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aula 01 - unidade II - bactérias IST

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BACTÉRIAS ASSOCIADAS ÀS INFECÇÕES SEXUALMENTE TRASNMISSÍVIES
aula 01 -UNIDADE II – microbiologia – 04.05.2021
CASO CLÍNICO 01
Paciente, sexo feminino, 27 anos, procurou a UBS com queixa de dor durante ato sexual e ao urinar acompanhada de corrimento vaginal, há uma semana. Relata que há cerca de uma semana notou a presença de corrimento amarelado com cheiro forte, disúria e sangramento vaginal em algumas ocasiões. Ao exame físico paciente apresenta bom estado geral, lúcida e orientada em tempo e espaço, febril. Apresenta genital com eritema e presença de corrimento.
Qual é o patógeno?
O diplococo Neisseria gonorrhoeae. 
NEISSERIA GONORRHOEAE
· Também conhecida como gonococo
· Diplococo gram-negativo que não apresenta cápsula de modo geral. 
· bastante sensível a condições ambientais adversas, sofrendo facilmente o processo de autólise.
· Todas as espécies são aeróbias 
· Temperatura ótima de crescimento entre 35 e 37° C. 
· São imóveis, não esporulam e algumas espécies apresentam cápsula. 
· Todas as espécies são oxidase positiva, ou seja, apresentam a enzima citocromo C oxidase (auxilia na quebra de oxigênio).
· A fímbria é o principal fator de virulência desse grupo, por auxiliar na adesão, sobretudo, em mucosas.
· Com exceção das subespécies elongata e nitroreducens de N. elongata, todas as espécies produzem enzima catalase, que degrada peróxido de hidrogênio. 
N. gonorrhoeae é sempre considerada patogênica, independente do sítio de isolamento e pode infectar:
1. Mucosa genital 
2. Mucosa anal 
3. Orofaringe
4. Ocasionalmente, a conjuntiva do recém-nascido. 
GONORREIA – INFECÇÃO GONOCÍTICA DISSEMINADA
1. Pode manifestar-se também em outros tecidos, sob a forma de doença disseminada, com envolvimento articular e cutâneo, podendo ainda complicar-se com meningite, endocardite e osteomielite.
2. Por seu caráter sistêmico e pela sua raridade é facilmente confundida com outros quadros infecciosos ou do foro imunológico, exigindo um elevado grau de suspeição para um diagnóstico. 
3. Ceftriaxona, azitromicina e doxicilina são os medicamentos mais utilizados para o tratamento.
CASO CLÍNICO 02
Um homem de 18 anos foi atendido em uma clínica de IST, há dois meses referia hiperemia conjutival, aumento de lacrimejamento, coceira e secreções mucopulorentas, principalmente no olho esquerdo, seu oftalmologista havia feito o diagnóstico de conjuntivite folicular e ceratite puntiforme superficial inferior, irresponsivo ao tratamento tópico. 
Qual o diagnóstico?
Conjutivite por clamídia, suspeita e confirmada por um teste amplificação do DNA (PCR) a partir da raspagem da conjuntiva. 
Qual o tratamento?
Azitromicina e pomada ocular de tetraciclina / betametasona por um mês.
Este caso destaca a necessidade de incluir a infecção por C. trachomatis no diagnóstico diferencial de conjuntivite folicular aguda ou crônica em jovens sexualmente ativos. 
CLAMYDIA TRACHOMATIS
· Bactéria gram-negativa;
· Apresenta membrana externa contendo lipopolissacarídeos (LPS) e proteínas;
· Precisam de mecanismos para a produção de energia metabólica e que, portanto, são incapazes de sintetizar adenosina trifosfato. Por isso, são parasitas intracelulares obrigatórios.
· Por um tempo foram consideradas vírus. 
· As classificações são baseadas nas diferenças antigênicas identificadas por testes sorológicos, que avaliam, principalmente, a proteína principal da membrana externa. 
· Sorotipos A, B e C estão associados ao desenvolvimento de tracoma.
· Sorotipos L1, L2 e L3 ao linfogranuloma venéreo (LGV).
· Sorotipos D, E, F, G, H, J e K infecções do trato urogenital, causando cervivite e salpingite.
· Sorotipos (D-K) associam-se a transmissão perinatal, causando pneumonia e conjuntivite neonatal. 
Ciclo bifásico: relação com o fator de virulência (além da adesão).
1. Start – forma extracelular esporulada, denominada corpo elementar (CE).
2. A endocitose pela célula do hospedeiro.
3. Após 6 a 8 horas, o CE aumenta de tamanho e assume a forma replicante denominado corpo reticulado (CR).
4. O CR torna-se metabolicamente ativo após 12h, iniciando o processo de divisão binária dando origem a dois CR. 
5. 48 e 72 horas, podem diminuir a atividade metabólica, transformando-se em novos CE. 
6. Adesão, internalização, proliferação, diferenciação e saída. 
7. A diferença entre o CE e o CR não possuem diferença significativa documentada na literatura. 
A infecção por C. trachomatis, além de ser majoritariamente assintomática, no Brasil não requer notificações pelos serviços de saúde. Atualmente, trabalhos conduzidos entre gestantes demonstram as repercussões na saúde do neonato, prevalência de 11% em gestantes infectadas. Dados da população infantil brasileira também são raros, mas dados de recém-nascidos constataram um risco maior de manifestações respiratórias em crianças expostas a clamídias por mães portadoras. 
CASO CLÍNICO 03
Neonato, com dois dias de vida, obteve resultado “falha” na triagem auditiva neonatal. Encaminhada para o ambulatório na Clínica x. Retornou com 4 meses, a condução nervosa pelo mesmo processo apresentou anormalidade na orelha direita. As condições nutricionais dele eram críticas, com desnutrição acentuada. O atendimento no âmbito audiológico foi temporariamente suspenso e houve encaminhamento para o setor de fisioterapia e nutrição da Universidade que coordena a clínica. 
Qual o diagnóstico?
Sorologia positiva para a sífilis. 
TREPONEMA PALLIDUM
· O gênero Treponema pertence à família Spirocochaetaceae.
· Agente da sífilis venérea.
· Bactérias Gram-negativa.
· Treponemas membros da microbiota oral de indivíduos sadios podem estar associados a biofilmes polimicrobianos e periodontites.
· Ele também é um parasita intracelular obrigatório
· Ao ser contraída durante a gestação, a sífilis provoca cerca de 300 mil mortes fetais e neonatais por dia e expõem 215 mil lactentes a um risco aumentado de morte por prematuridade, baixo peso ao nascer ou doenças congênitas. 
· Virulência: aderência e invasão (adesinas na superfície, receptores de polissacarídeos). 
· Evasão de defesas do hospedeiro (proteínas que não estimulam suficientemente o sistema imune). Estado de latência. Produção de toxinas a partir dos LPS. Captação de nutrientes 
· Período de incubação de 3 a 4 semanas. 
· Estágio primário: presença de cancro duro. 
· Estágio secundário: disseminação dos treponemas, multiplicação da bactéria em todos os órgãos, roséola, lesões papulosas, adenopatia generalizada. 
· Estágio terciário: lesões cutâneas, manifestações na massa encefálica (demência, paralisia ou morte). 
· Testes diagnósticos por fase. Primária e secundária: microscopia de campo escuro; métodos de coloração e testes treponêmicos (detectam anticorpos específicos). Terciária: testes treponêmicos. Congênito (bebês): testes treponêmicos e não treponêmicos, análise de amostra de sangue, avaliação neurológica, raio x.

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