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TRAUMA GESTANTE

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Habilidades II (aula 04 – 2° estágio) – Prof. André Teixeira 
1 
 
 
ALTERAÇÕES FISIOLOGICAS NA GESTAÇÃO 
- A partir do momento da concepção acontece uma 
intensa atividade de ativação do sistema renina-
angiotensina-aldosterona e esse mecanismo, aumenta a 
atividade dos mineralocorticoides com a absorção de 
sódio e água. Assim, começa a haver um aumento na 
absorção de líquidos trazendo um estado de 
hipervolemia, hemodiluição, turgência de vasos, edema 
de via aérea. 
- Causas de lesão tecidual e sangramento: hipovolemia, 
hemodiluição, turgência dos vasos e edema de via 
aérea. 
- Na emergência deve-se lembrar que a VA da 
gestante é manipulada com cuidado, ela estará friável e 
edemaciada., podendo ocorrer sangramento e aumento 
do edema. Além disso, no momento da intubação deve 
ser usado um tubo menor que o normal (6 – 6,5), já 
prevendo as alterações de VA. 
OBS: sódio é o principal íon responsável pela 
osmolaridade plasmática. 
- É comum gestantes apresentarem queixas de 
epistaxe (sangramento nasal, geralmente, espontâneo). 
- A gestante ganha em média 17%, em média 11kg no 
período da gestação 
• Alterações da função pulmonar: à medida que 
o feto vai crescendo e útero se expande, 
empurra estruturas abdominais e a cúpula 
diafragmática para cima, a gestante tende a 
aumenta o diâmetro anteroposterior para 
compensar a redução do espaço devido a 
elevação do diafragma 
- ↓ do volume residual (↓200ml) 
- ↓ do volume de reserva expiratório (↓100ml) 
- ↓ da capacidade residual funcional (↓300ml) 
- ↑ volume-corrente 
- ↑ FR (para tentar aumentar o volume-
corrente e compensar o volume-minuto) ⇒ ↓ 
PaCO2 (elimina muito CO2 pela rápida 
respiração e diminui a concentração sérica do 
CO2) ⇒ alcalose respiratória 
- ↑ consumo de O2 
- ↓ reservas de O2 
- ↑ da ventilação alveolar ⇒ alcalose 
respiratória 
- Progesterona relaxa a musculatura lisa, 
havendo uma broncodilatação diminuindo a 
resistência ao fluxo laminar de ar que está 
passando através das VA. 
- A volemia da gestante aumenta em torno de 35 – 
40% (1500ml) 
OBS: Há também o aumento da produção de células 
vermelhas e plaquetas, porém o aumento do volume 
plasmático é maior do que o de células vermelhas, o 
que causa anemia dilucional – anemia fisiológica da 
gestação. 
- Há o aumento da necessidade de produção de célula 
vermelha então vai ter o aumento da eritropoiese, a 
gestante precisará de ferro, por isso é feito a 
suplementação de ferro. Além disso, os hormônios 
lactogênicos placentários, a somatotrofina coriônica e a 
progesterona estimulam a produção de eritropoiese de 
células vermelhas para aumentar o transporte de 
oxigênio plasmático. 
- O aumento do volume plasmático é importante para 
preparar a gestante para as perdas sanguíneas 
inerentes ao parto. 
- Estado de hipercoagulabilidade: prepara a gestante 
para o parto para que não haja perdas sanguíneas em 
abundância, com o aumento dos fatores de coagulação 
(VII e fibrinogênio, principalmente) 
- Aumento da leucocitose: não aponta nenhuma 
patologia em desenvolvimento, é uma resposta 
fisiológica. 
• Alterações cardiovasculares: 
✓ ↑ DC: 
- ↑FC (15%) 
- ↑Volume sistólico (30%) 
- Presença da 3° bulha na maioria das 
gestantes, a partir da 20° semana 
gestacional. 
- Eixo elétrico desviado a esquerda: 
devido o deslocamento do diafragma 
empurrando o coração. 
- Onda T invertida em D3 e AVF e 
alargamento de onda Q 
- Pode haver presença de sopros, 
arritmias e extrassístoles, bem toleradas 
pelas gestantes 
- Aproximadamente na 22° no ECG 
será identificado regurgitação mitral, 
tricúspide e pulmonar (90% das 
gestantes). 
 
 
HIPOXEMIA 
Habilidades II (aula 04 – 2° estágio) – Prof. André Teixeira 
2 
 
✓ PA: 
- A presença da placenta diminui a 
resistência da passagem do sangue, 
fazendo com que haja uma queda da 
PAD, em torno de 5 a 15 mmHg. 
- Hipotensão supina após a 28° semana 
Aumento do DC relacionado ao trabalho de parto: 
 Fase inicial ou latente: aumento de 15% do 
DC. 
 Fase ativa: aumento de 30% do DC. 
 Período expulsivo: aumento de 45% do DC. 
 Após o nascimento: aumento de 80% do DC 
 
• Função renal: devido ao aumento da volemia, 
terá o aumento da função renal, havendo uma 
dilatação do sistema renal. Ocorre também 
devido a ação da progesterona e pela 
compressão uterina 
- Ação da prostaciclina: causa relaxamento da 
musculatura dos ureteres, podendo levar a 
formação de estase urinária, aumentando a 
incidência de infecção urinária 
- ↑ do fluxo sanguíneo plasmático e da taxa de 
filtração glomerular, ou seja, ela urina mais. 
- ↓ dos níveis de creatinina sérica e ureia 
sanguínea. 
- ↓ do limiar tubular renal para glicose e 
aminoácidos, por isso é possível encontrar 
glicosuria e proteinúria no exame de urina. 
 
• Sistema gastrointestinal: Quando o útero 
cresce, desloca as estruturas abdominais, 
alterando a posição do estômago (associado a 
ação da progesterona, diminui a motilidade 
gástrica e o tônus do esfíncter inferior do 
esôfago), causa pirose (azia) 
- Hiperprodução de gastrina: aumento da 
acidez gástrica. 
- Alteração do esfíncter inferior do esôfago 
(relaxa) 
- Lentificação do esvaziamento gástrico 
- Presença de hiperprodução de ác. clorídrico 
- 60% das gestantes, mesmo em jejum, têm 
volume gástrico > 25ml e PH < 2,5. 
 Toda gestante, mesmo em jejum, será 
considerada de estomago cheio. 
 
• Fígado: 
- Função hepática normal. 
- Aumento da fosfatase alcalina 
- Diminuição da pseudocolinesterase: 
responsável pela degradação da succinilcolina, 
que é usada na intubação. 
- Ação da colecistocinina: predispõe a 
formação de cálculos de colesterol, as 
gestantes podem ter colelitíase e 
coledocolitíase por conta disso. 
 
• Hematologia: 
- ↑ volume plasmático: aumento das células 
vermelhas 
- Volume sanguíneo: aumenta cerca de 1000 a 
1500ml 
- Próximo ao parto o volume sanguíneo total 
(VST) é de 90ml/kg) 
- Estado hipercoagulável: prepara a gestante 
para o parto para que não haja perdas 
sanguíneas em abundância, com o aumento 
dos fatores de coagulação (VII, VIII, X e 
fibrinogênio, principalmente) 
 
• Útero: 
- Aumento do fluxo sanguíneo uterino (10% do 
DC – 600-700 ml/hora, sendo 80% direcionado 
para suprir a placenta e 20% para o 
miométrio). 
- Não há autorregularão e o fluxo da artéria 
uterina é dependente da PA e do DC materno 
Fluxo sanguíneo U-P = PA uterina – PV uterina 
 Resistência vascular uterina 
Ou seja, o fluxo sanguíneo útero placentário é 
inversamente proporcional a resistência vascular 
uterina. 
- Se a PaCO2 cair abaixo de 20mmHg, vai 
acontecer uma vasoconstricção das artérias 
uterinas aumentando a resistência vascular 
uterina assim, diminui o fluxo sanguíneo útero 
placentário levando a diminuição da oxigenação 
fetal, levando ele a hipoxia e acidose fetal. 
- O que reduz o fluxo sanguíneo uterino? 
✓ Hipotensão: por trauma, síndrome da 
compressão aortocava, choque. 
✓ Vasoconstrição: uso de drogas 
vasoconstrictoras 
✓ Contração uterina: distúrbios 
hipertensivos, ocitocina. Lembrar que 
sempre que tem uma concentração 
uterina tem-se a redução do fluxo 
útero placentário devido ao aumento 
da resistência vascular 
Habilidades II (aula 04 – 2° estágio) – Prof. André Teixeira 
3 
 
- Até a 12ª semana, o útero está na intrapelvico, 
protegido de possíveis traumas pelo anel 
pélvico. Após esse período, vai para a cavidade 
abdominal, podendo sofrer as ações 
decorrentes de um trauma. 
- Na 20ª semana, está na altura da cicatriz 
umbilical 
- Entre a 34ª e 36ª semana, está na reborda 
costal (perto das costelas) 
- Interface útero placentário: ligação delicada 
entre ambos, quando há aumento da 
contratilidade uterina, pode haver um 
descolamento da placenta, pois tem elasticidade 
diminuída, que é extremamente grave para o 
feto. 
MECANISMOS DE TRAUMA 
- As gestantes têm maior exposição a traumas, pois há 
várias alterações fisiológicas durante a gestação. 
- O risco maior de trauma é no finalda gestação. 
- 17% são vítimas de agressão por outra pessoa, desses 
60% por violência doméstica 
• Trauma fechado: “a mãe protege o feto” 
- A parede abdominal, miométrio e líquido 
amniótico servem como proteção para o feto. 
- Em impactos por objetos rígidos pode 
ocorrer o traumatismo direto do feto 
- Os traumatismos indiretos estão relacionados 
a: 
✓ Compressão súbita (paulada, chute), 
✓ Desaceleração brusca, 
✓ Cisalhamento (uso do cinto de 
segurança) 
OBS: as gestantes não devem usar cinto 
de 2 pontos, e sim de 3, pois aumenta a 
superfície que dissipa a desaceleração e 
evita a flexão anterior da mãe sobre o 
útero, levando a compressão do útero 
sobre ela própria. 
- O local da ruptura do útero de uma gestante 
vítima de trauma, nem sempre é no local da 
pancada. Deve-se lembrar que o útero é um 
órgão oco e muscular e a energia liberada ela 
vai se transmitindo através do seu conteúdo. 
- O local mais comum de ruptura uterina pós 
trauma é o fundo do útero, onde está 
implantado a placenta, geralmente provoca o 
descolamento útero placentária prejudicando a 
oxigenação do feto levando a hipoxia e acidose 
fetal. 
- Pode ocorrer também na face posterior do 
útero, devido a compressão direta contra o 
promontório, não é frequente, mas pode 
acontecer. 
 
• Trauma penetrante: “o feto protege a mãe” 
- Tem o abdômen, estruturas intra-abdominais, 
útero, líquido amniótico e o feto para absorver 
a energia, evitando lesões graves para a 
gestante – prognóstico bom para a gestante e 
ruim para o feto. 
- O atendimento deve ser guiado pela 
gravidade da mãe, tem que lembrar que tudo 
que está sendo feito para mãe, está sendo 
feito para o feto. 
✓ Primeiro realiza o ABCDE primário da 
mãe, depois o ABCDE primário do 
feto. Se a gestante não for crítica ou 
potencialmente crítica, faz o ABCDE 
secundário da mãe. 
- Uma gestante vítima de trauma, mesmo que 
esteja em trabalho de parto, deve ser levada 
para um hospital de trauma e não para uma 
maternidade. 
- A gestante pode perder 25-30% do volume 
e voltar ao estado euvolêmico (antes da 
gravidez), mas o feto estará com hipoperfusão 
com hipóxia e acidose. Deve-se repor a 
volemia, para melhorar a condição clínica do 
feto. 
- Gestantes com mais de 20 semanas: se 
houver trauma de coluna, realiza a imobilização 
padrão e o deslocamento uterino à esquerda, 
além de colocá-la na prancha, com um coxim 
abaixo da prancha para a gestante ficar de lado 
e liberar a compressão aortocava. Se não tiver 
trauma de coluna, coloca a paciente em 
decúbito lateral esquerdo, para liberar a 
compressão aortocava para uma boa 
circulação materna e, consequente, circulação 
fetal. 
OBS: na dúvida sempre deve colocar prancha 
e colar cervical. 
- Reanimação vigorosa com solução de 
cristaloide e sangue para manter a hipovolemia 
fisiológica da gestação. 
- Drogas vasopressoras são contraindicadas, já 
que vai provocar a vasoconstricção uterina, 
aumentando a resistência vascular uterina e, 
consequentemente, diminui o fluxo útero 
placentária diminuindo a perfusão placentária 
para o feto causando hipoxia e acidose fetal. 
 
 
Habilidades II (aula 04 – 2° estágio) – Prof. André Teixeira 
4 
 
SUSPEITA DE RUPTURA DO ÚTERO 
- Dor abdominal, defesa, rigidez ou descompressão 
positiva relacionado a palpação 
- Posição do feto (oblíquo ou transverso) 
- Palpação de partes inteiras do feto 
- Impossibilidade de palpação do fundo do útero 
DESCOLAMENTO PLACENTÁRIO 
- Diminui a oxigenação do feto e provoca sangramento 
vaginal 
- Dor à palpação uterina 
- Contrações frequentes: aumenta a resistência vascular 
uterina que vai diminuir o fluxo útero placentários 
- Tetania uterina (contração persistente do útero) 
- Irritabilidade do útero (ao tocar, contrai). 
ATENÇÂO! 
Ruptura uterina e deslocamento placentário causam 
cólicas e sinais de hipovolemia. 
CESARIANA “POST MORTEM” 
- Realizada após a morte materna, com intuito de salvar 
o feto. 
SUSPEITA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA 
- Lesões desproporcionais à história referida 
- Redução da autoestima 
- Depressão 
- Suicídio 
- Ocorrência frequentes 
- Sintomas sugestivos de uso de drogas 
- Parceiro insiste em estar perto na avaliação, exame e 
monopoliza a discussão

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