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Aluna Lucyléia Lima da Costa Professor : Beto Rober Bautista Saavedra MA 11 Números e Funções Diz-se que p : ℝ⟶ℝ é uma função polinomial quando são dados números reais 𝑎𝑛, 𝑎𝑛−1, … 𝑎1, 𝑎0 tais que, para todo x ∈ ℝ, tem-se 𝑝 𝑥 = 𝑎𝑛𝑥𝑛 + 𝑎𝑛−1𝑥𝑛−1 + ··· + 𝑎1𝑥 + 𝑎0 , ∀ 𝑥 ∈ ℝ Sendo 𝒂𝒏 ≠ 𝟎, dizemos que 𝒑 tem grau 𝒏. onde: • 𝑎𝑛, . . . , 𝑎1, 𝑎0, chamados coeficientes do polinômio, são constantes ; • 𝑥 é a variável independente. O domínio de toda função polinomial é ℝ; • 𝑦 = 𝑓(𝑥) é a variável dependente. Exemplo ∶ 𝑦 = 4𝑥3 − 2𝑥2 + 1 é um polinômio de grau 3; seus coeficientes são 4, −2, 0 𝑒 1. DEFINIÇÃO Teorema D’Alembert 𝑝(𝛼) = 0 ⇔ 𝑝(𝑥) é divisível por (𝑥 − 𝛼)isto é, existe 𝑞 (𝑥) tal que 𝑝 𝑥 = 𝑥 − 𝛼 . 𝑞 𝑥 ⟸ 𝑝(𝑥) = (𝑥 − 𝛼 ). 𝑞(𝑥) Se 𝑥 = 𝛼, temos 𝑝(𝛼 ) = (𝛼 − 𝛼 ). 𝑞(𝑥) = 0 ⟹ 𝑝(𝑥) = 𝑝(𝑥) – 𝑝(𝛼) 𝑝 𝑥 = 𝑎𝑛𝑥 𝑛 + 𝑎𝑛−1 𝑥 𝑛−1 + ··· + 𝑎1𝑥 + 𝑎0 ,substituindo no lugar de x o valor podemos calcular agora 𝑝(𝛼) = 𝑎𝑛𝛼 𝑛 + 𝑎𝑛−1 𝛼 𝑛−1 + ··· + 𝑎1𝛼 + 𝑎0 ,calculando a diferença entre p(x) e p(α) temos p(𝑥) − 𝑝(𝛼) = 𝑎𝑛( 𝑥𝑛 – 𝛼𝑛 ) + 𝑎𝑛−1(𝑥 𝑛−1 – 𝛼𝑛−1) + … + 𝑎1(𝑥 − 𝛼) Basta mostrar que 𝑥𝑘 – α𝑘 é divisível por 𝑥 – 𝛼 , ∀ 𝑘 𝜖 ℕ Note que: 𝑥𝑘 − 𝛼𝑘 = (𝑥 − 𝛼). ( 𝑥𝑘−1 + 𝛼𝑥𝑘−2 + … + 𝛼𝑘−2𝑥 + 𝛼𝑘−1) = 𝑥𝑘 + 𝛼𝑥𝑘−1 + ⋯ + 𝛼𝑘−2𝑥2 + 𝛼𝑘−1𝑥 − 𝛼𝑥𝑘−1 + ⋯ − 𝛼𝑘−1𝑥 − 𝛼𝑘 = 𝑥𝑘 − 𝛼𝑘 𝑥2− 𝛼2 = 𝑥 − 𝛼 . 𝑥 + 𝛼 𝑥3 − α3 = 𝑥 − α . 𝑥2 + α𝑥 + 𝑎2 Quantidade de raízes de uma função polinomial “ Seja 𝑝(𝑥) uma função polinomial não nula de grau n. Então p(x) tem no máximo n raízes reais” Supondo 𝑎1, 𝑎2, … 𝑎𝑘 raízes distintas de 𝑝(𝑥) Pelo teorema de D’Alembert, 𝑝 𝑥 = 𝑥 − 𝑎1 . 𝑞1. 𝑥 Como 𝑝 𝑎1 = 0 e 𝑎2 ≠ 𝑎1 , 𝑞1 (𝑎2) = 0 Logo 𝑝(𝑥) = ( 𝑥 − 𝑎1). 𝑥 − 𝑎2 . 𝑞2𝑥 Procedendo analogamente 𝑎3, … 𝑎𝑘 , temos que 𝑝 𝑥 = 𝑥 − 𝑎1 𝑥 − 𝑎2 𝑥 − 𝑎3 … 𝑥 − 𝑎𝑘 𝑞𝑘 𝑥 , 𝑔𝑟𝑞𝑘(𝑥) ≥ 0. 𝑛 = 𝑔𝑟(𝑞𝑘 𝑥 ) 𝑘 ≤ 𝑛 Consequências do teorema de D’Alembert “Para que um polinômio se anule, todos os coeficientes de seus termos devem ser iguais a zero, ou seja, 𝑃(𝑥) = 0, ∀ 𝑥 ϵℝ ⇔ 𝑝(𝑥) = 0 + 0𝑥 + 0𝑥2 + ⋯ ” ⇐ Se um polinômio possui todos os coeficientes de seus termos iguais a zero, independente do valor de x seu valor numérico será igual a zero. Seja 𝛼 ∈ ℝ Calculando 𝑝(𝛼) temos: 𝑝 𝛼 = 0 + 0𝛼 + 0𝛼2 + ⋯ = 0 ⇒ 𝑝 𝛼 = 0 ⇒ Temos que provar que um polinômio que se anula para todo valor de x os coeficientes de seus termos necessariamente deverão ser iguais a zero. Um polinômio de grau 𝑛 > 0 nunca pode possuir infinitos valores onde se anula, pois, como já vimos um polinômio deste tipo possui sempre n valores onde se anula. Logo para que haja algum polinômio que se anule em infinitos valores o único polinômio que nos resta é o polinômio nulo. Consequências do fato de toda função polinomial poder ser escrita da forma P(x) = (x – α ). q(x) “Para que dois polinômios sejam identicamente iguais os coeficientes do primeiro devem ser iguais aos respectivos coeficientes do segundo, ou seja, 𝑝(𝑥) = 𝑞(𝑥) , ∀ 𝑥 ∈ ℝ ⟺ coeficientes 𝑑𝑒 𝑝(𝑥) 𝑒 𝑞(𝑥) são respectivamente iguais .” ⇒ Considere 𝑝(𝑥) = 𝑞(𝑥) , ∀ 𝑥 ∈ ℝ 𝑝 𝑥 = 𝑎𝑛𝑥 𝑛 + 𝑎𝑛−1𝑥 𝑛−1 + ··· + 𝑎1𝑥 + 𝑎0 𝑞 𝑥 = 𝑏𝑛𝑥 𝑛 + 𝑏𝑛−1𝑥 𝑛−1 + ··· + 𝑏1𝑥 + 𝑏0 Seja 𝑑(𝑥) = 𝑝(𝑥)– 𝑞(𝑥) = 𝑎𝑛 – 𝑏𝑛 𝑥 𝑛 + 𝑎𝑛−1 – 𝑏𝑛−1 𝑥 𝑛−1 + ...+ 𝑎1 – 𝑏1 𝑥 + (𝑎0 − 𝑏0) 𝑑 𝑥 = 0, ∀ 𝑥 ∈ ℝ 𝑎𝑛 − 𝑏𝑛 = 0 ⇒ 𝑎𝑛 = 𝑏𝑛 𝑎𝑛−1 − 𝑏𝑛−1 = 0 ⇒ 𝑎𝑛−1 = 𝑏𝑛−1 : 𝑎1 − 𝑏1 = 0 ⇒ 𝑎1 = 𝑏1 𝑎0 − 𝑏0 = 0 ⇒ 𝑎0 = 𝑏0 ⇐ Se 𝑝 𝑒 𝑞 tem os mesmos coeficientes, então é claro que 𝑝(𝑥) = 𝑞(𝑥), ∀ 𝑥 ∈ ℝ Chama-se polinômio uma expressão formal do tipo 𝑝 𝑋 = 𝑎𝑛𝑋 𝑛 + 𝑎𝑛−1 𝑋 𝑛−1 + … + 𝑎1𝑋 + 𝑎0, onde 𝑎𝑛, 𝑎𝑛−1, … , 𝑎1 , 𝑎0 são números reais e 𝑋 é a indeterminada Funções polinomiais vs Polinômios Existe uma correspondência biunívoca entre um polinômio 𝑝 𝑋 = 𝑎𝑛𝑋 𝑛 + 𝑎𝑛−1 𝑋 𝑛−1 + … + 𝑎1𝑋 + 𝑎0, e uma função polinomial 𝑝 𝑥 = 𝑎𝑛𝑥 𝑛 + 𝑎𝑛−1𝑥 𝑛−1 + ··· + 𝑎1𝑥 + 𝑎0 Prove a unicidade do quociente e do resto, isto é, se 𝑃 𝑥 = 𝑝 𝑥 . 𝑞1 𝑥 + 𝑟1(𝑥) e 𝑃 𝑥 = 𝑝 𝑥 . 𝑞2 𝑥 + 𝑟2(𝑥), com 𝑔𝑟. 𝑟1(𝑥) e 𝑔𝑟. 𝑟2(𝑥) ambos menores do que 𝑔𝑟. 𝑝 𝑥 , 𝑒𝑛𝑡ão 𝑞1 𝑥 = 𝑞2 𝑥 e 𝑟1 𝑥 = 𝑟2 𝑥 para todo 𝑥 ∈ ℝ . 𝑝 𝑥 . 𝑞1 𝑥 + 𝑟1 𝑥 = 𝑝 𝑥 . 𝑞2 𝑥 + 𝑟2(𝑥) ⟹ 𝑝 𝑥 . (𝑞1 𝑥 − 𝑞2 𝑥 ) = 𝑟2 𝑥 − 𝑟1(𝑥) (1) Como 𝑔𝑟. 𝑟1 𝑥 < 𝑔𝑟. 𝑝 𝑥 𝑒 𝑔𝑟. 𝑟2 𝑥 < 𝑝 𝑥 ⟹ 𝑔𝑟 𝑟2 𝑥 − 𝑟1 𝑥 < 𝑔𝑟. 𝑝 𝑥 (2) Então (1) e (2) ⟹ 𝑟2 𝑥 − 𝑟1 𝑥 = 0 ⟹ 𝑟2 𝑥 = 𝑟1 𝑥 , ∀ 𝑥 ∈ ℝ 𝑝 𝑥 . (𝑞1 𝑥 − 𝑞2 𝑥 ) = 0 ⟹ 𝑞1 𝑥 − 𝑞2 𝑥 = 0 ⟹ 𝑞1 𝑥 = 𝑞2 𝑥 , ∀ 𝑥 ∈ ℝ Exercício (7.2) Exercício(ENQ 2021.1) Considere um polinômio 𝑝 𝑥 = 𝑥4 − 4𝑥 − 1 𝑒 𝑞 𝑥 = 𝑥2 + 𝑎 2 − 2 𝑥 + 𝑏 2. a)Encontre os valores de a e b, tais que os polinômios 𝑝(𝑥) 𝑒 𝑞(𝑥) sejam idênticos Como 𝑝(𝑥) 𝑒 𝑞(𝑥) são idênticos, temos que 𝑥4 − 4𝑥 − 1 = 𝑥4 + 2𝑎𝑥2 + 𝑎2 − 2𝑥2 − 4𝑏𝑥 − 2𝑏2 = 𝑥4 + 2𝑎 − 2 𝑥2 − 4𝑏𝑥 + 𝑎2 − 2𝑏2 Portanto, 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑎 = 𝑏 = 1, temos que 𝑝(𝑥) 𝑒 𝑞(𝑥) são idênticos. Certo ou errado: 𝛼 é raiz dupla de 𝑝(𝑥) se, e somente se, é raiz simples de 𝑝’(𝑥) . Errado. Faremos um contra - exemplo. Seja 𝑝 𝑥 = 𝑥2 − 1. Então 𝑝′ 𝑥 = 2𝑥 . Para determinarmos a raiz de 𝑝′(𝑥) basta igualarmos a função a zero. Assim temos: 𝑝′ 𝑥 = 0 ⇒ 2𝑥 = 0 ⇒ 𝑥 = 0 As raízes de 𝑝(𝑥) são dadas por: 𝑝 𝑥 = 0 ⇒ 𝑥2 − 1 = 0 ⇒ 𝑥 = ±1 Exercício (7.4) Determinar um polinômio significa conhecer seus coeficientes. Dados 𝑛 + 1 números reais distintos 𝑥0, 𝑥1, ..., 𝑥𝑛 e fixados arbitrariamente os valores 𝑦0 , 𝑦1,..., 𝑦𝑛 existe um único polinômio de grau ≤ 𝑛 tal que 𝑝 𝑥0 = 𝑦0 𝑝 𝑥1 = 𝑦1 ... 𝑝 𝑥𝑛 = 𝑦𝑛 Erik de Oliveira Silva Determinando um polinômio a partir de seus valores Proposição A proposição anterior é equivalente a: Dados num plano cartesiano 𝑛 + 1 pontos distintos existe uma única função polinomial cujo gráfico passa por todos esses pontos, e essa função polinomial é de grau no máximo 𝑛. UNICIDADE: Se 𝑝 e 𝑞 polinômios de grau ≤ n que assumem os mesmos valores em 𝑛 + 1 pontos distinto então a diferença 𝑝 − 𝑞 é um polinômio de grau menor do que ou igual a n, com 𝑛 + 1 raízes, logo 𝑝 − 𝑞 = 0 e 𝑝 = 𝑞. EXISTÊNCIA: Se 𝑝 𝑥 = 𝑎0 + 𝑎1.𝑥 +⋯+ 𝑎𝑛.𝑥 𝑛 polinômio não nulo de grau no máximo n e tal que 𝑝 𝑥0 = 𝑦0, 𝑝 𝑥1 = 𝑦1, ..., 𝑝 𝑥𝑛 = 𝑦𝑛 então resolvendo o sistema de 𝑛 + 1 equações nas 𝑛 + 1 incógnitas 𝑎0, 𝑎1,..., 𝑎𝑛temos que: Demonstração 𝑎0 + 𝑎1. 𝑥0 +⋯+ 𝑎𝑛. 𝑥0 𝑛 = 𝑦0 𝑎0 + 𝑎1. 𝑥1 +⋯+ 𝑎𝑛. 𝑥1 𝑛 = 𝑦1 . . . 𝑎0 + 𝑎1. 𝑥𝑛 +⋯+ 𝑎𝑛. 𝑥𝑛 𝑛 = 𝑦𝑛 • Calculando o determinante da matriz de Vandermonde associada ao sistema de equações linearesacima e supondo 𝑥𝑖 ≠ 𝑥𝑗, temos: DET 1 𝑥0 1 𝑥1 ⋯ 𝑥0 𝑛 ⋮ ⋱ ⋮ 1 𝑥𝑛 ⋯ 𝑥𝑛 𝑛 𝑥1 𝑛 = ς𝑖<𝑗(𝑥𝑖 −𝑥𝑗) ≠ 0. Portanto, como supomos que 𝑥𝑖 ≠ 𝑥𝑗 temos que o determinante da matriz é diferente de zero, assim o sistema tem uma única solução. Dessa forma concluímos a existência e a unicidade do polinômio. Um outro método para demonstrar a existência é exibir explicitamente esse polinômio. Para fazermos isso utilizamos a fórmula de interpolação de Lagrange, ou seja: . A interpolação de Lagrange consiste numa soma de n+1 parcelas onde cada parcela é composta por n produtos. Exemplo: Para um polinômio de grau ≤ 3 temos o seguinte caso: 𝑝 𝑥 = 𝑦0. 𝑥−𝑥1 . 𝑥−𝑥2 .(𝑥−𝑥3) 𝑥0−𝑥1 .(𝑥0−𝑥2 ).(𝑥0−𝑥3) + 𝑦1. 𝑥−𝑥0 . 𝑥−𝑥2 .(𝑥−𝑥3) 𝑥1−𝑥0 .(𝑥1−𝑥2 ).(𝑥1−𝑥3) + 𝑦2. 𝑥−𝑥0 . 𝑥−𝑥1 .(𝑥−𝑥3) 𝑥2−𝑥0 .(𝑥2−𝑥1 ).(𝑥2−𝑥3) + 𝑦3. 𝑥 − 𝑥0 . 𝑥 − 𝑥1 . (𝑥 − 𝑥2) 𝑥3 − 𝑥0 . (𝑥3 − 𝑥1 ). (𝑥3 − 𝑥2) EXERCÍCIOS 1°) Determine o polinômio p(𝑥) de menor grau possível tal que 𝑝 1 = 2, 𝑝 2 = 1, p 3 = 4 e p 4 = 3. Usando a fórmula de interpolação de Lagrange: 𝒊 𝒙𝒊 𝒚𝒊 0 1 2 1 2 1 2 3 4 3 4 3 𝑝 𝑥 = 𝑦0. 𝑥−𝑥1 . 𝑥−𝑥2 .(𝑥−𝑥3) 𝑥0−𝑥1 .(𝑥0−𝑥2 ).(𝑥0−𝑥3) + 𝑦1. 𝑥−𝑥0 . 𝑥−𝑥2 .(𝑥−𝑥3) 𝑥1−𝑥0 .(𝑥1−𝑥2 ).(𝑥1−𝑥3) + 𝑦2. 𝑥−𝑥0 . 𝑥−𝑥1 .(𝑥−𝑥3) 𝑥2−𝑥0 .(𝑥2−𝑥1 ).(𝑥2−𝑥3) + 𝑦3. 𝑥−𝑥0 . 𝑥−𝑥1 .(𝑥−𝑥2) 𝑥3−𝑥0 .(𝑥3−𝑥1 ).(𝑥3−𝑥2) → 𝑝 𝑥 = 2. 𝑥−2 . 𝑥−3 .(𝑥−4) 1−2 . 1−3 .(1−4) + 1. 𝑥−1 . 𝑥−3 .(𝑥−4) 2−1 .(2−3).(2−4) + 4. 𝑥−1 . 𝑥−2 .(𝑥−4) 3−1 .(3−2).(3−4) + 3. 𝑥−1 . 𝑥−2 .(𝑥−3) 4−1 .(4−2).(4−3) → 𝑝 𝑥 = − 4 3 .𝑥³ + 10. 𝑥² − 65 3 .𝑥 + 15 2°) Dizemos que dois polinômios 𝑝 𝑋 𝑒 𝑞(𝑋) são tangentes para 𝑋 = 𝑟 quando a diferença 𝑝 𝑋 − 𝑞 𝑋 é divisível por 𝑋 − 𝑟 2. a) Mostre que 𝑝 𝑋 = 𝑎𝑋2 + 𝑏𝑋 + 𝑐 e 𝑞 𝑋 = 2𝑎𝑟 + 𝑏 𝑋 + (𝑐 − 𝑎𝑟2) são tangentes para 𝑋 = 𝑟. Inicialmente vamos determinar 𝑝 𝑋 − 𝑞 𝑋 , isto é: 𝑎𝑋2 + 𝑏𝑋 + 𝑐 − [ 2𝑎𝑟 + 𝑏 𝑋 + (𝑐 − 𝑎𝑟2)] = 𝑎𝑋2 + 𝑏𝑋 + 𝑐 − 2𝑎𝑟𝑋 + 𝑏𝑋 + 𝑐 − 𝑎𝑟2 = 𝑎𝑋2 + 𝑏𝑋 + 𝑐 −2𝑎𝑟𝑋 − 𝑏𝑋 − 𝑐 + 𝑎𝑟2 = 𝑎𝑋2 −2𝑎𝑟𝑋 +𝑎𝑟2 Efetuando a divisão de 𝑎𝑋2 −2𝑎𝑟𝑋 +𝑎𝑟2 por 𝑋 − 𝑟 2= 𝑋2 − 2𝑋𝑟 + 𝑟2 temos que o quociente é dado por 𝑎 e o resto da divisão é igual a zero, ou seja, 𝑝 𝑋 − 𝑞 𝑋 = 𝑎 𝑋 − 𝑟 2. Portanto, 𝑝 𝑋 𝑒 𝑞(𝑋) são tangentes para 𝑋 = 𝑟 . Demonstração Gráficos de Polinômios PROFMAT - SBM Quando se deseja traçar o gráfico, ao menos um esboço, de um polinômio, certas informações são de grande utilidade. Vejamos algumas delas. Seja 𝒑 𝒙 = 𝒂𝒏𝒙 𝒏 +⋯+ 𝒂𝟏𝒙 + 𝒂𝟎; 𝒄𝒐𝒎 𝒂𝒏 ≠ 𝟎: 1) Se 𝑛 é par então, para 𝑥 suficientemente grande, 𝑝 𝑥 tem o mesmo sinal de 𝑎𝑛, com 𝑥 > 0 ou 𝑥 < 0. 2) Se 𝑛 é ímpar, então: a) O sinal de 𝑝 𝑥 é igual ao de 𝑎𝑛, para 𝑥 suficientemente grande com 𝑥 > 0; b) O sinal de 𝑝 𝑥 é oposto ao de 𝑎𝑛, para 𝑥 suficientemente grande com 𝑥 < 0; 3) Em ambos os casos (𝑛 𝑝𝑎𝑟 𝑜𝑢 𝑛 í𝑚𝑝𝑎𝑟), quando 𝑥 cresce ilimitadamente, 𝑝(𝑥) também cresce ilimitadamente. Para justificar as afirmações anteriores: Podemos escrever 𝑝 𝑥 = 𝑥𝑛 𝑎𝑛 + 𝑎𝑛−1 𝑥 +⋯+ 𝑎1 𝑥𝑛−1 + 𝑎0 𝑥𝑛 ⇒ 𝒑 𝒙 =𝒙𝒏(𝒂𝒏 + 𝒇 𝒙 ). Então: 1) Se 𝑛 é par, então o sinal 𝑥n é positivo ⇒ O sinal de 𝑝 𝑥 = 𝑥n 𝑎𝑛 + 𝑓 𝑥 = sinal de 𝑎𝑛; para 𝑥 suficientemente grande. 2) Se 𝑛 é ímpar, então o sinal de 𝑥n = 𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑖𝑣𝑜, 𝑠𝑒 𝑥 > 0 𝑛𝑒𝑔𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜, 𝑠𝑒 𝑥 < 0 ⇒ O sinal de 𝑝 𝑥 = 𝑜 𝑠𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑎𝑛, 𝑠𝑒 𝑥 > 0 𝑜 𝑜𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑠𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑎𝑛, 𝑠𝑒 𝑥 < 0 ; para 𝑥 suficientemente grande Do item (2), também concluímos: 𝑃𝑎𝑟𝑎 𝑥 < 0 ⇒ 𝑠𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑝 𝑥 = −𝑠𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑎𝑛 e 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑥 > 0 ⇒ 𝑠𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑝 𝑥 = 𝑠𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑎𝑛. Então, para n ímpar o polinômio troca de sinal em algum momento. Logo, todo polinômio de grau ímpar possui pelo menos uma raiz real. 3) Temos que: 𝑝 𝑥 =𝑥𝑛(𝑎𝑛 + 𝑓 𝑥 ). Como 𝑥 cresce e 𝑓 𝑥 tende a zero, então 𝑎𝑛 + 𝑓 𝑥 se aproxima de 𝑎𝑛. Concluímos que: Se 𝑥 cresce ilimitadamente, então 𝑝(𝑥) = 𝑥 𝑛 𝑎𝑛 + 𝑓 𝑥 também cresce ilimitadamente. Exemplos: 1) 𝑝 𝑥 = 𝑥3 − 2𝑥 Temos que: 𝑎𝑛 = 𝑎3 = 1 > 0 𝑒 𝑛 = 3 é í𝑚𝑝𝑎𝑟. Então: 2) 𝑝 𝑥 = 𝑥4 − 3 𝑥2 + 𝑥 + 2 Temos que: 𝑎𝑛 = 𝑎4 = 1 > 0 𝑒 𝑛 = 4 é 𝑝𝑎𝑟. Então: Sejam p e q dois polinômios. Se o grau de p é maior do que o grau de q então, para todo x com valor absoluto suficientemente grande, tem-se 𝑝(𝑥) > 𝑞(𝑥) . Mais ainda, a diferença entre 𝑝(𝑥) e 𝑞(𝑥) pode tornar-se tão grande quanto se queira, desde que se tome 𝑥 suficientemente grande. Exemplo: 𝑝 𝑥 = 𝑥6 e 𝑞 𝑥 = 𝑥2 Observe o gráfico: 1 1 𝑦 = 𝑥2 𝑦 = 𝑥6 Método de Newton É um algoritmo grandemente eficiente para obter uma raiz da equação 𝒑(𝒙) = 𝟎 . Segundo este método, se 𝑥1 é um valor próximo de uma raiz, a sequência 𝑥1, 𝑥2, … , 𝑥𝑛, … de números reais obtidos pela fórmula iterativa 𝑥𝑛+1 = 𝑥𝑛 − 𝑝 𝑥𝑛 𝑝′(𝑥𝑛) , tem como limite uma raiz de 𝑝. Os termos 𝑥𝑛 desta sequência se aproximam rapidamente do limite. Observação: 𝑝′(𝑥) representa a derivada do polinômio 𝑝 𝑥 , ou seja: 𝑝′ 𝑥 = 𝑛𝑎𝑛𝑥 𝑛−1 + 𝑛 − 1 𝑎𝑛−1𝑥 𝑛−2 + ⋯+ 𝑎1. Vamos analisar graficamente o Método de Newton: 𝑥0 𝑝(𝑥0) 𝑥1 𝑝(𝑥1) 𝑥2 (𝑥0, 𝑝 𝑥0 ) 𝑝′ 𝑥0 = 𝑝 𝑥0 − 0 𝑥0 − 𝑥1 𝑥1 = 𝑥0 − 𝑝(𝑥0) 𝑝′(𝑥0) Exemplo: 1) 𝑝 𝑥 = 𝑥5 − 5𝑥2 + 1 Observe que: 𝑝 1 = −3 < 0 e 𝑝 2 = 13 > 0. Logo, existe uma raiz real de 𝑝 entre 1 e 2. 1 2 𝑥1 = 2 − 𝑝 2 𝑝′ 2 = 2 − 13 60 = 1,783 Temos que: 𝑝′ 𝑥 = 5𝑥4 − 10𝑥 𝑥2 = 𝑥1 − 𝑝 𝑥1 𝑝′ 𝑥1 = 1,783 − 3,124 32,703 = 1,687 𝑥3 = 𝑥2 − 𝑝 𝑥2 𝑝′ 𝑥2 = 1,687 − 0,434 23,627 = 1,667 2) Calcular 5, aproximadamente: Seja 𝑝 𝑛 = 𝑥2 − 5, então, 𝑝′ 𝑥 = 2𝑥, então: 2 3 𝑥0 = 2 𝑥1 = 2 − −1 4 = 9 4 𝑥2 = 9 4 − 1 16 4 18 = 161 72 = 2,236111… 5 ≅ 2,2361 𝑥1 Temos a fórmula iterativa como caso particular para calcular aproximadamente a 𝑎; 𝑎 > 0. 𝑥𝑛+1 = 1 2 𝑥𝑛 + 𝑎 𝑥𝑛 Exercícios: 01) Mostre que se 𝑛 é um número par então o polinômio 𝒑 𝒙 = 𝒙𝒏 + 𝒙𝒏−𝟏 +⋯+ 𝒙 + 𝟏 não possui raiz real. Reescrevendo o polinômio de trás para frente nota-se que seus termos estão em progressão geométrica com razão igual a "𝑥" e cuja soma é 𝑆𝑛 = 1 1−𝑥𝑛+1 1−𝑥 . Sendo assim, 𝑝 𝑥 = 1−𝑥𝑛+1 1−𝑥 . Note que: 𝑝 1 = 1 + 1 +⋯+ 1 + 1 = (𝑛 + 1) ≠ 0; ⇒ 1 𝑛ã𝑜 é 𝑟𝑎𝑖𝑧 𝑑𝑒 𝑝 𝑥 Suponhamos 𝑎 ∈ ℝ; 𝑎 ≠ 1. Então 𝑝 𝑎 = 1−𝑎𝑛+1 1−𝑎 . Suponhamos 𝑝 𝑎 = 0. Então 1 − 𝑎𝑛+1 = 0 ⇒ 𝑎𝑛+1 = 1. Como 𝑛 é par, 𝑛 + 1 é ímpar. Então 𝑎 = 1. Absurdo, pois 𝑎 ≠ 1. Portanto 𝑝 𝑎 ≠ 0, ou seja, 𝑎 também não é raiz de 𝑝 𝑥 . Logo, 𝑝(𝑥) não possui raízes reais. 02) (ENQ 2021.1) Considere os polinômios 𝑝 𝑋 = 𝑋4 − 4𝑋 − 1 𝑒 𝑞 𝑋 = 𝑋2 + 𝑎 2 − 2 𝑋 + 𝑏 2. a) Encontre os valores de 𝑎 e 𝑏 tais que os polinômios 𝑝(𝑋) e 𝑞(𝑋) sejam idênticos. Temos que: 𝑎 = 1 𝑒 𝑏 = 1. b) Determine as raízes reais de 𝑝 𝑋 . Temos que, para a= 1 e b=1, encontrados em a, p(X)=q(X), então vamos encontrar as raízes de 𝑞 𝑋 = 𝑋2 + 1 2 − 2 𝑋 + 1 2 Então, vamos resolver a equação: 𝑋2 + 1 2 − 2 𝑋 + 1 2 = 0 ⇒ 𝑋2 + 1 2 = 2 𝑋 + 1 2 ⇒ 𝑋2 + 1 = 2 𝑋 + 1 Vamos resolver as duas equações abaixo: 1) 𝑋2 − 2𝑋 + 1 − 2 = 0 e 2) 𝑋2 + 2𝑋 + 1 + 2 = 0 Resolvendo (1), temos: 𝑋 = 2 ± 2 − 4 1 − 2 2 = 2 ± 4 2 − 2 2 Resolvendo (2), temos: 𝑋 = − 2± 2−4 1+ 2 2 = − 2± −2− 2 2 ; ∉ ℝ Logo, X1 = 2+ 4 2−2 2 e X2 = 2− 4 2−2 2 são as raízes reais de 𝑝(𝑥).
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