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APOSTILA DE BIOCLIMATOLOGIA - 1° PERÍODO

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Ecologia e Bioclimatologia animal/Educação ambiental 
Professor: Ramon Rego 
Ecologia: Conceitos fundamentais 
 O que é Ecologia? 
 Ciência multidisciplinar, que envolve biologia vegetal e animal, taxonomia, fisiologia, genética, 
comportamento, meteorologia, pedologia, geologia, sociologia, antropologia, física, química, matemática e 
outras mais. 
 Quase sempre, torna-se difícil delinear a fronteira entre a ecologia e qualquer dessas ciências, pois todas 
têm influência sobre ela. 
 Por exemplo: na compreensão das interações entre o organismo e o meio ambiente ou entre organismos, 
é sempre difícil separar comportamento de dinâmica populacional, comportamento de fisiologia, adaptação 
de evolução e genética, e ecologia animal de ecologia vegetal. 
 Por isso, a ecologia se desenvolveu ao longo de duas vertentes: o estudo das plantas e o estudo dos animais. 
 Ecologia vegetal: relações das plantas entre si e com seu meio ambiente, abordagem descritiva da 
composição vegetal e florística de uma área que normalmente ignora a influência dos animais sobre 
as plantas. 
 Ecologia animal: estudo da dinâmica, distribuição e comportamento das populações, e das inter-
relações de animais com seu meio ambiente. 
 Definição de Ecologia 
Etimologia da palavra Ecologia é oikos = casa; família e logia = estudo. 
Ecologia é o estudo dos seres vivos em seu ambiente, ou a ciência que estuda as relações dos seres vivos 
com o meio ambiente. 
“A ciência que estuda a estrutura e funcionamento da Natureza” 
 
Constituintes e Funcionamento dos Ecossistemas 
 Abióticos 
 Em conjunto constituem o biótopo: ambiente físico e fatores químicos e físicos. 
 A radiação solar é um dos principais fatores físicos dos ecossistemas terrestres pois é 
através dela que as plantas realizam fotossíntese, liberando oxigênio para a atmosfera 
e transformando a energia luminoso em química. 
 
 Bióticos 
 Representados pelos seres vivos que compõem a comunidade 
biótica ou biocenose, compreendendo os organismos heterótrofos 
dependentes da matéria orgânica e os autotróficos responsáveis 
pela produção primária, ou seja, a fixação do CO2. 
 
 
Tipos de ecossistemas 
 Ecossistemas artificiais - construídos pelo Homem: açudes, aquários, plantações, etc. 
 Ecossistemas naturais - bosques, florestas, desertos, prados, rios, oceanos, etc. 
 
Atendendo ao meio físico, há a considerar: 
 
Ecossistemas terrestres Ecossistemas aquáticos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Em qualquer tipo de ecossistema, serão encontrados quatro constituintes básicos: 
1. Substâncias abióticas (compostos básicos do meio ambiente) 
2. Produtores (seres autotróficos, na maior parte dos casos plantas verdes) 
3. Consumidores (organismos heterotróficos, quase sempre animais, que se alimentam de outros 
seres ou de partículas de matéria orgânica) 
4. Decompositores (seres heterotróficos, na sua maioria bactérias e fungos) 
 
Conceitos importantes 
 Organismo 
 É a unidade mais fundamental da Ecologia. São os 
seres que vivem em contato com o meio físico 
(meio abiótico) e em contato com outros seres 
vivos (meio biótico). 
 O organismo está em constante troca de energia 
e matéria e seus objetivos são sobreviver e 
reproduzir. 
 Espécie 
 Designa a unidade básica do sistema na 
classificação científica dos seres vivos. Espécies 
são grupos de populações naturais que estão ou 
têm o potencial de estar se intercruzando, e que 
estão reprodutivamente isolados de outros 
grupos. 
 
mmmmm 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 População 
 É o conjunto de indivíduos de uma mesma espécie 
que vive em um mesmo lugar. As populações possuem 
características próprias, tendo um controle no seu 
tamanho (relação entre ganho e perda de espécies) e 
na sua distribuição. 
 
 
 Comunidade ou Biocenose 
É o conjunto de diferentes populações que vivem 
em um determinado lugar. Uma comunidade é 
regulada pelas relações que são observadas entre 
as espécies, como dinâmica de presas e 
predadores, parasitas e hospedeiros, ou relações 
mutualísticas. Todas estas relações controlam as 
populações e é muito difícil definir onde uma 
comunidade começa e onde ela termina. 
 Ecossistema ou sistema ecológico 
É formado pelas relações entre os organismos e 
seu meio físico e químico. É nesse âmbito que se 
estudam as ciclagens de nutrientes e o fluxo de 
energia. É muito difícil definir com precisão as 
barreiras de um ecossistema. 
 
 
Mmm 
 
 
 
 
 
 Habitat 
 É o lugar específico onde uma espécie pode ser 
encontrada, isto é, o seu "ENDEREÇO" dentro do 
ecossistema. 
Exemplo: habitat do panda são as florestas de 
bambu das regiões montanhosas na China e no 
Vietnã. 
 
 
 Nicho ecológico 
 É o papel que o organismo desempenha no 
ecossistema, isto é, a "PROFISSÃO" do organismo 
no ecossistema. O nicho informa às custas de que 
se alimenta, a quem serve de alimento, como se 
reproduz, etc. 
Exemplo: a fêmea do Anopheles (transmite 
malária) é um inseto hematófago (se alimenta de 
sangue), o leão atua como predador devorando 
grandes herbívoros, como zebras e antílopes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Ecótono 
É a região de transição entre duas comunidades ou 
entre dois ecossistemas. Na área de transição (ecótono) 
vamos encontrar grande número de espécies e, por 
conseguinte, grande número de nichos ecológicos. 
 
 
 
 Biosfera 
É todo o processo ecológico a nível global, ou seja, a união de todos os ecossistemas (todos 
os organismos e ambientes juntos). 
 
 
 
Interações ecológicas 
 Nas comunidades bióticas encontram-se várias formas de interações entre os seres vivos que as formam e 
que, diferenciam-se pelos tipos de dependência que os organismos vivos mantêm entre si. 
 Harmônicas ou positivas: caracterizam-se pelo benefício mútuo de ambos os seres vivos, ou de 
apenas um deles, sem o prejuízo do outro. 
 Desarmônicas ou negativas: caracterizadas pelo prejuízo de um de seus participantes em benefício 
do outro. 
 Tanto as relações harmônicas como as desarmônicas podem ocorrer entre indivíduos da mesma espécie e 
indivíduos de espécies diferentes. Quando as interações ocorrem entre organismos da mesma espécie, são 
denominadas relações intraespecíficas ou homotípicas. Quando as relações acontecem entre organismos de 
espécies diferentes, recebem o nome de interespecíficas ou heterotípicas. 
 
 
 
 
 Relações harmônicas intra-específicas 
 Colônias 
 São associações harmônicas entre indivíduos de uma 
mesma espécie, anatomicamente ligados, que em geral 
perderam a capacidade de viver isoladamente. A 
separação de um indivíduo da colônia determina a sua 
morte. 
 Quando as colônias são constituídas por organismos que 
apresentam a mesma forma, não ocorre divisão de 
trabalho (isomorfas). Todos os indivíduos são iguais e 
executam todas as funções vitais. 
Exemplo: colônias de corais (celenterados), de crustáceos 
do gênero Balanus (as cracas), de certos protozoários, bactérias, etc. 
 Quando as colônias são formadas por indivíduos com formas e funções distintas, ocorre uma divisão de 
trabalho. Essas colônias são denominadas heteromorfas. 
Exemplo: Um ótimo exemplo é o celenterado da espécie Phisalia caravela popularmente conhecida por 
"caravelas". Elas formam colônias com indivíduos especializados na proteção e defesa (os dactilozóides), na 
reprodução (os gonozóides), na natação (os nectozóides), na flutuação (os pneumozóides), e na alimentação 
(os gastrozóides). 
 
 Sociedade 
 São associações entre indivíduos da mesma espécie, organizados 
de um modo cooperativo e não ligados anatomicamente. Os 
indivíduos componentes de uma sociedade se mantêm unidos 
graças aos estímulos recíprocos. Exemplo: alcatéia, cardume, 
manada de búfalos, homem, térmitas (cupins), formigas, abelhas. 
 
 
 
Abelhas 
A sociedade formada pelas abelhas melíferas (Apis mellifera) comportatrês castas 
distintas: as operárias, a rainha e os machos ou zangões. As operárias transportam 
o mel e o pólen das celas de armazenamento para a rainha, zangões e larvas, 
alimentando-os. Produzem a cera para ampliar a colmeia, limpam-na dos detritos 
e de companheiras mortas e doentes. Procuram, no exterior da colmeia, o néctar e o pólen. Além disso, 
guardam e protegem a colmeia. As operárias vivem, em média, seis semanas. São todas fêmeas estéreis. 
 
 Canibalismo 
É uma relação em que um indivíduo mata e alimenta-se de outro 
de uma mesma espécie. Um exemplo bastante conhecido é o dos 
chamados louva-a-deus, cuja fêmea alimenta-se do macho antes, 
durante ou depois da cópula. Existem diversos motivos que 
levam ao canibalismo, o qual pode ser um comportamento típico 
de determinada espécie ou ocorrer em decorrência de situações 
de estresse, como é o caso de superpopulações. 
 
 
 Relações harmônicas inter-específicas 
 Protocooperação 
 É a associação entre indivíduos de espécies 
diferentes em que ambos se beneficiam, mas cuja 
coexistência não é obrigatória. 
Exemplo: Como exemplos vamos destacar as 
associações entre o paguro-eremita e as anêmonas-
do-mar, o pássaro anu e certos mamíferos, o pássaro-
palito e os crocodilos e a polinização feita por animais. 
 
 Comensalismo 
 Associação entre indivíduos de espécies diferentes 
na qual um deles aproveita os restos alimentares do 
outro sem prejudicá-lo. O animal que aproveita os 
restos alimentares é denominado comensal. 
Exemplo: a rêmora e o tubarão. A rêmora é um peixe 
ósseo que apresenta a nadadeira dorsal transformada 
em ventosa, com a qual se fixa ao corpo do tubarão. 
Os alimentos ingeridos pela rêmora correspondem 
aos desprezados pelo tubarão. 
 
 Mutualismo 
É a associação entre indivíduos de espécies diferentes na qual ambos se 
beneficiam. A sobrevivência dos seres que a formam torna-se impossível, quando 
são separados. Alguns autores usam o termo simbiose para caracterizar o que 
definimos como mutualismo. 
Exemplos: os líquens, a bacteriorriza, a micorriza, e as associações entre cupins e 
protozoários e entre herbívoros com bactérias e protozoários. 
 
 Inquilinismo 
É a associação entre indivíduos de espécies diferentes em que um deles 
procura abrigo ou suporte no corpo do outro, sem prejudicá-lo. 
Exemplos: Destaca-se as associações do peixe-agulha com a holotúria e das 
orquídeas e bromélias com troncos de árvores. 
 
 
 
 Relações desarmônicas inter-específicas 
 Predatismo 
É a interação desarmônica na qual um indivíduo (predador) 
ataca, mata e devora outro (presa) de espécie diferente. A 
morte da presa pode ocorrer antes ou durante a sua 
ingestão. Os predadores, evidentemente, não são benéficos 
aos indivíduos que matam. Todavia, podem sê-lo à 
população de presas. Isso porque os predadores eliminam os 
indivíduos menos adaptados, podendo influir no controle da 
população de presas. 
 Mimetismo 
Ocorre quando uma espécie possui o 
aspecto de outra. 
Exemplos: cobra-coral falsa (não venenosa) 
imitando a cobra-coral verdadeira 
(venenosa); borboleta vice-rei, que é 
pequena e comestível por pássaros, 
imitando a borboleta monarca que é maior e 
de sabor repugnante aos pássaros, 
mariposas imitando vespas; moscas inócuas imitando abelhas; borboleta-coruja com asas abertas 
lembram a cabeça de coruja. 
 
 Parasitismo 
É a associação desarmônica entre indivíduos de espécies diferentes na qual um 
vive à custa do outro, prejudicando-o. O indivíduo que prejudica é denominado 
parasita ou bionte. O prejudicado recebe o nome de hospedeiro ou biosado. Os 
parasitas podem ou não determinar a morte do hospedeiro e são responsáveis 
por muitos tipos de doenças ou parasitoses ainda hoje incuráveis. O parasitismo 
ocorre tanto no reino animal como no vegetal. 
 
 Competição 
Compreende a interação ecológica em que 
indivíduos da mesma espécie ou indivíduos 
de espécies diferentes disputam, como por 
exemplo, alimento, território, luminosidade 
etc. Pode ser intraespecífica ou inter. Esse 
tipo de interação favorece um processo 
seletivo que culmina, com a preservação das 
formas de vida mais bem adaptadas ao meio 
ambiente e com a extinção dos indivíduos 
com baixo poder adaptativo. A competição 
constitui um fator regulador da densidade 
populacional, contribuindo para evitar a 
superpopulação das espécies. 
 
1 
 
Dinâmica de Populações 
 Importância 
 Trata-se de uma das abordagens fundamentais da Ecologia, pela importância de compreender as variações 
de abundância dos organismos além do entendimento dos fenômenos ecológicos de escalas maiores, como 
comunidades e ecossistemas. 
 Interações entre populações, diversidade de espécies, e funcionamento de ecossistemas são processos em 
escalas diferentes, mas cada vez mais interligados. 
 Organização do ecossistema 
Uma população ecológica, pode ser 
encontrada em três estágios possíveis: 
 Crescimento 
 Decréscimo 
 Equilíbrio dinâmico 
 
 Densidade Populacional 
 Número de indivíduos em uma determinada 
área, ou seja, é o tamanho da população em 
relação a alguma unidade de espaço. 
 Geralmente é avaliada e expressa como o 
número de indivíduos ou a biomassa da 
população por unidade de área e de volume. 
 
 
 
 
2 
 
Quatro fatores influenciam a densidade: 
 Imigração: Número de indivíduos que, vindos de outras áreas, entram na população; 
 Emigração: Número de indivíduos que saem da população; 
 Natalidade: Número de indivíduos que nascem por unidade de tempo; 
 Mortalidade: Número de indivíduos que morrem. 
 
 Fatores 
Natalidade + Imigração = Mortalidade + Emigração 
Observação: 
 As taxas de natalidade e de imigração tendem a aumentar a densidade da população. 
 As taxas de mortalidade e de emigração tendem a diminuí-la. 
 Sendo assim, a população se encontra em equilíbrio quando a soma da taxa de natalidade com a de 
imigração for igual à soma da mortalidade e de emigração. 
 
Natalidade + Imigração > Mortalidade + Emigração = População em crescimento 
Natalidade + Imigração < Mortalidade + Emigração = População em declínio 
Natalidade + Imigração = Mortalidade + Emigração = População em Equilíbrio 
Exemplo: A espécie A é um ácaro 
comum em plantações de morango na 
Califórnia que causa danos quando 
atinge a densidade de 20 indivíduos por 
lote de morango. Pesquisadores 
observaram que, nos lotes de morango 
em que ocorria a espécie A, ocorria 
também outra espécie de ácaro 
(espécie B). Visando compreender a 
interação entre essas espécies, 
realizou-se um experimento em 
laboratório, no qual se introduziu a 
espécie B em uma criação da espécie A. 
Após algum tempo, os pesquisadores aplicaram um defensivo agrícola (D) na criação. Os resultados 
obtidos estão mostrados no gráfico a seguir. 
3 
 
 Potencial Biótico 
 O potencial biótico ou reprodutivo é a capacidade inata de uma população aumentar o número de 
componentes, em condições ambientais ótimas. 
 Varia de uma espécie para outra, podendo ser muito elevado para algumas e bastante baixa para outras. 
Na natureza, entretanto, as populações estão sujeitas à ação conjunta dos fatores limitantes do 
crescimento. 
 A soma de todos os fatores que impedem uma população de se desenvolver na velocidade máxima é 
denominada resistência do meio. 
 Participam da resistência do meio à ação a ação de predadores, dos competidores e a limitação de 
espaço e de território, além das condições climáticas. 
 Em um estudo em que cientistas cultivaram uma 
população de protozoários em vidros contendo bastante 
alimento (água e aveia). Neste trabalho foi observado 
que o número de indivíduos em função do tempo forma 
uma curva em S (sigmoide). 
 
 
 
 
 Potencial biótico de duas espécies 
 Quando a população aumenta de forma que a 
resistência ambiental começa a interferir, a 
populaçãocontinua a crescer, mas de forma 
desacelerada, até que finalmente a resistência do 
meio equilibra o potencial biótico, dessa forma, a população para de crescer e fica estabilizada. 
 Relação entre duas espécies no meio 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 Relações intraespecíficas 
 As interações que ocorrem dentro de uma mesma espécie são chamadas de intraespecíficas, em particular 
a dependência da densidade* é um dos mais importantes fenômenos que ocorre em uma população. 
 Dependência da densidade: populações onde o crescimento é limitado, e sua taxa de crescimento diminui 
conforme a população se aproxima de um patamar, que pode ser chamado de capacidade de suporte. 
 
 Todas as formas de vida são tanto consumidoras quanto vítimas de consumidores. 
 A predação, a herbívora, o parasitismo e outros tipos de consumo são as interações mais fundamentais da 
Natureza. 
 As relações predador-presa, herbívoro-planta e parasita hospedeiro são exemplos de interações 
consumidor-recurso, que organizam as comunidades biológicas numa série de cadeias de consumidores. 
 Modelagem matemática na Ecologia 
1. A dinâmica populacional possui hoje princípios básicos estabelecidos, mas ainda assim tem 
importantes questões a serem respondida, muitas delas através da modelagem matemática. 
2. Modelos matemáticos em outras ciências são usados corriqueiramente, como na Economia ou na 
Física, quando comparadas à Ecologia. 
3. A modelagem chama a atenção para fenômenos que muitas vezes são contra intuitivos. 
4. Alguns fenômenos importantes da Ecologia que podem ser observados a partir da construção de 
modelos são o Paradoxo do Enriquecimento, e os controles do tipo Bottom Up e Top-down. 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
Cadeia alimentar e Teias alimentares 
 Cadeia alimentar 
 Entende-se por cadeia alimentar, o conjunto de organismos que 
interagem pela via alimentar, servindo de alimento uns aos 
outros. 
 Toda cadeia alimentar, inicia-se pelos produtores (organismo 
que introduz matéria e energia ao meio), seguidos dos 
consumidores, (que pode apresentar número variado de 
componentes) e por último os decompositores, que fecham a 
cadeia, permitindo que ocorra o reinicio do ciclo da matéria. 
 Todos os seres vivos necessitam de energia para a manutenção 
das diversas reações biológicas internas e para a reprodução. 
 Os organismos obtêm energia através dos clorofilados, que 
captam a energia solar e a utilizam no processo de fotossíntese; 
e os não-clorofilados que necessitam de alimentar-se de outros 
seres para obtenção de energia. 
 Quando um organismo se alimenta do outro, há transferência tanto de energia quanto de matéria. 
 A transferência de energia entre os seres vivos quando estes se alimentam e servem de alimento para 
outros organismos forma uma cadeia alimentar. 
Exemplo clássico de cadeia alimentar: o capim que serve de alimento para o coelho, que serve de alimento 
para a raposa. 
 Componentes da cadeia alimentar 
 Produtores: ocupam o início da 
cadeia alimentar. As plantas 
produzem seu próprio alimento, 
utilizando-se da energia 
proveniente do Sol, além disso, 
extraem substâncias inorgânicas 
do solo e da atmosfera, recursos 
que também são necessários para 
a produção de alimento. 
 Fotossíntese 
2 
 
 Consumidores primários: alimentam-se dos 
produtores, dentro da cadeia alimentar. Os 
herbívoros são consumidores primários, pois 
alimentam-se de plantas. 
 
 
 Animais carnívoros ou consumidores, por 
último na cadeia alimentar. Também podem 
ser classificados como secundários, 
terciários, quaternários e assim por diante. 
 
 Cadeia alimentar terrestre 
 
 Cadeia alimentar aquática 
 
 O equilíbrio do ecossistema está profundamente ligado à realização de todas essas etapas. 
 Caso algumas dessas espécies seja extinta, as outras não resistirão, uma vez que todas possuem uma 
relação de interdependência, ou seja, uma depende da outra para sobreviver. 
 O desequilíbrio do ecossistema é um dos principais problemas ambientais da atualidade 
 Com a extinção de algumas espécies animais e vegetais, ocorrem cada vez mais problemas em suas cadeias 
alimentares e, por consequência, causando graves prejuízos aos ecossistemas. 
3 
 
 A caça predatória de animais, a poluição das águas, do ar e a contaminação de rios são os fatores que 
influenciam diretamente nesse tipo de problema ambiental. 
 Fluxo de energia 
 Após digerirem suas caças, os dejetos desses animais e os cadáveres são depositados no solo, os organismos 
decompositores (fungos e bactérias) decompõem as substâncias orgânicas, transformando-as em 
inorgânicas. 
 Fluxo de energia unidirecional: a transferência de energia faz-se apenas num sentido, passando ao 
longo da cadeia alimentar e libertando-se para o meio na forma de calor que se dissipa para o espaço. 
Cada nível trófico apenas aproveita 10% da energia do nível trófico anterior, perdendo-se 90% para 
o meio na forma de calor esta energia não pode ser reutilizada. 
 
 Em cada nível, existe um grupo de organismos com as 
mesmas características alimentares. 
 Cada nível trófico há transferência de energia, isto é, 
o processo de transferência de energia começa pelo 
sol. 
 A energia solar, captada e transformada pelos 
produtores, é devolvida ao meio, na forma de energia 
térmica pelos próprios produtores, consumidores e 
decompositores. 
 
 
 
 
4 
 
 Teias alimentares 
 Alguns animais em face de seus hábitos alimentares variados, não se enquadram em apenas um nível 
trófico. 
 A teia alimentar não se configura como um fluxo retilíneo e unidirecional, como uma cadeia alimentar. 
 Ela se estabelece de forma multidirecional, permitindo-se estudar a passagem da matéria e da energia pelos 
ecossistemas. 
 
 Pirâmides ecológicas 
 Representam os níveis tróficos de um ecossistema através de retângulos sobrepostos, onde os produtores 
são sempre colocados na base. 
 Existem três tipos de pirâmide, cada qual com suas peculiaridades: pirâmide de número, pirâmide de 
biomassa e pirâmide de energia. 
 
 Pirâmide de Números: Representa a 
quantidade de indivíduos em cada nível trófico 
da cadeia alimentar proporcionalmente à 
quantidade necessária para a dieta de cada um 
desses. 
 
 
 
 
 
5 
 
 Pirâmide de Números: Em alguns casos, quando o 
produtor é uma planta de grande porte, o gráfico de números 
passa a ter uma conformação diferente da usual, sendo 
denominado “pirâmide invertida”. 
 
 
 
 
 
 
 Pirâmide de Biomassa: É computada 
a massa corpórea (biomassa) e não o 
número de cada nível trófico da 
cadeia alimentar. 
 
 Pirâmide de Energia 
 A energia solar captada pelos 
produtores vai se dissipando ao longo 
das cadeias alimentares sob a forma de 
calor, uma energia que não é utilizável 
pelos seres vivos. 
 À medida que esta energia é dissipada 
pelo ecossistema, ocorre uma 
permanente compensação com a 
utilização de energia solar fixada pelos 
produtores, passando depois, através de 
todos os outros elementos vivos do 
ecossistema. 
 O nível energético mais elevado, nos 
ecossistemas terrestres, é constituído 
pelas plantas clorofiladas (produtores). O resto do ecossistema fica inteiramente dependente da energia 
captada por eles, depois de transferida e 
armazenada em compostos orgânicos. As 
cadeias alimentares estão geralmente 
limitadas a 4 ou 5 níveis tróficos, porque 
há perdas de energia muito significativas 
nas transferências entre os diferentes 
níveis. Consequentemente, a quantidade 
de energia que chega aos níveis mais 
elevados já não é suficiente para suportar 
ainda outro nível trófico. 
1 
 
Biomas brasileiros 
 Introdução 
 O Brasil é um país de tamanho continental. Suas regiões recebem a influência de diferentes parâmetros 
climáticos, geográficos e geológicos, como: 
 Variação da temperatura, Pluviosidade, 
 Correntes marinhas, 
 Intensidade de radiação solar, 
 Distribuição de montanhas, entre outros. 
 Todas essas variações influenciam as adaptações das espécies e caracterizam diferentes biomas. 
 Dentre esses vários agentes naturais, o CLIMA assume um significado expressivo na configuração externa 
da paisagem, visto que o mesmo influencia e é influenciado por outros elementos como a vegetação, o 
solo e o relevo. 
 O clima intervém ainda na formação dos solos, na decomposição das rochas, nas formas de relevo, nos 
rios, no ritmo das atividades agrícolas e na própria distribuição dos homens na Terra. 
 
 No Brasil podemos identificar seis biomas bem definidos, sendo que cada um pode apresentar fisionomias 
diversas, dependendo das características locais. 
 Biomas 
Brasileiros: 
A) Amazônia, 
B) Cerrado, 
C) Mata Atlântica, 
D) Caatinga, 
E) Campos Sulinos, 
F) Pantanal
2 
 
 Biomas 
 São formados por todos os seres 
vivos de uma determinada região, 
cuja vegetação tem bastante 
similaridade e continuidade, com 
um clima mais ou menos 
uniforme, tendo uma história 
comum em sua formação. 
 
 
 
 
 BIOMA AMAZÔNIA 
 A Floresta Amazônica engloba nove países, sendo que 60% de sua área está no Brasil (Bolívia, Guiana, 
Guiana Francesa, Suriname, Peru, Colômbia, Venezuela e Equador). 
 Ela se estende por toda região norte, mais o estado do Mato Grosso e é o maior bioma do nosso país. 
 
 AMAZÔNIA LEGAL 
 Criada pelo governo brasileiro como forma de planejar 
e promover o desenvolvimento social e econômico dos 
estados da região amazônica, que historicamente 
compartilham os mesmos desafios econômicos, 
políticos e sociais. 
 Baseados em análises estruturais e conjunturais, seus 
limites territoriais tem um viés sociopolítico e não 
geográfico, voltado para as necessidades de 
desenvolvimento identificadas na região. 
 A floresta Amazônica está localizada, principalmente, 
no norte do Brasil, possuindo a maior biodiversidade do 
planeta distribuídas em cerca de 5,5 milhões de 
quilômetros quadrados. 
3 
 
 Possui a maior bacia hidrográfica do 
mundo, a Bacia do Rio Amazonas, o que 
garante um importante recurso para a 
região. 
 Possui uma biodiversidade imensurável, 
com muitas espécies endêmicas e raras, 
garantindo um patrimônio genético 
único. 
 
 A fauna associada a Amazônia são: Boto cor de rosa (Inia 
geoffrensis), Preguiça (Folivora), Onça Pintada (Panthera onca), 
Anta (Tapirus) e Pirarucu (Arapaima). 
 
 É uma região que registra alto índice de pluviosidade e, 
no período mais chuvoso, muitas áreas de mata ficam 
suscetíveis a inundações. Essa variação no nível de 
alagamento do solo caracteriza a vegetação que irá 
ocupá-la. 
 
 
 
 Principal fisionomia encontrada na Amazônia é a floresta 
ombrófila densa (folhas largas e perenes e por chuvas 
abundantes e frequentes, caracterizada por árvores muito 
altas (mais de 60 m), o que diminui muito a luz que chega até 
o solo. 
 
4 
 
 Desmatamento indiscriminado: geralmente, a derrubada da floresta 
acontece para criação de novas áreas de pasto, extração ilegal de 
madeira ou plantio. 
 
 
 
 
 
 
 
 BIOMA CERRADO 
 É o segundo maior bioma do Brasil, ocupando a região 
central do país e sendo chamado também de savana 
brasileira. 
 É uma região caracterizada por uma vegetação baixa (até 20 
m), esparsa, com caules retorcidos e folhas espessas. Além 
das árvores também possui plantas herbáceas, 
principalmente as gramíneas. 
 Apesar desta vegetação parecer uma resposta à escassez de 
água, na verdade é uma resposta à escassez de nutrientes. 
Seu solo é muito pobre e possui alta concentração de 
alumínio, que é tóxico para as plantas. 
 
 
O cerrado passa periodicamente por processos de queimadas 
naturais, que ocorrem durante a estação mais seca. Muitas 
plantas possuem adaptações ao fogo, como resina de 
proteção a órgãos internos e sementes com casca resistente. 
 Suas fisionomias são nomeadas em função da quantidade de 
plantas encontradas na região e podem ser classificadas como 
cerradão (fisionomia florestal), cerrado limpo (com poucas 
plantas) ou cerrado sujo (com muitas plantas). 
 CERRADÃO  CERRADO LIMPO 
 
 
 
 
5 
 
 
 CERRADO SUJO 
 
 
 
 
 A fauna nativa do Cerrado é composta por: lobo guará (Chrysocyon brachyurus), tamanduá-bandeira 
(Myrmecophaga tridactyla), gambá (Didelphis), tatu-canastra (Priodontes maximus) e porco-espinho 
(Coendou prehensilis). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dos impactos que o cerrado vem sofrendo, a agricultura é o que merece mais destaque. 
 Como seu solo é muito pobre em nutrientes e ainda 
tóxico, até a década de 50 ele não era explorado. No 
entanto, com o crescimento do plantio da soja no sul do 
país, o governo federal ofereceu muitos incentivos fiscais 
e econômicos a agricultores que quisessem se 
estabelecer na região central do país. 
 Além disso, ele garantiu a calagem do solo (que regula 
o pH e reduz os efeitos do alumínio) e, com a construção 
de Brasília, forneceu um grande aporte rodoviário na 
região. 
 Todos esses fatores iniciaram o processo de 
crescimento econômico e consequente impacto ambiental descontrolado na região, que hoje é um dos polos 
produtores de soja do Brasil. 
 
 BIOMA MATA ATLÂNTICA 
 A Mata Atlântica é o bioma que ocupa a região litorânea do nosso país, desde o Rio Grande do Norte até o 
Rio Grande do Sul. Local das principais cidades brasileiras e também o bioma que mais sofreu com o impacto 
humano. 
6 
 
 Atualmente, menos de 7% da ocupação original da Mata 
Atlântica está preservada, sendo que de mata primária, resta 
menos de 1%. É considerada um “hotspot”. 
 A floresta ombrófila densa é a mais comum, sendo constituída 
por árvores mais baixas que as encontradas na Amazônia, mas que 
chegam a 60 m. Possui uma estratificação no seu sub-bosque, 
sendo formada por herbáceas, arbustos e arvoretas. 
 
 
 
Região de manguezal, formada pelo encontro dos rios com os 
mares. É uma região de alta produtividade, principalmente 
devido aos nutrientes que são trazidos pelos rios. Por isso, 
constitui região de reprodução, alimentação e refúgio para 
muitas espécies da fauna, estando legalmente protegido. 
 
 
 
Áreas de restingas localizadas junto ao mar. Possuem solo 
arenoso e recebem alta radiação e muito vento. 
 Há uma variação das fisionomias encontradas, de modo 
que as plantas herbáceas são mais comuns junto ao mar, 
os arbustos numa região mediana e as árvores aparecem 
mais distantes, formando matas que podem permanecer 
temporariamente alagadas. 
Outra fisionomia marcante são as Matas de Araucárias, 
localizadas na região Sul do País e em áreas de alta altitude 
e clima frio dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas 
Gerais, onde se destacam 
árvores de Auraucaria 
angustifolia ou Pinheiro do 
Paraná e sua semente 
(pinhão). 
 
 Sua fauna é muito diversificada, com muitas espécies 
de vertebrados e invertebrados endêmicas. Foi 
caracterizada como um “hot-spot” mundial, ou seja, 
uma das áreas de maior biodiversidade ameaçadas do 
mundo. É considerada área de prioridade para 
conservação, a nível mundial. 
 
 
 
 
 
7 
 
 BIOMA CAATINGA 
 Possui área geográfica situada na região nordeste, 
chegando até o extremo norte do estado de Minas 
Gerais. Possui escassez de água associada ao clima 
quente e seco. Apesar dessa grande dificuldade 
ambiental, a vegetação possui características 
adaptativas que garantem sua sobrevivência. 
 A vegetação é composta por gramíneas, árvores 
baixas e arbustos, com características de xenofilias, 
que são bem adaptadas ao clima seco e às poucas 
chuvas durante o ano. 
 
 
Dos impactos que o 
bioma recebe, a 
agricultura da cana-de-
açúcar é o mais 
significativo, mas a 
extração de madeira e a 
pastagem também estão 
presentes. 
 
 Na fauna, encontra-se o Tatu-bola (Tolypeutes tricinctus), Tatupeba (Euphractus sexcinctus), Macaco-prego 
(Cebus libidinosus), Ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) e Cachorro-do-mato(Cerdocyon thous). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 BIOMA PAMPA 
 Localizado entre a Argentina, Uruguai e Brasil, também 
chamado de campos sulinos são geograficamente formados 
por uma área de planície. A vegetação característica são as 
gramíneas e plantas rasteiras, sendo o habitat de muitos 
herbívoros. 
8 
 
 Possui solo fértil e esta característica, aliada a geografia, favorece a agricultura e a pecuária, que são os 
impactos que o bioma sofre. 
 
 
 
 
 
 
 
 O clima é subtropical úmido, marcado por altas temperaturas no verão e por temperaturas baixíssimas no 
inverno, tem grande variação de temperatura ao longo do ano. 
 
 
 
 
 
 
 Rico em biodiversidade em espécies de animais, com espécies endêmicas, raras e ameaçadas de extinção. 
Tem fauna associada, como o Jacu (Penelope), Jacutinga (Aburria jacutinga), Quero-quero (Vanellus 
chilensis), João-de-barro (Furnarius rufus), Sanhaço (Thraupis) entre outras varrições de espécies. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 BIOMA PANTANAL 
 Localiza-se em grande parte do Centro-Oeste brasileiro, 
mais precisamente nos estados do Mato Grosso do Sul e 
Mato Grosso. Seu clima é tropical, características de 
continentalidade, com duas estações bem definidas ao 
longo do ano, seco e chuvoso. 
 É uma grande planície, que com os regimes da sua bacia 
hidrográfica, permanece por longos períodos inundada. 
9 
 
Essa inundação reduz muito as áreas de solo disponíveis, por isso a agricultura não é uma atividade muito 
comum da região. 
 No entanto, a pecuária é possível, pois os rebanhos bovinos podem ser deslocados para áreas mais secas 
na época das enchentes. Esse é o principal impacto que a região recebe, sendo hoje um dos grandes 
produtores de carne no Brasil. 
 
 Sua vegetação está concentrada nas regiões mais altas e é formada por uma fisionomia aberta, com árvores 
esparsas. Sua fauna é muito diversificada. 
 Presente em sua fauna encontra-se a Anta (Tapirus terrestris), Arara Azul Grande (Anodorhynchus 
hyacinthinus), Jacaré do pantanal (Caiman yacare), Onça pintada (Panthera onca), Tucano (Ramphastidae). 
 
1 
 
Ecologia e Bioclimatologia animal/Educação ambiental 
Professor: Ramon Rego 
Ciclos Biogeoquímicos 
 Ciclos Biogeoquímicos 
 Compreende o trajeto das substâncias do ambiente abiótico para o mundo dos seres vivos e o seu retorno 
ao mundo abiótico. O termo é derivado do fato de que há um movimento cíclico de elementos que formam 
os organismos vivos (“bio”) e o ambiente geológico (“geo”), onde intervêm mudanças químicas. Em qualquer 
ecossistema existem esses ciclos. 
 Ciclo da água 
 Envolve os diferentes processos de modificação física da água: 
 97,3 % da água na forma líquida na natureza, mais especificamente, nos oceanos; 
 0,01% da água líquida está localizada em rios e lagos; 
 0,67% em lençóis subterrâneos; 
 2,06% da água na forma sólida localizada nas calotas polares e geleiras; 
 0,08% da água na forma de vapor na atmosfera. 
 Neste ciclo, água passa pelo corpo dos seres vivos antes de voltar ao ambiente.  A água é retirada do 
solo através das raízes das plantas, sendo utilizada para a fotossíntese ou passada para outros animais 
através da cadeia alimentar e água volta à atmosfera através da respiração, transpiração, fezes e urina. 
 O ciclo da água depende da intensidade de energia radiante, pois ela é responsável por provocar a 
evaporação dos corpos líquidos para a atmosfera, formando as nuvens. Além disso, o vapor d’água também 
é eliminado através da respiração dos seres vivos e da evapotranspiração das plantas e tende a precipitar-
se na forma de chuva, neve ou granizo. 
 Parte dessa água será absorvida pelo solo, formando os lençóis freáticos subterrâneos e parte cairá 
diretamente em corpos líquidos. 
 Alterações no meio podem contribuir para o comprometimento de sua qualidade, como: 
1) O desmatamento que torna o solo mais compacto e dificulta a infiltração da água, além de aumentar 
a erosão e o acumulo de sedimentos nos rios e lagos. 
2) A poluição é um sério problema atualmente, pois compromete as características físicas, químicas e 
biológicas da água e deixando-a menos potável. 
2 
 
 Ciclo do carbono 
 No ambiente terrestre, o ciclo do 
carbono está relacionado às atividades 
de respiração e fotossíntese. 
 No ambiente aquático, ocorrerá por 
difusão simples, pois o gás carbônico do 
ar se dissolve rapidamente na água, 
formando ácido carbônico (CO2 + H2O 
H2CO3). Essa difusão é importante 
porque o oceano se torna um grande 
reservatório de carbono, ajudando a 
controlar a taxa de gás carbônico na 
atmosfera e sendo mais uma forma de 
combater o efeito estufa. 
 
 
 A decomposição e queima de 
combustíveis fósseis (carvão e petróleo) 
também libera CO2 no ambiente. Além 
disso, o aumento no teor de CO2 
atmosférico causa o agravamento do 
"efeito estufa" que pode acarretar o descongelamento de geleiras e das calotas polares com consequente 
aumento do nível do mar e inundação das cidades litorâneas. 
 
 
 Ciclo do fósforo 
 O fósforo é um importante elemento na 
composição de ácidos nucléicos, além de fazer 
parte de ossos e dentes e das moléculas 
energéticas de ATP. 
 O principal reservatório de fósforo são as 
rochas sedimentares, mas grandes estoques 
podem ser encontrados em águas de rios, lagos e 
oceanos. 
 A água da chuva transporta o fósforo para 
ambientes aquáticos, onde ele forma compostos 
insolúveis com o ferro ou o cálcio e precipita. 
 A decomposição devolve o fósforo que fazia 
parte da matéria orgânica ao solo ou à água. 
 Parte dele é arrastada pelas chuvas para os 
lagos e mares, onde acaba se incorporando às 
rochas. 
 Nesse caso, o fósforo só retornará aos 
ecossistemas bem mais tarde, quando essas 
rochas se elevarem em consequência de 
processos geológicos e, na superfície, forem 
decompostas e transformadas em solo. 
CO2 atmosférico 
Vegetais Animais 
Resíduos 
orgânico 
Combustíveis 
fósseis 
Decompositores 
Fossilização de plantas e animais 
em eras geológicas distantes 
3 
 
 Existe apenas um composto de fósforo realmente importante para 
os seres vivos: o íon fosfato. 
 Em ambientes terrestres, bactérias especializadas transformam o 
fósforo em íons fosfato (PO4 3- ), que é a forma como as plantas o 
assimilam, tanto na água como no solo e torna-o disponível a cadeia 
trófica. 
 Animais liberam o fósforo pelos excretas, devolvendo-o ao 
sistema. 
 As plantas obtêm fósforo do ambiente absorvendo os fosfatos 
dissolvidos na água e no solo. Os animais obtêm fosfatos na água e 
no alimento. 
 Existem dois ciclos do fósforo que acontecem em escalas de tempo bem diferentes. 
 Ciclo de tempo ecológico: uma parte do elemento recicla-se localmente entre o solo, as plantas, 
consumidores e decompositores, em uma escala de tempo relativamente curta. 
 Ciclo de tempo geológico: parte do fósforo ambiental sedimenta-se e é incorporada às rochas; seu 
ciclo envolve uma escala de tempo muito mais longa. 
 Quando em grande quantidade, como áreas 
poluídas (com liberação de esgoto ou 
fertilizantes) pode promover o crescimento 
exacerbado de algas, com consequente redução 
dos níveis de oxigênio, morte de animais e 
simplificação dos níveis tróficos, num processo 
conhecido como eutrofização. 
4 
 
 Ciclo do enxofre 
 O enxofre passa por diferentes transformações químicas (sendo 
oxidado e reduzido) ao longo do seu ciclo. É um elemento muito 
importante para os seres vivos porque está presente na composição 
de aminoácidos. 
 Três processos controlam sua passagem nos ambientes terrestres, 
aquáticos e para a atmosfera: 
1) Respiração anaeróbica por bactérias; 
2) Formação de aerossóis de borrifos do mar; 
3) Atividade vulcânica (menos importante). 
 Ele entra na produção de ácido sulfúrico, uma substância muito utilizada para fertilizantes, corantes e 
explosivos (pólvora, palitos de fósforo, etc). 
 O enxofre é encontrado nas rochas sedimentares, (formadaspor depósitos que se acumularam pela ação 
da natureza) nas rochas vulcânicas, no carvão, no gás natural etc. 
 O enxofre é essencial para a vida, faz parte das moléculas de proteína, vitais para o nosso corpo. Cerca de 
140g de enxofre estão presentes no ser humano. 
 A natureza recicla enxofre sempre que um animal ou planta morre. Quando apodrecem, as substâncias 
chamadas de “sulfatos”, combinados com a água são absorvidos pelas raízes das plantas. 
 Os animais o obtêm comendo vegetais ou comendo outros animais. 
5 
 
 Em condições anaeróbicas, bactérias Desulfovibrio e Desulfomonas utilizam a energia do enxofre para 
oxidar o carbono (quimiossíntese). Elas formam a base da cadeia de ambientes onde não há oxigênio. O 
produto dessa reação vai depender da disponibilidade de íons de hidrogênio. Normalmente há formação de 
sulfeto de hidrogênio (H2 S), que dá um cheiro característico de ovo podre, comum em lagoas poluídas 
(eutrofizadas). 
 Ciclo do nitrogênio 
 O nitrogênio tem papel fundamental na estrutura dos seres vivos, pois ele é usado por todas as classes de 
compostos bioquímicos, desde lipídeos até ácidos nucléicos. E está envolvido com a coordenação e controle 
das atividades metabólicas. 
 É considerado o gás mais abundante, porém ele não é 
absorvido diretamente pela maioria dos organismos 
tendo que passar por um ciclo com várias etapas, com o 
envolvimento de organismos especializados. 
 As plantas só conseguem absorver nitrogênio nas 
formas inorgânicas: amônia (NH4 +) ou nitrato (NO3-) e 
para que ocorra a formação desses compostos é 
necessária a participação de bactérias. 
 Os consumidores conseguem o nitrogênio de forma 
direta ou indireta através dos produtores. Quatro etapas 
formam o ciclo do nitrogênio: amonificação, fixação, 
nitrificação e aminação. 
6 
 
 A principal bactéria responsável por essa transformação é a Rhizobium, que vive em associação com as 
raízes de plantas leguminosas, como feijão e ervilha. Algumas bactérias de vida livre, como a 
Nitrogeniobacter (aeróbica) e Clostridium (anaeróbica) também podem realizar essas transformações. 
 
 
 
 
 
 
 
1. Amonificação: é realizada por bactérias saprófitas que 
decompõem matéria orgânica e retiram dos aminoácidos o 
nitrogênio, transformando-o em amônia (NH4+). Quando essa 
amônia se liga a prótons da água do solo, é formado o íon 
amônio (NH3). Vale ressaltar que a amônia é tóxica para as 
plantas, quando em altas concentrações. 
2. Fixação: é o processo responsável por retirar nitrogênio 
do ar e passá-lo para o solo, sendo fundamental para o 
desenvolvimento das plantas. 
3. Nitratação (nitrificação): bactérias quimiossintetizantes 
(Nitrosomonas e Nitrosococcus) transformam o íon amônio em 
nitrito (NO2) para obtenção de energia. 
4. Nitrosação: outro grupo de bactérias 
quimiossintetizantes (Nitrobacter) o transformam em nitrato 
(NO3-), tornando-o disponível para as plantas. 
5. Nitrificação: bactérias quimiossintetizantes (Nitrosomonas e Nitrosococcus) transformam o íon amônio 
em nitrito (NO2) para obtenção de energia. Outro grupo de bactérias quimiossintetizantes (Nitrobacter) 
o transformam em nitrato (NO3-), tornando-o disponível para as plantas. 
6. Aminação: na célula, o nitrato é novamente transformado em amônia, para poder ser utilizado pela 
célula na produção de seus compostos. 
7. Desnitrificação: As bactérias desnitrificantes (como, por exemplo, a Pseudomonas denitrificans), são 
capazes de converter os nitratos em nitrogênios molecular, que volta a atmosfera fechando o ciclo. 
1 
 
Ecologia e Bioclimatologia animal/Educação ambiental 
Professor: Fernanda Giácomo Ragazzi 
Princípios Básicos Da Bioclimatologia 
 BIOCLIMATOLOGIA: Ciência que tem por objetivo de vincular o clima e seus elementos físicos com o 
bem-estar animal de modo a oferecer condições ambientais capazes de permitir a expressão plena do 
genótipo e obtenção de conforto. 
 O meio ambiente é um dos grandes responsáveis pela produtividade animal, pois, aliado a herança 
genética (genótipo), expressa no fenótipo (características externas) do indivíduo, seu potencial genético de 
produção. 
Genótipo + Ambiente = Fenótipo 
 FATORES AMBIENTAIS QUE INFLUENCIAM NO BEM-ESTAR: 
 O animal doméstico, como todo ser vivo, vive em um ambiente constituído pelo conjunto de condições 
exteriores naturais e artificiais, que sobre ele exercem atuam. 
 O CLIMA, como a sucessão habitual das condições do tempo na região, é o mais importante dos fatores 
que atuam sobre os animais de forma direta e/ou indireta. 
 Influência direta: acontece através da temperatura do ar, da radiação solar e da umidade, por sua 
relação com o calor atmosférico. 
 Influência indireta: acontece através da qualidade e da quantidade de vegetais indispensáveis à 
criação animal e do favorecimento de doenças. 
 
 VARIAÇÕES NATURAIS DIRETAS 
 Radiação: Uma maior incidência de raios solares gera uma maior concentração de temperatura e 
maior intensidade da luminosidade. 
 Temperatura: É a mais importante, sua ação incide de maneira considerável nos mamíferos e nas 
aves. 
 Luminosidade: Fotoperíodo reprodutivo e crescimento vegetativo. 
 Chuva e umidade: Maior presença de chuva gera maior umidade. 
 Vento: Aumento da perda de calor e da disseminação de agentes causadores de doenças. 
2 
 
 VARIAÇÕES NATURAIS INDIRETAS 
 Fertilidade do solo: Disponibilidade de nutrientes para o desenvolvimento de plantas. 
 pH do solo: Produção ideal próximo a neutralidade. 
 Endoparasitas e ectoparasitas: Aumentam com clima tropical, épocas de maiores temperaturas e 
unidades (chuvas de primavera/verão). 
Essas variações apresentam consequências consideráveis na criação de animal. 
 
 VARIAÇÕES ARTIFICIAIS 
 Instalações: construções destinadas ao abrigo dos animais, devem ser construídas de maneira a 
atenuar os efeitos ambientais. 
 Alimentação: alimento de maior palatabilidade e digestibilidade são os amis recomendados. 
 Saúde e manejo: grande parte das doenças que acometem os animais são controláveis pelo homem, 
através do ambiente de criação e condições adequados. 
 
 EFEITO DO CLIMA SOBRE OS ANIMAIS 
 Os ambientes tropicais podem afetar adversamente a criação de animais, através do efeito das altas 
temperaturas, sobre a habilidade do animal de sobreviver e funcionar nas condições reinantes; como 
também através de restrições, tais como a ingestão de alimentos, qualidade do alimento, genótipo 
disponível e cargas de doenças e parasitos. 
 
 OBJETIVOS DA BIOCLIMATOLOGIA 
1. Entender e apreciar a influência das regiões climáticas do mundo e sua interação sobre o animal, é essencial 
estudar o animal em seu habitat natural. 
2. Observar, definir e interpretar seu comportamento e reação fisiológica. 
3. Avaliar os fenômenos de adaptabilidade dos animais de áreas determinadas, para usá-los nos programas de 
produção dos animais domésticos, que tem que vencer riscos climáticos em ambientes diferentes. 
 
 TEMPERATURA 
 É o elemento climático de maior influência. 
 A temperatura de um organismo é um dos principais fatores que afetam sua função. 
 Por isso, os animais utilizam várias estratégias para regular a temperatura de seus tecidos. 
 Homeostasia: manutenção do equilíbrio físico e químico nos animais. 
 Dependendo da estratégia para regular a Temperatura, os animais são classificados em 
Picilotérmicos e Homeotérmicos. 
 Picilotermos: (peixes em geral, anfíbios e répteis), também são conhecidos como animais de sangue 
frio, porque sua temperatura corporal varia com a do ambiente. 
 Homeotermos: (mamíferos e aves), são animais que conseguem manter a temperatura corpórea 
constante, mesmo que ocorram alterações da temperatura do ambiente. 
 A temperatura corpórea depende do equilíbrio entre consumo e produção de calor. 
 A temperatura corporal dos animais é equilibrada entre a quantidade de calor produzida e absorvida 
e a quantidade perdida para o meio. 
 Sea temperatura corporal estiver mais elevada que a temperatura ambiente – animal 
sente calor. 
 Se a temperatura corporal estiver mais baixa que a temperatura ambiente – animal 
sente frio. 
 Se a temperatura corporal estiver em equilíbrio com a temperatura ambiente – 
conforto térmico. 
 
 ZONA DE CONFORTO TÉRMICO OU DE TERMONEUTRALIDADE 
3 
 
 Zona de temperatura ambiente em que o animal não precisa produzir ou perder calor para o meio 
para manter a sua temperatura corporal. 
 Limitada pela Temperatura Critica Inferior e Temperatura Crítica Superior 
 O metabolismo é mínimo 
 O desempenho é otimizado 
 Abaixo de TI = o organismo não consegue aporte de energia térmica suficiente para compensar as 
perdas e a temperatura corporal começa a declinar rapidamente. 
 Acima de TS = não consegue obter resfriamento necessário para a manutenção do equilíbrio 
homeotérmico e a temperatura corporal aumenta cada vez mais. 
 Um ambiente é considerado confortável 
quando o animal está em equilíbrio térmico 
com ele, ou seja, o calor produzido 
(termogênese) pelo metabolismo animal é 
perdido (termólise) para o meio ambiente 
sem prejuízo apreciável ao seu rendimento. 
 Quando isso não ocorre, caracteriza-se 
estresse por calor ou por frio e o uso de 
artifícios capazes de manter o equilíbrio 
térmico entre o animal e o ambiente faz-se 
necessário (PIRES & CAMPOS, 2009). 
 
 TERMÓLISE & TERMOGÊNESE 
 Termogênese: produção de calor 
A temperatura do corpo pode vir de: 
1) METABOLISMO: funcionamento do corpo; 
2) ESFORÇO FÍSICO: atividade física na contração muscular; 
3) FONTES EXTERNAS: quando a temperatura do ambiente é maior que a temperatura corporal. 
 
4 
 
 Termólise: perda de calor 
Os animais perdem calor de diferentes formas: 
1) IRRADIAÇÃO: perda de calor corporal para o meio; 
2) CONVECÇÃO: contato com a água/ar na superfície (ventilador e nebulizador); 
3) EVAPORAÇÃO: suor ou saliva; 
4) CONDUÇÃO: quando a superfície do objeto está mais fria que a corporal. 
 
1 
 
Ecologia e Bioclimatologia animal/Educação ambiental 
Professor: Fernanda Giácomo Ragazzi 
Efeito do ambiente sobre os animais 
 ATRIBUTOS DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS 
 Doméstico é o animal que, criado e reproduzido pelo homem, perpetua tais condições através de gerações 
por hereditariedade, oferecendo utilidades e prestando serviços em mansidão. 
 O animal doméstico deve passar aos seus descendentes, características próprias, que podem ser 
agrupadas nos seguintes atributos: 
 Sociabilidade: a conduta que deve ser a da maioria dos animais, de viver em grupo/conjunto, sendo 
um ser sociável. 
 Mansidão: é a expressão da ausência do instinto selvagem, que deve ser passado a seus 
descendentes. 
 Fecundidade em cativeiro: perpetuação da espécie. 
 Facilidade de adaptação ambiental: devido as mudanças de ambiente, que são comuns durante a 
domesticação, o animal que tem dificuldade nesta adaptação tem dificuldades em atingir o final 
deste processo. 
 
 O MEIO AMBIENTE E OS ANIMAIS SELVAGENS E DOMÉSTICOS 
 O meio ambiente em que vivem os animais em estado selvagem e em domesticidade proporciona 
situações bastante divergentes e que devem ser apreciadas em conjunto. 
Meio Físico 
 Animais selvagens: dependem de fatores climáticos, a procura de condições favoráveis de abrigo, 
alimentação, etc. Vão em busca de recursos migratórios e adaptações de conduta. 
 Animais domésticos: são protegidos pelo homem, que estão sempre adaptando o manejo ao seu 
conforto térmico. Usam abrigos artificiais e vegetações apropriadas para sombreamento e proteção. 
 Para nosso interesse, animais domésticos devem ser protegidos dos efeitos do ambiente de forma a 
melhorar suas condições de vida, produção e continuidade. 
 Há uma relação intrínseca entre o organismo animal e o meio ambiente onde vive em sua região de 
origem. 
 Animais que vivem em desertos devem possuir uma proteção extra contra a perda de água e a intensa 
radiação solar. 
 Animais de regiões frias necessitam de uma barreira contra a perda de calor corporal. 
 Os que vivem em regiões muito quentes devem ser capazes de eliminar, através da superfície 
cutânea, o excesso de 
calor corporal, ao mesmo 
tempo que se protegem da 
entrada de calor externo. 
 Animais de climas 
instáveis, com mudanças 
bruscas da temperatura 
devem possuir 
características externas 
apropriadas à 
compensação para as 
repentinas mudanças 
climáticas. 
2 
 
 
 ABAIXO DA TEMPERATURA MÍNIMA 
 O animal aciona seus mecanismos 
termorregulatórios para INCREMENTAR a 
produção e RETENÇÃO de calor corporal, 
compensando a perda de calor para o ambiente, 
que se encontra frio. 
 
 ACIMA DA TEMPERATURA MÁXIMA 
 O animal aciona seus mecanismos 
termorregulatórios para auxiliar a DISSIPAÇÃO 
do calor para o ambiente. 
 
 
 
 
 
 
 ESTRESSE EM EQUINOS 
 Para os equinos, entre os fatores mais estressantes, podem-se 
citar o transporte, a laminite (inflamação), os exercícios e o 
ambiente. 
 Cavalos são animais muito apreciados pela sua força, resistência 
e docilidade, características, estas, que os tornam ideais para serem 
utilizados no trabalho do campo. Com o passar do tempo, notou-se 
a oportunidade de transformar as práticas do campo em esporte, 
cultura e lazer. 
 O animal de competição frequentemente é submetido a várias fontes estressoras, além do exercício físico. 
Confinamento, transporte, descanso insuficiente entre eventos ou após longo período de viagem, são alguns 
aspectos que merecem atenção, pois elevam o nível 
de estresse do animal e podem interferir no 
desempenho em provas (BOAS e MEDEIROS, 2016). 
 Durante o exercício, devido ao aumento das 
funções da bioenergia muscular, há um mecanismo 
compensatório no organismo do animal, com a 
elevação de frequência cardíaca e respiratória e 
consequente aumento de trocas gasosas, de lactato 
plasmático e cortisol (ARAÚJO, 2014). 
3 
 
 A resposta ao estresse é iniciada quando um estímulo (o estressor) é percebido como uma ameaça 
potencial, resultando numa combinação de respostas biológicas projetadas para aliviar os efeitos do 
estressor percebido. O estresse pode ter efeitos positivos e negativos sobre o corpo, ajudando o animal a 
lidar com os estressores rotineiros de curto prazo que em algumas circunstâncias podem melhorar o 
desempenho, mas em outros, pode prejudicar o desempenho. 
 IMPORTÂNCIA DO ACLIMAMENTO PARA OS SUÍNOS 
 São muito sensíveis a alta temperatura por possuírem seu sistema termorregulador pouco 
desenvolvido. 
 Presença da capa subcutânea de tecido adiposo. 
 Altas temperaturas podem ser letais para os suínos, que morrem por hipertermia a temperatura retal 
de 44,4º C. 
 
 ACLIMAMENTO DOS LEITÕES 
 Leitões são mais sensíveis a 
diferenças de temperatura ambiental. 
 Variação de 1,7 - 7,7ºC ao 
nascerem, que pode ser agravado pela 
hipoglicemia do recémnascido 
(SARTORI, 2010) 
Como amenizar? 
 Utilização de escamoteadores, que 
regulam a temperatura ambiental. 
 Evita mortes por hipotermia em 
leitões. 
 
 
 
 Modelo de escamoteador e fonte de aquecimento para leitões 
 
 
 
 
 
4 
 
 ESTRESSE TÉRMICO EM AVES 
 Clima tropical sobre as aves: Resultados negativos 
 Queda no consumo de ração 
 Menor taxa de crescimento 
 Maior consumo de água 
 Aumento da aceleração cardiorrespiratório 
 Piora na conversão alimentar 
 
 ZONA DE TERMONEUTRALIDADE EM AVES 
 21 - 26ºC: temp. para produção de ovos 
 26 - 29ºC: redução no tamanho dos ovos e na qualidade da 
casca 
 29 e 34ºC: ovos ainda menores e qualidade da casca muito inferior 
 A partir de 35ºC: improdutividade: prostração das aves. 
 41,1°C: temp. corporal ideal 
 31 - 33°C: zona de termoneutralidade em pintos de 1 dia. 
 21 - 23°C: na idade de 35 a 42 dias. 
 U.R. do ar: 65 a 70% 
 EXCESSO DE CALOR EM AVES 
 Redução nopeso do ovo 
 Baixa qualidade da casca 
 Redução da eclodibilidade 
 Redução da fertilidade nos machos 
 
 PARA AUMENTAR A DISSIPAÇÃO DE CALOR 
 Maximizar a área de superfície corporal 
 Mantendo as asas afastadas do corpo 
 Induz a piloereção 
 Vasodilatação em direção a periferia (pés, cristas 
e barbela) 
 
 OUTRA FORMA DAS AVES PERDEREM CALOR 
 Resfriamento evaporativo respiratório 
 >26-28°C 
 Aumento da frequência respiratória em até 10 vezes. 
 Para cada 1g de água evaporada, a ave perde 550 calorias. 
 
 ESTRUTURA DO GALPÃO 
 Posição: Leste-Oeste/Norte-Sul 
 Projeção de beiral no telhado (1,5 a 2,5 m) 
 Material isolante 
 Largura do galpão: 8 a 14 m 
 Pé direito: 2,8 a 4,9m 
 Distância entre galpões: 35 a 40 m 
 
 FRANGO DE CORTE 
 Aves são mais tolerantes ao frio do que ao calor 
5 
 
 Para obtenção de maior ganho de peso, temp. ideal em torno de 22°C. 
 Para melhor conversão alimentar ao redor de 27°C (a partir de 23 dias). 
 Densidade deve ser ajustada nos meses quentes. 
 Jejum para frango de corte – estratégia de redução do estresse térmico. 
 Redução dos efeitos negativos do excesso de calor sobre o desempenho animal 
 Evita que o período de máximo efeito termogênico coincida com o período de máxima 
temperatura ambiente 
 Efeito termogênico do metabolismo: 
 8 a 10 horas em temp. de 35°C 
 2 horas em temp. 20°C 
Tabela: Necessidade térmica de acordo com a semana de criação das aves 
 
 OUTRAS MEDIDAS PARA REDUÇÃO DO ESTRESSE TÉRMICO 
 Utilizar de óleos na dieta 
 Óleos de origem vegetal (ricas em ácidos graxos essenciais). 
 Vantagens: 
 Melhoria da taxa de crescimento 
 Utilização dos nutrientes da ração 
 Energia metabolizável 
 Menor custo de produção 
 Qualidade do produto final. 
 Adoção de uma adequada densidade de alojamento 
 Manejo nutricional correto 
 Uso de sistemas de resfriamento 
 
 TERMOGRAFIA INFRAVERMELHA 
 Avaliação das condições térmicas 
de alojamento e sua influência 
sobre o bem-estar dos animais 
(EDDY et al., 2001). 
 Monitoramento da atividade 
metabólica de animais por meio 
da temperatura superficial. 
 Avaliação por fluxo de calor de 
forma quantitativa e qualitativa 
(EDDY et al., 2001). 
 
 
 
 
6 
 
 
Importância dos Fatores Climáticos sobre 
os bovinos 
FATORES AMBIENTAIS EXTERNOS + MICROCLIMA DENTRO DAS INSTALAÇÕES 
 Redução na qualidade de vida do animal com consequentes prejuízos econômicos para os produtores que 
dependem da atividade. 
 PROCESSOS DE PERDAS DE EFICIÊNCIA NA SAÚDE DO ANIMAL 
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 OBJETIVOS A SEREM ALCANÇADOS 
1- Respostas ou adaptações fisiológica, físicas e comportamentais 
2- Alterações de manejo e nutrição 
3- Instalações adequadas 
4- Eficiência na atividade 
 
 
 BOVINOS DE CORTE 
 Bovinos indianos: a zona termoneutra varia de 10°C a 26°C; 
 Ex.: Guzerá, Gir, Nelore, Indubrasil, Sindi, Brahman. 
 São mais adaptados ao clima tropical, possuem maior resistência a carrapatos. 
 
 
 
 
 
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Correlação entre 
variáveis fisiológicas 
e o nível de estresse 
em dez animais 
escolhidos 
casualmente em 
fêmeas holandesas. 
 
 
 
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 MEDIDAS DE PROTEÇÃO NA BOVINOCULTURA 
 Fornecer água de qualidade e a vontade 
 Alimentação de qualidade 
 Ambiente limpo 
 Manejo tranquilo 
 Sombreamento natural 
 Utilização de árvores (reduz em cerca de 10°) 
 Sombreamento artificial 
 Fixos 
 Móveis ou portáteis 
 Ventilação Mecânica Reduz 
AUMENTO DA FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA DEVIDO AO 
ESTRESSE DO AMBIENTE 
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 TR manhã/tarde em 50% em temperatura do ambiente de 25 a 34,5 °C)

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