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prurido, urticaria e liquen plano

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Conceito 
• É uma sensação desagradável que leva a coçar 
• O propósito biológico do prurido é induzir a coçadura a fim de 
remover o fator pruridogênico 
• É o principal sintoma das dermatoses. Não é um sinal e sim 
sintoma! 
• Decorre da estimulação das terminações nervosas da junção 
dermoepidérmica. Muito estimulo leva a dor. 
• Os mediadores do prurido atuam nas fibras nervosas ou 
determinam a liberação de uma cascata de mediadores, 
onde a via final é a estimulação nervosa e sensação de 
prurido. 
• Existem vários mediadores químicos do prurido como aminas 
(histamina e serotonina), proteases (triptases)neuropeptídeos 
(substancia P), entre outros 
 
Aspectos Gerais 
• Pode ser manifestação de doença sistêmica. 
• Importante: prurido não é sinônimo de alergia. A histamina é o 
mediador primário do prurido em alguns tipos de doenças 
alérgicas, porém múltiplos agentes ou mediadores podem 
provocar prurido, tanto em doenças alérgicas como nas não 
alérgicas. 
• Qualquer área cutânea, 
• Às vezes, somente em áreas específicas: 
- Pálpebras e conjuntiva, 
- Orelhas, narinas, 
- Área anogenital, 
- Mucosa traqueal, 
- Junções mucocutâneas. 
 
Fatores que reduzem o limiar do prurido 
• Com menos estimulo a pessoa vai ter prurido diante de 
condições de: 
o Calor, Inatividade, Exercício 
o Alteração brusca de temperatura 
o Transpiração 
o Fricção 
 
O que avaliar no prurido 
• Extensão: localizado, regional ou generalizado 
• Curso: agúdo (ex: picada de inseto) ou crônico (semanas a 
meses, e podem ter associação com doenças sistêmicas, 
necessita de investigação) 
• Intensidade: discreto, moderado ou severo 
• Duração: continuo ou por surtos/intermitente 
 
Clinica 
• Além do prurido em si pode ter outras manifestações 
• Lesões secundarias ao prurido: 
 Escoriações 
 Liquenificação: aumento da espessura de todas as 
camadas da epiderme, não confundir com 
queratose que é o aumento só da camada córnea 
 Hipercromias: pele pode ficar com uma tonalidade 
mais forte de tanto coçar 
 Linfadenopatias: aumento de gânglios em casos 
graves 
→Perguntar que horário coça mais. Ex: a sarna coça mais a 
noite 
→As lesões não são provocadas pelo prurido em si, mas pelo 
ato de coçar
 
Outros achados Impotantes para o esclarecimento de prurido: idade – prurido na infância deve levantar suspeita para doenças 
cutâneas infecciosas assim como quadros de atopia. Por outro lado, em idosos, devemos considerar xerose cutânea bem como 
neoplasias no diagnóstico diferencial. Outros membros da família acometidos: lembrar de infecções nos casos de escabiose ou outros 
agentes infecciosos. Medicamentos: nunca se deve esquecer de questionar sobre uso de medicamentos, em virtude da possibilidade 
de associação causal. O diagnóstico diferencial inclui: doenças metabólicas, doenças hematológicas, malignidades, HIV/AIDS, 
complicações de remédios e distúrbios neuropsiquiátricos. 
Pruridos conforme a Extensão – Prurido localizado, regional e difuso. 
Prurido Localizado 
1-Otite externa do meato acústico 
o Muito frequente 
o Causas: dermatite seborreica (+comum), eczema atópico, 
psoríase, líquen simples crônico e eczema de contato. 
(possível causa da liquenificação: o paciente pode estar 
passando por um stresse, começa a coçar essa região, que 
leva ao aumento das camadas da epiderme, resultano em 
+ coceira) 
o Fatores que favorecem o prurido nessa localização: calor, 
umidade (natação), microrganismos 
 
2-Couro cabeludo - Causas: dermatite seborreica e psoríase 
(psoríase captis=caspa). Comum em pacientes com neuropatia 
diabética. 
 
3- Anogenital (anal, vulvar ou escrotal) 
o Área rica em terminações nervosas sensitivas; 
o Causas: 
o Eczema de contato: papel, sabão roupa íntima, sabões, 
desodorantes 
o Infecções/infestações: candidíase, 
escabiose/pediculose pubiana, enterobíase anal em 
criança; 
o Hemorroidas; 
o Diversas causas: psoríase/eczema seborreico, líquen 
plano, líquen escleroso e atrófico, líquen simples 
crônico; 
o Causas idiopáticas psicossomáticas, pensar nesse tipo 
de causa após descartar causas orgânicas 
o Fatores agravantes: roupa justa, umidade, calor, 
obesidade, secreções e excreções. 
 
 
 
Marceli Bernardon TXIX FAG 
Prurido regional 
1- Prurido braquirradial: Região ventral do terço distal dos 
braços e terço proximal dos antebraços, correspondendo à 
região do m. braquiorradial; 
o Possível causa desse tipo de prurido: compressão neural 
de pequenos nervos espinhais pela musculatura (pois 
compressão de ramos maiores produzem parestesia e 
dor) + dano actínico. 
o Pessoas muito tensas, os pruridos podem se intensificar 
nos momentos de maior tensão 
o Não adianta tomar anti histamínico 
o Tratamento: capsaicina tópica (promove a liberação 
da substancia P, responsável pelo prurido. Até que a 
substancia P se esgote, o paciente irá se coçar muito); 
 
2-Notalgia parestética/parestésica 
o Ocorre na região interescapular (região da borda 
medial da escápula) e eventualmente dorso e ombros, 
às vezes com parestesia; 
o Pode ocorrer hiperpigmentação pela coçadura. Isso é 
o fator principal que leva o paciente ao consultório. 
(um achado característico ao exame físico é uma 
mácula bem delimitada e hipercrômica na área 
afetada, devido a coçadura) 
o Causa: compressão neural 
o Tratamento: creme de capsaicina tópica (pimenta) e 
talidomida (medicamento extremamente 
teratogênico, usado na hanseníase e lúpus) 
 notalgia p. atestótico 
3-Asteatósico 
o Prurido provocado pela diminuição do manto lipídico 
(gordura) cutâneo → diminui a secreção sebácea 
→ ressecamento da pele. Piora no inverno (prurido 
hiemal): na estação fria há uma piora do quadro pelo 
ressecamento da pele e banhos quentes; 
o O uso excessivo de sabonetes também pode contribuir. 
o Uma das principais causas do prurido senil (em idoso), 
pois a pele do idoso já é mais ressecada por si só. 
Importante passar hidratantes sem parabenos, pois a 
pele do idoso é mais sensível. Utilizar hidratantes 
apropriados que restituem o equilíbrio do manto lipídico 
e não demorar tanto no banho 
o Pode ser generalizado ou localizado sobretudo nas 
pernas. 
 
Prurido difuso 
• Causas endócrinas: diabete mal controlada, tireotoxicose, 
hipotireoidismo. 
• Icterícia: pode causar prurido devido ao ↑ dos ácidos biliares 
no sangue (que não são eliminados) e produção de 
neuropeptídeos opioides (anormalidade no metabolismo de 
opioides) 
• Doença renal: elevam a taxa de ureia no sangue (uremia), 
levando a prurido. O prurido renal é paroxístico, que ocorre 
em pacientes com insuficiência renal crônica. 
• Pacientes com policitemia: aumento dos glóbulos – 
caracterizada por aumento da massa eritrocitária glóbulos 
vermelhos principalmente – no sangue. Prurido aquagênico: 
prurido gerado pela água. Pacientes com policitemia estão 
mais propensos, mas pode ser idiopático. 
• Gravidez: principalmente no último trimestre, com 
intensidade variável, persistente e desaparece após o parto. 
• Infecção pelo HIV: pelo acometimento visceral (hepático, 
renal), com pápulas foliculares (prurido) ou lesões urticadas. 
Sempre pesquisar HIV quando não encontramos outras 
causas. Diversas dermatoses pruriginosas podem surgir 
nesses doentas como dermatite seborreica, erupção 
papular e pruriginosa do HIV, escabiose e sua forma sarna, 
entre outros. 
• Prurido da anorexia nervosa: excluir outras causas de 
emagrecimento. 
• Neoplasias: pensar quando o paciente está emagrecendo 
rapidamente e tem linfadenomegalia ou visceromegalia. 
Fazer raio x de tórax como 1º exame de investigação, palpar 
gânglios e vísceras em busca de: 
o Linfomas: sintoma frequente é o prurido persistente e 
generalizado, sem resposta com o tratamento 
o Malignidades viscerais: ex. trato GI (raro) 
o Qualquer malignidade interna pode originar prurido 
como manifestação paraneoplásica.Mecanismos 
sugeridos: produtos tóxicos derivados de células 
tumorais necróticas, produção de mediadores 
químicos do prurido pelo tumor, entre outros. 
o A presença de prurido persistente inexplicável ou 
incapacidade do prurido generalizado em responder 
ao tratamento convencional, deve conduzir a 
investigação de neoplasia interna. 
 
Exames para investigação básica de pruridos 
• Exame completo da pele, couro cabeludo, cabelos, unhas, 
membranas mucosas e região anogenital é necessário. 
• Hemograma 
• Glicemia: pensando em diabetes 
• Bilirrubinas 
• Ureia 
• Anticorpos anti-tireóide, TSH, T4 livre 
• Sorologia HIV 
• Se suspeita de neoplasia: prurido persistente 
• Fazer exame físico minucioso, incluindo linfonodos, exames 
hematológicos, rx tórax e US abdome, exames bioquímicos 
e sorologia HIV - muita coceira, descartado muitos 
diagnósticos em outros exames. Exame físico deve incluir 
palpação de linfonodos, fígado, baço. 
 
Tratamento 
• Correção ou controle da causa 
• Anti-histamínicos 
• Corticoides: em casos refratários ou sistêmicos. A diminuição 
do prurido pelo uso de corticoides é devida principalmente 
ao efeito dessas drogas na síntese de prostaglandinas, que 
por si só não provocam prurido, mas podem potencializar o 
efeito da histamina e de outras substâncias. 
• Tranquilizantes: quando há causa psicossomática importante 
• Banhos de amido ou aveia/loções antipruriginosa: podem 
conter mentol e assim, acalmar um pouco da coceira. 
• Em casos de associação com icterícia/Colestase 
 Colestiramina: usado quando há um aumento de 
bilirrubina. Absorve os ácidos biliares no intestino 
 Antagonistas de receptores de opióides (naloxona, 
naltrexona) 
 Fototerapia com UVB: para pruridos idiopáticos e 
persistentes 
 
Conceito 
• Dermatose frequente, extremamente pruriginosa; 
• Causa: multifatorial; 
• Clinicamente: placas eritematosas e edematosas (urticas ou 
ponfos) associada ou não a angioedema. 
• Erupção pruriginosa constituída por lesões efêmeras, 
eritoedematosas, circunscritas, de vários tamanhos, produzida 
por causas e mecanismos diversos. Pode acometer pele, a 
boca e a genitália. 
• O edema superficial é denominado urticária e o edema da 
derme profunda, do subcutâneo e do trato GI é chamado de 
angioedema, pode acometer também vias aéreas superiores 
• O angioedema é isolado em 10% dos casos, em 40% há só 
urticaria e em 50% dos casos ocorre associação entre os 2 
 
 
 
Epidemiologia (PROVA) 
• Maior ocorrência entre 20 e 50 anos, com pico aos 49 anos; 
• Urticária aguda 15-20 % da população; tem ou teve 
• Prevalência da urticária crônica 0,5 a 1 %; 
• Mais comum em adultos (13,4% em crianças); 
• Mais comum no sexo feminino (62,8%); 
• Igual tanto no público urbano como no rural; 
• Sem predomínio racial ou ocupacional. 
 
Classificação 
 
 
 
Os mastócitos são considerados principais protagonistas na 
maioria dos casos de urticária e angioedema. A urticária é o 
resultado da dilatação vascular (eritema inicial) e perda do fluido 
liquido pelo extravasamento de fluido do espaço intravascular 
para a o extravascular, da derme superficial em resposta a 
moléculas liberadas pelos mastócitos, o principal mediador pré 
formado é a HISTAMINA, que é responsável pela duração 
efêmera da urticária. Porém outros mediadores podem estar 
envolvidos (devido a resposta a tratamentos com anti-
histamínicos) como prostaglandinas, leucotrienos, citocinas e 
quimiocinas, produzidas em diferentes períodos de tempo após a 
estimulação mastocitária, contribuindo para o polimorfismo 
clínico e de sintomas. 
Pode se considerar uma síndrome urticaria, por haver diversos e 
distintos fatores ou agentes e manifesta-se com padrões 
diversificados em evolução clínica e prognóstico. 
 
Etiopatogenia da urticária e angioedema: idiopática, 
imune e não imune. 
o Imune: auto-imune (autoanticorpos contra o 
receptor de alta afinidade a IgE nos mastócitos ou 
contra a IgE. IgE dependente. Imunocomplexos 
(urticária vasculite) 
o Não imune: agentes liberadores diretos dos 
mastócitos (ex. opioides e outros). Ác. 
Acetilsalicínico, anti-inflamatórios não hormonais e 
pseudo-alérgenos alimentares. E inibidores da 
enzima conversora da angiotensina (ECA) 
 
 
Basopenia é a redução de basófilos, desempenha algum papel 
na vigilância imunológica, podem liberar histamina e outros 
mediadores e participam do início das reações alérgicas. 
Os basófilos têm similaridades funcionais com os mastócitos, mas 
são células distintas. Os mastócitos são encontrados no tecido 
conjuntivo e são células secretoras multifuncionais do sistema 
imune que participam da regulação da resposta imunológica, 
pela liberação de mediadores químicos, frente a um estímulo 
apropriado. Os mastócitos são encontrados em abundância nos 
pulmões, na pele e no trato gastrintestinal 
 
 
 
Etiologia 
• Frequentemente não há nenhuma causa conhecida identificada; 
• É mais fácil estabelecer uma causa nas urticárias agudas do que nas crônicas. (ex, comeu camarão) 
• Alimentos 
o Nozes, leguminosas, castanhas, amendoim, peixes, crustáceos, moluscos; 
o Aditivos químicos: corantes (tartrazina), aromatizantes, conservantes, aromatizantes 
o Proteínas dos próprios alimentos: ovos, leite, soja e trigo em crianças. 
o Existem que por si só alimentos que são liberadores de histamina, portanto, devem ser evitados para tratar a urticaria. São eles: 
morango, camarão, queijo, tomate, lagosta, espinafre e berinjela. Látex-símile: banana, abacate, kiwi, melão e outras. Frutas 
que contem substâncias parecidas com o latex 
 
• Medicamentos: podem causar urticaria por qualquer via de administração (tópica, oral, parenteral) 
─ Provocam reação do tipo I (anafilática mediada por IgE): penicilinas e outros beta-lactamicos, sulfas, cefalosporinas, 
laxantes. 
─ Reação do tipo IV: menos comum 
─ A ação principal dos medicamentos que causam urticária é a degranulação direta de mastócitos sem a participação do 
sistema imune: aspirina, AINE, radiocontraste, anticoncepcionais (progesterona), contrastes radiográficos 
• Infecções e Parasitoses 
─ Crianças - Causa mais comum de urticaria - Sobretudo rotavirus e rinovírus. Outras causas: hepatite B, mononucleose, 
herpes, m.pneumoniae e faringite estreptocócica 
─ Adultos - Infecções no trato urinário (ITU), H. pilori, Faringite e Estafilo e estreptococcias (infecções dentárias, otites, 
sinusites). 
─ Ambos: Parasitoses em geral: ascaris, estrongilóides 
• Inalantes: inseticidas, poeira, pólen (principal), perfume, penas, cosméticos, desinfetantes, gasolina 
• Outras causas: 
─ Substâncias biológicas - degranulação direta de mastócitos, áscaris, toxinas bacterianas, veneno de cobra, 
neurotransmissores (acetilcolina e subst. P) 
─ Causas psicogênicas: pode ser um fator primário ou agravante de urticaria, estado emocional sempre pode ser uma causa 
agravante. Quando a pessoa está muito estressada tende achar que a urticária é disso, mas tem que investigar!!! O fator 
psicogênico tem que ser uma das últimas coisas a se pensar, mas não fazer essa associação de cara! 
─ Associados a doenças autoimunes: LES, Artrite reumatóide juvenil, Tiroidite autoimune, Sd. de Sjögren, Febre reumática; Por 
causa da urticaria pode descobrir uma doença que estava oculta 
• Causas raras: Neoplasias (Mieloma múltiplo e CA papilar de tireóide). Crioglobulinopatias, proteínas estranhas que ficam 
circulando. Mastocitose, Celulite eosinofílica. 
 
 
 
Clínica da urticarias induzidas 
a) Urticaria (85%) comuns 
• Tem início súbito; 
• São placas eritematosas, edematosas, de número variável e extremamente pruriginosas chamadas de urticas ou ponfos, associadas 
ao não a angioedema 
• lesões efêmeras, urticas duram 24h e desaparecerem e angioedema pode durar até 72 horas 
• O prurido sempre presente, de moderado a insuportável.Nunca leve 
• Lesões medem mm a cm de diâmetro; 
• Acomete algumas regiões ou toda a superfície cutânea - generalizada 
• Há esmaecimento central (o centro fica desbotado, perde um pouco da cor) e lesões policíclicas (anulares); 
• Sinais sistêmicos (2m 2/3 dos adutos): Como libera muito mediador quimico, pode ter outras alterações. Dor ou edema articular:55.3%, 
Cefaléia/fadiga: 47.6%,Rubor: 42.7%, Chiado ou dispneia: 30.1%, Queixas gastrointestinais: 26.2%, Palpitações (9.7%). 
 
b) Angioedema 
• Edema agudo, intenso e localizado em face (pálpebras, lábios, língua) 
• Pode ter também na laringe, apresentando risco de asfixia 
• Associado ou não a lesões em outras áreas da pele; (50% é associado) 
• Mais comum nas agudas: idiopático, drogas, alimentos e inalantes e picadas de insetos 
• Duração de alguns dias. 
 
c) Urticarias físicas (10%) 
Um estímulo físico específico reproduzível é capaz de induzir a formação de urticas. 
- Dermografismo (escrita na pele, arranha a pele) 
o É a mais comum das urticárias físicas; ocorre devido a uma pressão 
o Lesões urticadas lineares; 
o Com ou Sem prurido 
o Imediata, geralmente dura minutos; Idiopático;(maioria) 
o Hereditário ou adquirido. 
- Urticaria de pressão: 
o Em áreas de pressão com a roupa (cintos, sutiãs). De início Imediato (30 minutos após a pressão) ou tardia (2-6 horas). 
- Angioedema vibratório (áreas onde vibra): Raro, Desencadeada por procedimentos dentários e ronco. 
- Urticaria ao frio: a segunda mais comum, eritema após exposição a sólidos, líquidos ou ar fio. Mais em mulheres, casos hereditários 
dominantes. Pode estar associada a infecções por bactérias, vírus e parasitoses, bem como à crioglobulinemia com gamopatia 
monoclonal ou policlona 
o Tratamento: ciproheptadina (anti-histaminico) 
 
d) Urticárias Térmicas 
 Urticaria ao calor: após exposição local ao calor, ou objeto aquecido. Aparece mas logo some 
 Urticária solar: raro, mais em mulheres, urticas após exposição solar. Principalmente por UVA 
o Excluir doenças que podem simula essa urticaria fotossensíveis: lúpus e protoporfiria eritropoiética, 
fotossensibilizantes tópicos ou sistemicos; 
o Tratamento: Cloroquina (fotoprotecao sistêmica) e PUVA (psolareno + UVA). 
 Urticaria aquagênica. Pode ser familiar 
o Ocorre minutos após o contato com a água (banho, piscina, mar) 
o A coceira costuma ser autolimitada e dura 30-60 min; 
o Pápulas urticadas de 1-3 mm muito pruriginosas; 
o Prurido aquagênico: as vezes não há lesões, apenas o prurido, sendo chamado de prurido aquagênico. 
o Forma idiopática é a mais comum 
o Associada (raramente) a doenças: Policitemia vera, doença de Hodgkin, sd. mielodisplásica e sd. hipereosinofílica, 
xantogranuloma juvenil, CA de colo de útero. 
o Tratamento: anti-histaminicos de 1ª geração. Tomar o medicamento 40 min antes do contato com a água 
 
 Urticaria colinérgica 
o Muito comum; Por aumento súbito da temperatura corporal; 
o Mais no inverno e em jovens de 15-25 anos; Pode estar associada a atopia 
o Desencadeada por exercícios físicos, banhos quentes, febre, tensão emocional; 
o Lesões iguais a anterior: pápulas urticadas 
o Clínica: Pápulas urticadas, localizadas ou generalizadas, Imediatas ou tardias (9-18 h); Qualquer região, exceto 
palmas e plantas. 
o Prurido colinérgico: somente o prurido, sem lesões. 
e) Urticária de contato 
o Rara; 
o Geralmente 30-60 minutos após o contato; 
o Geralmente apenas no local de contato com plantas, cosméticos, alimentos, látex, drogas, químicos industriais, 
tecidos e produtos animais; aparece poucos minutos após o contato e desaparece de 1 a 4h. 
o Se em profissionais de saúde, trabalhadores em salões de beleza e em indústrias de processamento de alimentos 
passa a ser considerada doença ocupacional. 
 
f) Outras formas de urticaria 
 Angioedema hereditário: causas genéticas e deficiência do inibidor da C1 esterase (proteína do complemento). Mediada 
pela Bradicinina 
 Urticária vasculite ou vasculite urticariforme: Rara, Lesões permanecem por mais de 24 horas, Histológico: vasculite 
leucocitoclásica. Idiopática. Vegetais, medicamentos, cosméticos. 
 
Diagnóstico 
• Aspecto característico das lesões (urticas) 
• Prurido; 
• Fugacidade: após as 24h há desaparecimento das lesões (pode vir em ciclos nesse tempo); se durar mais de 24h desconfiar de 
urticária vasculite 
 Urticaria vasculite: é uma vasculite que se apresenta como urticária. As lesões são mais duradouras, há sensação de dor ou 
ardor (ao invés de prurido) e deixam hipercromia residual 
• Diagnostico Diferencial 
 Eritema polimorfo; 
 Dermatites de contato; 
 Farmacodermia: os remédios podem produzir reações não urticariformes também 
 Múltiplas picadas de inseto; 
 
Importante lembrar 
• A maioria dos pacientes não são atópicos, mas um alto percentual dos atópicos desenvolve urticária; 
• 60% das urticárias graves tem um fator autoimune; 
• 80% são idiopáticas, sobretudo as crônicas; as crônicas persistem por mais de 6 semanas 
• Fatores que geralmente são negligenciados, porem são fortes agravantes: álcool, calor, febre, exercícios, estresse, fatores hormonais 
(piora pré-menstrual) 
 
Tratamento 
• Evitar alimentos e medicamentos com potencial urticariogênico: 
o Aspirina e AINE 
o Tranquilizantes 
o Laxantes 
o Alimentos com potencial urticariogênico: camarão, marisco, chocolate, morango, amendoim, nozes, castanha, industrializados, 
tomate 
 
 
Prognostico (muito importante) 
• Cura (ainda que a causa permaneça indeterminada) 
• Até 6 meses: 50% de cura; 
• Até 1 ano: 70% de cura; 
• Até 5 anos: 90% de cura. 
• Casos com urticária e angioedema podem persistir por mais de 
20 anos. 
 
 
Conceito 
• Doença inflamatória de etiologia desconhecida, compromete 
pele, anexos (unhas) e as mucosas, caracterizada por lesões - 
Erupção papulosa, pruriginosa, crônica, que eventualmente 
compromete mucosas; Não é contagiosa 
• A palavra Líquen vem do grego e significa Pápula 
• A maioria dos casos ocorre entre 30-60 anos de idade, poucos 
% da população, por volta de 1% 
• Etiologia desconhecida, talvez imunológica; 
• Fatores emocionais podem ser fatores predisponentes ou 
desencadeantes; 
• Pode ser induzidos por drogas; 
 
Clinica 
• Forma pápula poligonal achatada de 0,5 a 2 mm de diâmetro, 
de superfície lisa, brilhante e cor arroxeada 
• As lesões se distribuem de forma simétrica 
• Comum nos punhos, mas também pode acometer ventre, 
pernas e abdome 
• Prurido: de discreto a intensíssimo – sempre presente 
• Fenômeno de Koebner: toda vez que ocorrer um trauma e 
machucar o local, naquele local irá reproduzir a doenças. 
Ocorre a reprodução da lesão pelo traumatismo do ato de 
coçar ou de outra natureza. (outras patologias que tem esse 
fenômeno: lúpus, vitiligo, psoríase) 
• Lesões mucosas: 1/3 dos casos e pode ter apenas lesões 
mucosas, mais em mucosa oral. São manchas brancas, 
brilhantes, reticulares; erosiva e dolorosa em idosos. 
Geralmente são assintomáticas. 
• Lesões ungueais: 10% tem acometimento ungueal. A unha fica 
com coloração acastanhada, fragilidade da borda livre, 
onicólise (descolamento) e estrias longitudinais , quebra fácil, 
até anoníqia . Pode não ser associada(manifestação isolada), 
pode ter só na unha. Pode ter síndrome das 20 unhas. 
• Prurido sempre presente, de discreto a intensíssimo; 
• Curso (crônico): meses a anos, com frequente involução 
espontânea. Pode evoluir em surtos. 
• O líquen plano tem muitas variantes. Pode dar lesões nos 
punhos, mãos, dentro da boca ou na língua, genitais, couro 
cabeludo e de formas muito variáveis, como manchas escuras, 
manchas brancas, falhas no cabelo etc. 
 
 
Tratamento 
• Considerar: extensão e grau dos sintomas; 
• Corticóides: se a lesão for de grande extensão. Utilizar em doses regressivas (iniciar com doses maiores e ir diminuindo ao longo das 
semanas), ataquepor 4-6 semanas e manutenção por 3-6 semanas. Ajuda na iinflamação 
• Anti-histaminico: para o prurido; são tranquilizantes 
• Acitretina (muito teratogênica, não usar em grávidas): utilizar se há contraindicação ao corticóide ou em caso de resistência; 
• Imunossupressores: ciclosporina, azatioprina, micofenolato de mofetil, metotrexato, Puva. → casos resitentes 
• Corticoides tópicos potentes (clobetasol, fluocinolona, beta com as), em pomadas. Fazer infiltração nas formas hipertróficas 
• Liquen plano oral: usar corticoide em orabase + higiene bucal 
• Relato de casos de outros medicamentos com efeitos: griseofulvina, talidomida, hidroxicloroquina, metronidazol, DDS

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