Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ATLS – CHOQUE – AVALIAÇÃO E TRATAMENTO AVALIAÇÃO INICIAL E TRATAMENTO DO CHOQUE: - Pneumotórax Hipertensivo: - Avaliação (Exame Físico): - Desvio de Traqueia - Distensão das veias do pescoço – turgência jugular - Timpanismo no hemitórax acometido - Ausência de murmúrio vesicular - Tratamento: - Descompressão com agulha - Drenagem torácica – toracocentese - Hemotórax Maciço: - Avaliação (Exame Físico): - Desvio da Traqueia - Ausência de turgência jugular - Macicez à percussão do hemitórax acometido - Ausência de murmúrio vesicular - Tratamento: - Acesso Venoso - Reposição Volêmico - Toracotomia - Drenagem torácica – toracocentese - Tamponamento Cardíaco: - Avaliação (Exame Físico): - Tríade de Beck: - Turgência jugular - Hipotensão com taquicardia - Abafamento das bulhas cardíacas - Ultrassonografia - Tratamento: - Acesso Venoso - Reposição Volêmica - Pericardiocentese – tratamento temporário - Toracotomia – tratamento definitivo - Hemorragia Intra-abdominal: - Avaliação (Exame Físico): - Distensão Abdominal - Elevação Uterina se houver gravidez - LPD / Ultrassonografia - Exame Vaginal - Tratamento: - Acesso Venoso - Reposição Volêmica - Consulta à cirurgia – laparotomia exploradora, se necessário - Sangramento Externo Evidente: - Avaliação (Exame Físico): - Identificar a fonte de hemorragia - Tratamento: - Compressão Direta - Talas de Imobilização - Fechamento da ferida com sangramento ativo FRATURAS PÉLVICAS: - Fratura Pélvica: - Achados de Imagem: - Radiografia de Pelve - Fratura de Ramos Púbicos - Livro Aberto - Cisalhamento Vertical - Significado: - Perda de sangue menor que em outros tipos de fratura - Mecanismo de compressão lateral - Aumento do volume pélvico - Fonte maior de perda de sangue - Intervenção: - Reposição Volêmica - Possível Transfusão - Diminuir o volume da pelve – compressão e imobilização - Cinta Pélvica - Fixador Externo - Angiografia - Tração Esquelética - Consulta ao Ortopedista - Lesão de Órgão Parenquimatoso: - Achados de Imagem: - TC – hemorragia intra-abdominal - Significado: - Perda de sangue contínua potencial - Realizada somente em doentes hemodinamicamente normais - Intervenção: - Reposição de Volume - Possível Transfusão - Consulta à Cirurgia RESPOSTA TRANSITÓRIA: - Perda de Sangue Subestimada ou Perda de Sangue Contínua: - Exame Físico: - Distensão Abdominal - Fratura Pélvica - Fratura de Membros - Hemorragia Externa Óbvia - Etapas Diagnósticas Adicionais: - LPD ou ultrassonografia - Intervenção: - Consulta Cirúrgica - Infusão de Volume - Transfusão de Sangue - Aplicar imobilizações adequadas - Choque Não Hemorrágico: - Exame Físico: - Tamponamento Cardíaco (Tríade de Beck): - Turgência Jugular - Bulhas cardíacas abafadas (diminuídas) - Murmúrio vesicular normal - Hipotensão com taquicardia - Pneumotórax Hipertensivo: - Turgência Jugular - Desvio de Traqueia - Ausência de murmúrio vesicular - Percussão torácica timpânica - Etapas Diagnósticas Adicionais: - Tamponamento Cardíaco: - Ecocardiograma - FAST - Pneumotórax Hipertensivo: - Diagnóstico clínico - Intervenção: - Tamponamento Cardíaco: - Pericardiocentese - Toracotomia - Pneumotórax Hipertensivo: - Descompressão com agulha - Toracocentese – drenagem do tórax SEM RESPOSTA: - Perda de Sangue Maciça (Hemorragia Intra-Abdominal Classe III ou IV): - Exame Físico: - Distensão Abdominal - Etapas Diagnósticas Adicionais: - LPD ou ultrassonografia - Intervenção: - Cirurgia de emergência - Restauração de Volume - Choque Cardiogênico (Trauma Cardíaco Contuso): - Exame Físico: - FC irregular - Perfusão Inadequada - Etapas Diagnósticas Adicionais: - Alterações Isquêmicas ao ECG - Intervenção: - Assegurar que não há foco hemorrágico não diagnosticado - Suporte Inotrópico - Monitoração Invasiva ACESSO VENOSO PERIFÉRICO: 1. Escolher um local apropriado do membro (veia antecubital, antebraço ou veia safena) 2. Aplicar um garrote elástico acima do local escolhido para punção 3. Limpar o local com solução antisséptica 4. Puncionar a veia com cateter venoso agulhado de grosso calibre - Observar o retorno de sangue 5. Introduzir o cateter na veia 6. Remover a agulha e o garrote 7. Obter amostras de sangue para exames laboratoriais 8. Conectar o cateter ao equipamento de infusão 9. Iniciar a infusão de solução cristaloide aquecida 10. Procurar possíveis infiltrações de líquido nos tecidos adjacentes 11. Fixar o cateter à pele do membro ACESSO VENOSO CENTRAL (TÉCNICA DE SELDINGER) – VEIA FEMORAL: 1. Colocar o doente em posição supina 2. Limpar a pele ao redor do local de punção e colocar os campos 3. Localizar a veia femoral pela palpação da artéria femoral - A veia está em posição imediatamente medial à artéria femoral - “NAVE” – nervo, artéria, veia, espaço vazio (de lateral para medial) - Um dedo deve ser mantido sobre a artéria para facilitar o reconhecimento da anatomia e para evitar a introdução do cateter nela - Ultrassonografia pode ser usada como medida auxiliar para o posicionamento do cateter venoso central 4. Usar um anestésico local na área da punção 5. Fazer uma pequena incisão entre o ponto de entrada do fio guia ou do dilatador de veia central, para inserir um cateter de grosso calibre 6. Introduzir uma agulha de grosso calibre (encaixada a uma seringa de 10 ml com 0,5 a 1 ml de solução salina) - A agulha, direcionada no sentido cranial, deve perfurar a pele diretamente sobre a veia femoral - A seringa e a agulha devem ser mantidas paralelas ao plano frontal 7. Dirigir a agulha cranial e posteriormente, avançando-a lentamente ao mesmo tempo que se traciona delicadamente o êmbolo da seringa 8. Quando o sangue fluir livremente para dentro da seringa, removê-la e ocluir a agulha com um dedo para evitar embolia gasosa - Se não atingir a veia, retirar a agulha e redirecioná-la 9. Inserir o fio guia e remover a agulha - Usar um introdutor caso necessário 10. Inserir o cateter sobre o fio guia 11. Remover o fio guia e conectar o cateter ao equipamento de soro 12. Fixar o cateter (com um fio de sutura) – aplicar pomada antibiótica e cobrir a área com curativo 13. Fixar o equipamento de soro com fita adesiva 14. Solicitar uma radiografia de tórax e abdômen para identificar a posição do cateter intravenoso 15. O cateter deve ser trocado tão logo seja possível – evitar infecção - Principais Complicações do AVC femoral: - Trombose Venosa Profunda - Lesão arterial ou nervosa - Infecção - Fístula Arteriovenosa ACESSO VENOSO CENTRAL – VEIA SUBCLÁVIA: 1. Colocar o doente em decúbito dorsal na posição de Trendelemburg - Inclinação da cabeça inferiormente, de pelo menos 15º - Distender as veias do pescoço e evitar embolia gasosa - Virar a cabeça do doente para o lado oposto ao da punção (se uma lesão da coluna cervical tiver sido excluída radiograficamente) 2. Limpar a pele ao redor do local de punção e fixar os campos 3. Usar anestésico local 4. Introduzir agulha de grosso calibre (fixa a uma seringa de 10 ml, com 0,5 a 1 ml de solução salina), 1 cm abaixo do terço médio da clavícula - Ultrassonografia pode ser usada para auxiliar o posicionamento do cateter 5. Após puncionar a pele, e com o bisel da agulha voltado para cima, expelir os fragmentos de pele que porventuraestejam ocluindo a agulha 6. A agulha e a seringa devem ser mantidas paralelas ao plano frontal 7. Direcionar a agulha medialmente, discretamente no sentido cranial posterior, por trás da clavícula, em direção ao ângulo posterossuperior da extremidade esternal da cavícula (chanfradura do manúbrio) 8. Introduzir a agulha lentamente, ao mesmo tempo tracionando gentilmente o êmbolo da seringa 9. Quando o sangue fluir livremente para dentro da seringa, girar o bisel da agulha caudalmente, remover a seringa e ocluir a agulha com um dedo 10. Inserir o fio guia ao mesmo tempo que se monitora eletrocardiograficamente o paciente para sinais de arritmia 11. Remover a agulhar enquanto se mantem o fio guia em posição 12. Introduzir o cateter sobre o fio guia até uma profundidade predeterminada 13. Conectar o cateter ao equipamento de soro 14. Fixar o cateter firmemente à pele (com fio de sutura) – aplicar pomada antibiótica e cobrir a área com curativo 15. Fixar o equipamento de soro com fita adesiva 16. Solicitar radiografia de tórax para identificar a posição do cateter e investigar um possível pneumotórax ACESSO VENOSO CENTRAL – VEIA JUGULAR (VIA MEDIAL OU CENTRAL): 1. Colocar o doente na posição de Trendelemburg 2. Limpar a pele ao redor do local da punção e fixar os campos 3. Usar anestésico local 4. Introduzir uma agulha de grosso calibre ligada a seringa no centro do triângulo formado pelos dois feixes do músculo esternocleidomastóideo e pela clavícula 5. Após puncionar a pele, expelir os fragmentos de pele que porventura estejam ocluindo a agulha 6. Direcionar a agulha caudalmente, paralelamente ao plano sagital, num ângulo posterior de 30º em relação ao plano frontal 7. Introduzir a agulha lentamente 8. Quando o sangue fluir livremente para dentro da seringa, removê-la e ocluir a agulha com um dedo 9. Inserir o fio guia – monitorando o ECG para identificar arritmias 10. Remover a agulha enquanto se mantém o fio guia em posição e introduzir o cateter sobre o fio guia 11. Conectar o cateter ao equipamento de soro 12. Fixar o cateter posicionado na pele (com fio de sutura), aplicar pomada antibiótica e cobrir a área com curativo 13. Fixar o equipamento de soro com fita adesiva 14. Solicitar radiografia de tórax para identificar a posição e um possível pneumotórax - Complicações do AVC (Jugular ou Subclávio): - Pneumotórax ou Hemotórax - Trombose Venosa - Lesão Arterial ou Nervosa - Fístula Arteriovenosa - Quilotórax - Infecção - Embolia Gasosa PUNÇÃO/INFUSÃO INTRAÓSSEA (TÍBIA PROXIMAL): 1. Colocar o doente em posição supina - Selecionar uma extremidade inferior sem lesões - Colocar sob o joelho um coxim – ângulo de 30º 2. Identificar o local da punção - Superfície anteromedial proximal da tíbia - Aproximadamente um dedo (1 a 3cm) abaixo da tuberosidade tibial 3. Limpar a pele e fixar os campos 4. Usar anestésico local 5. Num ângulo de 90º, introduzir agulha de aspiração de medula óssea, curta e de grosso calibre (ou agulha de punção peridural, curta e de calibre 18G), com o bisel dirigido para o pé distante da placa epifisária 6. Depois de alcançar o osso, direcionar a agulha para um ângulo de 45 a 60º evitando a placa epifisária - Avançar a agulha através do córtex e para dentro da medula óssea - Movimento de rotação ou pressão firme 7. Remover o mandril e conectar a agulha a uma seringa de 10 ml, com aproximadamente 6 ml de solução salina - Tracionar suavemente o êmbolo da seringa - Aspiração de medula óssea indica a entrada da agulha na cavidade medular 8. Injetar solução salina na agulha para expelir qualquer coágulo que a esteja obstruindo 9. Conectar a agulha a um equipamento e iniciar a infusão de fluidos - A agulha é cuidadosamente introduzida um pouco mais fundo, até que seu encaixe se apoie na pele 10. Aplicar pomada de antibióticos e cobrir com gaze estéril 11. Reavaliar com frequência a posição da agulha - A infusão intraóssea deve ser limitada à reanimação de emergência e interrompida tão logo tenha sido conseguido um acesso venoso - Complicações da Punção Intraóssea: - Infecção - Transfixação do Osso - Infiltração Subcutânea ou Subperitoneal - Necrose da pele por pressão - Lesão da placa epifisária - Hematoma IDENTIFICAÇÃO E TRATAMENTO DAS FRATURAS PÉLVICAS – APLICAÇÃO DA CINTA PÉLVICA: 1. Identificar o mecanismo de trauma que sugira a possibilidade de fratura pélvica 2. Inspecionar a pelve à procura de equimose, hematoma perineal ou escrotal e sangue no meato uretral 3. Inspecionar as pernas quanto ao comprimento ou assimetria em rotação do quadril 4. Realizar toque retal, observando a posição e a mobilidade da próstata, qualquer fratura palpável ou presença de sangue oculto ou grosseiro nas fezes 5. Realizar toque vaginal, observando fratura palpável, tamanho e consistência do útero e presença de sangue 6. Se as etapas 2 a 5 são normais, palpar os ossos da pelve para identificar áreas dolorosas 7. Se as etapas 2 a 5 não são normais ou se os mecanismos do trauma sugerirem uma fratura pélvica, solicitar radiografia AP da pelve do doente 8. Determinar a estabilidade pélvica pela aplicação de uma compressão anteroposterior e lateromedial sobre a crista ilíaca 9. Inserir um cateter urinário cuidadosamente, se não for contraindicado 10. Interpretar a radiografia da pelve - Especial foco a fraturas que são frequentemente associadas a perda sanguínea significativa (fraturas que aumentam o volume pélvico) - Confirmar a identificação do doente com a radiografia - Avaliar sistematicamente a radiografia: - Largura da sínfise púbica – maior que 1 cm de separação pode significar lesão da pelve - Integridade do ramo púbico superior e inferior - Integridade do acetábulo, da cabeça e do colo do fêmur - Simetria dos ilíacos e largura da junção sacroilíaca - Simetria dos forames sacrais – avaliação das linhas arqueadas - Fraturas dos processos transversos de L5 - O osso da pelve é um anel – raramente ocorre fratura em um só local TÉCNICAS PARA REDUZIR A PERDA DE SANGUE DAS FRATURAS PÉLVICAS: 1. Evitar manipulação excessiva e repetida 2. Rotação interna das pernas para fechar uma fratura tipo “livro aberto” 3. Aplicar o dispositivo de fixação externa (consulta ortopédica precoce) 4. Aplicar tração esquelética de membros inferiores 5. Embolizar os vasos pélvicos por angiografia 6. Consultar a cirurgia e a ortopedia – determinar prioridades 7. Elevação das nádegas (se não houver indicação de lesão medular) 8. Aplicar a cinta pélvica 9. Transferir para tratamento definitivo DISSECÇÃO VENOSA: 1. Limpar a pele e fixar os campos 2. Usar anestésico local 3. Fazer uma incisão cutânea transversa de 2,5cm de extensão 4. Identificar e separar a veia das estruturas próximas, por dissecção romba, usando uma pinça hemostática curva (Kelly ou Dandy) 5. Elevar e dissecar a veia por uma distância de aproximadamente 2cm para liberá-la de seu leito 6. Ligar a veia distalmente, deixando o fio de sutura sem cortar – tracionar a veia 7. Passar um fio em torno da veia na direção cranial 8. Fazer uma pequena venotomia transversa e dilatá-la gentilmente com a ponta de uma pinça hemostática 9. Introduzir um cateter plástico através da venotomia e fixa-lo amarrando o fio proximal ao redor da veia e do cateter - O cateter deve ser introduzido suficientemente para evitar seu escape da veia 10. Conectar o equipamento intravenoso ao cateter e fechar a incisão com pontos separados 11. Aplicar um curativo estéril com pomada antibiótica - Complicações da Dissecção Venosa Periférica: - Celulite - Hematoma - Flebite - Perfuração da parede posterior da veia - Trombose venosa - Secção do Nervo - Secção Arterial
Compartilhar