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Selo de qualidade para móveis brasileiros

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São Paulo, domingo, 12 de maio de 2002
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CLONES
Designers afirmam que legislação sobre o assunto é falha
e onerosa; patentes só são válidas em território nacional
Selo pretende frear a cópia de design
no setor de móveis
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A Abimóvel (Associação Brasileira das Indústrias do
Mobiliário) deve lançar, em agosto, um selo de qualidade
para os móveis feitos no país. Essa iniciativa pode ser o
passo decisivo para a reversão da prática generalizada da
clonagem do design de móveis.
"A indústria de móveis não investe em design, por isso
existe a cópia", avalia Eduardo Lima, 56, diretor-
superintendente da Abimóvel. O selo pretende agregar
qualidade e valor ao mobiliário produzido no Brasil não só
estabelecendo regras mais claras de fabricação e
comercialização dos objetos, mas também obrigando as
empresas a providenciar a contratação de designers próprios.
Para o coordenador do curso de design de interiores da
Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Jéthero Cardoso de
Miranda, o problema é que a lei de proteção ao desenhista é
falha e onerosa. "Já tive móveis parcialmente copiados
naquilo que dava sentido ao objeto e não pude patentear a
minha idéia porque sai muito caro."
O agente de propriedade industrial Davino Martins da Silva
Filho, 43, dono da Vogal Marcas e Patentes, cobra pelo
menos R$ 600 para acompanhar o registro no Inpi (leia texto
ao lado).
Um atalho para preservar a anterioridade sobre a peça, diz, é
publicá-la na imprensa. "De nada adianta registrar a obra em
cartórios ou na Biblioteca Nacional." O designer só pode
denunciar as cópias após ter o registro de desenho industrial
em mãos. Esse é outro problema, já que fica difícil reclamar
a propriedade de peças que tiveram pequenas alterações.
"A proteção atinge somente aquilo que é visível no objeto,
embora a mudança de um puxador, por exemplo, não impeça
uma reclamação parcial ou total", exemplifica o agente Silva
Filho.
Folha de S.Paulo - Selo pretende frear a cópia de design no setor de m... https://www1.folha.uol.com.br/fsp/construcao/cs1205200202.htm
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Copiados pelos italianos
"Nosso esforço demanda tempo e dinheiro em projetos e
protó- tipos que costumamos fazer antes que qualquer
novidade seja lançada", diz o professor Miranda.
De acordo com ele, no exterior, várias empresas participam
da execução do modelo, estabelecendo um código de ética
entre elas. "Mas já tivemos móveis brasileiros copiados até
por italianos."
O designer Fernando Jaegger conta que geralmente faz três
ou quatro protótipos até detectar e corrigir os pontos fracos
de um projeto. "Uma coisa é pegar uma tendência, um estilo.
E outra é copiar por má-fé", pondera.
O estudo para cada peça do designer Sérgio Rodrigues leva
seis meses. "Um mês e meio só para a concepção do objeto."
"A produção em larga escala é o que prejudica mais", afirma
o designer Ricardo Cintra. "O cliente vê o móvel com preço
mais barato e acaba comprando a cópia."
Para evitar surpresas desagradáveis como essas, o designer
Fernando Jaegger mostra suas armas: "O único jeito é
melhorar a qualidade do meu trabalho de modo mais rápido
do que a velocidade dos falsários".
(NATHALIA BARBOZA)
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