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APOSTILA_TEORIA_ODONTOPEDIATRIA

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ABITEP – ODONTOPEDIATRIA E ORTODONTIA PREVENTIVA 
www.ConcursosDeOdontologia.com.br odontopediatria@abitep.com.br Tel: 11 3214-8949 
1 
 
 
 
 
 
ODONTOPEDIATRIA 
 
E 
 
ORTODONTIA PREVENTIVA 
 
 
 
 
 
 
Profª. Dra. Monique De Benedetto 
Profª. Regina Maura Coli Siegl 
 
 
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3 
PREVENÇÃO EM ODONTOPEDIATRIA 
 
1. HÁBITOS ALIMENTARES – DIETA 
 
Fatores etiológicos da doença cárie são: dieta/substrato (carboidratos fermentáveis), microbiota (bactérias orais com poten-
cial cariogênico), hospedeiro (composição e fluxo salivar, natureza físico-químico, forma e alinhamento dos dentes na arcada) 
que devem estar atuando durante um determinado período de tempo. Lembrar que influência do núcleo familiar, do estado 
emocional, religião, nível sócio-econômico e cultural são fatores que também influenciam a etiologia da cárie dentária. 
Dieta: Efeito cariogênico, devido ao consumo de carboidratos, pode ser modificado por outros fatores, como a capacidade 
neutralizadora ou tampão da saliva, ou seja, a dieta cariogênica pode implicar na incidência de cárie variando de indivíduo 
para indivíduo. 
Importante diferenciar: 
Dieta: É o efeito local dos alimentos nos dentes, afeta o metabolismo da placa bacteriana , produção de ácidos (determina a 
cariogenicidade do alimento) 
Nutrição: Efeito sistêmico que os nutrientes ocasionam na saúde geral, crescimento e desenvolvimento de estruturas de todo 
o corpo, e o desenvolvimento pobre dos dentes, devido a má nutrição, pode influenciar na progressão da doença cárie. 
 
Importância dos hábitos alimentares: 
 
Necessidades nutricionais variam de acordo com a faixa etária. Lembrar que o índice de crescimento da criança ( se ela está 
crescendo e se desenvolvendo dentro dos padrões da sua idade) e não sua atividade física que irão determinar o apetite. 
Controle da dieta é importante não só para prevenção de cáries, mas também para evitar maus hábitos que possam levar à 
obesidade. 
Orientar a gestante: não introduzir precocemente carboidratos/açúcar na dieta do bebê. Hábitos alimentares incorretos 
aprendidos na infância dificilmente são modificados posteriormente. 
Com a etiologia da cárie dentária, a dieta também recebe influência do núcleo familiar, do estado emocional, religião, nível 
sócio-econômico e cultural. 
Leite materno X leite bovino: ambos produzem queda de pH e portanto são cariogênicos, mas o leite materno apresenta mais 
lactose (7,2%) do que o bovino (4,5%), ou seja, o leite materno seria mais cariogênico que o leite bovino, mas este geralmen-
te é oferecido com adição de açúcar. 
Cárie rampante ou de mamadeira: caracterizadas pela destruição extensa e rápida dos incisivos superiores e primeiros mola-
res, causada pelo líquido cariogênico que fica parado sobre os dentes durante o sono da criança. Inicialmente os dentes 
inferiores são protegidos pela língua durante a sucção, mas, em casos extremos, eles também podem ser atingidos. 
 
Análise alimentar: 
 
- Pode-se fazer um Recordatório alimentar (lembrando o que foi ingerido nas últimas 24 horas) e mais efetivamente, pode-se 
fazer o diário alimentar de 3 ou 7 dias (escrevendo em um papel tudo o que foi consumido nesses dias, inclusive as quanti-
dades de açúcar usadas para adoçar líquidos). 
- Analisar o tipo de dieta consumido pela criança, verificar a forma, consistência, frequência e período de ingestão dos ali-
mentos. 
- Observar a presença de açúcar oculto (ex.: uso de condimentos, ou medicações que contenham açúcar na formulação). 
- Lembrar da relação açúcar X afeto. Da mesma forma que alimentos como arroz e feijão estão relacionados a trabalhadores, 
sopa relacionado a doentes, o açúcar está relacionado ao carinho e afeto. 
- A cariogenicidade dos alimentos está ligada ao tempo total que permanece na cavidade oral até a sua remoção, e depende 
da consistência e adesividade do alimento, das características da anatomia dos dentes e das arcadas, dos 
movimentos musculares e fatores salivares (fluxo, viscosidade). Fica-se subentendido que alimentos “grudentos” e pastosos 
são mais cariogênicos do que alimentos fibrosos. 
 
Verificar o consumo diário dos grupos alimentares: lácteo; carnes; verduras e frutas; pães e cereais. 
 
A) Proteínas: dieta deficiente em proteínas durante a fase de desenvolvimento dentário provocará a formação de dentes 
menores, erupção retardada e aumento da susceptibilidade à cárie dental, sem alteração na composição mineral do dente. Já 
após a erupção dos dentes as proteínas apresentam efeito no metabolismo da placa dentária, neutralizando os ácidos. Em 
geral, dietas ricas em proteínas são pobres em carboidratos. 
Fontes de proteína: carne, ovos, leite e seus derivados, são proteínas animais. Trigo, centeio, aveia, feijão, soja, são exem-
plos de proteínas vegetais. 
 
B) Lipídeos: São fontes de energia para o organismo. As gorduras podem diminuir a atividade de cárie devido à formação de 
uma película protetora sobre a superfície dos dentes limitando o acúmulo de placa bacteriana ou pela interposição entre a 
superfície e os ácidos da placa. 
Fontes de lipídeos: as fontes mais saudáveis são os óleos vegetais insaturados. 
 
C) Carboidratos: Aqui se incluem os açúcares. A produção de ácido láctico através do metabolismo glicolítico dos açúcares 
é responsável pelo início da cárie. A síntese de polissacarídeos de adesão e o armazenamento são importantes para a colo-
nização bacteriana nas superfícies lisas. 
Fontes de carboidratos: eles estão presentes em todos os alimentos em quantidades variáveis como pão, batata, ervilhas, 
leite (lactose), frutas (frutose), mas o mais cariogênico dos açúcares é a sacarose, presente no açúcar refinado. 
 
 
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D) Minerais: cálcio, fósforo, magnésio e flúor são componentes básicos dos tecidos duros. Os minerais atuam tanto na for-
mação de dentes cáries-resistentes quanto na maturação pós-eruptiva. 
Fontes de minerais: (exemplos) = Leite (cálcio), trigo integral (fósforo), nozes (magnésio), Fígado (ferro), Chá, soja, peixe de 
água salgada (flúor), sal de cozinha (sódio). 
 
E) Oligoelementos: São outros elementos além dos minerais citados, como zinco, manganês, entre outros que podem estar 
relacionados com a prevenção de cárie. 
Fontes de Oligoelementos grãos não refinados, verduras. 
 
F) Vitaminas: São compostos não calóricos presentes em pequenas quantidades nos alimentos 
- vitamina A: sua deficiência durante o desenvolvimento do dentes provoca atrofia dos ameloblastos, pobre diferenciação dos 
odontoblastos, hipoplasia do esmalte e cálculos pulpares. Onde se encontra: fígado, gema de ovo, laticínios 
- vitamina D: promove absorção de cálcio e indiretamente de fósforo sendo essencial para a formação dos ossos e dentes. 
Ingestão diminuída de vitamina D pode sugerir o aumento na incidência e progressão da doença cárie. Onde se encontra: em 
poucos alimentos, a maior parte dessa vitamina provém de banhos de sol. 
- vitamina E: doença periodontal associado a baixos níveis desta vitamina ligada a hemorragias gengivais pela mudança na 
membrana dosvasos sangüíneos. A mobilidade dos dentes pode ocorrer devido à atrofia da membrana periodontal. 
Onde se encontra: óleos vegetais. 
- vitaminas do complexo B: B1 – sua falta prejudica a dentição, atua no crescimento, metabolismo e composição da placa 
bacteriana; deficiência de B2 - estomatite angular, glossite. A deficiência no complexo B apresenta manifestações ao redor da 
cavidade bucal (mucosa bucal, lábios e superfície da língua). Onde se encontra: carne de porco, cereais integrais. 
- vitamina C: está associado com o desenvolvimento dos odontoblastos e de outras células especializadas e com os produtos 
de secreção (ex.: colágeno). Manifestações bucais do escorbuto: gengivite hemorrágica, edematosa ausente em áreas eden-
tadas. Pode estar acompanhado por infeções bacterianas secundárias (GUNA). Estudos laboratoriais mostram que a carên-
cia de vitamina C produz odontoblastos com alterações degenerativas. Onde se encontra: sucos de frutas ( laranja, limão), 
aspargos, brócolis, etc... 
 
Substitutos do açúcar 
 
A) Adoçantes calóricos - os álcoois de açúcar são os mais comuns. Eles não provocam queda do Ph da placa bacteriana 
ou a queda é pouco acentuada. 
- Sorbitol: possui doçura moderada e é bem menos cariogênico que a sacarose. Possui efeito laxante maior que o xilitol. 
Consumo maior que 25g/dia pode causar diarréia. 
- Xilitol: apresenta cerca de 60% da doçura da sacarose. Não é metabolizado pelos microorganismos orais. Previne o apare-
cimento de lesões de cárie, devido à ausência de fermentabilidade e pela estimulação da secreção salivar. 
- Manitol, lactitol, maltitol: possuem potencial anticariogênico, mas não existem evidências de sua ação cariostática. 
- Esteviosídeo: extraído da planta estévia, é considerado um substituto da sacarose, podendo ser indicada para crianças. É 
um produto natural, sem efeitos colaterais. 
 
B) Adoçantes não calóricos - possuem sabor acentuado, não contém componente energético, portanto não são transfor-
mados em ácidos pelas bactérias. 
- Ciclamato: sua doçura é maior que a sacarose (30x). Não provoca alterações no Ph da placa, porque não é fermentado 
pelas bactérias encontradas na cavidade bucal. Seu uso em crianças deve ser controlado. 
- Sacarina: possui sabor extremamente adocicado (450x maior que a sacarose). Não é fermentada pelas bactérias do meio 
bucal. Possui gosto metálico final e também deve ser controlado em crianças. 
- Aspartame: doçura é 180x maior que a sacarose. Por ser um aminoácido, pode ser metabolizado pelo organismo; não é 
cariogênico, devido a sua propriedade inibitória do crescimento bacteriano, de formação e aderência da placa. Seu uso pode 
ser liberado para as crianças. 
- Sucralose: novo adoçante, desenvolvido no Reino Unido e aprovado pela FDA. Pode ser aquecido e não possui sabor me-
tálico final. 
- Acesulfame K: é o mais recente adoçante não-calórico com sabor bastante adocicado (200x maior que a sacarose). Não é 
cariogênico, apresenta boa estabilidade e tolerância a altas temperaturas. Seu uso deve ser controlado em crianças 
 
 
 
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2. HIGIENE BUCAL 
 
Biofilme dental ou placa bacteriana -> fator etiológico determinante da doença cárie e periodontal. 
Fator motivacional do paciente e dos responsáveis é muito importante. 
Agentes evidenciadores: são substâncias corantes que tingem a placa bacteriana. Apresentação: fucsina em solução alcoóli-
ca a 2%, eritrosina, lugol, iodo, azul-de-metilieno, verde-de-malaquita, marrom de Bismarck e plack-lite. 
 
Índice de placa Greene e Vermillion simplificado (OHI-S): é utilizado para dentes permanentes, mas pode ser adaptado 
para a dentição decídua. 
- avaliação de 6 dentes: faces vestibulares dos primeiros molares permanentes superiores e a lingual dos inferiores, faces 
vestibulares dos incisivos centrais direitos, superior e inferior (para a dentição decídua se avalia os segundos molares decí-
duos e os incisivos centrais direitos, nas mesmas faces). 
A avaliação é realizada da seguinte forma: 
0 - quando não há depósito. 
1 – depósitos não vão além de um terço da superfície dental. 
2 – depósitos que cobrem mais de um terço, não ultrapassando dois terços da superfície. 
3 – depósitos cobrem mais de dois terços da superfície. 
- após o registro somar os valores obtidos em cada dente e dividir pelo número de superfícies (6) para obter média individual 
determinando assim o índice de placa do indivíduo. 
 
Período entre a erupção do primeiro dente até a completa oclusão funcional dos dentes posteriores: 
- erupcionam novos sítios que podem ser colonizados pelos microorganismos cariogênicos. 
- favorece condições para o acúmulo de biofilme com potencial cariogênico, pela falta parcial de uso funcional. 
- apresentam anatomia oclusal rebuscada com variabilidade de sulcos e fissuras. 
- período de maturação pós-eruptiva. 
 
Controle da placa somente com escova: Método limitado de controle da cárie dentária devido ao diâmetro das cerdas e pou-
co tempo gasto durante a escovação _ impede a remoção completa da placa em todas as superfícies. A escova promove 
desagregação/ou remoção do biofilme dental. 
 
Escovação + agente químico (flúor) + uso regular do fio dental = métodos efetivos para prevenção tanto da cárie quanto da 
doença periodontal. 
 
CONTROLE MECÂNICO DA PLACA BACTERIANA 
 
1. ESCOVAS 
 
Prática de higiene precoce deve ser instituída no início da erupção dos dentes decíduos para evitar a fixação do Streptococ-
cus mutans. 
A técnica deve ser compatível com a idade e desenvolvimento neuromotor da criança. 
É importante seguir uma seqüência, ter boa visibilidade e posição segura para evitar movimentos bruscos da criança. 
O evidenciador cora a placa bacteriana e facilita a visualização das áreas afetadas. 
Crianças de 2 a 2,5 anos já querem escovar sozinhas- incentivar motricidade fina da criança ainda está pouco desenvolvida, 
portanto a escovação deve ser supervisionada até + 7 a 8 anos. 
 
Higiene antes da erupção dos dentes 
- Massagear a gengiva 
- Limpeza = remoção de leite ou alimentos que estão estagnados nas comissuras labiais e na cavidade bucal com 
dedeiras, gaze ou fralda umedecida em água filtrada ou fervida, 1x/dia (imunoglobulinas liberadas pelo leite protegem o 
assoalho da mucosa bucal contra infecções). 
 
Higiene após a erupção dos dentes 
- escova de dentes e fio dental, cuidado com uso de flúor. 
 
Posição para escovação 
- higiene no colo _ posição de amamentação. 
- posição joelho a joelho _ com auxílio de outra pessoa, sentados de frente, com os joelhos encostados. O bebê deve 
estar deitado de costas sobre as pernas dos pais e seus braços devem ser contidos por um deles, enquanto o outro 
apoia a cabeça e faz a higienização. 
- colocada no colo da mãe e apoiada entre as pernas. 
- contenção para crianças maiores não cooperadoras _ responsável sentado no sofá ou no chão com a criança entre 
as pernas – contenção das pernas da criança enquanto um braço apoia a cabeça, o outro faz a higienização. 
- posição de Starkey: recomendada para crianças em idade pré-escolar e com pouca habilidade manual. A criança fica em 
pé, na frente e de costas para mãe, e encosta a cabeça contra ela. A mãe usa a mão esquerda para segurar e estabilizar a 
mandíbula e com os dedos desta mão afasta os lábios e as bochechas, com a mão direita empunha a escova executando os 
movimentos da escovação. 
Para a arcada inferior, a mandíbula deve estar posicionada num plano horizontal e para a arcada superior, a cabeça deve ser 
um pouco fletida para trás de modo que a mãe possa ter uma visão direta. 
 
 
 
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Técnicas para criança em idade escolar: 
 
- Técnica de Fones: a criança empunha a escova e com os dentes cerrados faz movimentos circulares na face 
vestibular de todos os dentes. Na face palatina/lingual os movimentos também são circulares e na face oclusal/incisal os 
movimentos são no sentido ântero –posterior. 
- Técnica de Stillman modificada: escova é colocada com o longo eixo das cerdas lateralmente contra a gengiva e estas 
são deslizadas de gengival para oclusal/incisal. Quando as cerdas estiverem junto ao ponto de contato dos dentes, devem 
ser realizados movimentos vibratórios. 
- Técnica de Bass: durante a escovação as cerdas são forçadas diretamente no sulco gengival, num ângulo de 45 graus 
com o eixo do dente, fazendo movimento curto para frente e para trás, vibratórios, deslocando todo o resíduo existente na 
área; conforme movimenta a escova, os dentes e a gengiva vão sendo limpos. As superfícies oclusais são escovadas mo-
vendo a escova para frente e para trás. 
 
Escovas dentais 
Escovas para menores de 3 anos: cabeça pequena, cerdas extra macias, extremidade arredondada, estreita, oferecendo boa 
empunhadura. A troca deve ser realizada a cada 2 meses pois as cerdas perdem a elasticidade e tornando ineficaz para a 
higiene correta (crianças pequenas têm o hábito de morder a escova reduzindo a vida útil). 
 
Escovas infantis: 
 
- cabo: retangular ou achatada para melhorar o apoio. 
- cabeça: tamanho entre 25 e 32 mm (pequena a média) por 8 a 11 mm de largura, apresentando 3 x 6 ou 3 x 8 fileiras 
de tufos. 
- cerda: artificial (náilon), diâmetro regular, menor redução de rigidez quando imerso em água, pontas arredondadas, 
consistência média ou macia (dependendo da técnica utilizada), comprimento uniforme. 
 
Funções e efeitos básicos da escovação: 
 
- remover os depósitos de resíduos alimentares nos dentes, acúmulo de microorganismos e recentes indultos supragengivais 
não calcificados. 
- deslocar resíduos alimentares e acúmulos de microorganismos das faces interproximais nas áreas de contato entre os den-
tes. 
- realizar massagem gengival suave, para promover circulação sangüínea e queratinização do epitélio adequada. 
- não irritar ou dilacerar o tecido gengival. 
- não desgastar a estrutura dental. 
Tempo necessário para correta limpeza: 10 a 15 minutos. 
 
2. DENTIFRÍCIO 
 
Utilizar com cautela até os 3 anos de idade pois as crianças são incapazes de controlar a expectoração, deglutindo a maior 
parte. 
Crianças menores de 5 anos ingerem 30% do dentifrício e a maioria dos dentifrícios infantis apresentam concentração de 
1000 ppm de flúor _ ingestão contínua de alta concentração de dentifrício (risco de fluorose). Utilizar creme dental com flúor – 
concentração 1000 ppm em pouca quantidade para prevenir desenvolvimento de lesões de cárie em crianças. 
Importante colocar uma quantidade reduzida (técnica transversal) pelo adulto. 
Ver capítulo de Flúor. 
Creme dental deve conter abrasivos ou mistura de abrasivos = agentes polidores. As partículas devem ser duras o bastante 
para limpar os dentes mas não tão duras a ponto de “arranhar” o esmalte ou a dentina. 
 
3. FIO DENTAL 
 
Utilizado para limpeza dos espaços interdentais _ indispensável para a perfeita higienização bucal. Deve ser iniciado após o 
irrompimento dos 4 incisivos ou quando existir a presença de algum contato proximal. 
Pode ser utilizado fio encerado ou não. As vantagens do fio encerado são: menor diâmetro, passando mais facilmente pelos 
contatos interproximais mais apertados; sob tensão distende-se sobre a superfície do dente com cada fibra atuando separa-
damente como uma lâmina cortante para desalojar resíduos alimentares; o fio encerado faz um ruído agudo quando usado 
sobre uma superfície dental limpa e esse ruído pode ser utilizado como orientação. 
Modo de usar: o fio dental deve medir de 25 a 45 cm e ser enrolado em torno do dedo médio de uma das mãos e posicionado 
com as pontas dos dedos indicadores. A distância dos dedos indicadores deve ser de 2 a 3 cm com o fio bem esticado, mas 
não sob tensão, movimentado de vestíbulo-lingual até a área de contato, para então ser trabalhado apicalmente dentro do 
sulco gengival. O fio se move de cima para baixo, abraçando bem a superfície interproximal. 
 
 
 
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7 
CONTROLE QUÍMICO DA PLACA BACTERIANA 
 
Substâncias quimioterápicas: impedem a instalação, diminuem a velocidade ou interrompem o progresso da cárie sem a 
remoção operatória da lesão. Vários agentes vêm sendo utilizados: nitrato de prata, fluoreto de prata/estanho, diamino fluore-
to de prata, clorexidina e vernizes de flúor. 
* está se intensificando a atenção à remineralização de lesões de cárie não cavitadas e lesões que progrediram além de 1/3 
da espessura da dentina. Como cerca de 60% das lesões que se estendem até a metade da dentina não são cavitadas e 
pelo fato da velocidade de progressão das lesões serem geralmente muito lenta, dentes com estas características devem ser 
indicadas para remineralização desde que o paciente faça parte de um programa de proservação com vigilância atenta. 
 
Diamino fluoreto de prata (Cariostático) 
 
Eficaz na prevenção e paralisação de lesões de cárie em fóssulas e fissuras. Esta substância forma fluoreto de cálcio menos 
solúvel na superfície dentária e precipita fosfato de prata, dificilmente solúvel, e responsável pela coloração preta por ação da 
luz e de redutores. O íon Ag tem ação coagulante protéico, formando uma proteína de prata com efeito inibitório sobre uma 
série de enzimas e com ação antibacteriana potente. Este íon entra em contato com o cianeto salivar, produzindo cianeto de 
prata, ficando retido por períodos prolongados. 
 
Diamino fluoreto de prata: 
- aumenta a resistência do mineral aos ácidos. 
- inibe a solubilidade da proteína dentária sob ação da protease. 
- fecha os túbulos dentinários. 
- remineraliza a dentina amolecida. 
- inibe a aderência e o crescimento dos S. mutans à superfície de esmalte. 
- inibe a formação do biofilme bacteriano e a desmineralização subsuperficial do esmalte. 
- tem efeito cariostático e preventivo. 
 
Indicações: 
- prevenção e paralisação de lesões de cárie dentária em crianças. 
- prevenção de lesões de cárie secundárias. 
- dessensibilização da dentina hipersensível. 
 
Desvantagem: estética (após a aplicação a área fica enegrecida) 
Protocolo: proteção dos tecidos moles com vaselina, isolamento, profilaxia, secagem do campo, aplicação do diamino 
fluoreto de prata a 30% (3 sessões ao mês); esfregaço com bolinha de algodão por 3 a 5 minutos. 
 
Marcas comerciais: Cariostático (Inodon), Biorode (Herpe), Safride di Walter (Polidental), Saforide. 
 
CLOREXIDINA (digliconato de clorexidina) 
- É uma clorofenil bisguanina utilizada como sal de gluconato com resultados favoráveis no controle de bactérias. 
- Possui amplo espectro de ação (tanto para bactérias gram- positivas quanto gram-negativas). Efeito bacteriostático e bacte-
ricida. 
- Alta substantividade (capacidade de retenção e manutenção na cavidade bucal) com efeito residual de cerca de 48hs. 
- verniz –> efeito inibidor no desenvolvimento de lesões de cárie em fissuras e no número de S. mutans no biofilmedental até 
3 meses após sua última aplicação. A efetividade e a duração da inibição do S. mutans dependerá da concentração do verniz 
e do número de aplicações. A recolonização da superfície após certo período é variável (3 semanas a 4 meses) seguindo um 
padrão específico -> os microorganismos reaparecem primeiro nos dentes posteriores e depois nos anteriores devido a difi-
culdade em desinfetar regiões mais retentivas. 
- tratamento alternado com o verniz de clorexidina e com o de flúor mostrouuma redução significante do S. mutans por pelo 
menos 3 meses. 
- lembrar que a aquisição inicial de S. mutans é precoce (entre 12 e 18 meses, 71% das crianças já estão infectadas). 
- É seguro e efetivo (baixa toxicidade). 
- Sabor desagradável. 
 
- Indicações: durante o período da janela de infectividade, atividade e alto risco da doença, presença de grande concentração 
de bactérias cariogênicas, lesões de mancha branca ativas, pacientes com higiene bucal inadequada, xerostomia, pacientes 
portadores de aparelhos ortodônticos ou com múltiplas restaurações e na prevenção familiar de contaminação cruzada. 
 
- Mecanismo de ação: inibição da adesão bacteriana nas superfícies dentárias; restrição da quebra de carboidratos (transpor-
te, glicólise); redução da migração de íons; restrição da proteólise; contenção do metabolismo de aminoácidos. 
Modo de apresentação: Dentifrício, gel, verniz, solução. 
Protocolo: profilaxia, isolamento e secagem do campo, aplicação do verniz de clorexidine (3 sessões consecutivas 
durante 2 semanas). Reaplicações de acordo com o programa preventivo estabelecido, baseado no perfil de risco circunstan-
cial do paciente. 
 
 
 
 
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2. FLÚOR 
 
O flúor apresenta um grande impacto no desenvolvimento da doença cárie mas seu uso deve estar associado com medidas 
para desorganização/remoção do biofilme bacteriano e “consumo controlado” de carboidratos fermentáveis. 
 
IMPORTÂNCIA DO USO DIÁRIO DE FLÚOR PARA ESTABELECER E MANTER UMA CONCENTRAÇÃO SIGNIFICATIVA 
NA SALIVA E NO FLUIDO DO BIOFILME, A FIM DE CONTROLAR A DISSOLUÇÃO DE ESMALTE 
Larsen, Brunn, 2001 
Pessan et al., 2008 
 
O FLÚOR TAMBÉM.... 
- Interfere no crescimento e metabolismo bacterianos, 
- Atua na cadeia glicolítica, reduzindo a produção de ácidos pelos microrganismos bucais e interferindo na regula-
gem enzimática do metabolismo dos carboidratos o que reduz o acúmulo de polissacarídeos intra e extracelulares. 
- Maltz, 1996; Cameron, Widmer, 2001. 
 
 
EFEITOS TÓXICOS DO FLÚOR 
 
a. intoxicação aguda 
- dose certamente letal (DCL) = 32 a 64 mg de F/kg 
- dose seguramente tolerada (DST) = 9 a 16 mg de F/kg 
- dose provavelmente tóxica (DPT) = 5,0mg de F/kg 
- ingestão crônica o limite é de 0,07mg de F/kg/dia 
 
Sintomas da intoxicação aguda: depende da dose. Pode ocasionar problemas gastrointestinais até paralisia cardiorespirató-
ria. 
Primeiros sinais: dor difusa no abdome, náusea e vômito, diarréia e excessiva salivação. 
Medidas para diminuir a absorção: provocar vômito, dar grandes quantidades de cálcio, administração de hidróxido de alumí-
nio ou hidróxido de magnésio e lavagem gástrica. 
 
b. intoxicação crônica 
- ingestão crônica -> limite = 0,07mg de F/kg/dia. 
 
Fluorose = distúrbio ou defeito de formação do esmalte dental devido a exposição de altas concentrações de flúor durante o 
período de desenvolvimento dentário. A severidade da intoxicação crônica depende da dose, da direção de exposição, do 
estágio da atividade do ameloblasto, da idade da criança e da susceptibilidade individual. É um distúrbio de desenvolvimento 
caracterizado por esmalte branco-opaco variando de linhas brancas a áreas opacas pequenas ou extensas. Período de sus-
ceptibilidade crítico para alterações estéticas que afetariam os incisivos centrais superiores -> 22 a 26 meses de vida. Perío-
do de risco estético -> 20 a 30 meses. 
 
Tratamento: 
Microabrasão 
Ácido de baixa concentração para segurança dos tecidos bucais 
Facetas 
Restaurações com resina composta 
 
FLÚOR SISTÊMICO 
 
Efeito sistêmico está relacionado com a ingestão do flúor de modo a atingir os dentes em formação (efeito pré-eruptivo). 
Antigamente pensava-se que a ingestão de flúor sistêmico formaria Fluorapatita (FA). Hoje se sabe que, quando se ingere o 
flúor durante a formação dos dentes, não há formação de FA, mas sim de apatita fluoretada (AF). Para tornar o esmalte mais 
resistente aos ácidos seria necessário 30000 ppm de F. 
A quantidade de AF não torna o dente resistente aos ácidos, mas funciona como um reservatório de flúor, ou seja, quando o 
esmalte é atacado pelos ácidos ao invés de perder minerais, a AF é que se dissolve no meio bucal, polpando o esmalte den-
tário. 
O esmalte formado na presença de flúor tem menor concentração de carbonato do que o mineralizado na sua ausência. 
O carbonato forma apatita carbonatada que torna o dente mais solúvel aos ácidos. A concentração de carbonato no esmalte 
é maior no terço gengival, na base das fissuras, nos dentes decíduos, na dentina e em dentes recém erupcionados, sendo 
esses mais susceptíveis a cárie dental. 
O efeito sistêmico do flúor está mais relacionado com a diminuição da quantidade de carbonato do que com a formação de 
AF que poderia ser formada após aplicação tópica de flúor profissional (dissolve a apatita carbonatada e ocorre reestrutura-
ção mineral do dente) ou uso regular de dentifrício fluoretado. 
 
Método de flúor sistêmico 
Água fluoretada - temperatura ambiental média e a concentração de flúor na água (clima temperado 1,0ppm de F e países 
tropicais 0,7ppm). 
Suplementação de Flúor – observar risco X benefício: o efeito pré-eruptivo do flúor representa um pequeno impacto na pre-
venção de cárie dentária e um risco evidente de produção de fluorose dental. 
 
 
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FLÚOR TÓPICO 
 
Mecanismo de ação: a quantidade de fluoreto de cálcio depositada sobre a superfície dentária é influenciada por alguns fato-
res como concentração, pH e tempo de aplicação do produto empregado. Quanto maior a concentração do produto (acima de 
100ppm) e mais baixo seu pH, maior a quantidade de fluoreto de cálcio formada. Outro fator que interfere nessa quantidade é 
a freqüência de aplicação. 
Depois que o CaF2 é formado, a superfície é coberta por íons cálcio, fosfato e proteínas da saliva formando uma capa prote-
tora que retarda a dissolução do composto fazendo com que ele atue como um agente de liberação lenta de fluoreto. Quando 
ocorre diminuição do pH da placa, a camada de fosfato de cálcio é solubilizada, expondo o CaF2 que se dissolve parcialmen-
te liberando fluoreto e íons cálcio para o meio. Na presença de flúor, o pH crítico da desmineralização muda de 5,5 para 4,5. 
Quando o pH cai abaixo de 4,5, mas a placa está subsaturada com relação à FA, o esmalte dissolve vagarosamente mesmo 
na presença de altas concentrações de fluoreto. Após algum tempo de ação do fluxo salivar e da capacidade tampão da 
saliva o pH retorna ao nível fisiológico. Pequena parte do CaF2 reage com a HA e forma AP. 
 
A duração do “reservatório” está relacionada com a quantidade de CaF2 formada e depende: 
- da concentração e frequência do flúor aplicado. 
- é função inversa ao pH, ou seja, quanto menor pH, maior formação de CaF2 
- depende da disponibilidade de cálcio. 
- embora a formação de CaF2 esteja relacionada com o tempo de aplicação, não há diferença quando se utiliza 1 ou 4 minu-
tos. 
- maior formação de CaF2 ocorre no dente com lesão de cárie do que no dente íntegro. 
 
1. Aplicação Tópica Profissional (ATP): 
 
1a. FLUORETO DE SÓDIO a 2% (pH neutro) 
Método proposto por Knutson et al. (1947): 
Por ser um produto menos concentrado, pode ser útil em crianças menores que têm dificuldade de controlar a ingestão du-
rante a aplicação, e que não aceitam o FFA (fluorfosfato acidulado), devido ao seu sabor ácido. 
Sua indicação mais importante é para pacientes portadores de restaurações estéticas, uma vez que não altera esses materi-
ais, e é indicado ainda após a técnica da microabrasão.A técnica de aplicação do NaF a 2% é semelhante à do FFA a 
1,23%. 
 
1b. FLUOR FOSFATO ACIDULADO a 1,23% (pH ácido) 
Forma de apresentação: gel e espuma/mousse. 
 
Técnica de aplicação: 
limpeza dos dentes, isolamento e secagem, aplicação durante 1 minuto. Pode-se também aplicá-lo com uso de moldeiras, 
com cuidado para que não seja deglutido. O uso de fio dental embebido em gel entre as superfícies proximais também é 
recomendado. 
 
Desvantagem: não utilizar sobre restaurações de resina ou ionômero de vidro pois pode produzir alterações nesses materiais 
– aumento da rugosidade (Takiuti et al., 1997) e aumenta o manchamento pela penetração de corantes (Guerra et. Al., 2000) 
. 
O flúor acidulado não deve ser acondicionado em vidro, pois forma ácido fluorsilícico. 
 
1c. FLUORETO DE ESTANHO (solução ácida, pH entre 3,2 e 2,5). 
Uso no Brasil é muito restrito. 
 
Técnica de aplicação proposta por Muhler: 
limpeza dos dentes, isolamento do campo, secagem dos dentes, aplicação da solução com cotonetes (8 para cada hemiarco) 
durante 30 segundos, remoção do isolamento sem colocar água. Paciente não deve ingerir nada durante 30 minutos. 
Aplicação restrita e em fórmulas especiais (sensibilidade dentinária ou alta incidência de cárie). 
 
Desvantagem: dificuldade de encontrar o sal, fácil oxidação, necessidade de preparar a solução na hora do uso, sabor desa-
gradável, possibilidade de descamação gengival, risco de manchamento nos dentes descalcificados ou nas bordas das res-
taurações, técnica muito complexa. 
 
Vantagem: eficaz na capacidade de reduzir a incidência de cárie. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Recomendações e cuidados após ATP 
 
1. não enxaguar 
2. não comer, nem beber no mínimo durante 30 minutos após a aplicação 
3. quanto ao flúor dar preferência para os que apresentam características tixotrópicas (quando não submetido a pressão 
mantém-se em gel, quando submetido a pressão torna-se mais fluido) 
4. este método é mais indicado para crianças maiores que 3 anos. 
5. nunca aplicar o gel de FFA em jejum.(maior absorção em caso de ingestão) 
6. FFA pode produzir alterações nas superfícies de materiais que apresentem partículas de vidro 
 
1d. VERNIZES FLUORETADOS: 
Apresentam base de verniz a qual é incorporado o flúor provocando liberação lenta por um período prolongado (12 horas) _ 
menor pico plasmático do flúor quando comparado com o gel = segurança na aplicação, bom para uso em crianças menores 
de 3 anos. 
 
Método de aplicação é a limpeza da superfície dental, isolamento relativo com algodão, secagem da superfície dental e apli-
cação de uma fina camada do produto com auxílio de pincel. Após aplicação gotejar água para acelerar o endurecimento do 
verniz. Recomenda-se não ingerir alimentos sólidos nas primeiras 4 horas e evitar escovação durante 12 horas. 
Nomes comerciais: Duraphat (NaF a 5% ou F a 2,26% = 22600ppm de F em base de colofônia de pH neutro), Flúor protector 
(difluorsilano a 0,7% = 7000ppm de F em pH ácido) 
Vantagem: fácil aplicação, boa aceitação pelos pacientes, maior segurança, menor tempo de atendimento, pode ser utilizado 
em pacientes de pouca idade, se for o flúor protector, ele é incolor e alto brilho (preferível para adolescentes e adultos) por 
estética. 
 
Desvantagem: custo (produtos importados – tem maior fluidez e menor viscosidade), coloração amarelada após aplicação 
com Duraphat (avisar os pais), sabor desagradável e possibilidade de ardor semelhante a acetona com uso do flúor protector. 
Cuidado: não aplicar sobre a gengiva com sangramento -> possibilidade e risco de manifestação alérgica por contato com 
base de colofônia (Duraphat) e poliuretano (Flúor protector). 
 
Tratamento para intoxicação aguda 
- Ingestão menor que 5 mg de F/kg: prescrição de cálcio via oral (leite) e algumas horas de observação. 
- Ingestão maior que 5 mg de F/kg: indução do vômito, cálcio via oral, internação hospitalar. 
- Ingestão maior que 15 mg de F/ kg: indução do vômito, internação com monitoramento cardíaco, administração 
endovenosa de cálcio, de diuréticos e soro bicarbonatado 
 
Intoxicação crônica 
- Ingestão de flúor em pequena quantidade porém por um longo período de tempo. 
 
Afeta dentes homólogos por ser um distúrbio de desenvolvimento. 
- Histologicamente observa-se hipomineralização com a presença de poros na subsuperfície, estando a superfície 
externa do esmalte bem mineralizada. Clinicamente a porosidade é representada pela opacidade – linhas finas es-
branquiçadas até quadros em que toda a superfície é atingida. 
- Limite diário p/ fluorose: 0,07 mgF/Kg peso/dia 
 
2. Dentifrícios 
 
É o método mais utilizado. A concentração de flúor necessária para que o dentifrício seja eficaz para prevenção de cárie é de 
no mínimo 1000 ppm. 
Segundo a recomendação da Associação Dentária Americana (ADA) publicada no JADA 2014;145(2):190-191: 
 
Crianças menores que 3 anos: a partir da erupção do primeiro dente na cavidade bucal, os pais ou responsáveis devem es-
covar com creme dental COM FLÚOR em quantidade semelhante a um grão de arroz (smear). A escovação deve ser feita 
duas vezes ao dia (manhã e noite) ou segundo a recomendação do dentista. A escovação deve ser feita pelo responsável 
para garantir que uma pequena quantidade de creme dental está sendo usada. 
Para crianças de 3 a 6 anos: Os pais ou responsáveis devem colocar quantidade semelhante a um grão de ervilha de creme 
dental COM FLÚOR duas vezes ao dia (manhã e noite) ou segundo a recomendação do dentista. Os pais ou responsáveis 
devem supervisionar a escovação para minimizar a ingestão de creme dental. 
 
3. Bochechos com soluções fluoretadas 
 
Utilizados em programas de saúde coletiva devido relação custo/benefício, método simples e de baixo custo. 
É indicado para as fases onde existe aumento do risco de desenvolver a doença cárie e quando existe dificuldade de controle 
da placa. 
Durante a fase de erupção do 1º malar permanente ->maturação pós eruptiva. Devido ao processo lento de erupção existe 
grande dificuldade de remoção de placa nesta região. 
 
Forma de apresentação: NaF 0,05% para uso diário ou NaF 0,2% (semanal); fluorfosfato ácido 0,02% (diário). 
Vantagem: bem aceitos em programas de saúde pública em escolas, preparo fácil, pouco dispendioso, fácil de ser aprendido 
pela criança e mesmo que a solução seja ingerida acidentalmente, não há problemas de intoxicação. 
 
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Indicado para crianças maiores que 6 anos. 
 
 
produto % do agente ppm de F mg de F/ml 
FFA (gel acidulado) F a 1,23% 12300 12,3 
NaF (gel neutro) NaF a 2,0% 9000 5,0 
Duraphat, Duraflur, Fluorniz (verniz) NaF a 5,0% 22600 22,6 
Flúor protector (verniz) F a 0,7% 7000 7,0 
Bochecho com NaF (diário) NaF a 0,05% 225 0,22 
Bochecho com NaF (semanal) NaF a 0,2% 900 0,90 
 
 
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------------------ Aula de Flúor – Informações complementares ------------------ 
------------------ Muito Importante!!! ------------------ 
 
Cálculos da dose: 
 
1ppm significa 1 parte por milhão, o que quer dizer : 
1g flúor em 1.000.000 g ou ml de água (1parte de flúor em um milhão de partes de água). 
 
Como a toxicidade ou dose de flúor se mede em mg, pode-se transformar a fórmula em: 
1000 mg flúor em 1.000.000 g ou ml de água 
 
Se quiser pode simplificar, cortando os zeros (dividindo pormil), resultando: 
1 mg flúor em 1000 g ou ml: ou seja 1ppm = 1 mg F em 1000g ou ml 
 
Por exemplo, se formos usar o flúor em gel, que tem 12.300 ppm de flúor, como calcularemos a quantidade de flúor 
utilizada? 
12.300 ppm 12.300 mg F/ 1000g de gel 
 
Se dividirmos por mil, teremos: 
12,3 mg F/ g de gel 
 
Considerando que em cada aplicação usamos ao redor de 5 g de gel, então: 5 X 12,3 mg F= 61,5 mg de flúor. 
A dose provavelmente tóxica é de 5 mg de flúor por quilo de peso, então se tivermos uma criança de 20 quilos (por volta de 3 
anos) a dose provavelmente tóxica seria de 100mg, portanto, maior que a dose rotineira utilizada, e sem chance de causar 
problemas. Entretanto, se for uma criança de 10 quilos (bebê), a dose provavelmente tóxica já seria de 50 mg, portanto a 
criança estaria submetida a maior risco com o uso desta quantidade de flúor na moldeira. 
 
 
 
 
Intoxicação crônica: 0,07 mg F/kg/dia 
Criança de 10 kg – 0,7 mg /F / dia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FLUOROSE 
 
Em relação à fluorose, a dose de risco é a ingestão maior que 0,07 mg/quilo/dia, pois depende da exposição crônica. 
Exposição crônica significa uso rotineiro, o que é mais comum pelo uso de dentifrícios, bochechos e pela dieta. 
 
Tomemos como exemplo o dentifrício, que tem ao redor de 1000 ppm: 
1.000 ppm 1000mg F/ 1000g de dentifrício 
Ou: 1 mg F/ 1g de dentifrício 
Se a criança coloca esta quantidade e ingere ¼ (0,25 mg F) em cada escovação e escova os dentes 3 vezes por dia, 
estará ingerindo somente com o dentifrício 0,75 mg F/dia. Se ela pesa 10 quilos (bebê) a dose de risco para fluorose 
seria de 0,7 mg F/dia, portanto apenas com o dentifrício ela já está praticamente no limite e ainda tem as fontes sistêmicas 
(como água e dieta!) 
 
Com a recomendação atual da ADA (2014), uma criança com 10 kgs ( ao redor de 1 ano de idade)deve escovar os dentes 
com uma pequena quantidade de creme dental fluoretado 1000 ppm , ¨smear” em torno de 0,1 g de dentifrício ou 0,1 mg de 
flúor e a partir dos 3 anos deve escovar com uma quantidade semelhante a um grão de ervilha , em torno de 0,25 g de creme 
dental ou 0,25 mg de flúor. 
 
 
 
 
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Bibliografia Recomendada 
 
Rodrigues, CRMD; Sanglard, L . Flúor. In: Guedes- Pinto,AC; Bonecker, M; Rodrigues, CRMD. Fundamentos de Odontologia 
– Odontopediatria. São Paulo: Santos. P.203-228. 
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Paulo: Santos. 6ª ed. p. 285-298. 2000. 
Chedid, S. J.; Guedes-Pinto, A. C. Flúor – uso interno. In: Guedes-Pinto, A. C. Odontopediatria. São Paulo: Santos. 7ª 
ed. p. 381-414. 2006. 
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Guedes-Pinto, A. C. Hábitos alimentares e a cárie dentária. In: Guedes-Pinto, A. C. Odontopediatria. São Paulo: 
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São Paulo: Santos. 2 ed. p. 343- 366. 2005 
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Bibliografia consultada 
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Odontopediatria. São Paulo: VM Comunicações. p.68-77. 2002. 
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Sant’Anna, G. R.; Bönecker, M. J. S.; Duarte, D. A.; Suga, S. S. Cariologia. Diagnóstico, controle e tratamento. São 
Paulo: Santos. 82p. 2001. 
Weyne, S. C.; Harari, S. G. Cariologia: implicações e aplicações clinicas. In: Baratieri, L B, et al. Odontologia 
restauradora. Fundamentos e possibilidade. São Paulo: Santos. p.3-29. 2002. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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TRAUMATISMO DENTAL EM ODONTOPEDIATRIA 
 
O traumatismo dental pode afetar crianças muito pequenas, através dos primeiros esforços para engatinhar, sentar e nas 
tentativas de andar e correr. No início a criança se apresenta insegura, falta-lhe experiência e coordenação, mas gradual-
mente passa de um estado de total dependência de movimentos, para a independência e estabilidade sempre acompanhada 
do entusiasmo infantil. O traumatismo dental pode causar trauma físico, emocional e psicológico, além de trazer conseqüên-
cias tanto para os dentes decíduos como também para os permanentes. 
 
Freqüência - 16 a 30% 
 
Sexo - masculino > feminino 
 
Faixa etária mais atingida - 10 a 24 meses 
 
Localização mais freqüente - Incisivos superiores 
 
Número de dentes afetados - mais de um 
 
2. CONDUTAS FRENTE AO TRAUMATISMO NA DENTIÇÃO DECÍDUA: 
 
2.1 ANAMNESE 
História médica resumida 
Anamnese: 3 perguntas importantes: COMO, QUANDO E ONDE ocorreu o trauma? 
Investigar: inconsciência, cefaléia, amnésia, náuseas e vômitos =se houver relato de algum desses fatos encaminhar ao 
médico. 
Houve lesão anterior no dente? Ou é a primeira vez que ocorre o trauma? 
 
2.2 EXAME CLÍNICO 
Realizar previamente a limpeza da área com água, soro fisiológico, sabão neutro ou clorexidina a 0,12%. 
Avaliar tecidos moles, dentes e tecido ósseo. Verificar a ocorrência de fratura coronária, exposição pulpar e observar a 
posição do dente em relação aos seus adjacentes e sinais de fraturas radiculares. Observar a presença ou não de lesões 
cruentas ou dilaceradas, presença de corpos estranhos, fraturas ósseas no rebordo alveolar, hematomas ou edemas. 
 
2.3.1 EXAME RADIOGRÁFICO: 
Rx oclusal com filme periapical 
Rx periapical com posicionador 
Rx lateral com filme periapical 
 
Obs.: O exame radiográfico não é tridimensional, mas permite observar: 
Fraturas radiculares 
Estágio da raiz em desenvolvimento 
Dimensão da câmara pulpar 
Radioluscência periapical 
Reabsorções internas e externas 
 
2.3.2 TESTES DE PERCUSSÃO E DE VITALIDADE: 
NÃO FAZER TESTE DE VITALIDADE, DEVIDO À SENSIBILIDADE, E DIFICULDADE DE RESULTADOS 
VERDADEIROS. 
 
3. CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES DENTÁRIAS TRAUMÁTICAS 
 
LESÕES AOS TECIDOS MOLES 
LESOES AOS TECIDOS DE SUPORTE 
LESÕES AOS TECIDOS DUROS 
 
4.TRATAMENTO DAS LESÕES DENTÁRIAS TRAUMÁTICAS 
 
4.1 DOS TECIDOS MOLES 
 
LACERAÇÃO: ferimento raso ou profundo resultante de dilaceração tecidual, produzido por objeto cortante). 
 
TRATAMENTO: 
Após a limpeza e remoção de corpos estranhos da região lesada, faz-se o reposicionamento do retalho e sutura se necessá-
rio. 
Lacerações menores da gengiva e mucosa não requerem sutura. 
A utilização de clorexidina a 0,12% pode auxiliar no reparo tecidual. Na suspeita de alto índice de contaminação, a profilaxia 
antitetânica e antibioticoterapia são indicadas. 
 
 
 
 
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CONTUSÃO: ferimento produzido por impacto com objeto sem corte, causando hemorragia submucosa – equimose). 
 
TRATAMENTO: 
Não requer tratamento, pois o sangramento é reabsorvido localmente. 
 
ABRASÃO: é a lesão superficial ocasionada por raspagem da mucosa, que deixa uma superfície hemorrágica e escoriada). 
 
TRATAMENTO: 
O tratamento é sintomático. Gaze embebida em solução anódina, que contém benzocaína (Ex.: Cepacaína®, 
Gingilone®) pode ser utilizada para atenuar a dor durante a alimentação. 
 
4.2 DOS TECIDOS DE SUPORTE 
 
CONCUSSÃO: 
 
Lesão das estruturas de sustentação dos dentes 
Rompimento de pequeno número de fibras, sem sangramento visível no sulco gengival. 
- Não há deslocamento ou mobilidade 
- Não requer tratamento específico 
- Limpeza da área, repouso do dente, acompanhamento 
 
SUBLUXAÇÃO: 
 
Pequena a moderada intensidade 
Rompimento de fibras e pequeno sangramento no sulco gengival ( diferencia de concussão) 
Pode ocorrer pequena mobilidade mas sem deslocamento do dente e ligeiro aumento do espaço pericementário no exame 
radiográfico 
 
- Não requer tratamento específico 
- Limpeza da área, repouso do dente, acompanhamento 
 
LUXACAO LATERAL: 
 
Rompimento de fibras do ligamento 
Mobilidade 
Com ou sem deslocamento associado ou não a mobilidade 
Com ou sem fratura óssea 
Laceração dos tecidos adjacentes 
 
Tratamento 
Mobilidade – contenção flexível ou semirrígida, com fio de nylon ou aço e resina composta, terço médio das faces vestibula-
res, 1 ou 2 dentes de suporte de cada lado por 14 a 21 dias. 
Avaliar reposicionamento 
 
LUXAÇÃO EXTRUSIVA 
 
Deslocamento parcial do dente para fora do alvéolo, pouco comum em dentes decíduos. Normalmnete apresenta mobilidade. 
Observar tábua óssea. 
 
Tratamento: 
Mesmo dia: reposicionamento com cuidado e contenção 
Ou exodontia 
 
LUXACAO INTRUSIVA 
 
Deslocamento do dente para dentro do alvéolo, com compressão ou fratura do processo alveolar. Pode estar associado a 
lesões na mucosa 
 
Tratamento 
Intrusão no longo eixo ou para vestibular sem fratura da tábua óssea – aguardar início da reerupção espontânea em 15 a 30 
dias. 
Intrusão na direção palatina ou para vestibular com fratura da tábua óssea - exodontia 
 
 
 
 
 
 
 
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4.3 DOS TECIDOS DUROS 
TRINCA DE ESMALTE 
Fratura incompleta do esmalte , sem perda de estrutura dentária. 
Tratamento: Acabamento com disco de lixa e aplicação de flúor é suficiente. 
 
 
FRATURA DE ESMALTE 
Há perda de estrutura dentária envolvendo apenas o esmalte 
Dependendo do local e do tamanho da fratura, o profissional pode alisar as bordas cortantes e aplicar flúor. Quando há maior 
comprometimento da estética, a restauração com resina composta é indicada. 
 
 
FRATURA CORONARIA DO ESMALTE E DENTINA SEM EXPOSIÇÃO PULPAR 
Tratamento: Restauração com resina composta ou colagem do fragmento se houver. 
 
FRATURA CORONARIA DO ESMALTE E DENTINA COM EXPOSIÇÃO PULPAR 
Tratamento: Pulpotomia ou pulpectomia 
Restauração com resina composta, avaliar a necessidade de colocar pino e coroa ou colagem do fragmento dental 
 
FRATURA CORONORADICULAR 
Fratura envolvendo esmalte, dentina e cemento, podendo ou não haver exposição pulpar. 
Fratura complicada – quando envolve exposição pulpar 
Fratura não complicada – quando não envolve exposição pulpar 
 
Tratamento 
- Quando ocorrer próximo a margem gengival deve-se avaliar a possibilidade de tratamento endodôntico bem como a neces-
sidade de gengivectomia. 
- Quando a fratura se estender 4 a 5 mm abaixo da margem gengival, levando a um diagnóstico duvidoso, exodontia é o 
tratamento de escolha. 
 
FRATURA RADICULAR 
Pode ser transversal ou longitudinal 
Na fratura radicular do terço cervical, normalmente apresenta mobilidade - exodontia 
Na fratura do terço apical ou médio, pode ser com ou sem mobilidade, e com ou sem deslocamento. 
Longitudinal – exodontia 
Fratura do terço apical ou médio sem mobilidade ou deslocamento pode ser feito o acompanhamento clínico e radiográfico . 
Caso haja deslocamento e/ou mobilidade, o tratamento consiste na aproximação dos fragmentos, contenção por 21 dias. 
 
FRATURA ALVEOLAR 
Fratura que envolve o processo alveolar. 
Geralmente as fraturas alveolares na criança não se consolidam, por serem fragmentos muito pequenos e o osso alveolar 
mais esponjoso. 
Se o fragmento ósseo tiver irrigação sanguínea, ele pode ser mantido, suturando-se a região. Caso o fragmento não tenha 
irrigação, deve ser removido, assim como o dente associado. Avaliar a necessidade da prescrição de antibiótico para evitar 
infecção. 
 
RECOMENDAÇÕES GERAIS AOS RESPONSÁVEIS: 
Orientar quanto à dieta pastosa nos primeiros dias após a ocorrência do trauma 
Remoção dos hábitos deletérios 
Orientar sempre quanto à higienização do local. Geralmente, não dá para usar escova, portanto orientar o uso de gaze com 
algum produto (água oxigenada diluída) por uma semana. A partir daí, usar escova normalmente. 
Alertar sobre a importância do controle clínico, radiográfico e fotográfico periodicamente. 
SEQUELAS PARA OS DENTES DECÍDUOS 
HIPEREMIA PULPAR 
HEMORRAGIA PULPAR 
NECROSE PULPAR 
CALCIFICAÇÃO PULPAR 
REABSORÇÕES INTERNAS 
REABSORÇÕES EXTERNAS 
ALVEOLISE 
ANQUILOSE 
RETENÇÃO PROLONGADA 
 
 
 
 
 
 
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SEQUELAS PARA OS DENTES PERMANENTES 
 
HIPOMINERALIZAÇÃO (MANCHA) DE ESMALTE 
HIPOPLASIA DE ESMALTE 
DILACERAÇÃO CORONÁRIA 
DILACERAÇÃO RADICULAR 
MALFORMAÇÃO TIPO ODONTOMADUPLICAÇÃO DE RAIZ 
PARADA NA FORMAÇÃO RADICULAR 
ALTERAÇÃO NA ERUPÇÃO 
 
EM TODOS OS CASOS DE TRAUMATISMOS NA DENTIÇÃO DECÍDUA, O ACOMPANHAMENTO RADIOGRÁFICO 
DA REABORÇÃO FISIOLÓGICA DO DENTE DECÍDUO E DA ERUPÇÃO DO SUCESSOR PERMANENTE É MANDATÓ-
RIO! 
 
- CUIDADOS GERAIS 
- CRIANÇAS PEQUENAS – QUEDAS 
- PROTETORES BUCAIS – ESPORTES DE CONTATO 
 
 
AVULSÃO 
- Deslocamento total do dente para fora do alvéolo. 
- Tratamento 
- Reabilitação protética – mantenedor de espaço estético funcional removível. 
- Reimplante ???? 
- Normalmente não é indicado para dentes decíduos por falta de condições favoráveis e pelo risco de deslocamento do ger-
me do permanente. 
- Acompanhamento clínico e radiográfico é importante pois na avulsão há maior risco de repercussão para o dente perma-
nente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências Bibliográficas: 
1. CHELLOTTI, A.; VALENTIM, C.; PROKOPOWITSCH, I.; WANDEERLEY, M.T. Lesões traumáticas em dentes 
decíduos e permanentes jovens. In: GUEDES-PINTO, A.C. – Odontopediatria. São Paulo: Ed. Santos, 2003. p.650-687. 
2. COSTA, L.R.R.S; CORRÊA, M.S.N.P.; RIBEIRO, R.A. Traumatismo na dentição decídua. In: CORRÊA, M.S.N.P. 
Odontopediatria na primeira infância. São Paulo: Ed. Santos, 1998 p.527-547. 
3. DUARTE, D.A.; BÖNECKER, M.J.S.; SANT'ANNA, G.R.; SUGA, S.S. Princípios básicos da prevenção aos 
traumatismos. In: Caderno de Odontopediatria – traumatismo na dentição decídua. São Paulo: Ed. Santos; 2001. cap. 3, 
p.11-2. 
4. PERCINOTO, C.; CUNHA, R.F.; PUGLIESE, D.M.C. Tratamento dos traumatismos dentários da infância à 
adolescência. In: RODE, S.M.; GENTIL, S.N. Atualização em Odontologia (Odontopediatria). 23O. Congresso 
Internacional de Odontologia de São Paulo. São Paulo: Artes Médicas; 2005. Capítulo 9. p.197-240. 
 
 
 
 
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RADIOLOGIA EM ODONTOPEDIATRIA 
 
1. IMPORTÂNCIA DO EXAME RADIOGRÁFICO 
 
 
 
 
 Exame complementar ao exame clínico 
 
2. PROTEÇÃO ÀS RADIAÇÕES 
 
 
 
 
 
Tempo de exposição baixo 
Filmes ultra rápidos 
Cones longos e abertos 
Rigor na técnica 
Avental de chumbo 
Suportes para filmes 
Pessoal auxiliar e CD não devem segurar película 
Responsáveis também protegidos com avental 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXAME 
CLINICO 
EXAME 
RADIOGRÁFICO 
DIAGNÓSTICO 
PLANO DE TRATAMENTO 
	
	
	
Estado de 
diferenciação celular 
Nocividade das 
Radiações 
	 	
 
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3.EXAME RADIOGRÁFICO NA DENTIÇÃO DECÍDUA, MISTA E PERMANENTE: 
 
Nas crianças com dentição decídua o exame radiográfico completo constitui-se de: 
- seis radiografias periapicais: 
a. duas da região anterior: uma superior e outra inferior; 
b. quatro da região posterior: uma de cada hemiarco ou da região de molares decíduos; 
 
- duas radiografias interproximais: uma do lado esquerdo e outra do direito, posteriores. 
 
Quando presente a dentição mista este exame passa a compor-se por: 
- dez radiografias periapicais: 
a. três da região ântero-superior: uma da região de incisivos centrais e duas da região de incisivos laterais e caninos, direito e 
esquerdo; 
b. três da região ântero-inferior: uma da região de incisivos e duas da região de caninos, direito e esquerdo; 
c. quatro da região posterior: uma de cada hemiarco. 
 
- duas radiografias interproximais: uma do lado direito e outra do esquerdo, posteriores. 
 
 
Nos pacientes com dentição permanente instalada indicam-se para exame radiográfico completo: 
- quatorze radiografias periapicais: 
a. três da região ântero-superior: uma da região de incisivos centrais e duas da região de incisivos laterais e caninos, 
direito e esquerdo; 
b. três da região ântero-inferior: uma da região de incisivos e duas da região de caninos, direito e esquerdo; 
c. quatro da região de pré-molares: uma de cada hemiarco; 
d. quatro da região de molares permanentes: uma de cada hemiarco. 
 
- quatro radiografias interproximais: duas da região de pré-molares, direito e esquerdo e duas da região de molares perma-
nentes, direito e esquerdo. 
 
A dificuldade de executar uma tomada radiográfica adequada leva à limitação da utilidade e eficiência deste exame, conside-
rado indispensável no tratamento dentário. Diante de emergências freqüentemente devemos tomar decisões terapêuticas a 
partir de diagnósticos feitos sem o auxílio do exame radiográfico, o que pode levar a uma maior margem de erros ou no mí-
nimo a decidir por tratamentos mais radicais. 
 
4. TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS 
 
 Periapical 
 
 
 Interproximal 
 
 Panorâmica 
 
Extrabucais Lateral de mandíbula \ maxila 
 
 Lateral de Fazzi 
 
As técnicas radiográficas empregadas para crianças são iguais às utilizadas em adultos. Assim, temos as técnicas intra e 
extrabucais. Para as primeiras temos as radiografias periapicais, interproximais e oclusais; quanto às extrabucais, temos as 
radiografias panorâmicas e lateral de mandíbula e maxila. 
 
Na técnica periapical, valem os conceitos de Ciezinski em que o feixe principal de raios X incide 
perpendicularmente à bissetriz do ângulo formado pela película e pelo longo eixo do dente. Outra técnica para as radiografias 
periapicais é a do paralelismo ou do cone longo, em que o feixe de raios X incide perpendicularmente ao longo eixo do dente 
e à película, sendo que estes devem estar paralelos entre si. 
 
Todas as técnicas a serem utilizadas em crianças devem sofrer modificações, as quais visam principalmente o posicionamen-
to e a estabilização da película, uma vez que a colaboração destes pacientes não é a desejada, principalmente nos casos de 
crianças com menos de 3 anos de idade. 
 
Nos dentes anteriores, indica-se a técnica periapical modificada (oclusal) com película número dois (adulto). As crianças com 
3 a 4 anos de idade podem colaborar, permanecendo até mesmo desacompanhadas no consultório odontológico. São senta-
das na cadeira odontológica de forma que o plano oclusal forme um ângulo de 30 graus em relação ao solo, considerada 
uma posição de conforto e, portanto, facilita na colaboração quanto à imobilidade. O filme é posicionado no sentido transver-
sal em relação ao eixo sagital mediano e apreendido através de mordida, sendo que a face sensível deve estar voltada para 
a arcada dentária da qual se quer obter a imagem, superior ou inferior. O feixe principal é dirigido para a ponta do nariz na 
arcada superior e para o mento na arcada inferior, com angulações de 95 graus positivos e 35 graus negativos para o superi-
or e inferior respectivamente. Esta técnica fornece uma imagem ampla, apresentando os dentes decíduos de canino à cani-
no, além dos germes dos permanentes da região (incisivos e caninos). 
Oclusal	Intrabucais	
 
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O uso de posicionadores facilita a tomada radiográfica, normalmente não cabem na boca das crianças com pouca idade. O 
que usamos é o tipo Han Shing, compatível com a boca de crianças na primeira infância. 
Dentre as técnicas intrabucais temos ainda a interproximal, indicada para pesquisa de lesão de cárie incipiente na face oclu-
sal dos dentes posteriores e lesões nas faces proximais. 
 
As técnicas extrabucais mais utilizadas emOdontopediatria são a panorâmica e lateral de mandíbula e maxila. 
 
As radiografias panorâmicas são pouco utilizadas para crianças com menos de 3 anos de idade, ficando restritas a casos 
específicos, de acordo com a indicação desta técnica, ou seja, observar o desenvolvimento, as grandes patologias e fraturas 
ósseas. São ainda de pouco valia para o diagnóstico de lesões de cárie e doenças pulpares. Para a sua execução é funda-
mental a colaboração da criança, o que dificilmente ocorre. 
 
Quando não é possível executar uma radiografia periapical ou outra forma intrabucal para dentes posteriores podemos lançar 
mão da técnica lateral de mandíbula e maxila, a qual é feita utilizando-se uma película de filme oclusal posicionada extrabu-
calmente sobre a face do paciente, sendo também neste caso segurada pelos pais ou acompanhante. O longo eixo do filme 
acompanha o longo eixo da face, a cabeça do paciente inclina-se lateralmente no lado oposto da face, tendo como referência 
o ângulo da mandíbula, sendo que devemos desviar esta estrutura anatômica, ou seja, ficar abaixo do ângulo externo para 
evitar a superposição de imagens. O feixe de radiação deve, na medida do possível, encontrar a película formando um ângu-
lo reto. 
 
5. ANOMALIAS DO DESENVOLVIMENTO DENTÁRIO: 
 
Tanto os dentes decíduos, quanto os permanentes, para alcançar sua maturidade morfológica ou funcional, passam por um 
ciclo vital característico bem definido composto de diversas fases, separadas por motivos didáticos. No entanto, trata-se de 
um processo fisiológico de evolução contínua, no qual as modificações histológicas, fisiológicas e bioquímicas têm lugar 
progressiva e simultaneamente. 
 
Quanto aos fatores etiológicos que promovem estes distúrbios, variam entre a hereditariedade, os problemas locais infeccio-
sos e/ou traumáticos e as alterações metabólicas, considera-se também a ingestão de medicamentos e ainda há alguns 
distúrbios cuja etiologia é considerada desconhecida. Algumas vezes estes distúrbios do desenvolvimento estão associados 
a síndromes que envolvem distúrbios cranianos e maxilares, além de problemas sistêmicos. 
Nem todas as anomalias do desenvolvimento são observadas na dentição decídua e na maioria das vezes ocorrem numa 
prevalência mínima nesta fase. 
 
NA INICIAÇÃO E PROLIFERAÇÃO (lâmina dentária, fases em botão e capuz): 
 
MENOR NÚMERO DE DENTES 
 
_ Hipodontia - Ausência de apenas um ou alguns poucos dentes. 
_ Oligodontia ou anodontia parcial - agenesia de vários elementos dentários – comumente associada a 
anormalidades sistêmicas 
_ Anodontia - ausência total de dentes 
 
A hipodontia é rara na dentição decídua, porém pode ser observada na região de incisivos, principalmente na maxila. 
Na dentição permanente é tão comum que chega a ser considerada por alguns autores, uma variação dentro do limite da 
normalidade. Maior ocorrência em terceiros molares, incisivos laterais superiores e segundos pré-molares. 
 
NÚMERO EXCESSIVO DE DENTES 
_ Os dentes supranumerários, que resultam da geminação continuada do órgão do esmalte do dente antecessor ou da 
proliferação excessiva de células ocorrem freqüentemente em crianças e podem ser responsáveis por várias irregularidades 
nas dentições decíduas e mistas. Ocorrem na sua maioria na dentição permanente, freqüentemente localizados na região 
anterior da maxila (mesiodens). Dentes natais ou neonatais também são considerados supranumerários quando o exame 
radiográfico detectar a presença dos incisivos decíduos ainda intra-ósseos. 
 
GEMINAÇÃO, FUSÃO E CONCRESCÊNCIA 
_ Geminação - Tentativa de divisão de um germe dentário. Vai depender da extensão da geminação o grau de clivagem, que 
quando for total, vai originar um dente supranumerário. 
_ Fusão - União de dois germes dentários independentes, que poderão ser decíduos ou permanentes. Limita-se quase sem-
pre aos dentes anteriores e, assim como a geminação parece seguir uma tendência familiar. 
_ Concrescência- Uma forma de fusão produzida após o início da formação radicular.Nessa anomalia , os dentes se unem 
apenas pelo cemento e o diagnóstico só é possível por meio radiográfico. 
 
 
ODONTOMA 
_ Tumor odontogênico resultante da proliferação anormal de células do órgão do esmalte. Pode advir também da geminação 
continuada do germe dentário decíduo ou permanente, situação na qual acaba por substituir o dente da série normal. 
 
 
 
 
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NA HISTODIFERENCIAÇÃO (FASE EM CAMPÂNULA) 
Os transtornos nessa fase levam à formação de estruturas anormais de esmalte ou dentina. 
Quando são os ameloblastos que não se diferenciam adequadamente, temos a amelogênese imperfeita do tipo hipoplásico. 
Quando são os odontoblastos que falham em sua diferenciação, o que resulta é a dentinogênese imperfeita. 
 
AMELOGÊNESE IMPERFEITA DO TIPO HIPOPLÁSICO 
_ Pode afetar tanto a dentição decídua como a permanente, podendo apresentar diferentes características clínicas. As alte-
rações estruturais dos dentes limitam-se ao esmalte. 
 
DENTINOGÊNESE IMPERFEITA 
_ A estrutura da dentina é anormal, resultando em dentes de cor acastanhada ou cinza-azulada, e também opaco. Ao exame 
radiográfico, o que se observa é a presença de raízes delgadas, câmara pulpar extremamente reduzida ou ausente. 
Além de canais radiculares estreitos, que caracterizam o defeito mesodérmico. Os dentes permanentes parecem ser de me-
lhor qualidade, entretanto continuam frágeis, necessitando de reabilitação protética. 
 
 
NA MORFODIFERENCIAÇÃO (FASE AVANÇADA EM CAMPÂNULA) 
Os transtornos de desenvolvimento nessa fase, levam a alteração de tamanho e forma dentárias. 
 
No caso de um desenvolvimento deficiente, pode-se observar clinicamente: 
_ Microdontia 
_ Incisivos laterais conóides 
_ Incisivos de Hutchinson 
_ Molares em amora (Moon) 
 
Por outro lado, quando ocorre desenvolvimento excessivo, tem-se: 
_ Macrodontia 
_ Taurodontismo 
_ Dens in dente 
_ Raízes supranumerárias 
_ Evaginação dentária e os chamados tubérculos dentários 
 
NA APOSIÇÃO 
 
Desenvolvimento deficiente 
O desenvolvimento deficiente na etapa de aposição do ciclo vital dos dentes resulta em alterações nas matrizes de esmalte e 
dentina. É possível que qualquer transtorno, capaz de lesar os ameloblastos durante a formação do esmalte detenha a apo-
sição da matriz e produza hipoplasia de esmalte, que poderá ser de natureza congênita, sistêmica ou local. Já a alteração 
dentinária é muito rara e ocorre apenas quando de transtornos sistêmicos graves e prolongados. 
 
_ Hipoplasia de esmalte (redução da quantidade de esmalte formado de um ou mais dentes, normalmente devido a fatores 
externos) 
_ Dentinodisplasia ou displasia dentinária 
 
Desenvolvimento excessivo 
No caso de desenvolvimento excessivo nessa fase, pode-se ter as pérolas de esmalte ou as hipercementoses. Esta última 
só observada em dentes permanentes de adultos. 
 
NA CALCIFICAÇÃO ou MINERALIZAÇÃO 
 
Desenvolvimento deficiente 
_ Amelogênese imperfeita do tipo hipocalcificado – Transmitida hereditariamente pode afetar tanto a dentição decídua 
,quanto a permanente e apresenta-se das mais variadas formas clínicas. 
_ Dentina interglobular. 
 
Desenvolvimento excessivo 
_ Esclerose dentinária ou dentina esclerótica. A maior mineralização do dente reduz a condutividade dos 
prolongamentos odontoblásticos , além de retardar o avanço das possíveis lesões cariosas, únicos aspectos clínicos a serem 
considerados nessa anomalia. 
 
DURANTE A ERUPÇÃO DOS DENTES: 
 
Anomalias de erupção e esfoliação 
- cronologia de erupção = erupção precoce, erupção tardia (de acordo com a cronologia de erupção) 
- anquilose dental (maior frequência em segundos molares decíduos) 
- migração (dente ocupa lugar de outroausente na dentição), transposição (troca de lugar normal entre 2 dentes), reabsorção 
assimétrica das raízes dos decíduos. 
- Submersão, giroversão, bucoversão (vestíbulo ou linguoversão) = podem ocorrer sempre que houver falta de espaço, perda 
de dentes, presença de cistos, inclusos, etc... resultando em má oclusão. 
 
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- dentição pré-decídua = dentes natais, que estão presentes ao nascimento, e dentes neo-natais, que erupcionam em até 30 
dias após o nascimento. 90% desses dentes são da série normal, e somente 10% são supranumerários (proliferação). Se o 
dente tiver boa implantação e não houver risco de aspiração do dente pela criança, ele deverá ser mantido, se for supranu-
merário, ou houver muita mobilidade, o dente deverá ser removido. 
 
Referências Bibliográficas 
1. FONSECA, G.D.; TOLEDO, O.A. – Diagnóstico e plano de tratamento em clínica odontológica infantil. In: Toledo,O.A. – 
Odontopediatria – fundamentos para a prática clínica. São Paulo: Pan-americana, 1986. p.45-46. 
2. GUEDES-PINTO, A.C.; VAROLLI, O.J. – Radiologia. In: GUEDES-PINTO, A.C. – Odontopediatria . São Paulo: Ed. Santos, 
2003. p.255-284. 
3. MATHIAS, R.S.; CORRÊA, M.S.N.P. Radiologia em Odontologia – Primeira Infância. In: CORRÊA, M.S.N.P. Odontopedia-
tria na primeira infância. São Paulo: Ed. Santos, 1998 p.209-219. 
4. WALTER, L.R.F.; FERELLE, A.; ISSAO, M. – Odontologia para o bebê (Odontologia do nascimento aos três anos). São 
Paulo: Artes Médicas. 1996. cap.10, p.183-96. 
CARIOLOGIA 
 
Doença x Sinal Clínico 
 
Conduta: 
Tratamento da Doença 
 
 
Cariologia – conceitos atuais 
 
- Introdução 
 
- Quantidade de lesões com padrão diferente nos povos antigos 
- A partir do século XVIII _ padrão atual 
- Atualmente _ alimentos refinados, pegajosos, menos mastigação 
 
- Dados epidemiológicos – CPO-D aos 12 anos 
- 1986 = 6,65 _ muito alta 
- 1993 = 4,85 _ alta 
- 1996 = 3,06 (capitais) 
- Meta da OMS para o ano 2000 = 3,00 
 
SB 2003 _ 2,79. No entanto, resultado mais favorável nas regiões Sul e Sudeste. 
Nas demais regiões > que 3. 
 
Microbiota 
Virulência 
- Propriedades acidogênicas 
- Propriedades acidúricas 
- Capacidade de colonizar os dentes 
- Armazenamento do açúcar excedente 
 
Streptococos mutans 
 
- São considerados os mais cariogênicos 
- Rapidamente adquirido por crianças a partir da erupção de decíduos 
- Nível de produção de ácidos mais rápido 
- Rápida formação de ácido lático 
- Maior capacidade de adesão às superfícies lisas 
 
“Fortes indutores da cárie” 
- Acidúricos 
- Acidogênicos 
- Polissacarídeos extra e intra celulares 
- Têm capacidade de adesão (iniciadores) 
 
Lactobacilos 
- Predominam na dentina cariada 
- Mais relacionados com o desenvolvimento e progressão da cárie 
- “Invasores secundários” 
- Presença dos dois tipos em cárie de cicatrículas e fissuras 
- Cárie radicular- Actinomyces se soma às outras duas. 
- Acidogênicos 
- Acidúricos 
- Polissacarídeos intra celulares 
- Não têm capacidade de adesão (progressores) 
Controle	dos	fatores	
Causais	
 
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Substrato 
- Composição do alimento 
- Propriedades físicas 
- Quantidade 
 
Freqüência de ingestão / Dieta cariogênica 
- Composição 
- Freqüência 
- Consistência 
- Tempo de contato 
- mastigação / fluxo salivar / retenção / higienização 
 
Hospedeiro / Dentes 
- Tipos de dente 
- Morfologia dos dentes 
- Posição dos dentes no arco 
- Tempo do dente na boca 
- Proximidade das glândulas salivares 
 
Saliva 
- Formação da película adquirida 
- Capacidade de remoção do substrato 
- Diluição e neutralização dos ácidos 
- Componentes antimicrobianos 
- Saturação em relação ao conteúdo mineral do dente 
 
Fatores Modificadores 
Atuam na etiologia da cárie aumentando ou diminuindo a defesa do hospedeiro e/ou o potencial cariogênico do substrato, ou 
ainda, alterando a microflora. 
 
Situação de equilíbrio 
 
Ca10(PO4)6(OH)2 10 Ca2+ + 6 PO43- + 2 OH- 
pH ≥ 5.5 
Reprecipitação de minerais no esmalte - Formação de cálculo 
Ca10(PO4)6(OH)2 10 Ca2+ + 6 PO43- + 2 OH- 
pH ≤ 5.5 
Perda de minerais para o meio 
Lesão de cárie 
 
Ca10(PO4)6(OH)2 10 Ca2+ + 6 PO43- + 2 OH- 
Formação de lesão de cárie na presença do flúor 
5.5 ≥ pH ≥ 4.5 + flúor 
 
Ca10(PO4)6(OH)2 10 Ca2+ + 6 PO43- + 2 OH- 
Subsuperfície 
 
Ca10(PO4)6(OH)2 10 Ca2+ + 6 PO43- + 2 OH- 
Superfície 
 
Lesão de cárie subsuperficial 
 
pH ≤ 4.5 + flúor 
 
Ca10(PO4)6(OH)2 10 Ca2+ + 6 PO43- + 2 OH- 
Subsuperfície e superfície 
Erosão 
 
 
 
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Formação de cárie 
Esmalte sadio 
Ganho > perda de minerais à equilíbrio 
 à cálculo 
Perda > ganho à lesão de mancha branca 
Mancha Branca 
Ganho > perda de minerais à reprecipitação 
à paralisação 
Perda > ganho à cavitação 
Lesões de cárie – classificação 
Extensão 
- lesão não cavitada em esmalte 
- lesão em esmalte (cavidade) 
- lesão em dentina 
- lesão com envolvimento pulpar 
Localização 
Superfícies oclusais 
Superfícies Lisas 
Livres 
Proximais 
 
Atividade 
Ativas 
Inativas 
Lesão em Dentina 
Reações de defesa: 
- Esclerose dos túbulos dentinários 
- Formação de dentina reacional (3aria) 
Camadas da dentina cariada 
- Zona necrótica 
- Zona infectada 
- Zona afetada 
Dentina Infectada 
- Zona de desmineralização avançada 
- Zona de invasão bacteriana 
- Zona necrótica 
Dentina Afetada 
Zona de dentina terciária ou reacional 
Zona dentina hígida 
Zona de esclerose 
Zona de desmineralização inicial 
Zona Infectada 
- Maior em lesões agudas 
- Bactérias proteolíticas na superfície e acidogênicas na profundidade 
- Amolecida, vital e sensível à remoção 
- Não é recuperável 
 
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Zona Afetada 
- evidente em lesões agudas 
- Poucas bactérias acidogênicas 
- Vital e sensível à remoção 
- É recuperável 
Deve ser mantida 
Atividade das lesões de mancha branca 
Opaca, rugosa e porosa 
Área de alto risco 
Opacidade na entrada das fissuras 
Fundo da fissura acastanhado claro 
Dente abaixo do plano oclusal 
Adjacente à outra lesão 
Gengivite na papila adjacente 
Lisa, brilhante e polida 
Área de baixo risco 
Ausência de opacidade na entrada das fissuras 
Fundo da fissura escurecido 
Dente com oclusão estabelecida 
Dente adjacente ausente 
 
 
 
 
 
Atividade das lesões em dentina 
Presença de tecido amolecido 
Cor amarelada ou castanho claro 
Aspecto úmido 
Opacidade no esmalte adjacente 
 
Tecido endurecido no fundo da lesão 
Cor marrom escura ou negra 
Aspecto seco 
Opacidade no esmalte adjacente com aspecto inativo 
	
	
	
	
Inativa	
Ativa	
Inativa	
Ativa	
 
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Métodos Tradicionais de detecção de lesões de cárie 
Exame Tátil 
- Sonda exploratória

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