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Maria Beatriz Valença Endocrinologia • A síndrome metabólica é comumente definida por uma constelação de interligados fatores fisiológicos, bioquímicos, clínicos e metabólicos que aumentam diretamente o risco de doença cardiovascular e diabetes melito 2; • Adiposidade visceral, resistência à insulina (RI), liberação excessiva de ácidos graxos livres e citocinas inflamatórias pelos adipócitos viscerais, estresse oxidativo, dislipidemia aterogênica, hiperglicemia, disfunção endotelial, hipertensão e estado de hipercoagulabilidade são os vários fatores que constituem a síndrome; • Classificação: OMS, 1998 NCEP-ATP III, 2001: Presença de 3 ou mais dos seguintes critérios IDF, 2005: Obesidade central associada a, pelo menos, 2 dos seguintes critérios: • Epidemiologia: ➔ Países europeus (França, Hungria, Suécia): prevalência 10-15% adultos; ➔ Brasil: poucos dados → 25,9% em homens e 40,9% em mulheres; ➔ Mortalidade: ↑ 2x na geral e 3x na CV. • Na gênese da SM estão envolvidos fatores genéticos e ambientais; • Ela está diretamente relacionada não apenas com o excesso de peso per se, mas também com uma alteração na distribuição do tecido adiposo subcutâneo, o que levaria a maior liberação de ácidos graxos e citocinas inflamatórias na circulação, entre outros achados. • Cardiopatia: ➔ A dislipidemia encontrada em pacientes com SM é altamente aterogênica. Caracteriza-se por hipertrigliceridemia e níveis baixos do HLD-c, associados a um aumento no número de partículas de LDL pequenas e densas, que são mais aterogênicas; ➔ A combinação de múltiplos fatores de risco (HDL- c baixo, hipertrigliceridemia, hipertensão, aumento do PA1-1, hiperinsulinemia e SÍNDROME METABÓLICA INTRODUÇÃO FISIOPATOLOGIA COMPLICAÇÕES Bia Realce Bia Realce Bia Realce Maria Beatriz Valença Endocrinologia hipoadiponectinemia, entre outros) faz dessa população um grupo de pacientes altamente suscetíveis a doenças cardiovasculares (DCV), com risco até 3 vezes maior para evento cardiovascular, até 4 vezes para morte por DAC e até 2,4 para morte por qualquer causa. • Diabetes tipo 2: ➔ A incidência de DM2 é até 5 vezes maior em pacientes com SM em comparação a um grupo de pacientes sem a síndrome; ➔ A SM é encontrada em 42 a 64% dos indivíduos com pré-diabetes e em 78 a 84% daqueles com DM2. Nesses indivíduos, o risco de complicações microvasculares e macrovasculares, bem como a mortalidade cardiovascular, são significativamente maiores na presença de SM. • Doença hepática gordurosa não alcoólica (NAFLD): ➔ A A NAFLD é resultado do excesso no aporte de ácidos graxos para o fígado (em consequência da lipólise exagerada) e está diretamente associada à resistência à insulina e ao acúmulo de gordura visceral; ➔ A NAFLD envolve a esteatose e a esteato-hepatite (NASH). Os pacientes podem apresentar-se com discretos aumentos nos níveis das enzimas hepáticas (normais, na maioria dos casos), e exames de imagem, seja ultrassonografia (US) abdominal, tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM) do abdome, sugerem o diagnóstico de NAFLD. • Câncer; • Dislipidemia; • Síndrome dos ovários policísticos: ➔ O eixo gonadal feminino também sofre alterações nos pacientes com SM. A característica mais marcante nessas mulheres é o hiperandrogenismo, secundário à ação da hiperinsulinemia e da secreção aumentada de LH pela hipófise sobre os ovários; ➔ A hiperinsulinemia está associada a um aumento direto da produção de androgênios pelo ovário e à diminuição das SHBG (proteína de ligação dos hormônios sexuais), o que gera aumento da fração livre da testosterona; ➔ O aumento da atividade da aromatase, relacionado à quantidade de tecido adiposo, está associado a uma elevação dos níveis de estrona, que, por sua vez, levam a maior secreção de LH pela hipófise, com diminuição do FSH; ➔ A resposta ovariana ao excesso de LH é um aumento da produção de androgênios. Além disso, o já mencionado aumento de IGF-1 livre leva a aumento do volume ovariano, além de potencializar a ação do LH, o que também contribui para o hiperandrogenismo. Já a diminuição dos níveis de FSH interfere na maturação do folículo ovariano, o que condiciona uma diminuição nos níveis de estradiol; ➔ A ocorrência dessas alterações é responsável pela alta prevalência da síndrome de ovários policísticos em pacientes com a SM. • Demência: ➔ Os pacientes com DM2, doença caracterizada por RI e falência progressiva das células beta, têm risco aumentado de desenvolver várias formas de disfunção cognitiva, incluindo a doença de Alzheimer. • Hipertensão: ➔ Existem evidências de que tanto a hiperglicemia como a hiperinsulinemia ativam o SRAA por aumentar a expressão do angiotensinogênio, da angiotensina II (AT II) e do receptor AT1. Além disso, recentemente demonstrou-se a produção de aldosterona pelos adipócitos em resposta à AT II.41 Neste contexto, o adipócito pode ser considerado uma miniatura do SRAA. A ativação do SRAA e do SNS está envolvida na gênese da hipertensão na SM. • MEV: dieta + exercícios; • Controle da PA; • Tratamento medicamentoso para dislipidemia; • Tratamentos específicos. TRATAMENTO Bia Realce Bia Realce Bia Realce Bia Realce Bia Realce Bia Realce Bia Realce Bia Realce Bia Realce Bia Realce Bia Realce Bia Realce Bia Realce Bia Realce Bia Realce Bia Realce Bia Realce Bia Realce Bia Realce Bia Realce
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