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1 Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 2 SUMÁRIO CONDOMÍNIO: ................................................................................... 3 1. CONCEITO DE CONDOMÍNIO E MODALIDADES: .......................... 3 2. ESTUDO DO CONDOMÍNIO EDILÍCIO: ........................................ 6 2.1. NATUREZA JURÍDICA DO CONDOMÍNIO EDILÍCIO: ............... 8 2.2. INSTITUIÇÃO E CONVENÇÃO DO CONDOMÍNIO:................... 9 2.3. DIREITOS E DEVERES DOS CONDÔMINOS E SANÇÕES NO CONDOMÍNIO EDILÍCIO: .................................................................. 11 3. MULTIPROPRIEDADE IMOBILIÁRIA: ......................................... 18 3.1. APLICAÇÃO DE LEIS: ......................................................... 19 3.2. FRACIONAMENTO: ............................................................. 20 3.3. INSTITUIÇÃO: ................................................................... 20 3.4. DIREITOS E DEVERES DO MULTIPROPRIETÁRIO: ............... 20 3.5. ALIENAÇÃO E TRANSFERÊNCIA DA MULTIPROPRIEDADE: ... 23 3.6. GRANDES PROBLEMAS DA LEI: .......................................... 23 JURISPRUDÊNCIA CORRELATA .......................................................... 26 LEGISLAÇÃO CORRELATA ................................................................. 34 Meus caros, este caderno foi elaborado com base nas aulas do professor FLÁVIO TARTUCE. Este tema demanda muita dedicação na Lei Seca e nos conceitos fundamentais. Colocamos todo o regramento do CC/02 ao final e as leis extravagantes ao longo da exposição. Caso sentirem a necessidade, lembrem-se de complementar com a leitura do seu manual. Bons estudos! Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 3 CONDOMÍNIO: (Meus caros, nossa intenção é nos ater mais ao condomínio edilício já que este é o mais cobrado e é o que pode estar em nossas provas. Assim, recomendo o que eu mesmo farei: Leitura da Lei Seca sobre as regras gerais + este caderno e Lei seca do Condomínio edilício. Vamos lá? #Simbora...) 1. CONCEITO DE CONDOMÍNIO E MODALIDADES: Inicialmente, a expressão “condomínio” é sinônima de compropriedade ou copropriedade. Está presente o condomínio quando duas ou mais pessoas têm a propriedade sobre uma mesma coisa (não há exclusividade). Temos, portanto uma exceção ao Art. 1.231 do CC. Art. 1.231. A propriedade presume-se plena e exclusiva, até prova em contrário. No que tange à estrutura interna, temos 2 modalidades: a) Condomínio Romano: Estudado no direito das coisas (condomínio por quotas); e b) Condomínio Germânico: Estudado no direito de família (a exemplo da comunhão universal). Também chamado de mão comum ou mancomunhão. Aqui, os condôminos têm a propriedade total. Quanto à origem, temos 3 modalidades de condomínio: Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 4 a) Condomínio voluntário: Decorre da autonomia privada (exemplo: 3 amigos que adquirem uma casa de praia para uso comum). Pode-se ter a multipropriedade; b) Condomínio Incidente / Eventual: Aquele que decorre de um evento estranho à vontade (exemplo: condomínio formado por força da herança entre os herdeiros); c) Condomínio Legal / Necessário: Imposto pela norma jurídica (exemplo: Art. 1.327 do CC. Condomínio em relação às paredes, muros, cercas e valas). Meus caros, ainda dentro da classificação, façamos algumas observações: OBS1: O condomínio edilício tem tratamento em separado pelo CC/02 (Art. 1.331 a 1.358). Antes o tratamento do condomínio edilício estava na Lei 4.591/64 (Lei Caio Mário). A posição majoritária é que essa lei está revogada tacitamente na parte relativa ao condomínio edilício (Art. 2º, LINDB). OBS2: O condomínio que não é tratado como edilício no CC/02 é denominado CONDOMÍNIO COMUM (Arts. 1.314 a 1.326). como exemplo, citamos uma fazenda que esteja em condomínio ente herdeiros. OBS3: Lei 13.465/2017 (Lei da REURB) incluiu 2 novas modalidades de condomínio: Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 5 a) Condomínio de Lotes: Art. 1.358-A do CC (condomínio de casas em loteamento. O regime passou a ser o mesmo do condomínio edilício. Art. 1.358-A. Pode haver, em terrenos, partes designadas de lotes que são propriedade exclusiva e partes que são propriedade comum dos condôminos. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017) § 1º A fração ideal de cada condômino poderá ser proporcional à área do solo de cada unidade autônoma, ao respectivo potencial construtivo ou a outros critérios indicados no ato de instituição. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017) § 2º Aplica-se, no que couber, ao condomínio de lotes o disposto sobre condomínio edilício neste Capítulo, respeitada a legislação urbanística. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017) § 3º Para fins de incorporação imobiliária, a implantação de toda a infraestrutura ficará a cargo do empreendedor. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017) ATENÇÃO: Há polêmica sobre a obrigatoriedade de pagamento das contribuições nos condomínios em loteamentos. Conforme o entendimento do STF e do STJ não é obrigatório, pois haveria na verdade uma associação de moradores, aplicando-se o Art. 5º, II e XX da CF. O STF entendeu isso no RE 43.2106 e o STJ no REsp 1.280.871/SP. b) Condomínio Urbano Simples: Constante nos Arts. 61 a 63 da Lei 13.465/17 e tem por objetivo regularizar as “casas de fundos”. Mais uma vez, a lei prevê as regras do condomínio edilício. Art. 61. Quando um mesmo imóvel contiver construções de casas ou cômodos, poderá ser instituído, inclusive para fins de Reurb, condomínio urbano simples, respeitados os parâmetros urbanísticos locais, e serão discriminadas, na matrícula, a parte do terreno ocupada pelas edificações, as partes de utilização exclusiva e as áreas que constituem passagem para as vias públicas ou para as unidades entre si. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13465.htm#art58 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13465.htm#art58 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13465.htm#art58 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13465.htm#art58 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13465.htm#art58 Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 6 Parágrafo único. O condomínio urbano simples será regido por esta Lei, aplicando-se, no que couber, o disposto na legislação civil, tal como os arts. 1.331 a 1.358 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil). Art. 62. A instituição do condomínio urbano simples será registrada na matrícula do respectivo imóvel, na qual deverão ser identificadas as partes comuns ao nível do solo, as partes comuns internas à edificação, se houver, e as respectivas unidades autônomas, dispensada a apresentação de convenção de condomínio. § 1º Após o registro da instituição do condomínio urbano simples, deverá ser aberta uma matrícula para cada unidade autônoma, à qual caberá, como parte inseparável, uma fração ideal do solo e das outras partes comuns, se houver, representada na forma de percentual. § 2º As unidades autônomas constituídas em matrícula própria poderão ser alienadas e gravadas livremente por seus titulares. § 3º Nenhuma unidade autônoma poderá ser privada de acesso ao logradouro público. § 4º A gestão das partes comuns será feita de comum acordo entre os condôminos, podendo ser formalizada por meio de instrumento particular. Art. 63. No caso da Reurb-S, a averbação das edificações poderá ser efetivada a partir de mera notícia, a requerimento do interessado, da qual constem a área construída e o número da unidade imobiliária, dispensada a apresentaçãode habite-se e de certidões negativas de tributos e contribuições previdenciárias. 2. ESTUDO DO CONDOMÍNIO EDILÍCIO: (Art. 1.331 a 1.358 do CC). Aqui temos uma modalidade especial de condomínio em edificações postas em posição horizontal, uma sobre as outras. Por isso, também é chamado de condomínio horizontal. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406.htm#art1.331 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406.htm#art1.331 Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 7 Identificada pela estrutura interna por áreas de propriedade comum e áreas de propriedade exclusiva (individualizadas), conforme Art. 1.331 do CC. Art. 1.331. Pode haver, em edificações, partes que são propriedade exclusiva, e partes que são propriedade comum dos condôminos. § 1 o As partes suscetíveis de utilização independente, tais como apartamentos, escritórios, salas, lojas e sobrelojas, com as respectivas frações ideais no solo e nas outras partes comuns, sujeitam-se a propriedade exclusiva, podendo ser alienadas e gravadas livremente por seus proprietários, exceto os abrigos para veículos, que não poderão ser alienados ou alugados a pessoas estranhas ao condomínio, salvo autorização expressa na convenção de condomínio. (Redação dada pela Lei nº 12.607, de 2012) § 2 o O solo, a estrutura do prédio, o telhado, a rede geral de distribuição de água, esgoto, gás e eletricidade, a calefação e refrigeração centrais, e as demais partes comuns, inclusive o acesso ao logradouro público, são utilizados em comum pelos condôminos, não podendo ser alienados separadamente, ou divididos. § 3 o A cada unidade imobiliária caberá, como parte inseparável, uma fração ideal no solo e nas outras partes comuns, que será identificada em forma decimal ou ordinária no instrumento de instituição do condomínio. (Redação dada pela Lei nº 10.931, de 2004) § 4 o Nenhuma unidade imobiliária pode ser privada do acesso ao logradouro público. § 5 o O terraço de cobertura é parte comum, salvo disposição contrária da escritura de constituição do condomínio. OBS1: As áreas que são de propriedade exclusiva, são ALIENÁVEIS, menos as vagas de garagem que somente podem ser vendidas ou locadas com expressa previsão na convenção, sob pena de NULIDADE (da venda e da locação). Esta aplicação se refere à venda ou locação para terceiros estranhos ao condomínio. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12607.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12607.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.931.htm#art58 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.931.htm#art58 Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 8 OBS2: As áreas de propriedade comum são INALIENÁVEIS em separado e indivisíveis. Esta aplicação se refere à venda ou locação para terceiros estranhos ao condomínio. ATENÇÃO: A área da cobertura, em regra, a lei considera como área comum, salvo disposição em contrário na instituição do condomínio. Isso conforme Art. 1.331, §5º. OBS3: FRAÇÃO IDEAL: No §3º do mencionado dispositivo, é previsto que cada condômino terá direito a uma fração ideal no solo e nas outras áreas comuns que será identificado de forma decimal ou ordinária (não havendo décimos). Essa fração não precisa ser idêntica à participação no imóvel (exemplo: a cobertura que geralmente corresponde ao dobro das outras unidades, sua fração não precisa ser idêntica). 2.1. NATUREZA JURÍDICA DO CONDOMÍNIO EDILÍCIO: A visão clássica aponta que se trata de um ente despersonalizado (MARIA HELENA; VENOSA). Todavia, a visão contemporânea, entende que se trata de uma pessoa jurídica de direito privado (conforme Enunciado 90, CJF). A vantagem apontada por esta corrente seria a possibilidade de adjudicação de unidade pelo condomínio. Há um julgado do STJ (REsp 1.256.912/AL) que tratou o condomínio edilício como pessoa jurídica para fins de adesão a programa de parcelamento de débito tributário. Para o professor FLÁVIO TARTUCE, a Lei 13.777/18 acaba adotando essa posição, pois é possível a adjudicação de unidade pelo Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 9 condomínio em relação à multipropriedade. Se o condomínio pode adjudicar, ele é pessoa jurídica. Conforme o Art. 1.358-S do CC: Art. 1.358-S. Na hipótese de inadimplemento, por parte do multiproprietário, da obrigação de custeio das despesas ordinárias ou extraordinárias, é cabível, na forma da lei processual civil, a adjudicação ao condomínio edilício da fração de tempo correspondente. (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) Parágrafo único. Na hipótese de o imóvel objeto da multipropriedade ser parte integrante de empreendimento em que haja sistema de locação das frações de tempo no qual os titulares possam ou sejam obrigados a locar suas frações de tempo exclusivamente por meio de uma administração única, repartindo entre si as receitas das locações independentemente da efetiva ocupação de cada unidade autônoma, poderá a convenção do condomínio edilício regrar que em caso de inadimplência: (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência) I - o inadimplente fique proibido de utilizar o imóvel até a integral quitação da dívida; (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência) II - a fração de tempo do inadimplente passe a integrar o pool da administradora; (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência) III - a administradora do sistema de locação fique automaticamente munida de poderes e obrigada a, por conta e ordem do inadimplente, utilizar a integralidade dos valores líquidos a que o inadimplente tiver direito para amortizar suas dívidas condominiais, seja do condomínio edilício, seja do condomínio em multipropriedade, até sua integral quitação, devendo eventual saldo ser imediatamente repassado ao multiproprietário. 2.2. INSTITUIÇÃO E CONVENÇÃO DO CONDOMÍNIO: A) INSTITUIÇÃO: Prevista no Art. 1.332 do CC. Seria o seu ato de criação. Realizada por ato inter vivos ou mortis causa devidamente registrado no Cartório de Registro de Imóveis (CRI). O conteúdo se refere à: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art3 Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 10 i) Discriminação das áreas (individualização); ii) Determinação das frações ideais; iii) Finalidade das unidades. B) CONVENÇÃO: Prevista nos Arts. 1.333 e 1.334 do CC (Estatuto geral do condomínio). A convenção funciona como um contrato coletivo e, portanto, é, em regra, regida pela força obrigatória (pacta sunt servanda). A lei exige que ela seja subscrita pelos titulares de no mínimo 2/3 dos condôminos. Além disso, para ser oponível contra terceiros, deve ser registrada no CRI. #E CASO NÃO SEJA REGISTRADA? Bem, ela será válida e eficaz perante as partes, conforme a súmula 260 do STJ. Súmula 260: A convenção de condomínio aprovada, ainda que sem registro, é eficaz para regular as relações entre os condôminos. Meus caros, sobre o conteúdo da convenção, prevê o Art. 1.334 do CC: Art. 1.334. Além das cláusulas referidas no art. 1.332 e das que os interessados houverem por bem estipular,a convenção determinará: I - a quota proporcional e o modo de pagamento das contribuições dos condôminos para atender às despesas ordinárias e extraordinárias do condomínio; II - sua forma de administração; Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 11 III - a competência das assembleias, forma de sua convocação e quórum exigido para as deliberações; IV - as sanções a que estão sujeitos os condôminos, ou possuidores; V - o regimento interno. § 1 o A convenção poderá ser feita por escritura pública ou por instrumento particular. § 2 o São equiparados aos proprietários, para os fins deste artigo, salvo disposição em contrário, os promitentes compradores e os cessionários de direitos relativos às unidades autônomas. 2.3. DIREITOS E DEVERES DOS CONDÔMINOS E SANÇÕES NO CONDOMÍNIO EDILÍCIO: (Arts. 1.335 a 1.337 do CC) Tema importantíssimo. A) DIREITOS DOS CONDÔMINOS: Constam do Art. 1.335 do CC. São eles: i) Gozar, Reaver, Usar e Dispor (GRUD); ii) Usar as partes comuns conforme a sua destinação, sem excluir a utilização dos demais; iii) Direito de votar nas assembleias e delas participar, estando QUITE (estando adimplente com suas contribuições). OBS: A convenção pode estabelecer o contrário ao item (iii). Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 12 B) DEVERES DOS CONDÔMINOS: Estão previstos no Art. 1.336 do CC (FUNDAMENTAL): i) Dever de contribuir com as despesas condominiais na proporção de suas frações ideais, SALVO DISPOSIÇÃO EM CONTRÁRIO NA CONVENÇÃO; OBS: Conforme o Art. 1.345, as obrigações condominiais são PROPTER REM ou ambulatórias. ii) Dever de não realizar obras que não comprometam obras que não comprometam a segurança da edificação. Como exemplo temos que é possível a unificação de unidades desde que não se altere a estrutura do condomínio. Neste sentido, não é possível quebrar viga, parede estrutural ou coluna estrutural. iii) Dever de não alterar a forma e a cor da fachada, das partes e esquadrias externas. Vedação do condomínio “carnavalesco” para manter a harmonia arquitetônica do prédio. Como exemplo de discussões, temos: a) Fechamento da sacada; b) Ar-condicionado e o condensador; c) Telas de segurança. Nestes casos, prevalece a convenção ou a assembleia, devendo ser seguida uma padronização. Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 13 iv) Dever de dar às unidades a mesma destinação; dever de não as utilizar de maneira prejudicial à regra dos 3 S (SOSSEGO, SAÚDE E SEGURANÇA); ou de maneira prejudicial aos bons costumes. Exemplos: a) Excesso de barulho: Lei do silêncio (Arts. 187 e 1.228, §2º do CC – abuso de direito). Sobre isso, temos até julgados que tratam do excesso de barulho por exercício do direito afetivo (entendeu? Vai limpar essa mente!! Rsrs); b) Trabalhar em unidade residencial: Entende-se que é possível, desde que não prejudique os 3S. Isso pelo fato de que a Convenção, mesmo sendo contrato não pode contrariar norma de ordem pública ou a CF (neste caso o direito ao trabalho). É a mesa situação com os cachorros (direito ao lazer ou qualquer coisa que o valha). ATENÇÃO: No caso de PROSTITUIÇÃO, trata-se de uma questão de difícil prova. A grande frequência de homens ou mulheres não configura o exercício, pois pode-se estar diante de amadorismo e não de profissionalismo. Há julgado do TJSP em que o condomínio não conseguiu provar o exercício de profissional do sexo, tendo então que indenizar a pessoa em danos morais. Vamos agora ao estudo das sanções aos condôminos: Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 14 C) SANÇÕES AOS CONDÔMINOS: 1) A primeira sanção está prevista no Art. 1.336, §1º do CC que trata das sanções havendo inadimplemento das quotas condominiais (contribuições mensais). § 1 o O condômino que não pagar a sua contribuição ficará sujeito aos juros moratórios convencionados ou, não sendo previstos, os de um por cento ao mês e multa de até dois por cento sobre o débito. Aqui temos como sanções: a) Juros moratórios convencionados (máximo de 2% ao mês); não sendo previstos, serão de 1% ao mês; b) Multa moratória que é de 2% do valor devido. ATENÇÃO: Antes, conforme Art. 12 da Lei 4.591/64 a multa era de 20% do valor, mas agora é de 2%. CUIDADO: Não há relação de consumo entre condômino e condomínio. Além disso, o STJ entende que a multa de 2% tem aplicação imediata, mesmo aos condomínios anteriores e havendo previsão em contrário na convenção, desde que o inadimplemento seja após 11/01/2003 (data em que o CC/02 entrou em vigor). Neste sentido, REsp 746.589/SP e o REsp 689.150/SP. No Art. 1.336, § 1º, um tema nos chama atenção que é a questão do abono de pontualidade. Vejamos... Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 15 #ART. 1.336, §1º E O ABONO PONTUALIDADE: Exemplo: “se pagar até dia 5 tem abono de 10%. Meus caros, temos aqui uma clara divergência entre doutrina e jurisprudência. Para o Enunciado 505 do CJF, se trata de uma multa disfarçada e, portanto, fraude à lei imperativa (Art. 166, VI do CC). Todavia, o STJ entende que não se trata de multa disfarçada, mas sim uma premiação. Neste sentido AgRg no REsp 1.217.181/DF. 2) Como segunda sanção, temos o Art. 1.336, §2º do CC. Esta penalidade é restrita às hipóteses dos incisos II, III e IV do Art. 1.336. Esta penalidade é de, no máximo, 5 vezes a contribuição mensal sem prejuízo das perdas e danos e deve ser aprovada por 2/3 dos condôminos restantes. Cuidado, não é 2/3 da assembleia. § 2 o O condômino, que não cumprir qualquer dos deveres estabelecidos nos incisos II a IV, pagará a multa prevista no ato constitutivo ou na convenção, não podendo ela ser superior a cinco vezes o valor de suas contribuições mensais, independentemente das perdas e danos que se apurarem; não havendo disposição expressa, caberá à assembléia geral, por dois terços no mínimo dos condôminos restantes, deliberar sobre a cobrança da multa. 3) Penalidade do Art. 1.337 do CC: Trata-se da penalidade ao condômino antissocial ou nocivo. Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 16 Art. 1337. O condômino, ou possuidor, que não cumpre reiteradamente com os seus deveres perante o condomínio poderá, por deliberação de três quartos dos condôminos restantes, ser constrangido a pagar multa correspondente até ao quíntuplo do valor atribuído à contribuição para as despesas condominiais, conforme a gravidade das faltas e a reiteração, independentemente das perdas e danos que se apurem. Parágrafo único. O condômino ou possuidor que, por seu reiterado comportamento anti-social, gerar incompatibilidade de convivência com os demais condôminos ou possuidores, poderá ser constrangido a pagar multa correspondente ao décuplo do valor atribuído à contribuição para as despesas condominiais, até ulterior deliberação da assembléia. a) Condômino que não cumpre reiteradamente com suas obrigações perante o condomínio (Art. 1.337, caput): Temos um quórum de 2/4 dos condôminos restantes. Temos a multa correspondente a 5 vezes o valor da quota, sem prejuízo das perdas e danos. ATENÇÃO: Seria possível aplicar a multa de até 5 vezes ao condômino DEVEDOR CONTUMAZ? Para o professor TARTUCE e para o STJ (no REsp. 1.247.020/DF) é possível aplicar sim a multa. b) Reiterado comportamento antissocial (Art. 1.337, §único): Mais uma vez há um quórum exigido de ¾ dos condôminos restantes. Possível também uma multa de até 10 vezes da contribuição, sem prejuízo das perdas e danos. Material elaborado por Genesis da Silva Honorato@materiasdedireito.doc 17 O Enunciado 92 do CJF prevê que as sanções do 1.337 não podem ser aplicadas sem que se garanta o direito de defesa ao condômino nocivo. É neste mesmo sentido o REsp 1.365.279/SP. #CABE EXPULSÃO DO CONDÔMINO NOCIVO OU ANTISSOCIAL? Na doutrina temos 2 correntes: 1ªC: NÃO! É a corrente dos professores DABUS MALUF, JOSÉ SIMÃO E TARTUCE. 2ªC: SIM! É a corrente dos professores CRISTIANO CHAVES, NELSON RESENVALD e o Enunciado 508 do CJF. Enunciado 508-CJF: Verificando-se que a sanção pecuniária mostrou-se ineficaz, a garantia fundamental da função social da propriedade (arts. 5º, XXIII, da CRFB e 1.228, § 1º, do CC) e a vedação ao abuso do direito (arts. 187 e 1.228, § 2º, do CC) justificam a exclusão do condômino antissocial, desde que a ulterior assembleia prevista na parte final do parágrafo único do art. 1.337 do Código Civil delibere a propositura de ação judicial com esse fim, asseguradas todas as garantias inerentes ao devido processo legal. Há um julgado do TJPR (ao final do caderno) que é a Apelação Cível 957.743-1 em que o condômino convocava mulheres para trabalhar em sua casa para trabalhar com empregadas domésticas e cometia aliciamento, colocava em cárcere privado para finalidade sexual etc. http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10730219/inciso-xxiii-do-artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10645079/par%C3%A1grafo-1-artigo-1337-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10645079/par%C3%A1grafo-1-artigo-1337-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10645122/artigo-1337-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02 Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 18 #CLÁUSULA DE RESTRIÇÃO PESSOAL: Seria possível esta cláusula na convenção? Essa discussão foi travada no REsp 1.564.030. Foi concluído no julgado que NÃO CABE, pois o rol das penalidades é taxativo. A cláusula se daria em caso de inadimplemento, restringindo o inadimplente de usar as áreas comuns (área de lazer) além de haver corte de água, luz, desligamento do elevador. Meus caros, encerramos aqui o estudo do condomínio edilício e vamos estudar agora a MULTIPROPRIEDADE. Vamos lá? #Xama!! ESCLARECIMENTOS INICIAIS: Pessoal, este tema é recente demanda ainda mais sua atenção. Todavia, a doutrina e a jurisprudência começam ainda a se posicionar. Temos pontos relevantes e críticas doutrinárias a serem feitas. Vamos fazer isto neste caderno, com base no professor TARTUCE. Assim, neste ponto, leiam muito a LEI SECA (vamos colocar todos os artigos ao final para facilitar). 3. MULTIPROPRIEDADE IMOBILIÁRIA: Foi trazida para o nosso ordenamento pela Lei 13.777/2018 e que introduziu os Arts. 1.58-B a 1.358-U do CC. OBS: Não foi regulamentada a multipropriedade de bens móveis. Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 19 Temos também o tratamento da multipropriedade quanto ao FRACIONAMENTO NO TEMPO (“time-sharing”), que está no Art. 1.358-C do CC/02. Dispõe que será “titular de uma fração de tempo”. O professor TARTUCE critica essa expressão (titular de uma fração de tempo), pois há uma titularidade da propriedade em condomínio dividida no tempo. 3.1. APLICAÇÃO DE LEIS: As leis aplicáveis para a multipropriedade são: a) O CC/02 nas matérias de condomínio edilício; b) A Lei 4.591/64 nos casos de incorporação; c) CDC, no que couber. Por exemplo quando houver uma unidade em administração de prestador de serviço profissional. Dá-se como exemplo uma unidade em pool hoteleiro. Isso é o que prevê o Art. 1.358-B: Art. 1.358-B. A multipropriedade reger-se-á pelo disposto neste Capítulo e, de forma supletiva e subsidiária, pelas demais disposições deste Código e pelas disposições das Leis nºs 4.591, de 16 de dezembro de 1964 , e 8.078, de 11 de setembro de 1990 (Código de Defesa do Consumidor) . (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) 1) FRAÇÃO DE TEMPO: A fração de tempo fará com que o imóvel objeto da propriedade seja: a) Indivisível: não cabendo extinção do condomínio ou ação de divisão; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4591.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4591.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art1 Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 20 b) Inclui as instalações, os equipamentos e o mobiliário destinado ao seu uso e ao seu gozo. Temos aqui o princípio da gravitação jurídica, conforme Art. 1.358-D. 3.2. FRACIONAMENTO: O fracionamento de tempo também é indivisível e o tempo mínimo é de 7 dias. Assim prevê o Art. 1.358-E. Este artigo prevê uma classificação quanto ao fracionamento do tempo. Teríamos, portanto: a) Fixo e Determinado: sempre o mesmo; b) Flutuante: A determinação do período de tempo será realizada de forma periódica; c) Misto: combina os outros dois. 3.3. INSTITUIÇÃO: Pode ser por ato inter vivos ou testamento e registrado no CRI, constando a duração de tempo de cada um. Art. 1.358-F. 3.4. DIREITOS E DEVERES DO MULTIPROPRIETÁRIO: Art. 1.358-I a 1.358-K Art. 1.358-I. São direitos do multiproprietário, além daqueles previstos no instrumento de instituição e na convenção de condomínio em multipropriedade: (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art3 Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 21 I – usar e gozar, durante o período correspondente à sua fração de tempo, do imóvel e de suas instalações, equipamentos e mobiliário; (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência) II – ceder a fração de tempo em locação ou comodato; (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência) III – alienar a fração de tempo, por ato entre vivos ou por causa de morte, a título oneroso ou gratuito, ou onerá-la, devendo a alienação e a qualificação do sucessor, ou a oneração, ser informadas ao administrador; (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência) IV – participar e votar, pessoalmente ou por intermédio de representante ou procurador, desde que esteja quite com as obrigações condominiais, em: (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência) a) assembleia geral do condomínio em multipropriedade, e o voto do multiproprietário corresponderá à quota de sua fração de tempo no imóvel; (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência) b) assembleia geral do condomínio edilício, quando for o caso, e o voto do multiproprietário corresponderá à quota de sua fração de tempo em relação à quota de poder político atribuído à unidade autônoma na respectiva convenção de condomínio edilício. (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência) Art. 1.358-J. São obrigações do multiproprietário, além daquelas previstas no instrumento de instituição e na convenção de condomínio em multipropriedade: (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência) I – pagar a contribuição condominial do condomínio em multipropriedade e, quando for o caso, do condomínio edilício,ainda que renuncie ao uso e gozo, total ou parcial, do imóvel, das áreas comuns ou das respectivas instalações, equipamentos e mobiliário; (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência) II – responder por danos causados ao imóvel, às instalações, aos equipamentos e ao mobiliário por si, por qualquer de seus acompanhantes, convidados ou prepostos ou por pessoas por ele autorizadas; (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art3 Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 22 III – comunicar imediatamente ao administrador os defeitos, avarias e vícios no imóvel dos quais tiver ciência durante a utilização; (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência) IV – não modificar, alterar ou substituir o mobiliário, os equipamentos e as instalações do imóvel; (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência) V – manter o imóvel em estado de conservação e limpeza condizente com os fins a que se destina e com a natureza da respectiva construção; (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência) VI – usar o imóvel, bem como suas instalações, equipamentos e mobiliário, conforme seu destino e natureza; (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência) VII – usar o imóvel exclusivamente durante o período correspondente à sua fração de tempo; (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência) VIII – desocupar o imóvel, impreterivelmente, até o dia e hora fixados no instrumento de instituição ou na convenção de condomínio em multipropriedade, sob pena de multa diária, conforme convencionado no instrumento pertinente; (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência) IX – permitir a realização de obras ou reparos urgentes. (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência) § 1º Conforme previsão que deverá constar da respectiva convenção de condomínio em multipropriedade, o multiproprietário estará sujeito a: (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência) I – multa, no caso de descumprimento de qualquer de seus deveres; (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência) II – multa progressiva e perda temporária do direito de utilização do imóvel no período correspondente à sua fração de tempo, no caso de descumprimento reiterado de deveres. (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência) § 2º A responsabilidade pelas despesas referentes a reparos no imóvel, bem como suas instalações, equipamentos e mobiliário, será: (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art3 Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 23 I – de todos os ultiproprietário, quando decorrentes do uso normal e do desgaste natural do imóvel; (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência) II – exclusivamente do multiproprietário responsável pelo uso anormal, sem prejuízo de multa, quando decorrentes de uso anormal do imóvel. (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência) Art. 1.358-K. Para os efeitos do disposto nesta Seção, são equiparados aos ultiproprietário os promitentes compradores e os cessionários de direitos relativos a cada fração de tempo. 3.5. ALIENAÇÃO E TRANSFERÊNCIA DA MULTIPROPRIEDADE: Art. 1.358-L. Prevê que não há necessidade de autorização dos demais proprietários. Não há direito de preferência na alienação dos outros condôminos, afastando o Art. 504 do CC. Todavia, cabe destacar que a convenção pode estabelecer o contrário. 3.6. GRANDES PROBLEMAS DA LEI: Os problemas da lei estão em relação às regras de multipropriedade instituída dentro de condomínios edilícios. Art. 1.358-O em diante. Vejamos alguns problemas: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art3 Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 24 a) Art. 1.358-R: no caso de condomínio edilício em que se tenha instituído o regime de multipropriedade, haverá necessariamente um administrador profissional. Questiona-se este dispositivo por prevê uma RESERVA DE MERCADO ferindo a livre iniciativa. b) Art. 1.358-S: Adjudicação pelo condomínio em havendo inadimplemento do multiproprietário. Além disso, se o imóvel fizer parte de empreendimento em que haja locação das frações de tempo, em havendo citado inadimplemento, o inadimplente perde o direito de uso. A fração passa a integrar o pool da administradora e ainda há uma anticrese legal para a administradora. Art. 1.358-S, §único, III - a administradora do sistema de locação fique automaticamente munida de poderes e obrigada a, por conta e ordem do inadimplente, utilizar a integralidade dos valores líquidos a que o inadimplente tiver direito para amortizar suas dívidas condominiais, seja do condomínio edilício, seja do condomínio em multipropriedade, até sua integral quitação, devendo eventual saldo ser imediatamente repassado ao multiproprietário. c) Art. 1.358-T: Renúncia à multipropriedade pelo multiproprietário: Somente cabe de forma translativa (em favor de alguém – in favorem) em favor do condomínio edilício. Questiona-se: não cabe para outra pessoa? Não caberia simples denúncia abdicativa? Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 25 É isso, meus caros. Espero que tenham gostado do caderno e bons estudos. Divulguem e compartilhem Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 26 JURISPRUDÊNCIA CORRELATA ASSOCIAÇÃO DE MORADORES – MENSALIDADE – AUSÊNCIA DE ADESÃO. Por não se confundir a associação de moradores com o condomínio disciplinado pela Lei nº 4.591/64, descabe, a pretexto de evitar vantagem sem causa, impor mensalidade a morador ou a proprietário de imóvel que a ela não tenha aderido. Considerações sobre o princípio da legalidade e da autonomia da manifestação de vontade – artigo 5º, incisos II e XX, da Constituição Federal (RE 432106, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Primeira Turma, julgado em 20/09/2011, DJe- 210 DIVULG 03-11-2011 PUBLIC 04-11-2011 EMENT VOL-02619-01 PP-00177). RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA - ART. 543-C DO CPC - ASSOCIAÇÃO DE MORADORES - CONDOMÍNIO DE FATO - COBRANÇA DE TAXA DE MANUTENÇÃO DE NÃO ASSOCIADO OU QUE A ELA NÃO ANUIU - IMPOSSIBILIDADE. 1. Para efeitos do art. 543-C do CPC, firma-se a seguinte tese: "As taxas de manutenção criadas por associações de moradores não obrigam os não associados ou que a elas não anuíram". 2. No caso concreto, recurso especial provido para julgar improcedente a ação de cobrança” (REsp 1280871/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, Rel. p/ Acórdão Ministro MARCO BUZZI, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 11/03/2015, DJe 22/05/2015). TRIBUTÁRIO. CONDOMÍNIOS EDILÍCIOS. PERSONALIDADE JURÍDICA PARA FINS DE ADESÃO À PROGRAMA DE PARCELAMENTO. REFIS. POSSIBILIDADE. 1. Cinge-se a controvérsia em saber se condomínio edilício é considerado pessoa jurídica para fins de adesão ao REFIS. 2. Consoante o art. 11 da Instrução Normativa RFB 568/2005, os condomínios estão obrigados a inscrever-se no CNPJ. A seu turno, a Instrução Normativa RFB 971, de 13 de novembro de 2009, prevê, em seu art. 3º, § 4º, III, que os condomínios são considerados empresas - para fins de cumprimento de obrigações previdenciárias. 3. Se os condomínios são considerados pessoas jurídicas para fins tributários, não há como negar-lhes Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 27 o direito de aderir ao programa de parcelamento instituído pela Receita Federal. 4. Embora o Código Civil de 2002 não atribua ao condomínio a forma de pessoa jurídica, a jurisprudência do STJ tem-lhe imputado referida personalidade jurídica, para fins tributários. Essa conclusão encontra apoio em ambas as Turmas de Direito Público: REsp 411832/RS, Rel. Min. Francisco Falcão, Primeira Turma, julgado em 18/10/2005, DJ 19/12/2005; REsp 1064455/SP, Rel. Ministro Castro Meira, Segunda Turma, julgado em 19/08/2008, DJe 11/09/2008. Recurso especial improvido (REsp 1256912/AL, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/02/2012, DJe 13/02/2012). CIVIL E PROCESSUAL. ACÓRDÃO ESTADUAL. NULIDADE NÃO CONFIGURADA. COTAS CONDOMINIAIS EM ATRASO. MULTA CONDOMINIAL DE 10% PREVISTA NA CONVENÇÃO, COM BASE NO ART. 12, § 3º, DA LEI N. 4.591/64. REDUÇÃO A 2% DETERMINADA PELO TRIBUNAL A QUO, EM RELAÇÃO À DÍVIDA VENCIDA NA VIGÊNCIA DO NOVO CÓDIGO CIVIL, ART. 1.336, § 1º. REVOGAÇÃO DO TETO ANTERIORMENTE PREVISTO, POR INCOMPATIBILIDADE. LICC, ART. 2º, § 1º. I. Acórdão estadual que não padece de nulidade, por haver enfrentado fundamentadamente os temas essenciais propostos, apenas com conclusão desfavorável à parte. II. A multa por atraso prevista na convenção de condomínio, que tinha por limite legal máximo o percentual de 20% previsto no art. 12, parágrafo 3º, da Lei n. 4.591/64, vale para as prestações vencidas na vigência do diploma que lhe dava respaldo, sofrendo automática modificação, no entanto, a partir da revogação daquele teto pelo art. 1.336, parágrafo 1º, em relação às cotas vencidas sob a égide do Código Civil atual. Precedentes. III. Recurso especial não conhecido” (REsp 746.589/RS, Rel. Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR, QUARTA TURMA, julgado em 15/08/2006, DJ 18/09/2006, p. 327). PROCESSUAL CIVIL E CIVIL - AÇÃO DE COBRANÇA - TAXAS CONDOMINIAIS - MULTA CONDOMINIAL DE 20% PREVISTA NA CONVENÇÃO, COM BASE NO ARTIGO 12, § 3º, DA LEI 4.591/64 - REDUÇÃO PARA 2% QUANTO À DÍVIDA VENCIDA NA VIGÊNCIA DO NOVO CÓDIGO CIVIL - REVOGAÇÃO PELO Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 28 ESTATUTO MATERIAL DE 2002 DO TETO ANTERIORMENTE PREVISTO POR INCOMPATIBILIDADE - RECURSO NÃO CONHECIDO. 1 - In casu, a Convenção Condominial fixou a multa, por atraso no pagamento das cotas, no patamar máximo de 20%, o que, à evidência, vale para os atrasos ocorridos antes do advento do novo Código Civil. Isto porque, o novo Código trata, em capítulo específico, novas regras para os condomínios. 2 - Assim, por tratar-se de obrigação periódica, renovando-se todo mês, a multa deve ser aplicada em observância à nova situação jurídica constituída sob a égide da lei substantiva atual, prevista em seu art. 1336, § 1º, em observância ao art. 2º, § 1º, da LICC, porquanto há revogação, nesse particular, por incompatibilidade, do art. 12, §3º, da Lei 4.591/64. Destarte, a regra convencional, perdendo o respaldo da legislação antiga, sofre, automaticamente, os efeitos da nova, à qual não se pode sobrepor. 3 - Recurso não conhecido (REsp 689.150/SP, Rel. Ministro JORGE SCARTEZZINI, QUARTA TURMA, julgado em 16/02/2006, DJ 13/03/2006, p. 328). AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL - CONDOMÍNIO - DESCONTO- PONTUALIDADE - CONCESSÃO - POSSIBILIDADE - ACÓRDÃO RECORRIDO EM HARMONIA COM O ENTENDIMENTO DESTA CORTE – RECURSO IMPROVIDO (AgRg no REsp 1217181/DF, Rel. Ministro MASSAMI UYEDA, TERCEIRA TURMA, julgado em 04/10/2011, DJe 13/10/2011). RECURSO ESPECIAL. DIREITO CONDOMINIAL. DEVEDOR DE COTAS CONDOMINIAIS ORDINÁRIAS E EXTRAORDINÁRIAS. CONDÔMINO NOCIVO OU ANTISSOCIAL. APLICAÇÃO DAS SANÇÕES PREVISTAS NOS ARTS. 1336, § 1º, E 1.337, CAPUT, DO CÓDIGO CIVIL. POSSIBILIDADE. NECESSIDADE DE CONDUTA REITERADA E CONTUMAZ QUANTO AO INADIMPLEMENTO DOS DÉBITOS CONDOMINIAIS. INEXISTÊNCIA DE BIS IN IDEM. RECURSO NÃO PROVIDO. 1. De acordo com o art. 1.336, § 1º, do Código Civil, o condômino que não pagar a sua contribuição ficará sujeito aos juros moratóriosconvencionados ou, não sendo previstos, os de 1% (um por cento) ao mês e multa de até 2% (dois por cento) sobre o débito. 2. O condômino que deixar de adimplir reiteradamente a Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 29 importância devida a título de cotas condominiais poderá, desde que aprovada a sanção em assembleia por deliberação de 3/4 (três quartos) dos condôminos, ser obrigado a pagar multa em até o quíntuplo do valor atribuído à contribuição para as despesas condominiais, conforme a gravidade da falta e a sua reiteração. 3. A aplicação da sanção com base no art. 1.337, caput, do Código Civil exige que o condômino seja devedor reiterado e contumaz em relação ao pagamento dos débitos condominiais, não bastando o simples inadimplemento involuntário de alguns débitos. 4. A multa prevista no § 1º do art. 1.336 do CC/2002 detém natureza jurídica moratória, enquanto a penalidade pecuniária regulada pelo art. 1.337 tem caráter sancionatório, uma vez que, se for o caso, o condomínio pode exigir inclusive a apuração das perdas e danos. 5. Recurso especial não provido” (REsp 1247020/DF, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 15/10/2015, DJe 11/11/2015) DIREITO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. CONDOMÍNIO. AÇÃO DE COBRANÇA DE MULTA CONVENCIONAL. ATO ANTISSOCIAL (ART. 1.337, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CÓDIGO CIVIL). FALTA DE PRÉVIA COMUNICAÇÃO AO CONDÔMINO PUNIDO. DIREITO DE DEFESA. NECESSIDADE. EFICÁCIA HORIZONTAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS. PENALIDADE ANULADA. 1. O art. 1.337 do Código Civil estabeleceu sancionamento para o condômino que reiteradamente venha a violar seus deveres para com o condomínio, além de instituir, em seu parágrafo único, punição extrema àquele que reitera comportamento antissocial, verbis: "O condômino ou possuidor que, por seu reiterado comportamento anti-social, gerar incompatibilidade de convivência com os demais condôminos ou possuidores, poderá ser constrangido a pagar multa correspondente ao décuplo do valor atribuído à contribuição para as despesas condominiais, até ulterior deliberação da assembléia". 2. Por se tratar de punição imputada por conduta contrária ao direito, na esteira da visão civil-constitucional do sistema, deve-se reconhecer a aplicação imediata dos princípios que protegem a pessoa humana nas relações entre particulares, a reconhecida eficácia horizontal dos direitos fundamentais que, também, deve incidir nas relações condominiais, para assegurar, na medida do possível, a ampla defesa e o contraditório. Com efeito, buscando concretizar Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 30 a dignidade da pessoa humana nas relações privadas, a Constituição Federal, como vértice axiológico de todo o ordenamento, irradiou a incidência dos direitos fundamentais também nas relações particulares, emprestando máximo efeito aos valores constitucionais. Precedentes do STF. 3. Também foi a conclusão tirada das Jornadas de Direito Civil do CJF: En. 92: Art. 1.337: As sanções do art. 1.337 do novo Código Civil não podem ser aplicadas sem que se garanta direito de defesa ao condômino nocivo. 4. Na hipótese, a assembleia extraordinária, com quórum qualificado, apenou o recorrido pelo seu comportamento nocivo, sem, no entanto, notificá-lo para fins de apresentação de defesa. Ocorre que a gravidade da punição do condômino antissocial, sem nenhuma garantia de defesa, acaba por onerar consideravelmente o suposto infrator, o qual fica impossibilitado de demonstrar, por qualquer motivo, que seu comportamento não era antijurídico nem afetou a harmonia, a qualidade de vida e o bem-estar geral, sob pena de restringir o seu próprio direito de propriedade. 5. Recurso especial a que se nega provimento (REsp 1365279/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 25/08/2015, DJe 29/09/2015). ATENÇÃO AO PROXIMO JULGADO: APELAÇÃO CÍVEL. CONDOMÍNIO EDILÍCIO VERTICAL. PRELIMINAR. INTEMPESTIVIDADE. INOCORRÊNCIA. APELO INTERPOSTO ANTES DA DECISÃO DOS EMBARGOS. RATIFICAÇÃO. DESNECESSIDADE. EXCLUSÃO DE CONDÔMINO NOCIVO. LIMITAÇÃO DO DIREITO DE USO/HABITAÇÃO, TÃO- SOMENTE. POSSIBILIDADE, APÓS ESGOTADA A VIA ADMINISTRATIVA. ASSEMBLÉIA GERAL REALIZADA. NOTIFICAÇÕES COM OPORTUNIZAÇÃO DO CONTRADITÓRIO. QUORUM MÍNIMO RESPETITADO (3/4 DOS CONDÔMINOS). MULTA REFERENTE AO DÉCUPLO DO VALOR DO CONDOMÍNIO. MEDIDA INSUFICIENTE. CONDUTA ANTISSOCIAL CONTUMAZ REITERADA. GRAVES INDÍCIOS DE CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL, REDUÇÃO À CONDIÇÃO ANÁLOGA A DE ESCRAVO. CONDÔMINO QUE ALICIAVA CANDIDATAS A EMPREGO DE DOMÉSTICAS COM SALÁRIOS ACIMA DO MERCADO, MANTENDO- AS PRESAS E INCOMUNICÁVEIS NA UNIDADE CONDOMINIAL. ALTA Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 31 ROTATIVIDADE DE FUNCIONÁRIAS QUE, INVARIAVELMENTE SAIAM DO EMPREGO NOTICIANDO MAUS TRATOS, AGRESSÕES FÍSICAS E VERBAIS, ALÉM DE ASSEDIOS SEXUAIS ENTRE OUTRAS ACUSAÇÕES. RETENÇÃO DE DOCUMENTOS. ESCÂNDALOS REITERADOS DENTRO E FORA DO CONDOMÍNIO. PRÁTICAS QUE EVOLUIRAM PARA INVESTIDA EM MORADORA MENOR DO CONDOMÍNIO, CONDUTA ANTISSOCIAL INADMISSÍVEL QUE IMPÕE PROVIMENTO JURISDICIONAL EFETIVO. CABIMENTO. CLÁUSULA GERAL. FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE. MITIGAÇÃO DO DIREITO DE USO/HABITAÇÃO. DANO MORAL. NÃO CONHECIMENTO. MATÉRIA NÃO DEDUZIDA E TAMPOUCO APRECIADA. HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS FIXADOS EM R$ 6.000,00 (SEIS MIL REAIS). MANTENÇA. PECULIRIDADES DO CASO CONCRETO. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO. RECURSO ESPECIAL. RESTRIÇÃO IMPOSTA NA CONVENÇÃO CONDOMINIAL DE ACESSO À ÁREA COMUM DESTINADA AO LAZER DO CONDÔMINO EM MORA E DE SEUS FAMILIARES. ILICITUDE. RECONHECIMENTO. 1. DIREITO DO CONDÔMINO DE ACESSO A TODAS AS PARTES COMUNS DO EDIFÍCIO, INDEPENDENTE DE SUA DESTINAÇÃO. INERÊNCIA AO INSTITUTO DO CONDOMÍNIO. 2. DESCUMPRIMENTO DO DEVER DE CONTRIBUIÇÃO COM AS DESPESAS CONDOMINIAIS. SANÇÕES PECUNIÁRIAS TAXATIVAMENTE PREVISTAS NO CÓDIGO CIVIL. 3. IDÔNEOS E EFICAZES INSTRUMENTOS LEGAIS DE COERCIBILIDADE, DE GARANTIA E DE COBRANÇA POSTOS À DISPOSIÇÃO DO CONDOMÍNIO. OBSERVÂNCIA. NECESSIDADE. 4. MEDIDA RESTRITIVA QUE TEM O ÚNICO E ESPÚRIO PROPÓSITO DE EXPOR OSTENSIVAMENTE A CONDIÇÃO DE INADIMPLÊNCIA DO CONDÔMINO E DE SEUS FAMILIARES PERANTE O MEIO SOCIAL EM QUE RESIDEM. DESBORDAMENTO DOS DITAMES DO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE HUMANA. VERIFICAÇÃO. 5. RECURSO ESPECIAL IMPROVIDO. 1. O direito do condômino ao uso das partes comuns, seja qual for a destinação a elas atribuídas, não decorre da situação (circunstancial) de adimplência das despesas condominiais, mas sim do fato de que, por lei, a unidade imobiliária abrange, como parte inseparável, não apenas uma fração ideal no solo (representado pela própria Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 32 unidade), bem como nas outras partes comuns que será identificada em forma decimal ou ordinária no instrumento de instituição do condomínio (§ 3º do art. 1.331 do Código Civil). Ou seja, a propriedade da unidade imobiliária abrange a correspondente fração ideal de todas as partes comuns. A sanção que obsta o condômino em mora de ter acesso a uma área comum (seja qual for a sua destinação), por si só, desnatura o próprio instituto do condomínio, limitando, indevidamente, o correlato direito de propriedade. 2. Para a específica hipótese de descumprimento do dever de contribuição pelas despesas condominiais, o Código Civil impõe ao condômino inadimplente severas sanções de ordem pecuniária, na medida de sua recalcitrância. 2.1 Sem prejuízo da sanção prevista no art. 1.336, §1º, do Código Civil, em havendo a deliberada reiteração do comportamento faltoso (o que não se confunde o simples inadimplemento involuntário de alguns débitos), instaurando-se permanente situação de inadimplência, o Código Civil estabelece a possibilidade de ocondomínio, mediante deliberação de ¾ (três quartos) dos condôminos restantes, impor ao devedor contumaz outras penalidades, também de caráter pecuniário, segundo gradação proporcional à gravidade e à repetição dessa conduta (art. 1.337, caput e parágrafo único - multa pecuniária correspondente até o quíntuplo ou até o décuplo do valor da respectiva cota condominial). 2.2 O art. 1.334, IV, do Código Civil apenas refere quais matérias devem ser tratadas na convenção condominial, entre as quais, as sanções a serem impostas aos condôminos faltosos. E nos artigos subsequentes, estabeleceu-se, para a específica hipótese de descumprimento do dever de contribuição com as despesas condominiais, a imposição das sanções pecuniárias acima delineadas. Inexiste, assim, margem discricionária para outras sanções, que não as pecuniárias nos limites da lei. 3. Além das sanções pecuniárias, a lei adjetiva civil, atenta à essencialidade do cumprimento do dever de contribuir com as despesas condominiais, estabelece a favor do condomínio efetivas condições de obter a satisfação de seu crédito, inclusive por meio de procedimento que privilegia a celeridade. 3.1 A Lei n. 8.009/90 confere ao condomínio uma importante garantia à satisfação dos débitos condominiais: a própria unidade condominial pode ser objeto de constrição judicial, não sendo dado ao condômino devedor deduzir, como matéria Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 33 de defesa, a impenhorabilidade do bem como sendo de família. E, em reconhecimento à premência da satisfação do crédito relativo às despesas condominiais, o Código de Processo Civil de 1973, estabelecia o rito mais célere, o sumário, para a respectiva ação de cobrança. Na sistemática do novo Código de Processo Civil, aliás, as cotas condominiais passaram a ter natureza de título executivo extrajudicial (art. 784, VIII), a viabilizar, por conseguinte, o manejo de ação executiva, tornando a satisfação do débito, por meio da incursão no patrimônio do devedor (possivelmente sobre a própria unidade imobiliária) ainda mais célere. Portanto, diante de todos esses instrumentos (de coercibilidade, de garantia e de cobrança) postos pelo ordenamento jurídico, inexiste razão legítima para que o condomínio dele se aparte. 4. A vedação de acesso e de utilização de qualquer área comum pelo condômino e de seus familiares, independentemente de sua destinação (se de uso essencial, recreativo, social, lazer, etc), com o único e ilegítimo propósito de expor ostensivamente a condição de inadimplência perante o meio social em que residem, desborda dos ditames do princípio da dignidade humana. 5. Recurso especial improvido (REsp 1564030/MG, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 09/08/2016, DJe 19/08/2016). Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 34 LEGISLAÇÃO CORRELATA CAPÍTULO VI Do Condomínio Geral Seção I Do Condomínio Voluntário Subseção I Dos Direitos e Deveres dos Condôminos Art. 1.314. Cada condômino pode usar da coisa conforme sua destinação, sobre ela exercer todos os direitos compatíveis com a indivisão, reivindicá-la de terceiro, defender a sua posse e alhear a respectiva parte ideal, ou gravá-la. Parágrafo único. Nenhum dos condôminos pode alterar a destinação da coisa comum, nem dar posse, uso ou gozo dela a estranhos, sem o consenso dos outros. Art. 1.315. O condômino é obrigado, na proporção de sua parte, a concorrer para as despesas de conservação ou divisão da coisa, e a suportar os ônus a que estiver sujeita. Parágrafo único. Presumem-se iguais as partes ideais dos condôminos. Art. 1.316. Pode o condômino eximir-se do pagamento das despesas e dívidas, renunciando à parte ideal. § 1 o Se os demais condôminos assumem as despesas e as dívidas, a renúncia lhes aproveita, adquirindo a parte ideal de quem renunciou, na proporção dos pagamentos que fizerem. § 2 o Se não há condômino que faça os pagamentos, a coisa comum será dividida. Art. 1.317. Quando a dívida houver sido contraída por todos os condôminos, sem se discriminar a parte de cada um na obrigação, nem se estipular solidariedade, entende-se que cada qual se obrigou proporcionalmente ao seu quinhão na coisa comum. Art. 1.318. As dívidas contraídas por um dos condôminos em proveito da comunhão, e durante ela, obrigam o contratante; mas terá este ação regressiva contra os demais. Art. 1.319. Cada condômino responde aos outros pelos frutos que percebeu da coisa e pelo dano que lhe causou. Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 35 Art. 1.320. A todo tempo será lícito ao condômino exigir a divisão da coisa comum, respondendo o quinhão de cada um pela sua parte nas despesas da divisão. § 1 o Podem os condôminos acordar que fique indivisa a coisa comum por prazo não maior de cinco anos, suscetível de prorrogação ulterior. § 2 o Não poderá exceder de cinco anos a indivisão estabelecida pelo doador ou pelo testador. § 3 o A requerimento de qualquer interessado e se graves razões o aconselharem, pode o juiz determinar a divisão da coisa comum antes do prazo. Art. 1.321. Aplicam-se à divisão do condomínio, no que couber, as regras de partilha de herança (arts. 2.013 a 2.022). Art. 1.322. Quando a coisa for indivisível, e os consortes não quiserem adjudicá-la a um só, indenizando os outros, será vendida e repartido o apurado, preferindo-se, na venda, em condições iguais de oferta, o condômino ao estranho, e entre os condôminos aquele que tiver na coisa benfeitorias mais valiosas, e, não as havendo, o de quinhão maior. Parágrafo único. Se nenhum dos condôminos tem benfeitorias na coisa comum e participam todos do condomínio em partes iguais, realizar-se-á licitação entre estranhos e, antes de adjudicada a coisa àquele que ofereceu maior lanço, proceder-se-á à licitação entre os condôminos, a fim de que a coisa seja adjudicada a quem afinal oferecer melhor lanço, preferindo, em condições iguais, o condômino ao estranho. Subseção II Da Administração do Condomínio Art. 1.323. Deliberando a maioria sobre a administração da coisa comum, escolherá o administrador, que poderá ser estranho ao condomínio; resolvendo alugá-la, preferir-se-á, em condições iguais, o condômino ao que não o é. Art. 1.324. O condômino que administrar sem oposição dos outros presume- se representante comum. Art. 1.325. A maioria será calculada pelo valor dos quinhões. § 1 o As deliberações serão obrigatórias, sendo tomadas por maioria absoluta. § 2 o Não sendo possível alcançar maioria absoluta, decidirá o juiz, a requerimento de qualquer condômino, ouvidos os outros. § 3 o Havendo dúvida quanto ao valor do quinhão, será este avaliado judicialmente. Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 36 Art. 1.326. Os frutos da coisa comum, não havendo em contrário estipulação ou disposição de última vontade, serão partilhados na proporção dos quinhões. Seção II Do Condomínio Necessário Art. 1.327. O condomínio por meação de paredes, cercas, muros e valas regula-se pelo disposto neste Código (arts. 1.297 e 1.298; 1.304 a 1.307). Art. 1.328. O proprietário que tiver direito a estremar um imóvel com paredes, cercas, muros, valas ou valados, tê-lo-á igualmente a adquirir meação na parede, muro, valado ou cerca do vizinho, embolsando-lhe metade do que atualmente valer a obra e o terreno por ela ocupado (art. 1.297). Art. 1.329. Não convindo os dois no preço da obra, será este arbitrado por peritos, a expensas de ambos os confinantes. Art. 1.330. Qualquer que seja o valor da meação, enquanto aquele que pretender a divisão não o pagar ou depositar, nenhum uso poderá fazer na parede, muro, vala, cerca ou qualquer outra obra divisória. CAPÍTULO VII Do Condomínio Edilício Seção I Disposições Gerais Art. 1.331. Pode haver,em edificações, partes que são propriedade exclusiva, e partes que são propriedade comum dos condôminos. § 1 o As partes suscetíveis de utilização independente, tais como apartamentos, escritórios, salas, lojas e sobrelojas, com as respectivas frações ideais no solo e nas outras partes comuns, sujeitam-se a propriedade exclusiva, podendo ser alienadas e gravadas livremente por seus proprietários, exceto os abrigos para veículos, que não poderão ser alienados ou alugados a pessoas estranhas ao condomínio, salvo autorização expressa na convenção de condomínio. § 2 o O solo, a estrutura do prédio, o telhado, a rede geral de distribuição de água, esgoto, gás e eletricidade, a calefação e refrigeração centrais, e as demais partes comuns, inclusive o acesso ao logradouro público, são utilizados em comum pelos condôminos, não podendo ser alienados separadamente, ou divididos. § 3 o A cada unidade imobiliária caberá, como parte inseparável, uma fração ideal no solo e nas outras partes comuns, que será identificada em forma decimal ou ordinária no instrumento de instituição do condomínio. § 4 o Nenhuma unidade imobiliária pode ser privada do acesso ao logradouro público. Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 37 § 5 o O terraço de cobertura é parte comum, salvo disposição contrária da escritura de constituição do condomínio. Art. 1.332. Institui-se o condomínio edilício por ato entre vivos ou testamento, registrado no Cartório de Registro de Imóveis, devendo constar daquele ato, além do disposto em lei especial: I - a discriminação e individualização das unidades de propriedade exclusiva, estremadas uma das outras e das partes comuns; II - a determinação da fração ideal atribuída a cada unidade, relativamente ao terreno e partes comuns; III - o fim a que as unidades se destinam. Art. 1.333. A convenção que constitui o condomínio edilício deve ser subscrita pelos titulares de, no mínimo, dois terços das frações ideais e torna-se, desde logo, obrigatória para os titulares de direito sobre as unidades, ou para quantos sobre elas tenham posse ou detenção. Parágrafo único. Para ser oponível contra terceiros, a convenção do condomínio deverá ser registrada no Cartório de Registro de Imóveis. Art. 1.334. Além das cláusulas referidas no art. 1.332 e das que os interessados houverem por bem estipular, a convenção determinará: I - a quota proporcional e o modo de pagamento das contribuições dos condôminos para atender às despesas ordinárias e extraordinárias do condomínio; II - sua forma de administração; III - a competência das assembléias, forma de sua convocação e quorum exigido para as deliberações; IV - as sanções a que estão sujeitos os condôminos, ou possuidores; V - o regimento interno. § 1 o A convenção poderá ser feita por escritura pública ou por instrumento particular. § 2 o São equiparados aos proprietários, para os fins deste artigo, salvo disposição em contrário, os promitentes compradores e os cessionários de direitos relativos às unidades autônomas. Art. 1.335. São direitos do condômino: Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 38 I - usar, fruir e livremente dispor das suas unidades; II - usar das partes comuns, conforme a sua destinação, e contanto que não exclua a utilização dos demais compossuidores; III - votar nas deliberações da assembléia e delas participar, estando quite. Art. 1.336. São deveres do condômino: I - contribuir para as despesas do condomínio na proporção das suas frações ideais, salvo disposição em contrário na convenção; II - não realizar obras que comprometam a segurança da edificação; III - não alterar a forma e a cor da fachada, das partes e esquadrias externas; IV - dar às suas partes a mesma destinação que tem a edificação, e não as utilizar de maneira prejudicial ao sossego, salubridade e segurança dos possuidores, ou aos bons costumes. § 1 o O condômino que não pagar a sua contribuição ficará sujeito aos juros moratórios convencionados ou, não sendo previstos, os de um por cento ao mês e multa de até dois por cento sobre o débito. § 2 o O condômino, que não cumprir qualquer dos deveres estabelecidos nos incisos II a IV, pagará a multa prevista no ato constitutivo ou na convenção, não podendo ela ser superior a cinco vezes o valor de suas contribuições mensais, independentemente das perdas e danos que se apurarem; não havendo disposição expressa, caberá à assembléia geral, por dois terços no mínimo dos condôminos restantes, deliberar sobre a cobrança da multa. Art. 1337. O condômino, ou possuidor, que não cumpre reiteradamente com os seus deveres perante o condomínio poderá, por deliberação de três quartos dos condôminos restantes, ser constrangido a pagar multa correspondente até ao quíntuplo do valor atribuído à contribuição para as despesas condominiais, conforme a gravidade das faltas e a reiteração, independentemente das perdas e danos que se apurem. Parágrafo único. O condômino ou possuidor que, por seu reiterado comportamento anti-social, gerar incompatibilidade de convivência com os demais condôminos ou possuidores, poderá ser constrangido a pagar multa correspondente ao décuplo do valor atribuído à contribuição para as despesas condominiais, até ulterior deliberação da assembléia. Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 39 Art. 1.338. Resolvendo o condômino alugar área no abrigo para veículos, preferir-se-á, em condições iguais, qualquer dos condôminos a estranhos, e, entre todos, os possuidores. Art. 1.339. Os direitos de cada condômino às partes comuns são inseparáveis de sua propriedade exclusiva; são também inseparáveis das frações ideais correspondentes as unidades imobiliárias, com as suas partes acessórias. § 1 o Nos casos deste artigo é proibido alienar ou gravar os bens em separado. § 2 o É permitido ao condômino alienar parte acessória de sua unidade imobiliária a outro condômino, só podendo fazê-lo a terceiro se essa faculdade constar do ato constitutivo do condomínio, e se a ela não se opuser a respectiva assembléia geral. Art. 1.340. As despesas relativas a partes comuns de uso exclusivo de um condômino, ou de alguns deles, incumbem a quem delas se serve. Art. 1.341. A realização de obras no condomínio depende: I - se voluptuárias, de voto de dois terços dos condôminos; II - se úteis, de voto da maioria dos condôminos. § 1 o As obras ou reparações necessárias podem ser realizadas, independentemente de autorização, pelo síndico, ou, em caso de omissão ou impedimento deste, por qualquer condômino. § 2 o Se as obras ou reparos necessários forem urgentes e importarem em despesas excessivas, determinada sua realização, o síndico ou o condômino que tomou a iniciativa delas dará ciência à assembléia, que deverá ser convocada imediatamente. § 3 o Não sendo urgentes, as obras ou reparos necessários, que importarem em despesas excessivas, somente poderão ser efetuadas após autorização da assembléia, especialmente convocada pelo síndico, ou, em caso de omissão ou impedimento deste, por qualquer dos condôminos. § 4 o O condômino que realizar obras ou reparos necessários será reembolsado das despesas que efetuar, não tendo direito à restituição das que fizer com obras ou reparos de outra natureza, embora de interesse comum. Art. 1.342. A realização de obras, em partes comuns, em acréscimo às já existentes, a fim de lhes facilitar ou aumentar a utilização, depende da aprovação de dois terços dos votos dos condôminos, não sendo permitidas construções, nas partes comuns, suscetíveis de prejudicar a utilização, por qualquer dos condôminos, das partes próprias, ou comuns. Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 40 Art. 1.343. A construção de outro pavimento, ou, no solo comum, de outro edifício, destinado a conter novas unidadesimobiliárias, depende da aprovação da unanimidade dos condôminos. Art. 1.344. Ao proprietário do terraço de cobertura incumbem as despesas da sua conservação, de modo que não haja danos às unidades imobiliárias inferiores. Art. 1.345. O adquirente de unidade responde pelos débitos do alienante, em relação ao condomínio, inclusive multas e juros moratórios. Art. 1.346. É obrigatório o seguro de toda a edificação contra o risco de incêndio ou destruição, total ou parcial. Seção II Da Administração do Condomínio Art. 1.347. A assembléia escolherá um síndico, que poderá não ser condômino, para administrar o condomínio, por prazo não superior a dois anos, o qual poderá renovar-se. Art. 1.348. Compete ao síndico: I - convocar a assembléia dos condôminos; II - representar, ativa e passivamente, o condomínio, praticando, em juízo ou fora dele, os atos necessários à defesa dos interesses comuns; III - dar imediato conhecimento à assembléia da existência de procedimento judicial ou administrativo, de interesse do condomínio; IV - cumprir e fazer cumprir a convenção, o regimento interno e as determinações da assembléia; V - diligenciar a conservação e a guarda das partes comuns e zelar pela prestação dos serviços que interessem aos possuidores; VI - elaborar o orçamento da receita e da despesa relativa a cada ano; VII - cobrar dos condôminos as suas contribuições, bem como impor e cobrar as multas devidas; VIII - prestar contas à assembléia, anualmente e quando exigidas; IX - realizar o seguro da edificação. § 1 o Poderá a assembléia investir outra pessoa, em lugar do síndico, em poderes de representação. Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 41 § 2 o O síndico pode transferir a outrem, total ou parcialmente, os poderes de representação ou as funções administrativas, mediante aprovação da assembléia, salvo disposição em contrário da convenção. Art. 1.349. A assembléia, especialmente convocada para o fim estabelecido no § 2 o do artigo antecedente, poderá, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, destituir o síndico que praticar irregularidades, não prestar contas, ou não administrar convenientemente o condomínio. Art. 1.350. Convocará o síndico, anualmente, reunião da assembléia dos condôminos, na forma prevista na convenção, a fim de aprovar o orçamento das despesas, as contribuições dos condôminos e a prestação de contas, e eventualmente eleger-lhe o substituto e alterar o regimento interno. § 1 o Se o síndico não convocar a assembléia, um quarto dos condôminos poderá fazê-lo. § 2 o Se a assembléia não se reunir, o juiz decidirá, a requerimento de qualquer condômino. Art. 1.351. Depende da aprovação de 2/3 (dois terços) dos votos dos condôminos a alteração da convenção; a mudança da destinação do edifício, ou da unidade imobiliária, depende da aprovação pela unanimidade dos condôminos. Art. 1.352. Salvo quando exigido quorum especial, as deliberações da assembléia serão tomadas, em primeira convocação, por maioria de votos dos condôminos presentes que representem pelo menos metade das frações ideais. Parágrafo único. Os votos serão proporcionais às frações ideais no solo e nas outras partes comuns pertencentes a cada condômino, salvo disposição diversa da convenção de constituição do condomínio. Art. 1.353. Em segunda convocação, a assembléia poderá deliberar por maioria dos votos dos presentes, salvo quando exigido quorum especial. Art. 1.354. A assembléia não poderá deliberar se todos os condôminos não forem convocados para a reunião. Art. 1.355. Assembléias extraordinárias poderão ser convocadas pelo síndico ou por um quarto dos condôminos. Art. 1.356. Poderá haver no condomínio um conselho fiscal, composto de três membros, eleitos pela assembléia, por prazo não superior a dois anos, ao qual compete dar parecer sobre as contas do síndico. Seção III Da Extinção do Condomínio Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 42 Art. 1.357. Se a edificação for total ou consideravelmente destruída, ou ameace ruína, os condôminos deliberarão em assembléia sobre a reconstrução, ou venda, por votos que representem metade mais uma das frações ideais. § 1 o Deliberada a reconstrução, poderá o condômino eximir-se do pagamento das despesas respectivas, alienando os seus direitos a outros condôminos, mediante avaliação judicial. § 2 o Realizada a venda, em que se preferirá, em condições iguais de oferta, o condômino ao estranho, será repartido o apurado entre os condôminos, proporcionalmente ao valor das suas unidades imobiliárias. Art. 1.358. Se ocorrer desapropriação, a indenização será repartida na proporção a que se refere o § 2 o do artigo antecedente. ATENÇÃO PARA ESTA SEÇÃO: IMPORTANTÍSSIMA A LEITURA DA LEI AQUI: Seção IV Do Condomínio de Lotes (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017) Art. 1.358-A. Pode haver, em terrenos, partes designadas de lotes que são propriedade exclusiva e partes que são propriedade comum dos condôminos. § 1º A fração ideal de cada condômino poderá ser proporcional à área do solo de cada unidade autônoma, ao respectivo potencial construtivo ou a outros critérios indicados no ato de instituição. § 2º Aplica-se, no que couber, ao condomínio de lotes o disposto sobre condomínio edilício neste Capítulo, respeitada a legislação urbanística. § 3º Para fins de incorporação imobiliária, a implantação de toda a infraestrutura ficará a cargo do empreendedor. CAPÍTULO VII-A (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência) DO CONDOMÍNIO EM MULTIPROPRIEDADE Seção I (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência) Disposições Gerais Art. 1.358-B. A multipropriedade reger-se-á pelo disposto neste Capítulo e, de forma supletiva e subsidiária, pelas demais disposições deste Código e pelas http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13465.htm#art58 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13777.htm#art3 Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 43 disposições das Leis nºs 4.591, de 16 de dezembro de 1964 , e 8.078, de 11 de setembro de 1990 (Código de Defesa do Consumidor) . Art. 1.358-C. Multipropriedade é o regime de condomínio em que cada um dos proprietários de um mesmo imóvel é titular de uma fração de tempo, à qual corresponde a faculdade de uso e gozo, com exclusividade, da totalidade do imóvel, a ser exercida pelos proprietários de forma alternada. Parágrafo único. A multipropriedade não se extinguirá automaticamente se todas as frações de tempo forem do mesmo multiproprietário. Art. 1.358-D. O imóvel objeto da multipropriedade: I - é indivisível, não se sujeitando a ação de divisão ou de extinção de condomínio; II - inclui as instalações, os equipamentos e o mobiliário destinados a seu uso e gozo. Art. 1.358-E. Cada fração de tempo é indivisível. § 1º O período correspondente a cada fração de tempo será de, no mínimo, 7 (sete) dias, seguidos ou intercalados, e poderá ser: I - fixo e determinado, no mesmo período de cada ano; II - flutuante, caso em que a determinação do período será realizada de forma periódica, mediante procedimento objetivo que respeite, em relação a todos os multiproprietários, o princípio da isonomia, devendo ser previamente divulgado; ou III - misto, combinando os sistemas fixo e flutuante. § 2º Todos os multiproprietários terão direito a uma mesma quantidade mínima de dias seguidos durante o ano, podendo haver a aquisição de frações maiores que a mínima, com o correspondente direito ao uso por períodos também maiores. Seção II (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018)
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