Buscar

PEÇA 10 - CASO Lauro

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO JUÍZO DE DIREITO DA __ VARA CRIMINAL DA
COMARCA DE CAMPOS-RJ.
Processo n º__________
LAURO, já qualificado nos autos do processo em epígrafe,
vem por intermédio de seu advogado, este que o subscreve, respeitosamente
perante a presença de Vossa Excelência, apresentar as Alegações Finais por
Memoriais, com fundamentos no art. 403, § 3, do CPP, diante dos motivos de fato
e de direito a seguir expostos:
DOS FATOS
No dia 3 de outubro de 2016, o réu foi preso em flagrante
por policiais militares pela prática do crime de estupro qualificado contra a vítima
Maria.
Em razão disso, o Ministério Público ofereceu denúncia,
pela prática do crime do art. 213, § 1º, do Código Penal, na forma tentada,
conforme art. 14, II, também do Código Penal, em razão de Maria ter dezessete
anos na época dos fatos.
Na audiência de instrução e julgamento, que foi fracionada,
na primeira oportunidade, foi ouvida Maria, vítima, que não apresentou documento
de identidade idôneo à comprovação de sua idade, e José, testemunha, que
confirmou os fatos descritos na petição inicial.
O réu não compareceu à primeira parte da audiência por
não ter sido intimado. Na audiência de continuação, em que esteve presente,
confirmou os fatos da denúncia. Em seus memoriais, o Ministério Público pediu a
condenação, nos termos da denúncia.
DO DIREITO
PRELIMINARES
Ante o mencionado, como foi demonstrado que o
magistrado na ausência do réu, que não compareceu a audiência de instrução por
falta de intimação, realizou mesmo assim a instrução processual.
Portanto, como é mencionado, é demonstrado que ocorreu a
violação do direito constitucional ao contraditório e à ampla defesa, e sendo assim,
requer que seja decretado a nulidade absoluta, e consequentemente a audiência seja
decretada como nula, bem como todas as provas que desta derivam, com fulcro no
art. 564, Inciso IV, do CPP, e art. 5, do LV, da CF.
DA ATIPICIDADE DA CONDUTA
Conforme o art. 213 do CP, o crime de estupro consiste em
constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou
permitir com ele se pratique outro ato libidinoso.
Como relatado na denúncia, o réu não chegou a praticar a
conduta de constranger, momento em que teria início a execução do delito ora
imputado.
Importante salientar que não há tentativa nesse caso, pois
segundo o art. 214, II do código penal, a tentativa somente ocorre quando, iniciada
a execução do ato, o mesmo não se consuma por circunstâncias alheias à vontade
do agente. Não foi esse o caso, pois, como já dito, o réu não iniciou a execução.
Em relação ao ato de comprar a arma de fogo, a conduta é
atípica, pois como constatado nos autos, Lauro comprou e a registrou, tornando-a
regular.
Em suma, é imperiosa a sua absolvição, com fundamento
no art. 386, III, do Código de Processo Penal.
DA DOSIMETRIA DA PENA
Caso Vossa Excelência ainda entenda pela condenação do
réu pelo delito de estupro, deve-se observar os seguintes calculos penais: O réu,
deve ter afastado a qualificadora do art. 213 §1º, do CP, aplicada quando a vítima é
maior de 14 anos e menor de dezoito anos. Isso porque, ainda que Maria, a vítima,
tenha dito ter dezessete anos na época dos fatos, o mesmo não foi comprovado
documentalmente. Segundo o art. 155, parágrafo único, do CPP, a comprovação do
estado das pessoas deve se dar na forma estabelecida em lei civil, o que não
ocorreu, devendo, portanto, ser afastada a qualificadora.
Ademais, deve a pena ser fixada no mínimo legal, em seis
anos, conforme o art. 213, caput, do Código Penal, já que as circunstâncias
judiciais são favoráveis.
Deve ser afastada a agravante requerida do art. 61, II do
Código Penal, o não ocorreu no caso em tela, pelos motivos já expostos.
Outrossim, deve ser reconhecida a atenuante de confissão
espontânea, com fundamento no art. 65, III, do Código Penal, pois o réu confirmou
integralmente em juízo os fatos narrados na denúncia.
Também, há de se querer que o crime seja reconhecido
como tentativa, nos termos do art. 14,II do Código Penal, considerando que o
agente ficou distante da sua consumação e deve a pena ser reduzida ao máximo, em
dois terços, com fundamento no art. 14, parágrafo único, do Código Penal.
Em relação ao regime inicial de cumprimento da pena de
liberdade, deve ser fixado o regime aberto, com fundamento no art. 33§2º do
Código Penal.
Por fim, o réu faz jus à suspensão condicional da pena, nos
termos do art. 77 do Código Penal, em razão da pena privativa de liberdade ser
inferior a dois anos, não havendo qualquer causa impeditiva para a concessão do
benefício.
DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
a- A nulidade dos atos da instrução por cerceamento de defesa, visto que o réu não
foi intimado para a audiência de instrução e julgamento, com fundamento no art.
564, IV, do CPP
b- A Absolvição de Lauro pelo crime de estupro, com fundamento no art. 386,III,
do CPP, em razão de o fato não constituir infração penal;
c- O Afastamento da qualificadora do art. 213,§1º do CP, pois não há provas nos
autos da idade da vítima;
d- A fixação da pena no mínimo legal, com fundamento no art. 59 do CP, já que as
circunstâncias judiciais são favoráveis;
e- O afastamento da agravante do art. 61,II,f, do CP, por não ter havido violência
doméstica contra mulher;
f- O reconhecimento da confissão espontânea, com fundamento no art. 65,III,d, do
Código Penal;
g- A diminuição da pena ao máximo, em dois terços, em virtude da tentativa, com
base no art. 14,II e parágrafo único do CP;
h- A aplicação do regime inicial aberto, com fundamento no art. 32 §2º,c, do CP;
i- A suspensão condicional da pena, com fulcro no art. 77 do CP.
Termos em que,
Pede deferimento.
Campos, 10 de setembro de 2018.
Advogado
OAB/XX nº XX

Continue navegando