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1 DERMATOLOGIA Rafaela Matos – 7º semestre – 2021.2 Piodermites e Dermatoviroses Piodermites: São infecções bacterianas, as quais podem levar a formação de secreção purulenta na lesão. Impetigo: ▪ 10% das doenças cutâneas em criança (pediatra vê mais que o dermatologista) ▪ Streptococcus pyogenes e Staphylococcus aureus o Maioria da população possui o S. aureus como flora normal → colonização transitória quando modifica flora o 30% da população possui S. aureus na cavidade nasal, além da flora cutânea (também períneo, axilas, faringe, unhas e mãos) o Se dissemina através do nariz para pele normal em 7 a 14 dias e lesões surgem em 7 a 14 dias ▪ Alta contagiosidade: contato, fômites e disseminação por contiguidade e autoinoculação → crianças principalmente ▪ Pele minimamente lesionada ou infecção secundária (impetinização) ▪ Camadas superficiais da epiderme ▪ 3 formas distintas: o Bolhoso: neonatos e lactentes o Não bolhoso: 2 a 5 anos o Comum: dermatose prévia e infecção secundária → mesma forma do não bolhoso Fatores de risco: ▪ Fatores ambientais: o Ambiente quente e úmido o Má higiene o Aglomeração de pessoas o Contato esportivo → lutas ▪ Imunodeficiências ▪ Abuso de drogas ▪ Doenças cutâneas → principalmente dermatite atópica ▪ Feridas cirúrgicas, picadas de insetos, queimaduras e abrasões → possuem uma porta de entrada - Não bolhoso: ▪ Maioria inicia com a infecção estreptocócica e evolui para estafilococica ▪ Nariz, boca e áreas expostas ▪ Macula eritematosa (início) → vesícula ou pústula – que se rompem → crostas e exsudação amarelada sobre erosão (melicéricas) Toda lesão crostosa significa que antes veio um líquido; a crosta é na verdade o ressecamento desse líquido. Se vê uma crosta aderida com base eritematosa; ao redor da lesão o eritema é pouco ou nem existe, há pouca resposta inflamatória ▪ Eritema mínimo ou ausente ao redor, dor discreta e prurido ocasional ▪ Lesões satélites podem ocorrer e coalescer ▪ Linfadenopatia regional e leucocitose ▪ Sintomas constitucionais ausentes Não se vê tanto o estado de vesícula ou pústula, geralmente se vê logo a crosta 2 DERMATOLOGIA Rafaela Matos – 7º semestre – 2021.2 - Bolhoso: ▪ S. aureus ▪ Produz exotoxinas esfoliativas extracelulares A e B → alvo é desmogleína 1 responsável por adesão intracelular na epiderme o Desmogleína é uma proteínas dos desmossomos dos queratinócitos o Essa proteína é clivada pela ação da toxina e isso faz com que um queratinócito se separe do outro, formando uma fenda dentro da epiderme e isso é visto clinicamente como uma bolha ▪ Vesículas e bolhas superficiais flácidas com mínimo eritema ao redor ▪ Evolução aguda com ruptura → colarete de descamação na periferia e erosão central ▪ Face, extremidades ▪ Sem linfadenopatia ▪ Quadro extenso: febre, mal-estar, astenia e diarreia Pode evoluir para: ▪ Síndrome estafilocócica da pele escaldada o Exotoxinas do S. aureus na corrente sanguínea o Internamento → para evitar/manejar possíveis complicações → principalmente crianças pequenas, existe o descolamento da pele de extensão importante. Não se vê muita bolha Ectima: - Processo infeccioso que se estende para a derme 3 DERMATOLOGIA Rafaela Matos – 7º semestre – 2021.2 ▪ Ulcerações superpostas por crostas espessas e aderentes ▪ Lesões inicia como impetigo → poucas lesões ▪ Membros inferiores e extremidades de crianças, diabetes ou idosos com higiene precária ▪ Cicatriz lenta e deixa cicatriz (uma vez que chega na derme) ▪ Boa resposta a ATB Para que essa bactéria consiga chegar até a derma é necessário fatores do indivíduo (alteração da resposta imune) bem como alguns fatores de virulência dessas bactérias que podem estar mais agressivas e levar essa extensão da Diagnóstico do impetigo e ectima: ▪ Clínico ▪ Cultura bacteriana se suspeita de organismos resistentes >> exsudatos - Se faz uma cultura do fundo da lesão e se pede um antibiograma para ver se existe alguma bactéria diferente/resistente ▪ Hemograma com leucocitose ▪ Sumário de urina: glomerulomefrite aguda pós estreptocócica o Hematúria, proteinúria, cilindrúria Lembrar que a infecção cutânea pode levar a uma lesão/doença renal por deposição de imunocomplexos, mas não faz febre reumática!! Tratamento: ▪ Limpeza e remoção das crostas 2 a 3x ao dia → umedecer com um óleo mineral, vaselina e depois proceder a limpeza (água limpa, sabão, clorexidina...). Não precisa ser agressivo ▪ ATB por 7 a 10 dias o Tópico se poucas lesões: ácido fusídico, mupirocina 12/12h o Sistêmico: betalactamicos empíricos por 7 a 10 dias se disseminadas ou imunocomprometidos ▪ Cefalosporinas, penicilina, amoxicilina + clavulonato ▪ Resistência: clindamicina e sulfametoxazol + trimetoprima Furúnculo e Antraz: ▪ Infecções foliculares progressivamente profundas e extensivas para além do folículo formando abcessos o Enzimas danosas à pele → são produzidas pelo S. aureus ▪ Dolorosas ▪ Raro antes da puberdade (porque não houve ainda o desenvolvimento completo do folículo piloso) ▪ Principal fator de risco: história familiar + o Ou pessoas com anemia, utilização de ATB prévio, multiplicidade de lesões, higiene pessoal, dermatoses, umidade, idade Clínica: ▪ Nódulo eritematoso quente que se torna fluente → eliminação de pus e material necrótico o Possui sinais flogísticos (calor, rubor, dor e edema) o Formação de um ponto de flutuação que no geral vai amolecer ▪ No geral, a lesão no início ela é endurecida e depois o material vai se liquefazer e em uma região dá lesão vai ficar mais dolorida, a secreção purulenta começa a ser perceptível e a evolução mais comum é a drenagem 4 DERMATOLOGIA Rafaela Matos – 7º semestre – 2021.2 ▪ Áreas de fricção: face, pescoço, axilas, regiões glúteas e abdome inferior ▪ Antraz ou carbúnculo: vários folículos próximos estão acometidos pelo processo patológico → drena por múltiplos orifícios o Inflamação intensa e maior o Massa eritematosa, profunda e dolorosas o Sintomas constitucionais ▪ Cicatriz por 2ª intenção ▪ Furunculose recorrente: fatores bacterianos e imunidade Tratamento: ▪ Higiene ▪ Trocar o curativo com frequência se drenando (trocar as gases) ▪ Calor local (compressa morna 3/4x ao dia por 15 minutos) ▪ Pesquisar fatores sistêmicos e externos para corrigir (hábitos de higiene ou muita fricção) ▪ Antibiótico tópico ▪ Terapia sistêmica: febre, toxemia, repetição e lesões em face ▪ Não realizar expressão sem ponto de flutuação!!!!!! ▪ Drenar quando flutuação. Não adianta usar anestesia local (lidocaína) porque o meio é bem ácido ▪ Descolonização e fazer cultura quando recorrentes o Tomar banho com clorexidina e usar mupirocina e ácido fusídico nas regiões que são bem colonizadas (perinasal, pavilhão auricular, região abaixo da unha, virilha...) por 14 dias seguidos o Contactantes → as vezes é isso que é o foco da contaminação Erisipela e celulite: ▪ Erisipela → infecção bacteriana na derme com acometimento linfático ▪ Celulite → extensão ao tecido subcutâneo ▪ Membros inferiores e face ▪ Patógeno penetra por solução de continuidade: intertrigo, dermatofitoses, úlceras o Comum em pessoas mais velhas porque elas possuem mais fatores de risco Fatores de risco: ▪ Obesidade ▪ História prévia ▪ Insuficiência vascular periférica ▪ Diabetes mellitus ▪ Alcoolismo Clínica da erisipela: ▪ Súbito, sinais sistêmicos ▪ Área eritematosa que aumenta progressivamente de tamanho podendo atingir de 10 a 15 cm de diâmetro ▪ Quente, dolorosa, edemaciada ▪ Bordas nítidas ▪ Vesículas, bolhas e área hemorrágicas em idosos ▪ Linfadenopatia regional e linfangite ▪ Com resolução há descamação e hiperpigmentação 5 DERMATOLOGIA Rafaela Matos –7º semestre – 2021.2 Clínica da celulite: ▪ Procedidas por sinais sistêmicos ▪ Calor, edema, dor e eritema bem definido porém as bordas não têm limites precisos, sendo mais apagadas ▪ Vesículas, bolhas, pústulas e tecidos necróticos Diagnóstico da erisipela e celulite: Tratamento: ▪ 80% têm evolução favorável com terapia adequada ▪ Febre cessa em 48 a 72h após iniciar terapia ▪ Melhor de sinais locais entre o 4º e o 6º dia ▪ Resolução completa em 2 semanas ▪ Beta-lactâmicos por 14 dias o Penicilina benzatina dose única o Macrolídeos se alergia ▪ Internamento: crianças, locais de risco e imunocomprometidos ▪ Profilaxia de recidiva: penicilina benzatina a cada 21 dias ▪ Complicações: abcesso, necrose, TVP e linfedema crônico Recapitulando: → estamos falando das mesma bactérias e praticamente os mesmos fatores de risco, mas o que vai mudar é a virulência dela e a imunidade do indivíduo 6 DERMATOLOGIA Rafaela Matos – 7º semestre – 2021.2 Fasciíte necrotizante: Quadro grave e potencialmente fatal → sepse ▪ Necrose rapidamente progressiva do tecido subcutâneo e fáscia muscular ▪ Qualquer parte do corpo, mas se vê mais em membros inferiores, parede abdominal e períneo (gangrena de Fournier) ▪ Quebra a barreira cutânea: picada de inseto, lacerações e incisão cirúrgica Fatores de risco: alcoolismo, DM, imunossupressão, obesidade, DVP e tabagismo ▪ Polimicrobiana: aeróbios + anaeróbias e S. pyogenes Clínica: ▪ Celulite com dor intensa e desproporcional à lesão ▪ Tecido cutâneo e subcutâneo endurecido e além do eritema ▪ Toxemia, leucocitose → estado geral comprometido ▪ Lesão purpúrica → azul acinzentada → bolhas → hemorragia, pus, crepitação e odor → cessa a dor Tratamento: ▪ Estabilização hemodinâmica ▪ ATB terapia de amplo espectro e venosa ▪ Debridamento cirúrgico precoce Dermatoviroses: Papilomavírus Humano (HPV): ▪ Vírus DNA ▪ Mais comum todos os vírus humanos ▪ Universal, sem predileção por sexo ou etnia ▪ Mais de 100 genótipos ▪ Contagioso: qualquer parte do corpo por contato direto, fômites ou autoinoculação o Predileção por tecido de revestimento – pele e mucosas o Tropismo por células escamosas o Pequenos traumas iniciam a infecção nas células epiteliais 7 DERMATOLOGIA Rafaela Matos – 7º semestre – 2021.2 Clínica: ▪ Superfície hiperqueratótica ▪ Mucosas: pápulas vegetantes rosadas → IST – infecção sexualmente transmissível ▪ Classificação se baseia na morfologia e disposição anatômica - Verruga vulgar: ▪ 70% de todas as verrugas cutâneas ▪ HPV 1, 2 e 4 ▪ Pápula de superfície dura e rugosa, queratóticas ▪ Pequenos pontos enegrecidos em sua superfície → capilares trombosados o É visto a olho nu ▪ Dorso de mãos e pés, dobras periungueais, cotovelos e joelhos - Verruga plana: ▪ HPV 3 e 10 ▪ Pápulas rosadas com superfície achatada ou pouco elevadas → não forma a pápula completa ▪ Numerosas ▪ Dorso das mãos, antebraços e face 8 DERMATOLOGIA Rafaela Matos – 7º semestre – 2021.2 - Verruga plantar: ▪ HPV 1, 2 e 4 ▪ “olho de peixe” ▪ Dolorosa → principalmente a deambulação ▪ Diferencial com calosidade: áspero no centro na verruga e o calo seria todo áspero ▪ Em mosaico: disseminada e superficial ▪ Mimércia: crescimento penetrante ▪ Clavus: lisa, circunscrita e pouco dolorosa - Verruga filiforme: ▪ HPV 2 ▪ Crescimento exofítico ▪ Face ou extremidades - Condiloma acuminado: ▪ HPV 6 e 11 ▪ Verrugas genitais ou “crista de galo” → lesões em couve flor ▪ Genitália externa 9 DERMATOLOGIA Rafaela Matos – 7º semestre – 2021.2 - Papulose bowenoide: ▪ HPV 16 e 18 → CEC in situ ▪ Pápulas pigmentares assintomáticas, múltiplas ▪ Pênis ou vulva - Eritroplasia de Queyrat: ▪ CEC in situ na mucosa Diagnóstico: ▪ Clínico ▪ Histopatológico ▪ Pesquisa de HPV Tratamento: ▪ Variado ▪ Individualizado ▪ Químicos: ácido salicílico >6% ATA, imiquimodr, 5-interferon ▪ Cirúrgicos Prevenção: 10 DERMATOLOGIA Rafaela Matos – 7º semestre – 2021.2 ▪ Vacina ▪ Detecção precoce Herpes vírus: ▪ Família Herpesviridae e 3 subgrupos – alfa, beta e gama ▪ HHV o DNA dupla hélice o Envelope com glicoproteínas → penetração em células específicas ▪ Infecção primária → latência em número restrito de tipos celulares → reativação Herpes simples: ▪ Alphaherpesviridae ▪ Infecções muito frequentes - Transmissão: contato direto das partículas virais com a mucosa ou soluções de continuidade da pele ▪ Disseminado por indivíduos assintomáticos, portadores o Quando lesões ativadas – 100 a 1.000 vezes maior ▪ Anticorpos contra HSV tipo 1 estão presentes em 90% dos indivíduos entre 20 e 40 anos o Apenas 30% apresentam surtos clinicamente aparentes ▪ Vírus replica no local da infecção e percorre um fluxo axonal retrogrado até o gânglio da raiz dorsal ou de nervos cranianos → latência - Reativação: ▪ Espontaneamente ▪ Estresse ▪ Radiação ultravioleta ▪ Febre ▪ Dano tissular ▪ Imunossupressão ▪ Período pré-menstrual Quadros clínicos: variaveis benignos ou graves ▪ Ulceras orais e genitais ▪ Infecções oculares ▪ Meningoencefalite e encefalites HSV tipos 1: lesões faciais ou não genitais em 80-90% dos casos HSV tipo 2: herpes genital em 70-90% dos casos Infecção primária: ▪ 1º contato com o vírus ▪ Quase sempre subclínica ▪ HSV tipo 1 < 10 anos: manifestações mínimas ou assintomática ▪ Quando lesões clínicas presentes a gravidade é maior do que nas recorrências Infecção primária não genital: - Gengivoestomatite herpética primária: ▪ Manifestação mais comum ▪ Crianças entre 1 e 5 anos 11 DERMATOLOGIA Rafaela Matos – 7º semestre – 2021.2 ▪ Incubação de 3 a 7 dias ▪ Quadro discreto subfebril com lesões vesico erosivas ▪ Quadro mais grave com pródomos de linfadenopatia, mal-estar, anorexia e febre alta ▪ Criança inquieta com sialorreia e dificuldade para se alimentar ▪ Gengivas edemaciadas, inflamadas e sangram com facilidade ▪ Vesículas umbilicadas sobre base eritematosa que exulceram e se recobrem de placas branco-amareladas como pseudomembrana ▪ Faringe pode ser acometida ▪ Febre melhora em 3 a 5 dias e restabelecimento em cerca de 2 a 3 semanas – até 6 semanas ▪ Adultos: faringite ou mononucleose-like - Vulvovaginite herpética: ▪ Clínica semelhante à gengivoestomatite ▪ Lesões em área genital externa, mucosa da vulva, vagina a períneo, nádegas e coxas o Sempre se pensar em caso de abuso sexual caso você atenda uma criança com genitália infecciosa; mas lembrar que nem todas são e que pode ter sido por contato mesmo, como: fômites ▪ Dor, disúria e corrimento vaginal - Queratoconjutivite herpética: ▪ Uni ou bilateral ▪ Opacidade e erosões na córnea ▪ Vesículas na pele ao redor dos olhos ▪ Edema de pálpebras ▪ Pode ulcerar a córnea e levar a amaurose (cegueira) 12 DERMATOLOGIA Rafaela Matos – 7º semestre – 2021.2 Infecção primária genital: ▪ Balanite, uretrite, perianal ▪ Vulvite, vaginite a cervicite ulcerativa severa ▪ Região glútea e períneo ▪ Dolorosas ▪ Duram 2-3 semanas o Cronificam em HIV +. Sempre deve ser investigado ▪ Mal-estar, febre ▪ Incubação 6 dias Infecção recorrente: - Não genital: ▪ Mais frequentes nos lábios ▪ Perioral, mucosa nasal e oral, malares o Qualquer área de pele ou mucosa infectada previamente ▪ Lesões mais localizadas e menos exuberantes ▪ Vesículas agrupadas sobre base eritematosa o Pustulosas o Exulceram ▪ Prurido, queimação ou ardor o Precedem em horas ou dias ▪ Sem manifestações sistêmicas ▪ Resolvem em 5 a 10 dias sem cicatriz - Genital: ▪ Vesículas e pústulas sobre base eritematosa ▪ Exulceram ou ulceram▪ Resolvem em 7 dias Outras formas de infecção por HSV: - Herpes simples congênito: ▪ Infecção intrauterino por HSV 2 ▪ Defeitos congênitos abortamentos → TORCH o Vesículas, cicatrizes, coriorretinite, microftalmia, catarata, microcefalia, calcificação intracraniana 13 DERMATOLOGIA Rafaela Matos – 7º semestre – 2021.2 ▪ Risco maior até 20ª semana - Herpes simples neonatal: ▪ Contaminação da criança no momento do parto por HSV 2 → principalmente em casos ativos ▪ Quadro grave com vesículas e bolhas, infecções oculares, encefalite, pneumonite e sepse ▪ Mortalidade > 80% ▪ Sequelas em 50% dos casos - Meningoencefalite herpética: ▪ Primo-infecção em 1 a 2% devido a viremia - Erupção variceliforme de Kaposi ou eczema herpético ▪ Dermatose preexistente → muito comum em dermatite atópica ▪ Súbita com vesículas disseminadas ou confinadas → pústulas e crostas ▪ Febre, prostração, toxemia e adenopatia - Panarício herpético: ▪ Dedos das mãos ▪ Profissionais de saúde que trabalham sem EPI (dentistas, por exemplo) ▪ Vesículas que coalescem adenopatia - Herpes gladiatorum ▪ Atletas de esportes de contato, como lutas ▪ Lesões mais espalhadas - Em imunodeprimidos: ▪ Sistêmica ou disseminada ▪ Úlceras extensas, profundas e com longo tempo de cicatrização ▪ Encefalie, hepatite e pneumonite 14 DERMATOLOGIA Rafaela Matos – 7º semestre – 2021.2 Diagnóstico: ▪ Imunofluorescência direta em esfregaços ▪ Teste de Tzanck ▪ Histopatologia ▪ Culturas, PCR ▪ Sorologias: distinguir infecção primária de soroconversão o Mais de 90% vão dar positivo porque já teve contato, então não é tão útil ▪ Amostras na fase aguda e em 2 a 4 semanas após: elevação em 4x ou mais → infecção recente Tratamento: ▪ Erupções leves e não complicadas: região limpa + antisséptico tópico ▪ Antiviral: aciclovir, valaciclovir (12/12h) e fanciclovir o Aciclovir → é o que mais se usa ▪ Primo-infecção em imunocompetentes: 200 mg 5x/dia por 7 a 10 dias ▪ Recorrência em imunocompetentes: 200 mg 5x/dia por 5 dias ▪ Imunocomprometidos: até melhora das lesões, internar e drogas EV ▪ Profilaxia de recidiva: mais que 6 por ano o Aciclovir: 200 mg 12/12h por 4 a 6 meses Deve-se individualizar cada conduta! $$ Varicela-zoster vírus (Catapora): ▪ HHV 3 ou VZC: alphaherpesviridae o DNA vírus ▪ Agente da varicela e do herpes zoster ▪ Distribuição universal ▪ 98% da população adulta é soropositiva (já teve a doença / foi vacinado) - Infecção primária: ▪ 90% das crianças não vacinadas menores de 10 anos de idade ▪ Transmissão: inalação de perdigotos de hospedeiro infectado o Conjuntiva, mucosa de trato respiratório → viremia primária → replica em baço, fígado → viremia secundária 15 dias após infecção → manifestações cutâneas polimórficas ▪ Tempo de incubação de 2 a 3 semanas ▪ Curso benigno e autolimitado o Adultos, neonatos e imunocomprometidos tem quadro mais grave o Gestação → anormalidades fetais ▪ Imunidade duradoura ▪ Fase de latência Normalmente a progressão da varicela é cefalo-caudal Clínica: ▪ Mal-estar, febre ▪ Manchas eritematosas → vesículas → pústulas → crostas ▪ Dura 7 dias Diagnóstico: clínico, Tzanck ou imunofluorescência direta, sorologias e PCR 15 DERMATOLOGIA Rafaela Matos – 7º semestre – 2021.2 Tratamento: ▪ Sintomáticos ▪ Aciclovir → 800 mg 5x/dia por 5 a 7 dias o Diminui duração e severidade e iniciar 24-72h após iniciar erupção cutânea o Adultos Profilaxia: ▪ Vacina ▪ Imunoglobulina nas 96h pós exposição Herpes zoster: ▪ Reativação do vírus varicela zoster ▪ Fase de latência: gânglios nervosos o Reativação em 20% dos saudáveis e 50% dos imunocomprometidos → herpes zoster ▪ Imunossupressão, estresse emocional, irradiação de coluna espinhal, cirurgias e trauma local o Qualquer momento após varicela o Risco aumenta com a idade: > 60 anos 8 a 10x ▪ Transmissão do vírus nas lesões - Só pode tomar a vacina 1 ano depois da infecção Clínica: ▪ Dor nevrálgica intensa o Confundida com dores de coluna, musculares, IAM, abdome agudo ▪ Prurido, hiperestesia (região bem sensível) ou queimação no trajeto de nervos ▪ Febre, cefaleia, mal-estar ▪ Erupção cutânea em 1 a 3 dias o Sem lesões: rara ▪ Vesículas agrupadas sobre base eritematosa dentro de um dermatomo sensorial ▪ Raramente ultrapassa a linha média Dica: segue trajeto de nervo, segue o dermatomo 16 DERMATOLOGIA Rafaela Matos – 7º semestre – 2021.2 Tratamento: ▪ Antiviral nas primeiras 72h após erupção cutânea ▪ Aciclovir, fanciclovir e velaciclovir ▪ Melhoram tempo de duração e dor, reduz rsco de neuralgia pós-herpética ▪ Aciclovir 800 mg 5x/dia por 5 a 7 dias ▪ Compressa com água boricada e analgesia HHV 4: Epstein barr HHV 5: Citomegalovírus HHV 6 e 7: Exantema súbito HHV 8: associado ao sarcoma de Kaposi - Exantemas virais: ▪ Rubéola ▪ Sarampo ▪ Coxsackievirus ▪ Arboviroses ▪ SARS-CoV 2 - HTLV, HIV Molusco contagioso: - Poxvírus ▪ Pápulas bem delimitadas com depressão central = umbilicadas ▪ Comum na infância ▪ Transmissão por contato direto, autoinoculação, sexual ▪ Incubação de 3 semanas a 3 meses Tratamento: cirúrgico, crioterapia, ATA e imiquimode !!!!! Podem involuir espontaneamente Referências:
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