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Dor torácica

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Dispneia, Dor Torácica e Edema 
 
1 Mírian Santos 7° semestre @medbymins 
 
 
Problema 01 – Falta de ar. 
Objetivos: 
1. Compreender a dor torácica: 
 Definição 
 Características 
 Classificação (tipos) 
 Epidemiologia (prevalência na emergência e ambulatorial) 
 Fatores de risco 
 Etiologias (citar principais) 
 Manifestações clínicas 
 Diagnóstico (como é feita a investigação na emergência) 
2. Diferenciar alterações específicas e INESPECÍFICAS da repolarização ventricular do 
eletrocardiograma. 
Dor Torácica 
Definição 
Dor torácica é a sensação de dor ou 
desconforto, localizada na região anterior 
do tórax podendo ou não irradiar. 
A maneira de sentir a dor, a forma de início 
e o modo, e sua caracterização são muito 
variáveis e dependem de inúmeros fatores, 
podendo até mesmo ter início em outra 
região do corpo, como o epigástrio. 
Além disso, é um dos motivos mais comuns 
que levam o paciente a procurar 
assistência médica no serviço de 
emergências principalmente. 
Inclusive a avaliação da dor torácica não 
traumática é um desafio porque veremos 
que temos inúmeras possibilidades de 
causas. 
 
Características 
A dor cardíaca anginosa é, na maioria das 
vezes, central, retroesternal, difusa e 
constritiva. 
Uma dor lateralizada, que pode ser bem 
localizada, tende a ter outra origem. 
Algumas vezes aparece apenas por seu local 
de irradiação, compreendido entre a 
mandíbula e a cicatriz umbilical e incluindo os 
membros superiores. 
Dor torácica difusa e em aperto, irradiada 
para os braços, com início por exercício 
físico, por forte estresse ou por abuso 
alimentar, acompanhada por sudorese, 
náuseas, vômitos e dificuldade respiratória 
Dispneia, Dor Torácica e Edema 
 
2 Mírian Santos 7° semestre @medbymins 
 
é altamente sugestiva de isquemia 
coronariana. 
Pode, também, estar acompanhada por 
palpitações e provocar grande palidez, o que 
aumenta a possibilidade da dor ter origem 
isquêmica. 
 
Classificação (tipos) 
 
 
 TIPO A: Tem todas ou quase todas as 
características típicas; 
 TIPO B: Tem 2 características típicas; 
 TIPO C: Tem 1 característica típica; 
 TIPO D: Não tem nenhuma 
característica típica. 
 
Epidemiologia 
 No brasil, anualmente temos uma 
média de 4 milhões de atendimentos 
de paciente com queixa de dor torácica. 
 A dor torácica é a 3° causa mais 
comum de idas a emergências nos 
Estados Unidos, resultando em 6 a 7 
milhões de consultas anuais a esses 
departamentos. 
 Mais de 60% dos pacientes com esse 
problema são hospitalizados para a 
realização de exames mais 
detalhados e os outros 40% são 
submetidos a avaliações no próprio 
departamento de emergência. 
 A dor torácica é comum na prática 
ambulatorial, com uma prevalência de 
20 a 40% na população geral. Mais de 
25% dos pacientes com IAM 
consultaram um médico de atenção 
primária no mês anterior. 
 Os princípios diagnósticos são os 
mesmos do departamento de 
emergência. Porém, a probabilidade 
pré-teste de uma causa 
cardiopulmonar aguda é menor. 
Portanto, os paradigmas em termos de 
exames são menos intensos, com 
ênfase na anamnese, no exame físico 
e no ECG. 
 Apenas cerca de 15% dos pacientes 
avaliados acabam recebendo o 
diagnóstico de síndrome 
coronariana aguda (SCA). 
 Os diagnósticos mais comuns são 
causas gastrintestinais, e menos de 
10% são de outras condições 
cardiopulmonares potencialmente 
fatais. 
 Pacientes com dor torácica aguda 
transitória, são excluídas a SCA ou 
Dispneia, Dor Torácica e Edema 
 
3 Mírian Santos 7° semestre @medbymins 
 
outra causa cardiopulmonar, mas a 
causa não é determinada. 
 2 a 6% de pacientes com dor torácica 
de etiologia não isquêmica que têm 
alta da emergência depois são 
diagnosticados com infarto agudo do 
miocárdio (IAM). 
 E geralmente pacientes cujo 
diagnóstico de IAM passa 
despercebido correm um risco duas 
vezes maior de morrer em 30 dias em 
comparação com os que são 
hospitalizados. 
 
 
Fisiopatologia 
Dor ou desconforto torácico podem ser o 
resultado de dois mecanismos: 
Fibras somáticas: por exemplo, inervação de 
pele, estruturas superficiais e pleura parietal. 
Fibras viscerais: por exemplo, coração, 
esôfago e pleura visceral. 
 
Quando se consideram as causas de dor 
torácica, o raciocínio pode ser desenvolvido 
levando- se em consideração 5 grandes 
grupos anatômicos: 
coração/pericárdio/válvulas; aorta e 
grandes vasos; pulmão, pleura e 
mediastino; esôfago, estômago e abdome 
superior; pele, nervos, músculos e 
esqueleto. 
 
Etiologia 
A dor torácica pode ser decorrente de causas 
cardíacas isquêmicas e não isquêmicas, ou 
de causas não cardíacas, tais como: 
gastrointestinal, pulmonar, 
musculoesquelética ou ainda por herpes 
zoster. 
IMAGENS A PARTIR DA 5° 
 
CARDÍACAS: 
ISQUEMIA/LESÃO MIOCÁRDICA 
A isquemia miocárdica que causa dor torácica, 
denominada angina pectoris, é uma 
preocupação clínica primária em pacientes 
que se apresentam com sintomas torácicos. 
 A isquemia miocárdica é causada por um 
desequilíbrio entre a necessidade 
miocárdica e o fornecimento miocárdico de 
oxigênio, resultando em fornecimento 
insuficiente de oxigênio para satisfazer as 
demandas metabólicas cardíacas. 
O consumo miocárdico de oxigênio pode 
estar elevado por aumentos na frequência 
cardíaca, estresse da parede ventricular e 
contratilidade miocárdica, enquanto o 
fornecimento miocárdico de oxigênio é 
determinado pelo fluxo sanguíneo 
coronariano e pelo conteúdo de oxigênio 
arterial coronariano. 
Dispneia, Dor Torácica e Edema 
 
4 Mírian Santos 7° semestre @medbymins 
 
Quando a isquemia miocárdica é grave o 
suficiente e prolongada (mesmo que apenas 
20 minutos), ocorre lesão celular 
irreversível, resultando em IAM. 
A causa mais comum de cardiopatia 
isquêmica é uma placa ateromatosa que 
obstrui uma ou mais artérias coronárias 
epicárdicas. 
A cardiopatia isquêmica estável em geral 
resulta do estreitamento aterosclerótico 
gradual das coronárias. A angina estável 
caracteriza-se por episódios isquêmicos 
que costumam ser precipitados por um 
aumento superposto na demanda de 
oxigênio durante exercício físico e aliviados 
com repouso. 
A cardiopatia isquêmica torna-se instável 
mais comumente quando uma ruptura ou 
erosão de uma ou mais lesões 
ateroscleróticas desencadeia trombose 
coronariana. 
A cardiopatia isquêmica instável é 
classificada clinicamente pela presença ou 
ausência de lesão miocárdica detectável e 
pela presença ou ausência de elevação do 
segmento ST no eletrocardiograma (ECG) 
do paciente. 
Característica da dor torácica isquêmica - 
A dor torácica característica da isquemia 
miocárdica é descrita geralmente como 
contínua, intensa, excruciante, 
esmagadora ou constritora. 
Entretanto, em uma minoria substancial de 
pacientes, a qualidade da dor é 
extremamente vaga e pode ser descrita 
como um aperto leve ou meramente uma 
sensação desconfortável, às vezes como 
dormência ou sensação de queimação. 
A localização da dor geralmente é 
retroesternal, mas é comum ele irradiar-se 
para baixo da superfície ulnar do braço 
esquerdo; o braço direito, ambos os 
braços, o pescoço, a mandíbula ou os 
ombros também podem estar envolvidos. 
A angina estável em geral começa 
gradualmente e atinge sua intensidade 
máxima em questão de minutos antes de 
dissipar-se vários minutos depois com o 
repouso ou a administração de 
nitroglicerina. 
É comum a dor ocorrer de maneira previsível 
com um nível característicode exercício ou 
estresse psicológico. Por definição, a 
angina instável manifesta-se por dor 
torácica anginosa que ocorre com 
atividade física de intensidade cada vez 
mais baixa ou mesmo em repouso. 
A dor torácica associada ao IAM costuma 
ser mais grave, é prolongada (em geral, 
dura ≥ 30 minutos) e não é aliviada com o 
repouso. 
DOENÇAS PERICARDICAS/MIOCARDICAS 
A inflamação do pericárdio devido a causas 
infecciosas ou não infecciosas pode ser 
responsável pela dor torácica aguda ou 
crônica. 
A superfície visceral e a maioria da 
superfície parietal do pericárdio são 
insensíveis à dor. Assim, acredita-se que a 
dor da pericardite surja principalmente da 
Dispneia, Dor Torácica e Edema 
 
5 Mírian Santos 7° semestre @medbymins 
 
inflamação pleural associada. Por causa 
dessa associação pleural, a dor da 
pericardite em geral é pleurítica e 
exacerbada pela respiração, pela tosse ou 
por alterações na posição e costuma 
irradiar-se para o ombro e o pescoço. 
O acometimento da superfície pleural do 
diafragma lateral pode resultar em dor na 
parte superior do abdome. 
 
CAUSAS PULMONARES: 
EMBOLIA PULMONAR 
Êmbolos pulmonares (com incidência anual 
de aproximadamente 1 por 1.000) podem 
causar dispneia e dor torácica de início 
súbito. Tipicamente de padrão pleurítico, a 
dor torácica associada à embolia pulmonar 
pode resultar de (1) envolvimento da 
superfície pleural do pulmão adjacente ao 
infarto pulmonar resultante; (2) distensão 
da artéria pulmonar; ou (3), possivelmente, 
estresse da parede ventricular direita e/ou 
isquemia subendocárdica relacionada com 
hipertensão pulmonar aguda. 
A dor associada a pequenos êmbolos 
pulmonares geralmente é lateral e 
pleurítica, e acredita-se que esteja 
relacionada com o primeiro dos três 
mecanismos. 
Em contraste, a embolia pulmonar maciça 
pode causar dor subesternal intensa, que 
pode simular um IAM. 
A embolia pulmonar maciça ou submaciça 
também pode estar associada a síncope, 
hipotensão e sinais de insuficiência 
cardíaca direita. 
PNEUMOTÓRAX 
O pneumotórax espontâneo primário é uma 
causa rara de dor torácica, com incidência 
anual estimada nos Estados Unidos de 7 por 
100 mil homens e < 2 por 100 mil mulheres. 
Os fatores de risco incluem sexo 
masculino, tabagismo, antecedentes 
familiares e síndrome de Marfan. 
Os sintomas em geral têm início súbito e a 
dispneia pode ser discreta, razões pelas 
quais a busca por atendimento médico às 
vezes é adiada. 
Pode ocorrer pneumotórax espontâneo 
secundário em pacientes com distúrbios 
pulmonares subjacentes, como doença 
pulmonar obstrutiva crônica, asma ou 
fibrose cística, e em geral causa sintomas 
mais graves. O pneumotórax hipertensivo é 
uma emergência clínica causada pelo 
aprisionamento intratorácico de ar, que 
precipita colapso hemodinâmico. 
 
CAUSAS GASTROINTESTINAIS: 
Distúrbios gastrintestinais são as causas mais 
comuns de dor torácica não traumática e em 
geral causam sintomas difíceis de se 
discernir das causas mais graves de dor 
torácica, incluindo isquemia miocárdica. 
Distúrbios esofágicos, em particular, podem 
simular angina na característica e na 
localização da dor. O refluxo 
gastresofágico e os distúrbios da 
motilidade esofágica são comuns e devem 
Dispneia, Dor Torácica e Edema 
 
6 Mírian Santos 7° semestre @medbymins 
 
ser considerados no diagnóstico diferencial de 
dor torácica. 
O refluxo ácido frequentemente causa dor 
em queimação. A dor do espasmo 
esofágico, em contraste, costuma ser 
intensa, compressiva, de localização 
retroesternal e, como a angina, pode ser 
aliviada por nitroglicerina ou pelos 
antagonistas do canal de cálcio di-
hidropiridínicos. 
Os distúrbios hepatobiliares, incluindo 
colecistite e cólica biliar, podem simular 
doenças cardiopulmonares agudas. 
Embora a dor causada por esses distúrbios 
em geral se localize no quadrante superior 
direito do abdome, ela é variável, podendo 
ser sentida no epigástrio e se irradiar para 
as costas e para a parte inferior do tórax. 
Às vezes, essa dor é sentida na escápula ou, 
em raros casos, no ombro, sugerindo 
irritação diafragmática. 
A dor é constante, em geral dura várias 
horas e passa espontaneamente, sem 
sintomas entre as crises. 
 
CAUSAS MUSCULOESQUELÉTICAS: 
A dor torácica pode ser causada por qualquer 
distúrbio musculoesquelético que envolva a 
parede torácica ou seus nervos, o pescoço 
ou os membros superiores. 
A costocondrite, que causa sensibilidade 
das articulações costocondrais (síndrome 
de Tietze), é relativamente comum. 
A radiculite cervical pode manifestar-se 
como uma dor intensa prolongada ou 
constante na parte superior do tórax e nos 
membros. 
Ocasionalmente, a dor torácica pode ser 
causada por compressão do plexo braquial 
pelas costelas cervicais, e a tendinite ou a 
bursite que envolve o ombro esquerdo 
pode simular a irradiação de angina. 
A dor na distribuição de um dermátomo 
também pode ser causada por cãibra de 
músculos intercostais ou por herpes-
zóster. 
 
CAUSAS EMOCIONAIS E PSIQUIÁTRICAS: 
Até 10% dos pacientes que chegam à 
emergência com dor torácica aguda têm um 
transtorno do pânico ou condição 
relacionada. 
Os sintomas podem incluir aperto no tórax ou 
dor associada a uma sensação de 
ansiedade e dificuldade respiratória. Os 
sintomas podem ser prolongados ou 
transitórios. 
 
Diagnóstico (emergência) 
A abordagem depende se é um paciente 
estável ou instável. 
No atendimento ao paciente INSTÁVEL - Os 
pacientes devem ser atendidos na sala de 
emergência e monitorizados com a 
chamada abordagem MOV: 
 Iniciar Monitorização cardíaca. 
 Oxigênio se saturação de O2 < 90%. 
 Obter acesso Venoso periférico. 
Abordagem inicial do paciente grave: 
Dispneia, Dor Torácica e Edema 
 
7 Mírian Santos 7° semestre @medbymins 
 
Deve-se focar no nível de consciência do 
paciente e em seus sinais vitais e 
prosseguir com a sistematização do ABCDE. 
O exame físico e o ultrassom à beira do 
leito ajudam no diagnóstico. 
No caso de identificação de pneumotórax 
hipertensivo e tamponamento cardíaco, 
estes devem ser prontamente tratados. 
No caso da síndrome coronariana aguda, 
devem ser feitos esforços para estabilização 
do paciente com o objetivo de levá-lo à 
intervenção coronariana. 
Atendimento ao paciente ESTÁVEL – 
Anamnese e exame físico dirigidos para 
causas de maior risco. 
Avaliar características da dor, se 
intensidade desproporcional ao quadro, 
irradiação, tempo de instalação (súbito ou 
não), sintomas associados, associação 
com esforço, sintomas associados como 
náuseas e vômitos, antecedentes e fatores 
de risco. 
Exame físico com inspeção local, avaliar 
simetria de pulsos, medir a pressão arterial 
nos quatro membros, ausculta pulmonar e 
cardíaca, testar dor à palpação e pesquisa 
de sinais focais neurológicos. 
Eletrocardiograma (ECG) em todos os 
pacientes com dor torácica ou suspeita de 
equivalente anginoso em até 2 minutos de 
sua entrada no DE. Esse exame deve ser visto 
por um médico e avaliado em até 10 minutos 
de sua entrada. 
 
Medicina de emergência. 
Abordagem ao paciente – Medicina interna 
Ante a grande variedade de causas 
potenciais e o risco heterogêneo de 
complicações graves em pacientes que se 
apresentam com dor torácica aguda não 
traumática, as prioridades da avaliação 
clínica inicial incluem (1) a estabilidade 
clínica do paciente e (2) a probabilidade de 
que ele tenha uma causa subjacente da dor 
que seja potencialmente fatal. 
As condições de alto risco mais 
preocupantes são processos 
cardiopulmonares agudos,incluindo SCA, 
síndrome aórtica aguda, embolia 
pulmonar, pneumotórax hipertensivo e 
pericardite com tamponamento. 
Entre as causas não cardiopulmonares de 
dor torácica, é provável que a ruptura 
esofágica seja o diagnóstico mais urgente 
a ser estabelecido. 
ANAMNESE: 
O médico deve avaliar a qualidade, a 
localização (inclusive se há irradiação) e o 
padrão (incluindo o início e a duração) da dor, 
Dispneia, Dor Torácica e Edema 
 
8 Mírian Santos 7° semestre @medbymins 
 
bem como quaisquer fatores que a 
provocam ou aliviam. A presença de 
sintomas associados também pode ser útil 
para estabelecer um diagnóstico. 
Em indivíduos com menos de 35 anos, sem 
histórico de problemas cardiovasculares, é 
pouco comum que a dor torácica tenha 
relação com fatores cardíacos. É sempre 
importante considerar os fatores 
emocionais potencialmente envolvidos, 
tais como estresse familiar, sobrecarga de 
trabalho, mudanças inesperadas – como a 
morte de um parente ou de um amigo 
próximo, uma gravidez não planejada, a 
perda do emprego –, principalmente em 
usuários que não apresentam alterações 
objetivas. Contudo, deve-se sempre excluir 
causas cardíacas em virtude das evidências 
estatísticas disponíveis. 
 Qualidade da dor: A qualidade da dor 
torácica isoladamente nunca é 
suficiente para estabelecer um 
diagnóstico. Porém, as 
características da dor são 
primordiais para se ter uma 
impressão clínica inicial e avaliar a 
probabilidade de um processo 
cardiopulmonar grave incluindo SCA 
em particular. Pressão ou aperto são 
consistentes com uma apresentação 
típica de dor miocárdica isquêmica. 
Mesmo assim, o clínico precisa lembrar 
que alguns pacientes com sintomas 
torácicos isquêmicos negam 
qualquer “dor”, mas queixam-se de 
dispneia ou uma sensação vaga de 
ansiedade. 
 A gravidade da dor tem pouca 
acurácia diagnóstica. É incomum a 
angina ser aguda, como uma facada, 
lancinante ou pleurítica; no entanto, 
algumas vezes os pacientes usam o 
termo “agudo” para explicar a 
intensidade da dor em vez de sua 
qualidade. A dor pleurítica é sugestiva 
de um processo que envolve a 
pleura, incluindo pericardite, embolia 
pulmonar ou processos do parênquima 
pulmonar. 
Dor dilacerante ou “cortante” em 
geral é descrita por pacientes com 
dissecção aórtica aguda. 
 Localização da dor: Uma localização 
subesternal com irradiação para 
pescoço, mandíbula, ombros ou 
braços é típica da dor miocárdica 
isquêmica. A irradiação para ambos 
os braços tem associação 
particularmente forte com IAM. 
 Padrão: A dor miocárdica isquêmica 
geralmente surge em questão de 
minutos, é exacerbada por atividade 
e mitigada pelo repouso. Em 
contraste, a dor que atinge o auge de 
intensidade imediatamente é mais 
sugestiva de dissecção aórtica, 
embolia pulmonar ou pneumotórax 
espontâneo. Dor passageira (que 
dura apenas alguns segundos) 
Dispneia, Dor Torácica e Edema 
 
9 Mírian Santos 7° semestre @medbymins 
 
raramente é de origem isquêmica. 
Similarmente, é improvável que a dor 
de intensidade constante por um 
período prolongado (muitas horas a 
dias) represente isquemia miocárdica 
se ocorrer na ausência de outras 
consequências clínicas, como 
anormalidades do ECG, elevação de 
biomarcadores cardíacos ou sequelas 
clínicas (p. ex., insuficiência cardíaca 
ou hipotensão). 
 Fatores que provocam e aliviam: 
Pacientes com dor miocárdica 
isquêmica em geral preferem ficar em 
repouso, sentados ou parar de 
caminhar. O refluxo gastresofágico 
pode ser exacerbado por álcool, alguns 
alimentos ou uma posição reclinada. É 
possível ocorrer alívio ao sentar. 
 Sintomas associados; 
 História clínica pregressa; 
Exame Físico: 
Pode fornecer evidência direta de etiologias 
específicas de dor torácica (p. ex., ausência 
unilateral de sons pulmonares) e identificar 
fatores precipitantes potenciais de causas 
cardiopulmonares agudas de dor torácica 
(p. ex., hipertensão não controlada), 
comorbidades relevantes (p. ex., doença 
pulmonar obstrutiva crônica) e complicações 
da síndrome de apresentação (p. ex., 
insuficiência cardíaca). 
Geral: Aparencia - ansioso, desconfortável, 
pálido, cianótico. 
Sinais vitais - Taquicardia e hipotensão 
significativas são indicativas de 
consequências hemodinâmicas 
importantes da causa subjacente da dor 
torácica e devem levar a uma pesquisa 
imediata e rápida de condições mais graves, 
como IAM com choque cardiogênico, embolia 
pulmonar maciça, pericardite com 
tamponamento ou pneumotórax hipertensivo. 
Emergências aórticas agudas em geral se 
apresentam com hipertensão grave, mas 
podem estar associadas à hipotensão grave 
na vigência de comprometimento 
coronariano ou dissecção no pericárdio. 
Taquicardia sinusal é uma manifestação 
importante de embolia pulmonar submaciça. 
Taquipneia e hipoxemia indicam uma causa 
pulmonar. A presença de febre baixa é 
inespecífica porque pode ocorrer com IAM e 
com tromboembolismo, além de infecção. 
Exames complementares: 
ELETROCARDIOGRAMA - As diretrizes de 
sociedades de especialidade recomendam 
a realização de um ECG até 10 minutos 
após a chegada do paciente, com o objetivo 
principal de identificar aqueles com 
elevação do segmento ST diagnóstica de 
IAM que sejam candidatos a intervenções 
imediatas para o restabelecimento do fluxo 
sanguíneo na artéria coronária ocluída. 
O eletrocardiograma (ECG) exerce papel 
fundamental na avaliação de pacientes 
com dor torácica, tanto pelo seu baixo custo 
e ampla disponibilidade como pela relativa 
simplicidade de interpretação. 
Dispneia, Dor Torácica e Edema 
 
10 Mírian Santos 7° semestre @medbymins 
 
Um ECG absolutamente normal é 
encontrado na maioria dos pacientes que se 
apresenta com dor torácica na sala de 
emergência. A incidência de síndrome 
coronariana aguda nesses pacientes é de 
cerca de 5%. 
Diversos estudos têm demonstrado que a 
sensibilidade do ECG de admissão para 
infarto agudo do miocárdio varia de 45% a 
60% quando se utiliza o supradesnível do 
segmento ST como critério diagnóstico 
indicando que metade dos pacientes com 
infarto agudo do miocárdio não são 
diagnosticados com um único ECG 
realizado à admissão. 
Esta sensibilidade poderá ser aumentada para 
70%-90% se utilizarmos as alterações de 
infradesnível de ST e/ou alterações 
isquêmicas de onda T , e para até 95% 
quando se realizam ECGs seriados com 
intervalos de 3-4h nas primeiras 12h pós-
chegada ao hospital. 
Depressão do segmento ST e inversões 
simétricas da onda T de pelo menos 0,2 mV 
de profundidade são úteis para detectar 
isquemia miocárdica na ausência de 
IAMEST e também são indicativas de maior 
risco de morte ou isquemia recorrente. 
Apesar do valor de um ECG em repouso, 
sua sensibilidade para detectar isquemia é 
baixa – de apenas 20% em alguns estudos. 
Podem ocorrer anormalidades do segmento 
ST e da onda T em uma variedade de 
condições, inclusive embolia pulmonar, 
hipertrofia ventricular, pericardite aguda e 
crônica, miocardite, desequilíbrio 
eletrolítico e distúrbios metabólicos. 
É importante observar que a hiperventilação 
associada ao transtorno do pânico também 
pode causar anormalidades inespecíficas de 
ST e ondas T. 
RAIO X DE TÓRAX - A radiografia de tórax é 
mais útil para identificar processos 
pulmonares, como pneumonia ou 
pneumotórax. Os achados em geral nada 
têm de notável nos pacientes com SCA, mas 
edema pulmonar pode ser evidente. 
Outros achados específicos incluem 
alargamento do mediastino em alguns 
pacientes com dissecção aórtica, corcova de 
Hampton ou sinal de Westermark em 
pacientescom embolia pulmonar ou 
calcificação pericárdica na pericardite crônica. 
BIOMARCADORES CARDÍACOS - Os 
exames laboratoriais em pacientes com dor 
torácica aguda se concentram na detecção de 
lesão miocárdica. Essa lesão pode ser 
detectada pela presença de proteínas 
circulantes liberadas pelas células 
miocárdicas danificadas. 
Devido ao tempo necessário para essa 
liberação, os primeiros biomarcadores de 
lesão podem estar nos níveis normais, 
mesmo em pacientes com IAMEST. 
Mioglobina - Esta é uma proteína 
encontrada tanto no músculo cardíaco 
como no esquelético, que se eleva 
precocemente após necrose miocárdica, 
podendo ser detectada no sangue de vários 
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pacientes, já na primeira hora pós-oclusão 
coronariana. 
A mioglobina tem uma sensibilidade 
diagnóstica para o IAM significativamente 
maior, que a da creatinofosfoquinase-MB 
(CK-MB). 
Creatinofosfoquinase-MB (CK-MB) - A 
creatinofosfoquinase é uma enzima que 
catalisa a formação de moléculas de alta 
energia e, por isso, encontrada em tecidos 
que as consomem (músculos cardíaco e 
esquelético e tecido nervoso). 
A sensibilidade de uma única CK-MB obtida 
imediatamente na chegada ao hospital em 
pacientes com dor torácica para o 
diagnóstico de IAM é baixa (30-50%). 
Já a sua utilização dentro das primeiras 3h 
de admissão aumenta esta sensibilidade 
para cerca de 80 a 85%, alcançando 100% 
quando utilizada de forma seriada, a cada 3-
4h, desde a admissão até a 9ª hora (ou 12h 
após o início da oclusão coronariana). 
Troponina - As troponinas cardíacas são 
proteínas do complexo miofibrilar 
encontradas somente no músculo cardíaco. 
Devido à sua alta sensibilidade, discretas 
elevações são compatíveis com pequenos 
(micro) infartos, mesmo em ausência de 
elevação da CK-MB. 
Por este motivo tem-se recomendado que as 
troponinas sejam atualmente consideradas 
como o marcador padrão-ouro para o 
diagnóstico de IAM. Entretanto, é preciso 
frisar que a troponina miocárdica pode ser 
também liberada em situações clínicas não-
isquêmicas, que causam necrose do 
músculo cardíaco, como miocardites, 
cardioversão elétrica e trauma cardíaco. 
Além disso, as troponinas podem se elevar 
em doenças não-cardíacas, tais como as 
miosites, a embolia pulmonar e a 
insuficiência renal. 
Graças à especificidade tecidual cardíaca 
superior em comparação com a creatina-
cinase MB, a troponina cardíaca é o 
biomarcador preferido para o diagnóstico de 
IAM e deve ser medida em todos os pacientes 
que chegam com suspeita de SCA e repetida 
3 a 6 horas depois. 
Só é necessário repetir o exame após 6 
horas quando não se tem certeza a respeito 
do início da dor ou quando os sintomas 
forem vagos. Não é necessário nem 
recomendável medir a troponina em pacientes 
sem suspeita de SCA, a menos que tal 
estimativa seja usada especificamente para 
estratificação do risco (p. ex., na embolia 
pulmonar ou na insuficiência cardíaca). 
Teste ergométrico - No modelo das Unidades 
de Dor Torácica o teste ergométrico tem sido 
o mais recomendado e utilizado devido a seu 
baixo custo e sua ampla disponibilidade 
nos hospitais, quando comparado aos outros 
métodos. Além disso, a segurança do exame 
é muito boa quando realizado em uma 
população de pacientes clinicamente 
estáveis e de baixo a moderado risco, 
apresentando baixíssima taxa de 
complicações. 
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Além da sua importância na exclusão de 
doença coronariana, o principal papel do teste 
ergométrico é estabelecer o prognóstico 
dos pacientes onde diagnósticos de IAM e 
angina instável de alto risco já foram 
afastados durante a investigação na Unidade 
de Dor Torácica. 
ECOCARDIOGRAFIA - A ecocardiografia 
não é um exame necessariamente rotineiro 
em pacientes com dor torácica. No entanto, 
em pacientes com um diagnóstico incerto, 
em particular aqueles com elevação não 
diagnóstica do segmento ST , sintomas em 
andamento ou instabilidade 
hemodinâmica, a detecção de um 
movimento anormal segmentar da parede é 
evidência de possível disfunção isquêmica. 
A ecocardiografia é diagnóstica em pacientes 
com complicações mecânicas do IAM ou 
naqueles com tamponamento pericárdico. A 
ecocardiografia transtorácica é pouco sensível 
para dissecção aórtica, embora um flap da 
íntima às vezes possa ser detectado na aorta 
ascendente. 
ANGIOTOMOGRAFIA - A angiotomografia 
está emergindo como uma modalidade para a 
avaliação de pacientes com dor torácica 
aguda. A angiotomografia coronariana é uma 
técnica sensível para a detecção de 
coronariopatia obstrutiva, em particular no 
terço proximal das coronárias epicárdicas 
principais. 
A TC parece melhorar a velocidade de 
distribuição de pacientes com 
probabilidade entre baixa e intermediária 
para SCA, sendo sua maior força o valor 
preditivo negativo como um achado de doença 
não significativa. Além disso, a TC realçada 
por contraste pode detectar áreas focais de 
lesão miocárdica no contexto agudo. 
Ao mesmo tempo, a angiotomografia pode 
excluir dissecção aórtica, derrame 
pericárdico e embolia pulmonar. Fatores a 
serem ponderados ao se considerar o papel 
emergente da angiotomografia coronariana 
em pacientes de baixo risco são a 
exposição à radiação e exames adicionais 
necessários ante resultados anormais não 
diagnósticos. 
 
 
Alterações específicas e 
inespecíficas da RV no ECG 
A repolarização ventricular é analisada no 
eletrocardiograma (ECG) pelo intervalo entre 
o início do complexo QRS e o final da onda 
T ou da onda U (QT). 
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ADRV – Alterações da repolarização 
ventricular é uma das alterações mais 
comuns encontradas no eletrocardiograma. É 
uma alteração no eletrocardiograma e pode 
significar quase todo tipo de doença, mas 
ao mesmo tempo, pode não significar 
absolutamente nada. 
São alterações na onda T do 
eletrocardiograma e podem estar presentes 
no caso de hipertensão arterial, estenose da 
válvula aórtica ou na isquemia cardíaca. 
Porém, quando o laudo vem descrito 
como alterações inespecíficas na 
repolarização ventricular, geralmente o 
quadro não tem significado clínico. As 
alterações da onda T que sugerem doença 
cardíaca têm uma aparência característica 
que permite distingui-las das alterações 
inespecíficas, sem valor clínico. 
Alterações da repolarização ventricular 
podem ser os gatilhos de arritmias malignas 
e perigosas principalmente em pacientes que 
já tem problemas cardíacos graves. 
 
 
 
IMAGENS TUTORIA 
 
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TIPO A: Tem todas ou quase todas as características típicas; 
TIPO B: Tem 2 características típicas; 
TIPO C: Tem 1 característica típica; 
TIPO D: Não tem nenhuma característica típica. 
Classificação etiológica 
 
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Causas e sintomas 
 
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REFERÊNCIAS: 
MEDICINA INTERNA – HARISSON; 
EMERGÊNCIA NA PRATICA – USP; 
Bassan R, Pimenta L, Leães PE, Timerman A. Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz de 
Dor Torácica na Sala de Emergência. Arq Bras Cardiol 2002; 79 (supl II ): 1. 
Dor torácica na sala de emergência: quem fica e quem pode ser liberado? Elizabete Silva dos 
Santos. Ari Timerman. Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, São Paulo, SP, Brasil. 
Dor torácica [recurso eletrônico] / Universidade Federal de Santa Catarina; Organizadores: 
Grace Dal Sasso e Lúcio José Botelho — Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 
2014. 22 p.

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