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Enfermidades infecciosas dos animais domésticos Lívia Maria 1 Panleucopenia felina A panleucopenia felina é uma doença viral aguda, altamente contagiosa, causada pelo parvovirus felino, que acomete felídeos domésticos e selvagens. ETIOLOGIA • A panleucopenia felina é causada pelo parvovirus felino (PVF) é um vírus DNA de fita simples. • Virus não envelopado (mais resistente exposto ao ambiente) • Apesar de ser um DNA vírus o genoma desse vírus não codifica DNA polimerase (transforma a fita simples de DNA numa fita dupla e permite a multiplicação do vírus) – isso faz com que esse vírus necessite do maquinário celular, para que seja produzida uma fita complemento e poder gerar todo processo de síntese de proteína viral. • Vírus que tem tropismo por celular com alta capacidade de multiplicação • Doença de gatis – facilita a disseminação TRANSMISSÃO • Direta: contato direto com as fezes infectadas (não necessariamente com apresentação clinica) • Via oro-fecal – maior concentração viral • Fômites (Indireta) • Inalatória EPIDEMIOLOGIA • Acomete felinos domésticos e selvagens • Distribuição mundial • Controlada (vacinação rotineira) • <1 ano (75% soro prevalentes) • Não vacinados (forma clinica severa) • Alta morbidade e mortalidade (gatis) Filhote que é vacinado e que tina imunidade passiva ainda (materna) eles também podem desenvolver a doença clinica. Se ele for vacinado a tendência é que esses anticorpos da imunidade passiva eles atuem sobre a vacina e dessa forma eles anulam a vacina e a vacina não desenvolve imunidade. Entram no grupo de risco pois se infectados vao desenvolver a forma grave da doença; PATOGENIA • Ocorre a ingestão ou inalação do vírus • Após a entrada do vírus os linfonodos oronasais acabam sendo sitio de replicação primaria (isso acontece de (18 a 24 horas). • A consequência dessa replicação primaria pode ocorrer dois desfechos: • 1. Infecção subclínica – pode não desenvolver a doença, pode ser portador temporário da doença • 2. Pode desenvolver um quadro viremico – o vírus chegar na corrente sanguínea (2 -7 dias após a infecção) Qual elemento importante que vai determinar o animal ter uma doença mais grave e não apresentar nada? R: Concentração de anticorpos - o animal ter anticorpos suficientes pode fazer com que ele não desenvolva a Enfermidades infecciosas dos animais domésticos Lívia Maria 2 doença. Seja por anticorpos vacinais ou por exposição/ desafios prévios que esse animal já passou. • Quando o quadro viremico se estabelece vamos ter a migração do vírus para diferentes tecidos – medula óssea, criptas das vilosidades intestinais, órgãos linfoides (tropismo – células de alta multiplicação) • Comprometimento da medula óssea, leva a uma leucopenia (diminuição de leucócitos) • A diminuição de leucócitos abre portas para infecções oportunistas • Intestino (jejuno e íleo) – o vírus vai ter tropismo pelas criptas intestinais que são responsáveis pela reestruturação do epitélio das vilosidades/ a medida que os alimentos vão passando as vilosidades vão se degradando e as criptas vão repondo essas células e por isso essas são células estão sempre se multiplicando para repor. • Diminuição da revitalização das vilosidades – as vilosidades tendem a achatar, desestruturadas e evoluem para o quadro de necrose. Os nutrientes são absorvidos para os vasos. Quando tem necrose das vilosidades tem o aumento da permeabilidade, causando diminuição da absorção de líquido e aumento da permeabilidade que sai dos vasos para a luz do intestino – causando uma diarreia hemorrágica/ extravasamento do sangue para luz do intestino. • Desidratação, Isquemia local, dor no animal (enterite), diminuição da proteína sérica (animal não está realizando absorção intestinal ideal – hipoproteinemia sérica), desregulação das bactérias que ali se encontram ocorrendo uma endotoxemia bacteriana (liberação de lipopolissacarideos, outras toxinas), choque, falência, animal evolui para uma sepsemia, CID ( coagulação intravascular disseminada) e óbito do animal • Quando chega nesse nível é um quadro agudo • Órgãos linfoides – necrose dessas estruturas e uma leucopenia intensa, atrofia linfoide. O parvovirus felino ele com algumas alterações deu origem ao parvovirus canino tipo 2 (causa a parvovirose canina) Quando o animal é mais velho a tendência é que ele passe por situações menos complicadas/ animal mais jovem tende a sofrer mais (4 a 8 meses de idade é o foco) Animais que recebem vacina quando ainda está sob proteção da imunidade passiva – animais sobre risco Se ele adquirir a forma branda o cuidado é com a transmissão Se for a forma grave – complicado reverter o quadro Fêmea gestante – tem células com alta capacidade de multiplicação, infecção intrauterina. • No início da gestação – perda, reabsorção embrionária, infertilidade • No terço médio – aborto e mumificação • No terço final – sintomatologia nervosa (fase onde o SNC apresenta maior grau de desenvolvimento) – alterações cerebelares, nervo optico (retina) Enfermidades infecciosas dos animais domésticos Lívia Maria 3 Como o animal vai se apresentar: • Animal vai ter susceptibilidade a doenças infecciosas por conta da leucopenia intensas • Diarreia hemorrágica -desidratação por perda de sangue Qual a intervenção terapêutica que faria nesse animal? • Fluidoterapia – cuidado pois o animal tem uma diarreia hemorrágica, perda de sangue e o fluido pode diluir ainda mais o sangue, e pode desenvolver uma acidose metabólica. • Antibioticoterapia SINAIS CLINICOS Iniciais (1-3 dias) • Depressão profunda • Hipetermia (40ºC) – viremia • Vômito • Desidratação – enterite se estabelecendo • Morte – se forma muito aguda Posteriores (3- 4 dias): • panleucopenia (<200 leucócitos/dl – poucos) • Diarreia (hemorrágica ou não) • CID (petéquias) • Hipotermia • Coma • Infecção intrauterina ou neonatal Quadro neurológico permanente: diminuição do cerebelo • Ataxia • Hipermetria • Tremor • Membros afastados (estação em base larga) • Quedas (incoordenação) • Degeneração de retina Intensidade variável dos sinais – status imunológico Sinais brandos acabam havendo adaptação do animal e sobrevivência dele. DIAGNOSTICO LABORATORIAL • Diagnostico clinico + presuntivo: • Leucopenia + histórico • Sinais compatíveis • Diagnostico laboratorial (definitivo) ✓ Microscopia eletrônica (fezes) ✓ Isolamento viral (CRFK) ✓ Sorologia ✓ Histopatológico (detectar a nível de lesao cripta) ✓ PCR (fezes, células) ✓ Teste de hemaglutinação (HA) TRATAMENTO • Terapia de suporte – não consegue atuar diretamente no vírus • Equilíbrio hidroeletrolítico PROGNOSTICO Enfermidades infecciosas dos animais domésticos Lívia Maria 4 • Desfavorável por que tem muita coisa acometida por um agente que não consigo atuar diretamente sobre ele, dependo apenas que o animal responda.
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