HP12C Platinum, porém, se você for adquirir uma, recomendo o modelo tradicional conhecido como Gold. UNIUBE 7 Outra calculadora fácil de manusear e com um preço mais baixo que a HP12C é o modelo HP10B, que também é uma boa opção de compra. Esses dois modelos sugeridos atendem às necessidades que temos de efetuar cálculos financeiros e são resistentes à intensa utilização. Mas, se você tiver um outro modelo de calculadora financeira, não se preocupe, basta que tenha o manual de instruções de sua máquina para que possa familiarizar com algumas funções específicas. Iremos falar um pouco mais sobre a utilização de calculadoras em nosso próximo encontro. Matemática financeira1.2 Agora, você vai efetivamente iniciar seu estudo de Matemática financeira. O que você entende por Matemática financeira? PARADA PARA REFLEXÃO Figura 1: Calculadora. 8 UNIUBE Se você respondeu algo semelhante a - a expressão “Matemática financeira” nos remete automaticamente a “pensar sobre dinheiro”, você está certo! A Matemática financeira é um braço da Matemá- tica aplicada que foca seu estudo no comporta- mento do dinheiro no tempo. Conceitos básicos de Matemática financeira1.3 Existem alguns conceitos, termos e notações que são frequentemente utilizados pela Matemática financeira, bem como, no mercado empresarial e financeiro como um todo. Para que você se habitue à nomenclatura, segue abaixo um referencial dos principais termos utilizados e suas definições, extraídas da apostila elaborada, sob o título “Matemática financeira: com utilização de calculadora HP12C” (SILVA, 2005). 1.3.1 Operações financeiras São operações realizadas com dinheiro e podem ser Ativas ou Passivas. Ativas: visam rendimentos (exemplos: aplica- ções financeiras em cadernetas de poupança, CDB, entre outras.) Passivas: visam captação de recursos (financiamentos, empréstimos). Matemática aplicada Ramo da Matemática que opera com grandezas mensuráveis do mundo físico, bem como com os dados quantitativos referentes a fatos (sociais e econômicos) e que leva em conta a noção de movimento. Fonte: (Houaiss, 2001 p. 630). CDB Certificado de Depósito Bancário é um título emitido pelos bancos com a intenção de captar dinheiro no mercado. UNIUBE 9 Você sabe a diferença entre financiamento e empréstimo? No empréstimo, o recurso é disponibilizado ao tomador sem que haja uma finalidade específica de utilização deste dinheiro. Por exemplo, um crédito pessoal que você utilizará da maneira que achar conveniente. Já no financiamento, o destino deste recurso é utilizado para a aquisição de um bem específico, como a compra de um carro ou a compra de uma casa. SAIBA MAIS Para garantir certa segurança na realização de tais operações, é necessário o desenvolvimento de cálculos matemáticos adequados a cada situação apresentada. É justamente a matemática utilizada em tais cálculos que recebe o nome de Matemática financeira. 1.3.2 Capital Imagine as seguintes situações: 1) Você aplicou R$1.000,00 em um fundo oferecido pelo banco do qual você é correntista. Ao final de um mês, você tinha acumulado R$1.005,00. 2) Este mês você precisou fazer um conserto não programado em seu carro. Para tal, foi ao banco e contratou um empréstimo de R$1.000,00 comprometendo-se a pagar R$1.010,00 ao final de um mês. Qual o capital em cada uma das operações acima? Ele está sendo empregado em que tipo de operação financeira? 10 UNIUBE Capital, também denominado Principal ou Valor Presente (PV = Present Value), é qualquer quantia monetária que esteja disponível em certa data para que seja utilizado em uma operação financeira. Algumas notações encontradas: “C”, “PV” ou “P”. Durante nosso estudo, iremos adotar a notação “PV” para capital. IMPORTANTE! Agora que você já conhece o significado de Capital, verifique se você identificou corretamente o capital nas situações anteriormente mencionadas. 1) O capital é o valor inicial que você aplicou, ou seja, R$ 1.000,00. Foi empregado em uma operação financeira ativa, ou seja, visa um rendimento. 2) O capital é o valor que você contratou no empréstimo, ou seja, R$1.000,00. Foi empregado em uma operação financeira passiva, ou seja, você captou recursos para o conserto de seu carro. 1.3.3 Juros É a remuneração pelo uso do capital ou pelo uso deste em operações financeiras. Notação utilizada: “J” Agora, vamos identificar os juros nas duas situações já utilizadas acima: 1) O capital conforme você já sabe é de R$ 1.000,00, sendo que você irá resgatar R$1.005,00 ao final de um mês. Ou seja, você estará resgatando o principal de R$1.000,00 mais os juros de R$ 5,00. UNIUBE 11 1.3.4 Taxas de juros Unidade de medida dos juros. Remuneração cobrada por unidade utilizada do capital PV durante determinada unidade de tempo. Algumas notações encontradas: i = forma percentual, como por exemplo: 5% a.m. r = forma unitária, caracterizada pela forma percentual dividida por 100. Ex : 0,05 a.m. Sempre deve constar a periodicidade da taxa ao mês, ao ano etc. IMPORTANTE! 1.3.5 Montante Conhecido também como valor futuro (Future Value), é a soma dos juros mais o capital, no final de certo período de tempo. Algumas notações utilizadas: “Cn”,”M”, “FV”e”S”. Utilizaremos durante nosso estudo, a notação “FV” para Valor Futuro. Uma caderneta de poupança de R$100,00 ganhará R$2,00 de juros daqui a um mês. Assim, ela ficará com um montante de R$102,00. EXEMPLIFICANDO! 12 UNIUBE Como você pode perceber, no exemplo anterior, o montante corresponde ao somatório do principal com os juros. FV=PV+J, sendo FV = Valor Futuro, PV = Valor Presente e J=Juros 1.3.6 Regime de capitalização É a remuneração do capital através dos juros somados a este capital. A capitalização pode ser simples ou composta • Capitalização simples: os juros incidem somente sobre o capital. • Capitalização composta: é uma sucessão de juros simples tomados período por período. Os juros incidem no montante do final de cada período. Vamos analisar uma aplicaçãode R$100,00 à taxa de 2% a.m. pelo prazo de cinco meses, observando a Figura 2 a seguir. Primeiro, no regime de juros simples: Figura 2: Regime de juros simples. PV= R$ 100,00 0 1 mês 2 mês 3 mês 4 mês 5 mês FV= R$ 102,00 FV= R$ 104,00 FV= R$ 106,00 FV= R$ 108,00 FV= R$ 110,00 UNIUBE 13 Agora vamos analisar o exemplo anterior no regime de juros compostos conforme se visualiza na Figura 3. Figura 3: Regime de juros compostos. PV= R$ 100,00 0 1 mês 2 mês 3 mês 4 mês 5 mês R$ 102,00 R$ 104,04 R$ 106,12 R$ 108,24 FV= FV= FV= FV= FV= R$ 110,41 O que você pode observar de diferente entre os dois regimes de capitalização acima demonstrados? PARADA PARA REFLEXÃO Note que, apesar do período, taxa e capital serem as mesmas nos dois regimes de capitalização, após o primeiro período, os montantes apresentam diferenças devido à forma utilizada para calcular os juros, ou seja, depende do modo de capitalização. Isso porque, no primeiro período, por ser apenas um período, os juros são iguais; o capital em que incide os juros é o mesmo do exemplo da capitalização simples. Entretanto, a partir do 1º período, o cálculo dos juros da capitalização simples continua sendo calculado pelo capital inicial. Já nos juros compostos, a capitalização para o período seguinte é calculada pelo montante do 2º período, ou seja, R$ 102,00, mais juros de 2% sobre os R$ 102,00, totalizando R$ 104,04 e, assim, sucessivamente. 14 UNIUBE 1.3.7 Rendas Imagine a seguinte situação: você está comprando uma calculadora financeira no valor de R$ 430,00 para ser pago em cinco parcelas, mensais e iguais, no valor de R$ 91,23. Figura 4: Parcelamento. Analisando a situação acima, identificamos rendas como sendo as prestações a serem pagas. Concluímos que são denominadas rendas, prestações, ou pagamentos propriamente ditos, a amortização de uma dívida por meio de pagamentos periódicos, ou ainda, depósitos periódicos para construir um capital. • Notações mais utilizadas: “PMT” (Pagamentos ou Payment) ou “R”. Iremos utilizar como notação, em nossos estudos, o “PMT”. PV= R$ 430,00 0 1 mês 2 mês 3 mês 4 mês 5 mês R$ 91,23 R$ 91,23 R$ 91,23 R$ 91,23 RTM= RTM= RTM= RTM= RTM= R$ 91,23 UNIUBE 15 1.3.8 Fluxo de Caixa Entrada e saída de Ativos monetários de um Caixa, num determinado período. Representação: A linha reta horizontal com escalas corresponde aos períodos de capitalização, que podem ser diários, mensais, bimestrais, anuais, e outros. Observe os próximos exemplos em que temos o indicador . Setas para cima (+) ↑entrada Setas para baixo ( - ) ↓saída Uma pessoa adquiriu um apartamento no valor de R$50.000,00 à vista; efetuou uma reforma no primeiro mês totalizando R$ 3.500,00, alugou o mesmo durante três meses, recebendo, mensalmente, o valor de R$ 535,00 e vendendo o imóvel no quinto mês pelo valor de R$ 53.000,00. Essa operação poderá ser organizada por meio de um fluxo de Caixa, conforme o diagrama, a seguir: EXEMPLIFICANDO! PV= R$ 50.000,00 0 1 mês 2 mês 3 mês 4 mês 5 mês R$ 3.500,00 R$ 535,00 R$ 535,00 R$ 535,00 R$ 53.000,00 Figura 5: Fluxo de Caixa. 16 UNIUBE Juros simples - regime de capitalização simples1.4 Conforme você viu anteriormente, no regime de capitalização simples, a taxa de juros incide sobre o capital inicial. Dessa forma, os juros simples serão iguais desde que a taxa de juros e a periodicidade na qual essas incidem permaneçam constantes. Por esse motivo, os juros simples também são denominados juros lineares. Para calcular os juros de um determinado capital, basta multiplicar o valor do capital pela taxa de juros e, em seguida, pela quantidade de período que se deseja atualizar o capital. Matematicamente, o juro é calculado pela seguinte fórmula: J = PV x i x n No cálculo de capitalização, é necessário que seja indicado como incidirá a taxa de juros sobre o capital, ou seja, se a taxa de juros será mensal (am), anual (aa), semestral (as), ao quadrimestre (aq), ao trimestre (at), ao dia (ad) ou “ao período”. * A taxa de juros deve estar na mesma unidade de tempo do período. * Só podemos somar ou subtrair valores que estejam na mesma data. Assim: • Taxa indicada em meses (ao mês), o prazo da operação também deverá ser trabalhado em meses; • Taxa indicada diária (ao dia), o prazo da operação deverá ser expresso em dias, e assim por diante. IMPORTANTE! UNIUBE 17 Os juros simples, como o próprio nome diz, são mais simples de serem calculados, uma vez que, para efetuar os cálculos, basta utilizar as quatro operações básicas da matemática que, são a multiplicação, divisão, subtração e adição. Você irá perceber que uma calculadora com as quatro operações básicas atenderá às suas necessidades em relação aos cálculos envolvendo os juros simples. Portanto, uma valiosa dica para não ter dificuldade de calcular juros simples é ficar atento quanto ao período que se refere à taxa de juros e, também, o período de tempo em que o capital ficará aplicado, ou em que será atualizado. IMPORTANTE! Vale lembrar que, conhecendo a fórmula do cálculo de juros, descrita acima, e considerando o princípio de que o valor futuro é igual ao capital mais os juros, teremos todas as outras fórmulas que necessitamos para calcular o montante (FV), taxa de juros (i) e período (n), conforme poderá ser verificado, a seguir: Fórmula 1 - Princípio do Valor Futuro: FV = PV + J Fórmula 2 - Fórmula dos juros: J = PV x i x n Substituindo a fórmula 2 na fórmula 1, teremos: FV = PV + J FV = PV + PV x i x n Logo: FV = PV . ( 1 + i . n) 18 UNIUBE A partir dessas duas fórmulas principais ─ a do cálculo dos juros (J) e a do valor futuro (FV) ─, calcula-se qualquer variável, desde que tenhamos três outras variáveis que necessitamos para que possamos substituí- las nas fórmulas. Taxa equivalente - Aprendendo a transformar a taxa de juros na mesma unidade de tempo do período 1.5 Vamos imaginar a fórmula de juros, que está descrita abaixo: J = PV x i x n Caso a taxa de juros não esteja na mesma unidade de tempo do período, temos duas alternativas. Um exemplo da situação descrita acima é uma taxa de juros de 12%a.a. incidindo sobre um capital pelo prazo de 3 meses. Como você pode observar, a taxa é anual e o prazo está em meses. 1.5.1 Primeira alternativa: transformar o período na mesma unidade de tempo da taxa de juros Imagine uma taxa de juros expressa em meses e o período de capitalização expresso em anos. Então teremos: i = 1,50% ao mês n = 3 anos Nesse caso, podemos transformar o período na mesma unidade de tempo da taxa, conforme poderá ser observado a seguir: n = 3 anos = 36 meses UNIUBE 19 Dessa forma, podemos dizer que a taxa de juros será de 1,50% ao mês e o período de tempo da operação financeira será de 36 meses, que equivale a 3 anos. 1.5.2 Segunda alternativa: Taxa equivalente A segunda opção é encontrar o que chamamos de Taxa equivalente, que no regime de capitalização simples também é proporcional. Para isso, basta encontrar uma taxa anual, equivalente a 1,50% ao mês. Nesse caso, podemos utilizar uma regra de três simples, ou seja: 1,50% ao mês ------------------------ 1 mês X % ao ano ------------------------ 12 meses (1 ano) X = 1,50 x 12 = 18% ao ano. A proporcionalidade entre a taxa de 1,50% ao mês e 18% ao ano é facilmente percebida, entretanto, cabe uma pergunta: por que podemos afirmar que elas são taxas equivalentes? O Sr. Joseph aplicou o valor de R$ 25.000,00, durante 3 anos, a uma taxa de 1,50% ao mês e necessita saber quanto ganhará de juros durante esse período. Primeiramente, devemos relacionar todas as informações necessárias para calcular os juros: • PV = 25.000,00 J = PV x i x n • i = 1,50% ao mês = 0,015 ao mês J= 25.000 x 0,015 x 36 • n = 3 anos = 36 meses J = 13.500,00 • J = ? EXEMPLIFICANDO! 20 UNIUBEPortanto, os juros totalizaram R$ 13.500,00 durante o período de 3 anos ou 36 meses. Outra forma que poderíamos desenvolver os cálculos seria: • PV = 25.000,00 J = PV x i x n • i = 1,50% ao mês x 12 = 18% ao ano = 0,18 J = 25.000 x 0,18 x 3 • n = 3 anos J = 13.500,00 • J = ? Observe que as taxas que utilizamos nas duas formas de cálculo foram diferentes, ou seja, 18% ao ano é diferente da taxa de 1,50% ao mês, porém, quando aplicadas sobre um capital, durante o mesmo período de tempo, proporcionam o mesmo valor dos juros, que no exemplo foi de R$ 13.500,00. Dessa forma, podemos dizer que as taxas, além de serem proporcionais, são equivalentes. Taxa nominal e Taxa efetiva1.6 Outro ponto, referente a taxas de juros, a que devemos dar total atenção é o conceito de Taxa nominal e Taxa efetiva. Taxa nominal: é aquela taxa aparente ou definida em um contrato. Taxa efetiva: conhecida, também, como Taxa real ou Custo real do dinheiro. IMPORTANTE! Vamos esclarecer as definições acima expondo-lhe uma situação comum na vida de um cidadão: Situação I: O Sr. Sanches pretende comprar uma bolsa no valor de R$ 900,00 para presentear sua esposa pelo Dia dos Namorados. A loja informa que cobrará o juro de 1% ao mês e dará ao Sr. Sanches um prazo de 30 dias para o pagamento. UNIUBE 21 Entretanto, caso o Sr. Sanches pague o preço à vista, a loja concederá um desconto de 5%. Portanto, qual é a taxa nominal e qual é a taxa efetiva dessa operação? Dados do problema: • PV = 900,00 • i = 1 % ao mês = 0,01 ao mês • n = 30 dias = 1 mês • FV = ? Fórmula básica: FV = PV x (1 + i x n) FV = 900 x (1 + 0,01 x1) FV = 900 x 1, 01 FV = 909,00 Portanto, a taxa contratada para a operação foi de 1% ao mês (taxa nominal) e o valor que será pago após 30 dias será de R$ 909,00. • Entretanto, caso o Sr. Sanches compre a bolsa à vista, o preço da mesma será: Desconto = 900 x 0,05 = 45 Valor a ser pago à vista = 900 – 45 = 855 Portanto, o valor à vista não será de R$ 900,00 e sim R$ 855,00. Dessa forma, se utilizarmos os dados a seguir, a taxa de juros que a loja está cobrando do seu cliente é diferente daquela contratada, ou seja: 22 UNIUBE Dados: • PV = 855,00 (com desconto) • FV = 909,00 (preço que deverá ser pago para compras a prazo) • n = 30 dias = 1 mês Portanto, qual é a taxa real que está sendo cobrada? FV = PV x (1 + i x n) 909 = 855 x ( 1 + i x 1) 1,063158 - 1 = i i = 1,063158 - 1 = 0,063158 = 6,32 % ao mês. Concluímos que a taxa que está sendo cobrada, efetivamente, do Sr. Sanches é de 6,32% ao mês, e não 1% ao mês. Se o cliente souber dessa informação, ele poderá decidir qual será a alternativa mais viável: a) pegar o dinheiro emprestado para comprar a bolsa à vista; b) financiá-la por meio de uma outra fonte de financiamento; c) comprar a prazo na própria loja. Para ficar mais claro, criemos uma outra situação. Situação II: Suponhamos que o Sr. Sanches consiga um empréstimo, também com vencimento para 30 dias, a uma taxa de 6% ao mês. Para comprar a bolsa à vista, o Sr. Sanches necessita de R$ 855,00, uma vez que ele aproveitará o desconto concedido pela loja. Vejamos, então, quanto ele pagará à pessoa que lhe emprestou o dinheiro ao final do prazo concedido. UNIUBE 23 Dados: • PV = 855,00 (com desconto) • n = 30 dias = 1 mês • i = 6% ao mês = 0,06 ao mês • FV = ? FV = PV x (1 + i x n) = 855 x (1+ 0,06 x1) FV = 855 x 1,06 FV = 906,30 Portanto, o valor que o Sr. Sanches deverá pagar ao agente financiador será R$ 906,30, menor que os R$ 909,00 que deveria pagar à loja, caso comprasse a bolsa a prazo. Portanto, uma economia de R$ 2,70. Também poderíamos concluir a viabilidade da alternativa de compra, comparando a taxa do empréstimo com a taxa efetiva da empresa. Contagem de tempo1.7 Outro fato a que devemos ficar atentos é quanto à contagem de tempo. Na Matemática financeira, podemos utilizar dois tipos distintos de calendário e, consequentemente, com quantidade de dias diferentes. “Ano comercial”, consideramos aquele que possui 360 dias, sendo 30 dias por mês.Já o “ano civil” possui 365 dias e o número de dias do mês é exato.Geralmente, nos cálculos financeiros, utiliza-se o ano comercial, para facilitar os cálculos. Quando a contagem de tempo for feita pelo ano civil, tal informação é especificada no contrato. 24 UNIUBE Desconto de títulos de crédito1.8 As operações de desconto consistem em antecipar o recebimento de títulos de créditos que possuem vencimentos em uma data futura. Geralmente, essas operações são de curto prazo e objetivam a obtenção de capital de giro disponível. Você sabe quais são os títulos de crédito que são descontados com maior frequência no sistema financeiro? Dentre eles, constam: Figura 6: Títulos de crédito. Existem ainda, outros títulos de créditos que também podem ser descontados como, por exemplo, as notas promissórias, notas promissórias rurais e letras de câmbio. Porém, são menos comuns, não ocorrendo normalmente no sistema financeiro. Vamos entender a definição de desconto? Desconto é o valor que será deduzido do valor de face do título de crédito. Valor de face: Conhecido também como valor nominal, é a importância a ser paga na data de vencimento Título de crédito Documento que comprova a existência de uma dívida. UNIUBE 25 Cabe salientar que o cálculo do desconto é efetuado com base no tempo que o mesmo será antecipado. Geralmente, o período de antecipação é mensurado em dias. IMPORTANTE! No regime de juros simples, existem dois tipos de desconto: • Desconto comercial, bancário ou “por fora”. • Desconto racional, simples ou “por dentro”. Os dois se diferem em relação à forma de incidência dos juros sobre o valor principal do título. Figura 7: Forma de incidência dos juros sobre o valor principal do título. Matematicamente, o desconto pode ser representado da seguinte forma: D = N - A , em que: D = Desconto N = Valor nominal (valor de face) A = Valor atual (valor do título na data presente) 26 UNIUBE 1.8.1 Desconto comercial, bancário ou “por fora” Fórmula: Dc = N x i x n em que: Dc = Desconto comercial N = Valor nominal i = taxa de desconto (geralmente dada ao mês) n = prazo de antecipação (geralmente dado em dias) Não deixe de transformar o prazo para a mesma unidade de tempo da taxa. 1.8.2 Desconto racional, “simples” ou “por dentro” Fórmula: Dr = A x i x n em que: Dr = Desconto racional A = valor atual (valor presente do título). i = taxa de desconto (geralmente dada em mês) n = prazo de antecipação (geralmente dado em dias) Não deixe de transformar o prazo para a mesma unidade de tempo da taxa. 1.8.3 Comparando o Desconto comercial com o Desconto racional Para que compreenda a diferença entre Desconto comercial e Desconto racional, você precisa saber como as instituições financeiras realizam as operações de descontos. Veja, passo a passo, como essas transações ocorrem. UNIUBE 27 1º Passo - A empresa leva o título de crédito na instituição financeira. 2º Passo - A instituição financeira poderá ou não consultar a veracidade do título de crédito entrando em contato com o emitente (devedor), reservando-se o direito de não descontá-lo caso conste algo irregular, ou ainda, se o emitente (devedor)tenha alguma restrição de crédito em seu nome. 3º Passo - A instituição financeira antecipa o pagamento do título de crédito à empresa, cobrando-lhe juros equivalentes aos dias de antecipação. Juros estes denominados “desconto”. 4º Passo - O título de crédito ficará custodiado (guardado) na instituição financeira, que fará a cobrança do mesmo. 5º Passo - Quando o devedor (emitente sacado) efetuar o pagamento, o dinheiro ficará para a instituição que o descontou.Vejamos esses conceitos na seguinte situação. Situação III: O Magazine Universitário S/A está vendendo calculadoras financeiras no valor de R$ 450,00 para pagamento em 30 dias, por meio de cheque pré-datado. Ao vender uma calculadora para o Sr. Sanches, com cheque pré-datado, conforme as condições de venda adotadas pela empresa, a mesma pretende descontá-lo em uma instituição financeira. O Banco Uberaba S/A informa que irá cobrar uma taxa de desconto de 2% ao mês. Dessa forma, qual será o valor do desconto (juros) cobrado pela instituição financeira e o qual será o valor atual recebido pela empresa Magazine Universitário S/A, sabendo-se que: a) o critério de cálculo será pelo Desconto comercial. b) o critério do cálculo será pelo Desconto racional. 28 UNIUBE Vamos acompanhar o raciocínio para cada modalidade de desconto. a) Desconto comercial N = 450 (valor do cheque) n = 30 dias (prazo de antecipação) = 1 mês i = 2% ao mês = 0,02 ao mês (juros cobrados pelo Banco) Dc = N x i x n A = N - Dc Dc = 450 x 0,02 x 1 A = 450 - 9 Dc = 9,00 A = 441 Portanto, o valor de desconto será de R$ 9,00 e o valor recebido pelo Magazine Universitário S/A será de R$ 441,00. Passaremos agora, à resolução da letra b, referente ao desenvolvimento do cálculo do Desconto racional: b) Desconto racional A = ? (não sabemos ainda o valor atual, uma vez que é exatamente o que queremos calcular). n = 30 dias (prazo de antecipação) = 1 mês i = 2% ao mês = 0,02 ao mês (juros cobrados pelo banco) N = 450 1) Dr = A x i x n 2) D = N - A Substituindo 2 em 1, teremos: N - A = A x i x n UNIUBE 29 Portanto: N = A + A x i x n N = A (1 + i x n) A = N / (1 +in) ou Dr = A x i x n Dr = 441,18 x 0,02 x 1 Dr = 8,82 Portanto, o valor de desconto será de R$ 8,82 e o valor recebido pelo Magazine Universitário S/A será de R$ 441,18. Chamamos sua atenção para o seguinte detalhe: o valor do Desconto comercial é maior que o do Desconto racional. Dessa forma, o Magazine Universitário S/A pagará mais juros caso desconte esse cheque pré-datado no Desconto comercial. As instituições financeiras optam pela utilização do Desconto comercial e, justamente por esse motivo, que ele é chamado de Desconto comercial ou bancário. Outrossim, observem que o Desconto comercial é calculado pelo valor nominal e o Desconto racional é calculado pelo valor atual. Sendo o valor atual sempre menor que o valor nominal, podemos representá-los em dois círculos, conforme Figura 8, a seguir: A = 450/(1+0,02x1) = 450/1.02 = 441,18 D = N - A D = 450 - 441,18 = 8,82 30 UNIUBE Figura 8: Desconto “por dentro” e Desconto “por fora”. Fonte: Silva (2005). Esperamos que tenha ficado mais fácil diferenciar o “desconto por dentro” e “desconto por fora”. Vale ressaltar que esses dois termos são muito utilizados em concursos e a maior parte dos candidatos comete erros por confundirem a fórmula correta a ser utilizada. 1.8.4 Equivalência de capital em desconto de títulos Agora, que já sabemos diferenciar o Desconto comercial e o Desconto racional, temos uma outra situação muito comum no mercado. Em certos casos, o cliente de uma determinada empresa, devedor de um título de crédito, pode propor negociações que envolvam substituição do título de crédito, modificando as datas de vencimentos. Isso é perfeitamente possível, porém o beneficiário (credor) só deverá aceitar a negociação se obtiver o mesmo valor atual do título caso o mesmo seja descontado. Damos o nome a essa transação financeira de “equivalência de capital”. Podemos compreender melhor esse conceito resolvendo a situação a seguir. UNIUBE 31 Situação IV: Vamos supor que o Sr. Sanches, emissor do cheque pré-datado no valor de R$ 450,00, com vencimento para 30 dias, resolve trocá-lo com o Magazine Universitário S/A por outro documento com vencimento para daqui a 45 dias, consequentemente ganhando mais 15 dias de prazo. Portanto, o valor do novo documento não poderá ser calculado simplesmente acrescendo ao valor original, que no caso é de R$ 450,00, os juros correspondentes aos 15 dias a mais de prazo. Primeiramente, o credor, que, no exemplo, será o Magazine Universitário S/A, deverá verificar se o cheque de R$ 450,00, caso fosse descontado, seria pelo desconto comercial ou pelo desconto racional. Em seguida, basta igualar os dois valores atuais, ou seja, o valor atual do título antigo deverá ser igual ao valor atual do título novo. Após, efetue os cálculos encontrando a variável que queremos saber, que é o novo valor atual. Desenvolvendo: a) Equivalência de capital calculada por meio de desconto comercial: Título original Novo título N = 450,00 N’ = ? n= 30 dias = 1 mês n’= 45 dias = 1,50 mês Taxa de desconto: i = 2% ao mês = 0,02 ao mês Sabendo-se que a fórmula do valor atual é: A = N ( 1 - i x n) 32 UNIUBE A = A’ N x (1 - i x n) = N’ x (1 - i x n’) 450 x (1 - 0,02 x 1) = N’ x (1 - 0,02 x 1,5) 450 x 0,98 = N’ x (1 - 0,03) 441 = N’ x 0,97 N’=441/0,97 = 454,64 Portanto, o valor do novo título deverá ser de R$ 454,64, com vencimento para daqui a 45 dias, uma vez que, no caso de ser descontado, irá proporcionar o mesmo valor atual do título de R$ 450,00 com vencimento para 30 dias, ou seja, o valor atual seria igual a R$ 441,00. b) Equivalência de capital calculada pelo Desconto racional: Título original Novo título N = 450,00 N’ = ? n= 30 dias = 1 mês n’= 45 dias = 1,50 mês Taxa de desconto: i = 2% ao mês = 0,02 ao mês A fórmula do valor atual, utilizando o desconto racional é a seguinte: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 1 . ' ' 1 . 1 . ' 450 ' 1 0,02.1 1 0,02.1,50 450 ' 1,02 1 0,03 '441,176471 1,03 ' 441,176471.1,03 ' 454,411765 ' 454,41 NA i n A A N N i n i n N N N N N N = + = = + + = + + = + = = = ≅ ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 1 . ' ' 1 . 1 . ' 450 ' 1 0,02.1 1 0,02.1,50 450 ' 1,02 1 0,03 '441,176471 1,03 ' 441,176471.1,03 ' 454,411765 ' 454,41 NA i n A A N N i n i n N N N N N N = + = = + + = + + = + = = = ≅ UNIUBE 33 Portanto, o valor do novo título deverá ser de R$ 454,41, com vencimento para daqui a 45 dias, uma vez que, no caso de ser descontado, irá proporcionar o mesmo valor atual do título de R$ 450,00 com vencimento para 30 dias, ou seja, o valor atual seria, aproximadamente, de R$ 441,18. Conclusão1.9 Agora, que você já conhece alguns “segredos” da Matemática financeira, deve prosseguir seu estudo, reforçando conceitos e desenvolvendo exercícios. Só se aprende Matemática financeira resolvendo muitos exercícios e, inclusive, diversas vezes cada um deles. Este é apenas o começo do estudo da Matemática financeira, quando você teve a oportunidade de aprender conceitos elementares e estudar o regime de capitalização de juros simples. Passemos ao conjunto de atividades que lhe permitirá construir novos conhecimentos a partir do que foi abordado neste capítulo. Resumo Neste capitulo abordamos um conteúdo da Matemática financeira que a torna um importante instrumento para tomada de decisão. Você nota que, ao iniciar os estudos da disciplina, algumas perguntas inevitavelmente passam pela sua cabeça: qual o seu campo de aplicação? Qual a sua utilidade prática? Ela fará alguma diferença em minha vida? E você percebe o quanto ela está entranhada na sua vida. Iniciamos o conteúdo ensinando como se utiliza a calculadora, os conceitos, termos e notações que são frequentemente utilizados pela Matemática financeira, bem como, pelo mercado empresarial e financeiro como um todo. Espero que tenha compreendido os conceitos estudados e caso tenha tido alguma dúvida volte ao texto e releia-o e também resolva os exercícios! 34 UNIUBE Atividades Atividade 1 1.1 - Você aplicouR$ 4.800,00 por 10 meses à taxa de 25%a.a. Calcule o juro obtido. 1.2 - Qual o valor que resgatou o aplicador que investiu R$ 56.000,00 pelo prazo de 3 anos à taxa de 5% a.m.? Atividade 2 Por quanto tempo deve ser aplicado um capital de R$ 16.000,00 à taxa de juros de 16% ao ano, para que, final deste período, o valor acumulado seja de R$ 16.640,00? Atividade 3 3.1 - Você aplicou R$ 5.000,00 num banco por 2 meses à taxa de 5% a.m.. Sabe-se que incide uma alíquota de 25% sobre os juros. Calcule: a) o valor dos juros b) o imposto de renda retido c) o valor líquido de resgate d) a taxa efetiva mensal de rendimento 3.2 - Uma instituição financeira faz empréstimos e cobra 12% a.m. de juros simples que devem ser pagos antecipadamente pelo tomador . Qual a taxa efetiva que o tomador paga por empréstimo de R$ 30.000,00 por 3 meses? UNIUBE 35 Atividade 4 4.1 - Uma determinada mercadoria é vendida à vista por R$ 130,00. Mas se o comprador desejá-la comprar a prazo, deverá dar uma entrada de 20% e o restante será pago após 30 dias. Entretanto, a segunda parcela terá juros e totalizará um montante de R$ 106,90. Qual a taxa de juros cobrada na venda a prazo? 4.2 - Cláudio deseja financiar a compra de um home theather no valor de R$ 3.000,00, em uma entrada mais três prestações mensais de R$1.000,00. Sabendo que será cobrada uma taxa de 1,8% a.m. no regime de juros simples, calcule o valor da entrada. Atividade 5 5.1 - Uma duplicata no valor de $ 4.500,00 foi descontada 60 dias antes de seu vencimento a uma taxa de 25% a. a. a) Qual foi o desconto comercial que sofreu? b) Quanto recebeu seu portador? c) Se o desconto fosse racional, qual a taxa anual que corresponderia ao mesmo valor descontado? 5.2 - Uma empresa oferece os seguintes títulos para serem descontados num banco comercial: Vencimento ( dias ) Valor do título (R$) 30 10.000,00 60 20.000,00 90 30.000,00 Total 60.000,00 36 UNIUBE Determinar o valor a ser creditado na conta desta empresa, por essa operação de desconto, assumindo o mês com 30 dias e sabendo-se que a taxa de desconto comercial acertada é de 1% a.m.+ Referências ASSAF NETO, Alexandre. Matemática financeira e suas aplicações. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2006. CRESPO, Antônio Arnot. Matemática comercial e financeira fácil – 13 ed. São Paulo: Saraiva 2002. HOUAISS, A. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de janeiro: Objetiva, 2001. SILVA, Cássio Silveira da. Matemática financeira: com utilização da calculadora HP12C. Uberaba, 2005 (apostila). VERAS, Lilia Ladeira. Matemática financeira: uso de calculadoras financeiras, aplicações ao mercado financeiro, introdução à engenharia econômica. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2001. Cássio Silveira da Silva Juliane Miziara Machado Borges Introdução Conhecendo o poder da capitalização dos juros Capítulo 2 Prezado aluno, no Capítulo 1 – Matemática como instrumento para tomada de decisão – vimos que a Matemática pode ser utilizada para auxiliar os gestores a tomarem decisões financeiras. Estudamos conceitos básicos de Matemática comercial, sistema de capitalização simples e desconto de títulos de crédito. Agora, iremos conhecer uma nova forma de capitalização, conhecida como “juros compostos” ou capitalização composta. O critério da capitalização composta é o mais utilizado no mercado financeiro, uma vez que o custo do capital é calculado de forma mais precisa, remunerando não só o capital como também os juros que deveriam ser obtidos, período a período. Esse sistema de capitalização também é conhecido como “juros sobre juros”. Trabalhando com consultoria em finanças, já presenciamos várias situações em que pessoas físicas ou empresas levam prejuízos significativos por desconhecerem o sistema de capitalização composta. Esse sistema, por remunerar não somente o capital como também os juros obtidos período a período, “multiplica” o capital de forma exponencial, fazendo com que uma dívida triplique seu valor, dependendo das taxas de juros contratadas. 38 UNIUBE A título de exemplo, suponhamos que uma taxa de cartão de crédito seja 10,35% ao mês (atualmente, é muito comum encontrar essas taxas sendo praticadas por algumas bandeiras de cartões de crédito) e uma pessoa esteja financiando um saldo devedor de R$ 1.000,00 do cartão de crédito, pretendendo liquidar a dívida daqui a um ano. Ao final de doze meses, o saldo devedor terá alcançado a incrível cifra de R$ 3.260,38 ou seja, o valor final será mais de três vezes o valor inicial. Alguns estudiosos, professores e consultores de finanças chamam os prejuízos gerados pelo desconhecimento e domínio da Matemática financeira como “custos da ignorância na Matemática financeira”. Como dissemos anteriormente, no sistema de capitalização composta, os juros são calculados a partir de fórmulas exponenciais, dificultando o desenvolvimento uma vez que teremos que utilizar expoentes, raízes e funções de logaritmo natural ou neperiano (Ln). Lembrando que Logaritmo natural ou neperiano é o logaritmo de base “e” (2,718281). O lagoritmo neperiano de x (lnx) é a potência a que se deve elevar “e” para se obter “x”. Para facilitar os cálculos, existem as calculadoras financeiras. Compactas, fáceis de serem transportadas e, como dizia um dos papas da Economia e Finanças, Mário Henrique Simonsen (1935-1997), engenheiro, especializado em Economia e ex-ministro da Fazenda, “cabem no bolso de um paletó”. Além das calculadoras financeiras, temos os palm’s e planilhas eletrônicas, que é o caso do MS Excel, que facilitam a “vida” daqueles que necessitam efetuar cálculos de capitalização composta. UNIUBE 39 Portanto, nessa etapa do estudo, é de fundamental importância a aquisição de uma calculadora financeira, conforme recomendações do capítulo anterior, para que você consiga um maior aproveitamento nos estudos. Muitos alunos tentam acompanhar os estudos de Matemática financeira utilizando calculadoras científicas, que podem ser utilizadas sem nenhum tipo de problema para efetuarem algumas operações financeiras. Entretanto, para calcular taxa interna de retorno, fluxo de caixa e alguns outros cálculos mais complexos as máquinas científicas ficam limitadas, exigindo muito conhecimento matemático de seu usuário. Um bom motivo para que você adquira uma calculadora financeira é a velocidade de resposta que a calculadora financeira é capaz de fornecer. Por questões didáticas e mercadológicas, iremos adotar a HP12C para elaborar nossos exemplos e explicações. Portanto, recomendo que você adquira uma calculadora desse modelo, de preferência o modelo tradicional ou também conhecido como “HP12C Gold”. Desejamos-lhe bons estudos. Objetivos Esperamos que os conteúdos trabalhados neste capítulo sejam capazes ajudá-lo a desenvolver as seguintes habilidades: • calcular o custo do dinheiro no tempo, • conhecer e aplicar fórmulas matemáticas para cálculos financeiros de juros compostos; 40 UNIUBE • conhecer e manusear a calculadora financeira HP 12C; • utilizar a Matemática financeira como instrumento de gestão para tomada de decisão; • identificar o caráter interdisciplinar entre o conhecimento matemático, administrativo, contábil e econômico; Esquema • Calculando juros, montante, capital e prazo • Cálculo de juros para números não inteiros e períodos Dicas de utilização da calculadora financeira Capitalização composta Data focal Equivalência de taxa a juros compostos Desconto composto Taxa nominal e Taxa efetiva Dicas de utilização da calculadora financeira2.1 Antes de iniciarmos os estudos de regime de capitalização composta, conforme falamos anteriormente, daremos ênfase a algumas importantes funções e teclas da HP12C que você utilizará com maior frequência. Cabe observar que não pretendemos aqui escrever sobre todas as funções da referida calculadora e, muito menos, detalhar todas as operações possíveis de serem feitas utilizando tal ferramenta. Osdetalhes sobre as funções, operações e cuidados com o equipamento você deverá conhecer estudando detalhadamente o manual que acompanha sua calculadora. UNIUBE 41 Depois dessas recomendações, vamos as dicas do Quadro 1: Podemos garantir que o estudo do manual da calculadora é um importante ingrediente para solidificar o conhecimento de Matemática financeira. A calculadora financeira está para o gestor de finanças assim como o bisturi está para o cirurgião. IMPORTANTE! Quadro 1: Sequência de teclas das funções básicas da calculadora. Teclas Visor Significado ON 0,00 Liga a calculadora. CLx 0,00 Apaga o número que está no visor. f 2 0,00 Para fixar o número de casas decimais basta teclar o f (segunda função) de cor laranja e, em seguida, teclar o número de casas desejadas. No exemplo, fixamos em 2 (duas) casas decimais. f REG 0,00 Trata-se de uma função “Clear” que apaga todos os regis tradores (registros de memória, registros financeiros, etc...) f Fin 0,00 Também se refere a função “Clear” que limpa os registradores financeiros. As teclas que apagam os registradores são de grande importância, principalmente aquela que limpa os registradores financeiros (f Fin), uma vez que os números armazenados nas teclas financeiras permanecem guardados até que sejam substituídos ou apagados através da função “clear” descrita. Mesmo se a calculadora financeira for desligada, os números armazenados em suas memórias não deixam de existir, permanecendo até que sejam apagados com comando específico (função “clear”). 42 UNIUBE No caso dos cálculos financeiros, os números armazenados podem influenciar resultados, provocando erro no resultado desejado, podendo causar grandes transtornos para o usuário, uma vez que o mesmo poderá tomar decisões erradas em uma prova ou no fechamento de um negócio. E por falar em memórias, a calculadora HP12C possui 20 memórias que podem ser utilizadas para armazenamento de números. Os números ali armazenados podem ser recuperados mesmo depois que você desligou a calculadora. Podem ser realizadas operações (multiplicação, divisão, adição e subtração), com os números que estão armazenados, sendo estes substituídos pelo resultado obtido. Para utilizar esse recurso, leia a Seção 1 (Introdução ao Uso), item “Registradores e Armazenamento” do manual da calculadora HP12C e, também, observe o quadro, a seguir. Para armazenar um número, utilizando esse recurso, você deverá informar o número que pretende armazenar e, teclar STO (Store = armazenar) e, em seguida, escolher um número de “0” a “9” armazenando os dados em umas das 10 (dez) primeiras memórias da máquina. Caso necessite, você poderá teclar STO e, em seguida, “.” (ponto) e um número de “0” a “9” para utilizar as outras 10 memórias existentes, perfazendo o total de 20 memórias disponíveis. Veja o Quadro 2: Quadro 2: Sequência de teclas a serem usadas numa situação de utilização da função STO da calculadora. Passo Teclas Visor Significado 1 ON 0,00 Liga a calculadora. 2 F 2 0,00 Posicionar a calculadora em duas casas decimais. 3 F REG 0,00 Limpar os registradores. 4 500 500, Informe o valor que pretende utilizar em seus cálculos. UNIUBE 43 Suponhamos que você deseja somar R$ 50,00 com o valor que está armazenado na memória “2” (R$ 600,00) e, em seguida, armazenar o resultado na própria memória dois, substituindo o número anterior pelo novo resultado. Dessa forma você poderia proceder da seguinte maneira (Quadro 3): 5 STO 1 500,00 Armazenar o valor que está no visor na memória “1” 6 600 600, Informe o valor que pretende utilizar em seus cálculos 7 STO 2 600,00 Armazenar o valor que está no visor na memória ‘2” 8 1200 1.200, Informe o valor que pretende utilizar em seus cálculos 9 STO .2 1.200,00 Armazenar o valor que está no visor na memória “.2” (ponto dois). . Quadro 3: Sequência de teclas a serem usadas na situação proposta acima Passo Teclas Visor Significado 1 ON 0,00 Liga a calculadora. 2 50 50, Informe o valor que pretende utilizar em seus cálculos. 3 STO + 2 50,00 Somar o número do visor ao número que está armazenado na memória 2 (dois). 4 RCL 2 650,00 Recuperar o valor armazenado na memória “2”, que nesse caso é o resultado de 600,00 (número armazenado anteriormente) somado ao 50,00 (utilizado na operação atual). A HP12C também possui as memórias financeiras, no total de 5 teclas utilizadas para desenvolver cálculos financeiros de juros compostos. Os números que são armazenados nessas teclas podem ser substituídos por outros dados inseridos na mesma tecla ou ainda apagados utilizando a função “clear” por meio das teclas “f Fin”, conforme explicado anteriormente. 44 UNIUBE As teclas são as descritas no Quadro 4: Quadro 4: Sequência de teclas a serem usadas no cálculo de juros compostos Teclas da HP12C Função n Números de períodos ou prestações PV Valor Presente ou Capital i Taxa de Juros (Percentual) FV Valor Futuro ou Montante PMT Valor dos Pagamentos ou Prestações (quando os valores são iguais) Para visualizar os valores armazenados nestes registradores, basta acionar a tecla RCL e, logo em seguida, a tecla desejada, como descrito no Quadro 5: Quadro 5: Sequência de teclas a serem usadas numa situação de cálculo de juros impostos Passo Teclas Visor Significado 1 ON 0,00 Liga a calculadora. 2 f 2 0,00 Posicionar a calculadora em duas casas decimais 3 f Fin 0,00 Limpar os registradores 4 5 5, Informe o valor que pretende utilizar em seus cálculos 5 n 5,00 Tecle “n” para inserir o número de períodos 6 30 30, Informe o valor que pretende utilizar em seus cálculos 7 PV 30,00 Tecle “PV” para inserir o valor presente. 8 2 2, Informe o valor que pretende utilizar em seus cálculos 9 i 2,00 Tecle “i” para inserir a taxa de juros, que nesse caso será de 2,00 % UNIUBE 45 Para recuperar os números armazenados, a fim de checar se foram informados corretamente, para rever informações ou para outra finalidade que se fizer necessária, basta utilizar a tecla RCL (Recall = recuperar) e, logo em seguida, pressionar a tecla financeira desejada. Quando a calculadora sai da fábrica, ela fica configurada para expressar os valores na maneira americana, ou seja, a separação da parte inteira da parte decimal dos números é feita com o “.” (ponto) e os grupos de 3 dígitos são separados por “,” (vírgula), conforme se vê em: US$ 1,237.58. Em determinados momentos, tal configuração pode confundir o usuário brasileiro, uma vez que temos o hábito de separar as casas que indicam milhares com “.” (ponto) e a parte inteira da decimal por “,” (vírgula), conforme se nota em: R$ 1.237,58 Para fazer a alteração, basta desligar a calculadora, pressionar e manter pressionada a tecla do ponto (“.”) e, em seguida, pressionar a tecla “ON”, soltando-as simultaneamente. Se repetir novamente a operação a calculadora voltará a ser usada com a configuração original. Muitas pessoas, ao adquirirem um novo equipamento, não têm o hábito de fazer a leitura do manual. Tenho certeza que você conhece milhares de pessoas que, ao adquirirem um novo celular, um aparelho de DVD, um carro, um aparelho de TV, e tantos outros aparelhos eletrônicos não fazem a leitura do manual e aprendem a manusear o equipamento com experiências adquiridas anteriormente, por deduções ou tentativa e erro. Talvez esse seja o motivo de redução de vida útil do equipamento, danos que algumas vezes são irreversíveis ou subutilização do produto, não usufruindo todos os benefícios que o mesmo pode oferecer. Dessa maneira, convidamos você a quebrar esse velho paradigma e fazer uma leitura muito interessante e importante para que aprenda dominar todas as funções de sua calculadora que serão utilizadas nos cálculos financeiros. SAIBA MAIS 46 UNIUBE Portanto, você deverá realizar a leitura dos itens abaixo, que compõem o manual de sua HP12C. Os itens que deverão ser lidos e que você poderá localizá-los pelo índice são:1. Introdução 2. Facilitando os cálculos financeiros 3. Parte I – Resolvendo problemas 4. Seção 1 – Introdução ao uso 5. Seção 2 – Funções de porcentagem e de calendário 6. Seção 3 – Funções financeiras básicas 7. Seção 5 – Recursos adicionais de operação 8. Seção 7 – Funções matemáticas e de alterações de números 9. Apêndice C: Condições de erros 10. Apêndice E: Bateria, garantia e informações sobre assistência técnica 11. Índices das teclas de funções. Caso você não possua o manual da calculadora, o mesmo encontra-se disponível acessando endereço, a seguir, que é do site da HP: Tenha certeza de que, somente com a prática, a utilização da calculadora financeira se tornará algo natural. Manual da calculadora financeira <http://h10025.www1.hp.com/ewfrf/wc/ manualCategory?lc=pt&cc=br&dlc=pt&product=81575> PESQUISANDO NA WEB UNIUBE 47 Capitalização composta2.2 Agora que você já realizou a leitura do manual de sua calculadora, vamos iniciar nosso estudo sobre capitalização composta, ou o chamado popularmente de “juros sobre juros”. Na capitalização composta, conforme explicado anteriormente, os juros incidem no montante do final de cada período, ou seja, são calculados os juros de um determinado capital. O juro é somado ao capital formando um montante (juros + capital) que, no próximo período, receberá os juros. Dessa forma, os juros também rendem juros. A capitalização composta é uma sucessão de juros simples tomados período por período. Um capital de $ 100 será ajustado por juros compostos a uma taxa de 2%, por período, durante 5 períodos, assim: 100 110,41108,24106,12104,04102 i = 2% 0 54321 n = períodos EXEMPLIFICANDO! 2.2.1 Calculando juros, montante, capital e prazo Para calcular juros pelo regime de capitalização composta, torna-se necessário utilizar fórmulas que contenham expoentes, pois os juros compostos também são conhecidos como juros exponenciais. As calculadoras financeiras já vêm programadas para elaborarem cálculos de juros compostos e as Planilhas Eletrônicas (como por exemplo, o MS Excel), por sua vez, possuem um assistente de função com várias fórmulas financeiras, facilitando assim a vida dos gestores que necessitam tomar decisões com base nos cálculos financeiros para minimizar riscos. 48 UNIUBE Antes de apresentar a primeira fórmula, devemos ter consciência de que, aprender utilizar a calculadora é importante, uma vez que facilita nossos cálculos, porém devemos saber trabalhar com as fórmulas matemáticas para que possamos compreender e demonstrar cálculos, caso seja necessário. Em concursos públicos, provas para ingresso em pós-graduação, perícia jurídica e outros tipos de trabalho torna-se necessário demonstrar todos os passos utilizados na elaboração dos cálculos. IMPORTANTE! Agora que já fizemos as recomendações quanto à importância da utilização de fórmulas, apresento a você a principal fórmula para calcular os juros compostos: J = PV . ((1+ i)n – 1) em que: J = Juros PV = Valor presente ou Capital n = Prazo ou período i = Taxa de juros A seguir, vamos criar uma sequência de situações-exemplos em que você aplicará os conceitos vistos até aqui e desenvolveremos sua resolução. Situação I: O Sr. Aderbal aplicou R$ 3.750,00 no Banco de Uberaba S/A durante 5 meses a uma taxa de 2,50% ao mês. Calcule qual foi o juro que o Sr. Aderbal ganhou durante o período que o recurso ficou aplicado. UNIUBE 49 Quadro 6: Resolução algébrica da Situação I Dados Resolução algébrica PV = 3.750,00 n = 5 meses i = 2,50 % a.m. ou 0,025 a.m. J = PV . ((1+ i)n - 1) J = 3750 . ((1 + 0,025)5 - 1) J = 3750 . ((1,025)5 - 1) J = 3750 . (1,131408 - 1) J = 3750 . 0,131408 J = 492,78 Não temos teclas na calculadora financeira que permitam calcular diretamente o valor dos juros, entretanto podemos calculá-los pela diferença entre o Valor Futuro e o Valor Presente (J=FV-PV). Para tornar possível a resolução pelo cálculo do Valor Futuro, devemos primeiramente conhecer a fórmula utilizada para cálculo do montante. FV = PV . (1 + i)n • Aplicando a fórmula do valor futuro no exemplo anterior e calculando o montante da aplicação, teremos: Quadro 7: Cálculo do valor futuro Dados Resolução Algébrica PV = 3.750,00 n = 5 meses i = 2,50 % a.m. ou 0,025 a.m. FV = ??? FV = PV . (1 + i)n FV = 3.750, . (1 + 0,025)5 FV = 3.750, . (1,025)5 FV = 3.750, . 1,131408 FV = 4.242,78 50 UNIUBE • Representação gráfica da Situação I pelo diagrama abaixo: Figura 1: Representação gráfica da situação do Quadro 7. PV= 3.750,00 1º mês 2º mês 3º mês 4º mês 5º mês0 FV= 4.242,78 A seta para baixo significa que está acontecendo uma saída de recursos do “caixa” para que sejam aplicados e, por sua vez, a seta voltada para cima indica que está ocorrendo uma entrada de recursos no “caixa” após o resgate da aplicação. • Para desenvolver a situação exposta no Quadro 7, utilizando as teclas financeiras da HP12C, teremos: Quadro 8: Sequência de teclas a serem usadas nas etapas do Quadro 7 Passo Teclas Visor Significado 1 ON 0,00 Liga a calculadora. 2 f 2 0,00 Posiciona a calculadora em duas casas decimais. 3 f Fin 0,00 Limpa os registradores. 4 3750 CHS PV - 3.750,00 Informe o valor presente, mude o sinal para negativo pela tecla “CHS” e, em seguida, tecle “PV”. 5 5 n 5,00 Informe o período e tecle “n”. UNIUBE 51 6 2,5 i 2,50 Informe a taxa de juros e tecle “i” (não é necessário dividir a taxa por cem). 7 FV 4.242,78 Tecle “FV” para ser calculado o valor futuro da operação. O valor futuro será de R$ 4.242,78 As calculadoras financeiras trabalham com fluxo de caixa, ou seja, trabalham com entrada e saída de recursos. Dessa forma, quando existe saída de recursos ela indica outro recurso entrando e vice-versa. O sinal de negativo indica saída de capital e o sinal positivo indica a entrada. Para calcular o Valor Presente, podemos utilizar a seguinte fórmula: IMPORTANTE! ( )1 = + n FVPV i Situação II: O Sr. Joseph pretende viajar para o exterior daqui a 10 meses e necessitará, na ocasião da viagem, uma quantia de R$ 12.800,00. Sabendo que a taxa de juros é de 3,00 % ao mês, qual será o valor que ele deverá aplicar hoje para que, ao final da aplicação, consiga o valor futuro desejado? 52 UNIUBE Quadro 9: Resolução algébrica da Situação II Dados Resolução algébrica FV = 12.800,00 n = 10 meses i = 3,00 % a.m. ou 0,03 a.m. PV = ??? • Representação gráfica dessa situação pelo diagrama abaixo: Figura 2: Representação gráfica da Situação correspondente ao Quadro 9. PV= 9.524,40 2º mês 4º mês 6º mês 8º mês 10º mês0 FV= 12.8000,00 • Para desenvolver dessa situação utilizando as teclas financeiras da HP12C, teremos o Quadro 10: Quadro 10: Sequência de teclas a serem usadas na calculadora, para resolução da Situação II Passo Teclas Visor Significado 1 ON 0,00 Liga a calculadora. 2 f 2 0,00 Posiciona a calculadora em duas casas decimais. 3 f Fin 0,00 Limpa os registradores. ( ) ( ) ( ) 10 10 1 12.800 1 0,03 12.800 1,03 12.800 9.524,40 1,343916 n FVPV i PV PV PV = + = + = = = UNIUBE 53 4 12800 FV 12.800,00 Informe o valor futuro e, em seguida, tecle “FV”. 5 10 n 10,00 Informe o período e tecle “n”. 6 3 i 3,00 Informe a taxa de juros e tecle “i” (não é necessário dividir a taxa por cem). 7 PV - 9.524,40 Tecle “PV” para ser calculado o valor presente da operação. O valor presente será de R$ 9.524,40 1) O valor presente apareceu no visor de sua calculadora com sinal negativo porque ela está trabalhando com fluxo de caixa, ou seja, entrada e saída de valores. Quando informado o valor futuro positivo (entrada de recursos no caixa) a calculadora financeira informa um valor presente (saída de recursos no caixa) com o sinal negativo para indicar a saída de recursos. 2) Portanto, nesse caso, o sinal deverá ser ignorado. 3) Não há necessidade de obedecer a uma única sequência para informar os valores nas teclas financeiras.Basta que você coloque todas as informações necessárias antes de solicitar o cálculo final. IMPORTANTE! Situação III: O Sr. Gustavo recebeu a seguinte proposta do gerente do Banco de Uberaba S/A: aplicando o valor de R$ 2.700,00 por um prazo de 18 meses, ele receberá um valor de R$ 3.592,94. Ajude o Sr. Gustavo calcular a taxa de juros mensal que o Banco de Uberaba S/A irá pagar por essa aplicação. 54 UNIUBE • A fórmula que deverá ser utilizada para efetuar cálculos de taxa de juros será a seguinte: 1 1 100 = − × nFVi PV • Observe a resolução, a seguir, no Quadro 11: Quadro 11: Resolução algébrica da Situação III Dados Resolução algébrica PV = 2.700,00 FV = 3.592,94 n = 18 meses i = ??? ( ) [ ] 1 1 18 0,055556 1 100 3592,94 1 100 2700 1,330719 1 100 1,0160 1 100 0,0160 100 1,60 = − × = − × = − × = − × = × = nFVi PV i i i i Dessa forma, teremos uma taxa de juros de 1,60% ao mês. • Representação gráfica da Situação III pelo diagrama abaixo, da Figura 3: Figura 3: Representação gráfica da Situação III correspondente ao Quadro 11. PV= 2.700,00 4º mês 8º mês 12º mês 16º mês 18º mês0 FV= 3.592,94 UNIUBE 55 Quadro 12: Sequência de teclas a serem usadas nessa Situação Passo Teclas Visor Significado 1 ON 0,00 Liga a calculadora. 2 f 2 0,00 Posiciona a calculadora em duas casas decimais. 3 f Fin 0,00 Limpa os registradores. 4 2700 PV 2.700,00 Informe o valor presente e, em seguida, tecle “PV”. 5 3592,94 CHS FV - 3.592,94 Informe o valor futuro, mude o sinal teclando CHS e, em seguida, tecle “FV”. 6 18 n 18,00 Informe o período e tecle “n”. 7 i 1,60 Tecle “i” para calcular a taxa de juros já em percentual. 8 f 6 1,599999 Tabula para 6 (seis) casas decimais, caso você tenha que utilizar essa taxa para outros tipos de cálculos. A taxa de juros é de 1,60% ao mês ou 1,599999% ao mês. • Para desenvolver a Situação III, utilizando as teclas financeiras da HP12C, teremos: Situação IV: Calcule por quanto tempo a Srta. Velloni deverá aplicar o valor de R$ 15.800,00 para obter um montante de R$ 23.700,00 sabendo que a taxa de juros mensal será de 3,75% ao mês. • Para calcular o período, devemos aplicar uma função de logaritmo natural ou neperiano (Ln) pela seguinte fórmula: ( )1 = + FVLn PVn Ln i 56 UNIUBE Observe a resolução, a seguir, no Quadro 13: Quadro 13: Resolução algébrica da Situação IV Dados Resolução algébrica PV = 15.800,00 FV = 23.700,00 i = 3,75% ao mês. n = ??? n ≅ 11 meses 0,405465n 11,013892 0,036814 = = ( ) 23700Ln Ln1,5015800n Ln 1 0,0375 Ln1,0375 = = + ( ) FVLn PVn Ln 1 i = + Dessa forma, teremos um prazo aproximado de 11 meses Cabe observar que não é muito recomendado calcular diretamente o período utilizando as teclas financeiras da HP12C, uma vez que a máquina costuma arredondar as frações para cima, distorcendo as respostas obtidas. Para minimizar esse problema, existe uma função ou “anúncio” “C”, conforme manual da HP12C que deverá ser requisitada, acionando as teclas STO EEX. Nesse momento, aparecerá do lado direito do seu visor a letra “C”, informando que a máquina irá calcular os períodos conforme princípios de juros compostos. Ela não sairá do visor, mesmo após desligar e ligar a calculadora; caso você queira tirá-la do visor, basta utilizar o mesmo procedimento descrito acima. IMPORTANTE! UNIUBE 57 Quadro 14: Sequência de teclas a serem usadas na Situação IV Passo Teclas Visor Significado 1 ON 0,00 Ligar a calculadora. 2 f 6 0,0000000 Posicionar a calculadora em seis casas decimais. 3 f Fin 0,000000 Limpar os registradores. 4 STO EEX 0,000000 Irá aparecer no visor o anúncio “C”. 5 15800 CHS PV - 15.800,000000 Informe o valor presente, modifique o sinal para negativo (saída de caixa para aplicação) teclando CHS e, em seguida, tecle “PV”. 6 23700 FV 23.700,00 Informe o valor futuro e, em seguida, tecle “FV”. 7 3,75 i 3,75000 Informe a taxa de juros e tecle “i”. 8 n 12,000000 Tecle “n” para calcular o prazo da aplicação. Nesse caso, a HP12C fornecerá a resposta 12, ou seja, 12 meses. Como vimos, pela fórmula, o prazo correto seria 11 meses e 1 dia. Portanto, não é seguro calcular o prazo pela HP12C. • Para desenvolver a Situação IV, utilizando as teclas financeiras da HP12C, teremos o disposto no Quadro 14: Outra recomendação importante é não utilizar números não inteiros de períodos para informar na tecla “n” para cálculos de juros compostos utilizando a HP12C. A informação de números não inteiros para “n” pode acarretar problemas de arredondamentos, fazendo com que você obtenha um resultado incorreto. 58 UNIUBE Portanto, caso você tenha que calcular prazos, utilize as fórmulas algébricas ou, ainda, funções de períodos de planilhas eletrônicas (MS Excel ou similar) que podem ser acionadas pela opção “Inserir”/ “Funções”/ “Financeiras” e, em seguida selecione “Período”. Seguindo esses procedimentos, o quadro de diálogo aberto pelo programa torna-se autoexplicativo. Logo, vamos ver como resolver Situação IV anterior utilizando a fórmula pela HP12C, e não suas funções financeiras: Quadro 15: Sequência de teclas a serem usadas na Situação IV Passo Teclas Visor Significado 1 ON 0,00 Ligar a calculadora. 2 f 6 0,000000 Posicionar a calculadora em seis casas decimais. 3 f Fin 0,000000 Limpar os registradores. 4 3,75 ENTER 3,750000 Informe a taxa de juros e tecle “Enter” 5 100 ÷ 0,037500 Divida taxa de juros por 100 para transformá-la em taxa unitária. 6 1 + 1,037500 Adicione mais 1 (um) conforme fórmula. 7 g Ln 0,036814 Acione a função g (tecla azul) e, em seguida, tecle %T. Dessa forma, você irá utilizar a função azul que fica na parte inferior da tecla, ou seja, irá utilizar o “Ln”. 8 STO 1 0,036814 Armazene o número do visor na memória 1 da calculadora. 9 23700 ENTER 23.700,000000 Informe o valor futuro e tecle ENTER 10 15800 ÷ 1,500000 Informe o valor presente e tecle o sinal de dividir. UNIUBE 59 11 g Ln 0,405465 Acione a função g (tecla azul) e, em seguida, tecle %T. Dessa forma, você irá utilizar a função azul que fica na parte inferior da tecla, ou seja, irá utilizar o “Ln”. 12 RCL 1 0,036814 Recupere o valor armazenado na “Memória 1” 13 ÷ 11,013892 Tecle o sinal de divisão. O prazo da aplicação será de 11 meses. Vale observar que a fração deverá ser transformada em dias, conforme explicado na situação anterior. Para isso, deveríamos subtrair o número inteiro, ou seja, o número 11 (onze) e multiplicar a fração por 30. Dessa forma, ficaria assim: 0,013892 x 30 = 0,416760 dias Isso significa que o prazo será de 11 meses e, aproximadamente, 1 dia. 2.2.2 Cálculo de juros para números não inteiros e períodos Quanto mais exercícios você realizar, acabará percebendo que, em determinados momentos, poderá se deparar com operações financeiras cujo período não se apresenta de forma “inteira”, ou seja, o prazo da operação é parte inteira e parte fracionada. Quando você estiver diante de uma situação como essa, há duas maneiras para calcular a parte fracionada do período. Podemos utilizar capitalização composta ou capitalização simples. 60 UNIUBE Quando utilizamos capitalização composta para parte inteira do período e capitalização simples para parte fracionada, damos o nome a esse procedimento de “regime de capitalização misto”. Vamos compreender melhor esse conceito acompanhando a Situação V. Situação V: Uma empresa firma um contrato de capital de giro com o Banco de Uberaba S/A no valor de R$ 6.300,00, cujo vencimento será daqui a 5 meses e 21 dias. A taxa de juros contratada foi de 9,50% ao mês. Calcule o montante que deverá ser pago, utilizando as seguintes opções de pagamento: a) Regime de capitalização composto. b) Regime de capitalização misto. a) Resolução pelo Regime de Capitalização Composto Quadro 16: Resolução algébrica da Situação V Dados Resolução Algébrica
Compartilhar