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Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 9: SEPSE 1 1. Considerações gerais A sepse é uma síndrome extremamente prevalente, com elevada morbidade e mortalidade e altos custos. Seu reconhecimento precoce e tratamento adequado são fatores primordiais para a mudança deste cenário. A implementação de protocolos clínicos gerenciados é uma ferramenta útil neste contexto, auxiliando as instituições na padronização do atendimento ao paciente séptico, diminuindo desfechos negativos e proporcionando melhor efetividade do tratamento. As recomendações contidas neste documento estão baseadas nas diretrizes da Campanha de Sobrevivência a Sepse (SSC, Surviving Sepsis Campaign) e visam o tratamento de pacientes adultos nas unidades de urgência e emergência, nas unidades de internação e nas unidades de terapia intensiva. Neste documento foram atualizadas as nomenclaturas utilizadas, conforme as novas definições do Sepsis 3, sendo agora os termos utilizados: infecção, sepse e choque séptico. Entretanto, a despeito do uso da nova nomenclatura, o ILAS optou por alinhar o processo de triagem dos pacientes com a SSC. A síndrome de resposta inflamatória sistêmica (SRIS), embora não utilizada para a definição de sepse, continua sendo importante para a triagem de pacientes com suspeita de sepse. Da mesma forma que a SSC, o ILAS não mudou os critérios usados para definir disfunção orgânica, mantendo a hiperlactatemia como um deles. O critério para definição de choque séptico também não foi alterado. 2. Introdução Sepse é uma síndrome definida como resposta inflamatória desregulada a uma infecção, levando a disfunção no funcionamento de órgãos e sistemas. Sepse ocorre quando a liberação de mediadores pró-inflamatórios em resposta a uma infecção excede os limites do local da infecção, levando a uma resposta inflamatória sistêmica e generalizada, que acarreta lesão celular e disfunção orgânica. A sepse tem taxa de mortalidade de 55% nos pacientes acometidos pela síndrome em unidades de terapia intensiva no Brasil. O diagnóstico de sepse é feito quando há infecção presumida ou confirmada e aumento de 2 ou mais pontos no escore SOFA (Sequential Sepsis-related Organ Failure Assessment). No departamento de emergência, a contradição entre a necessidade de exames complementares para o estabelecimento diagnóstico e o benefício da instituição de tratamento precoce torna necessária a adoção de ferramentas para o rastreio de pacientes com sepse possível. O tratamento da sepse deve ser realizado em duas frentes: tratamento da infecção e terapia de suporte às disfunções orgânicas. A antibioticoterapia deve ser iniciada precocemente, idealmente na primeira hora após a identificação da sepse, e direcionada para o foco suspeito da infecção. 3. Definição Sepse é uma resposta exagerada do corpo Lactato é um marcador importante Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 9: SEPSE 2 4. Resposta inflamatória Tipo 1 → Resposta inflamatória totalmente inerte Tipo 2 → Infecção normal Tipo 3 → Sepse Tipo 4 → Caos 5. Conceito Infecção → Processo patológico causado pela invasão de tecidos previamente estéreis por microrganismos patogênicos SIRS ❖ Temperatura >38 graus ou <36 graus ❖ FC >90bpm ❖ FR >20ipm ❖ Leucometria → Leucócitos >12 000 ou <4 000 ou > Bt 10% Sepse → Síndrome clínica definida pela presença de infecção e SIRS Temperatura anal 38,2 graus e esofágica 38,4 graus Sepse grave ❖ Sepse complicada com uma ou mais disfunções orgânicas e/ou hiperlactemia ❖ Sepse complicada com disfunção orgânica → Hemodinâmica (hipotensão; renal (elevação da creatinina); respiratória (queda na relação PaO2/FiO2); hepática (elevação das bilirrubinas); neurológica (alteração do estado mental) Choque séptico → Sepse associada à hipotensão refratária a volume adequada 6. Cascata de citocinas na sepse 7. Qual o problema? Paciente com sinusite aguda fez febre (38,4 graus) e leucograma de 14 500(bastões 3%) Paciente idoso com infeção urinária com rebaixamento do nível de consciência, com Glasgow 13. Afebril; FC 64bpm; FR 16ipm; TA 130x74mmHg; leucograma 6 500 (bastões 0%); lactato 1,2mmol/L Quem tem sepse? Que é mais grave? Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 9: SEPSE 3 8. Além disso Diagnóstico é clinico, demanda alto grau de suspeição Taquicardia; taquipneia; febre; hipotermia; sonolência; agitação; extremidades frias; etc Grande lista de sinais e sintomas → Nenhum específico Laboratório → Leucocitose; leucopenia; lactato; gasometria com acidose *Sem especificidade* Biomarcadores → PCR; procalcitonina 9. Momento que vivemos Maior número de recursos de suporte a vida Melhor entendimento dos mecanismos fisiopatológicos relacionados à sepse Melhor avaliação dos escores de gravidade, piora e óbito 10. Escores Para derivação e validação dos critérios ❖ 148.907 casos com suspeita de infecção; ❖ Coorte de 1.3 milhões de atendimentos médicos; ❖ 12 hospitais da Pennsylvania, EUA. Para análise confirmatória ❖ 706.399 atendimentos; ❖ 165 hospitais Norte-Americanos e Alemães Dois escores com bons resultados ❖ SOFA ❖ qSOFA 11. qSOFA Quick Sequential Organ Failure Assessment Score; Ferramenta beira leito Identifica pacientes com suspeita/documentação de infecção que estão sob maior risco de desfechos adversos Critérios ❖ PAS <100mmHg ❖ FR >22ipm ❖ Alteração do estado mental (GCS <15) ❖ Pontos → 0 a 3 Se >=2 → Maior risco de mortalidade ou permanência prolongada na UT 12. SOFA Leva em conta ❖ Anormalidades em diferentes sistemas do organismo ❖ Intervenções clínicas ❖ Alterações laboratoriais. Alto → Aumento na probabilidade de mortalidade Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 9: SEPSE 4 Resultados ❖ Teste de validade preditiva ❖ Com suspeita de infecção for a UTI (n=7.932) ➢ Validade preditiva do SOFA para mortalidade (AUROC 0,74) ➢ =LODS (AUROC 0,75) ➢ >SIRS (AUROC 0,64) ➢ Base para uso do SOFA como critério clínico para diagnóstico da sepse ❖ Com suspeita de infecção for a UTI (n=66.522) ➢ qSOFA (AUROC 0,81) ➢ >SIRS (AUROC 0,76) ➢ Sugerindo o qSOFA como ferramenta útil como critério de triagem clínica para se pensar em sepse Atualização ❖ Sepse 1 → 1991 ❖ Sepse 2 → 2001 ❖ Sepse 3 → 2016; 45º Congresso de SSC-JAMA 13. Sepse 3 Revisão sistemática de meta-análise de 92 estudos Processo de Delphi Após conclusão do processo ❖ As variáveis indificadas foram testadas ❖ Estudo de coorte ❖ Surviving Sepsis Campaign (n= 28.150) ❖ University of Pittsburgh Medical Center (n=1.309.025) ❖ Kaiser Permanente Nothem California (n= 1.847.165) Novo conceito → Disfunção orgânica ❖ Aumento em dois pontos no escore SOFA ❖ Se necessidade de diagnóstico mais precoce e avaliações mais precoces → qSOFA ➢ PAS <100mmHg ➢ Alteração do nível de consciência → Glasgow <15 Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 9: SEPSE 5 ➢ FR 22bpm ❖ Sepse ➢ Disfunção orgânica ameaçadora a vida secundária a resposta do hospedeiro (imune desregulada) a uma infecção ➢ Critérios clínicos → Suspeita ou certeza e um aumento agudo de maior ou igual a dois pontos no SOFA em resposta a uma infecção, representando uma disfunção orgânica ❖ Sepse grave → Extinto ❖ Septicemia → Extinto ❖ Síndrome séptica → Extinto ❖ Choque séptico ➢ Anormalidade circulatória e celular/metabólica secundária a sepse grave ou suficiente para aumentar significamente a mortalidade ➢ Critérios clínicos → Hipotensão persistente que requer o uso de vasopressores para manter uma PAM maior ou igual a 65mmHg e lactato maior ou igual a 2mmol/L (18mg/Kg) após adequada reposição volêmica ❖ Disfunção de múltiplos órgãos e sistemas → Função orgânicaem pacientes gravemente enfermos onde a homeostase orgânica não pode ser mantida sem alguma intervenção; ocorre uma alteração aguda no SOFA >2 Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 9: SEPSE 6 14. Críticas Não envolveu países de baixo e médio recursos nas decisões Diminuem a sensibilidade do diagnóstico ❖ Dificulta o manejo em tempo hábil da sepse em certos locais ❖ Minimiza os critérios de SIRS Escores SOFA e qSOFA têm limitações de validação → Triagem e classificação de gravidade Retirada de hiperlactatemia com critério de disfunção orgânica Pacientes com hipotensão ou Glasgow <13 → SOFA 1; pode tirar a atenção dos profissionais qSOFA ❖ Mistura de escore preditivo de óbito com ferramenta beira leito para identificar um paciente com risco de piora (screening) ❖ O que é mais importante → Risco de óbito ou risco de piora ❖ Talvez apenas um critério seria menos “inaceitável” ➢ Taquipneia e hipotensão → Acionar condutas ➢ Taquipneia e rebaixamento → Acionar condutas ➢ Hipotensão e rebaixamento → Acionar condutas Lactato ❖ >4mmol/L não é considerada infecção complicada ❖ >4mmol/L sem hipotensão → Não tem maior risco de morte ❖ Paciente com lactato 4,0 → Infecção não complicada ❖ Banco de dados ILAS ➢ Paciente sem choque e Lac>4 → Mortalidade 55% (serviço público) ❖ Paciente com 99.000 plaquetas ou bilirrubina 2.1 ou pO2/FiO2 290 → SEPSE Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 9: SEPSE 7 Disparidade entre os membros de alto e médio/baixo recurso Recusaram endosso do documento ❖ ILAS ❖ American College of Chest Physicians ❖ American College of Emergency Physicians 15. Procalcitonina x PCR Apesar de estudos não serve para diagnóstico de sepse Precisam de cursa Indicam atividade infecciosa direta ¨Sugerem¨ tempo de uso de antibiótico PCR em baixa especificidade Procalcitonina não tem valor prognóstico bem definido 16. Tratamento Protocolo de Rivers Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 9: SEPSE 8 SvO2/SVcO2 ❖ Diminuída ➢ Baixo DO2 → pO2 baixa; Hb baixa; DC baixo ➢ Alto consumo → Estresse; febre; dor; convulsão ❖ Normal → >70%; >65% ❖ Aumentada ➢ Elevado DO2 → pO2 alta; Hb alta; DC alto ➢ Baixo VO2 → Hipotermia; anestesia Tratamento – SSC ❖ Mantendo base no Golden Hours → Bundles ❖ A partir da suspeição diagnóstica utiliza-se os Guidelines da SSC ❖ A aplicação dos budles inicia-se no momento da suspeita; não é necessária a confirmação laboratorial e nem a internação em UTI → Emergência é local onde o tratamento da sepse tem mais sucesso ❖ Bundles de 6 e 24 horas → de 3 e 6 horas → de 1 hora ❖ O “antigo/novo” budle eliminou os pacotes de 6 e 24 horas → Apensa período de 6 horas dividido de 3 e 6 horas ❖ Pacote/Bundle de 3 horas ➢ Medir lactato arterial ➢ Coletar todas as possíveis estruturas antes da administração de antibióticos ➢ Aplicar antibióticos de largo espectro empiricamente ➢ Administrar 30mL/Kg de cristaloide para hipotensão ou lactato >4mmo/L ou 36mg/dL ❖ Pacote/Bundle de 6 horas ➢ Aplicar vasopressores para hipotensão não responsiva → Manter PAM >65mmHg ➢ Na persistência de hipotensão apesar da ressuscitação volêmica → Choque séptico ou lactato >4mmol/L ou 36mg/dL Medira pressão venosa central → PVC Medir saturação venosa central → SvcO2 ➢ Medir novamente o lactato se inicialmente alto Atualização – abril 2018 ❖ Extinção dos bundles de 3 e 6 horas ❖ Novo pacote (Bundles) de 1 hora ➢ Coleta de lactato ➢ Hemocultura Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 9: SEPSE 9 ➢ Antibiótico ➢ Volume nos que precisão ➢ DVA nos que precisam ➢ Se lactato elevado no início → Colher com 2 e 4 horas Avaliação do status volêmico e perfusão ❖ Não se encontra na nova atualização, mas quando avaliar → Choque ❖ Exame físico após ressuscitação hídrica ➢ Sinais vitais; tempo de enchimento capilar; pulso; achados cardiopulmonares; achados em pele ➢ Ou dois dos seguintes → Medida da PVC; media da ScvO2; USG cardiovascular beira- leito; avaliação dinâmica da fluido-responsividade com elevação passiva das pernas (PLR – Passive Leg Raise) ou desafio volêmico ❖ Hidratação x Prova de volume (fluido-responsividade) x Desafio volêmico ➢ Hidratação → É o mínimo que o paciente precisa em 24 horas ➢ Prova de volume → É a alíquota; é um teste no paciente; dependo dos parâmetros de pré-carga ➢ Desafio volêmico → Teste de infusão com avaliação do efeito para testar a resposta ao volume. “Teste de sobrecarga”. ➢ Cristaloide x Coloide → Hoje faz cristaloide; faz coloide em situações pontuadas ➢ Soro fisiológico (SF) 0,9% → O nome ideal é solução salina 0,9% *O corpo humano tem – em sua normalidade – Na (135-145) e Cl (97-100) Acidose hiperclorêmica pelo excesso de SF Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 9: SEPSE 10 ➢ Ringer lactato (RL) *O lactato usado no Ringer é um sal que serve para estabilizar a solução; ele está inativo não necessitando da sua metabolização no fígado pelo ciclo de Cori ❖ Características dos fluidos utilizados na ressuscitação *Eletrólitos mais importantes para o paciente grave Cl, Na e K; o gluconato serve para estabilizar a membrana ❖ Scop equivale a 30 gramas → É o mínimo diário administrado de albumina ❖ Quando dar volume? ➢ Paciente chegou hipotenso ➢ Paciente chegou normotenso e depois evolui com hipotensão ➢ Hiperlactemia 17. Diagnóstico microbiológico Coleta de culturas antes da aplicação de antibióticos é desejado → Se atraso >45 minutos priorizar antibiótico Coleta de pelo menos duas hemoculturas (aeróbios e anaeróbios) → Uma percutânea e as demais pelos acessos vasculares > de 48 horas O uso de 1,3 beta-D-glucana, anticorpos mannana e anti-mannana, se disponíveis, podem ser úteis no diagnóstico diferencial das candidíases Estudos de imagem apropriados para detectar possíveis focos devem ser feitos imediatamente 18. Antibioticoterapia Meta → Administração de antibióticos efetivos na primeira hora após o reconhecimento do choque séptico e sepse grave Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 9: SEPSE 11 Aplicar antibióticos de largo espectro – uma ou mais drogas – com atividade contra todos os prováveis patógenos que penetrem adequadamente nos tecidos supostos de serem focos da infecção Rever antibióticos diariamente para descalonamento A terapia empírica deve durar menos de 3-5 dias, devendo ser confirmada ou descalonada sob evidência microbiológica Duração da terapia é de 7-10 dias → Cursos maiores quando há resposta lenta, focos não drenáveis, bacteremia por S. aureus, alguns fungos e vírus, pacientes imunodeficiência, incluindo neutropenia Antivirais devem ser iniciados o mais cedo possível em pacientes com sepse grave ou choque séptico de etiologia viral suspeita Antibióticos não devem ser usados em pacientes com estados inflamatórios não infecciosos → Ex. Pancreatite; pós operatório; etc 19. Controle do foco Diagnóstico anatômico mais breve possível → Intervenção nas primeiras 12 horas Necrose peripancreática → Intervenção adiantada até a definição da área de tecidos viáveis e não viáveis Se controle de foco é necessário + pacientes graves → Intervenção ideal (percutânea > céu aberto – USG) Se acesso vascular → Remoção após posicionamento de outro acesso 20. Ressuscitação inicial 30mL/Kg cristaloide → Consenso anterior; é mais um desafio volêmico do que uma prova de volume A ressuscitação deve ser feita em todos os pacientes → Enfatizada na hipotensão refratária e/ou com lactato elevado As metas para as primeiras seis horas permanecem as mesmas ❖ PVC entre 8-12mmHg ❖ PAM acima de 65mmHg ❖ Débito urinário acima de 0,5mL/Kg/H ❖ ScvO2 acima de 70% Nos com lectatoelevado a meta é normalizar o lactato e clearance de 10% em 6 horas 21. Fluidos Cristaloides A SSC é contra o uso de hidroxietilamido para a ressuscitação em sepse grave e choque séptico Albumina 5% pode ser usada se volume excessivo de cristaloides ❖ Deságio hídrico mínimo de 30mL/Kg ❖ Se mais volume → Uma parte pode ser albumina Expansão volêmica deve ser continuada enquanto houver melhora objetiva dos parâmetros → PC; PA; pressão de pulso; fração e ejeção 22. Vasopressores Meta → PAM >65mmHg Noradrenalina (NE) é o vasopressor de escolha Adrenalina (AD) pode ser adicionada ou substituir a noradrenalina quando é necessário aumentar a PAM Vasopressina (VP) 0,03-0,04Ui/min pode ser adicionada a noradrenalina com a mesma finalidade Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 9: SEPSE 12 ❖ <0,03Ui/min não devem ser utilizadas ❖ >0,04Ui/min reservadas para terapia de resgate em casos refratários Dopamina é uma alternativa em pacientes altamente selecionados → Não deve ser usada para a proteção renal Feniletrina não deve ser usada → Exceto em taquiarritmias graves com NE; débito cardíaco alto com pressão baixa refratária; resgate quando combinação de vasopressores falharam em atingir pressão adequada Todos os pacientes em uso de vasopressores deve receber um cateter arterial e monitorização da PAM 23. Inotrópicos Dobutamina >20mcg/Kg/min ou associada ao vasopressor ❖ Disfunção miocárdica sugerida por pressões de enchimento elevadas e débito cardíaco baixo ❖ Sinais progressos de hipoperfusão apesar de volume intravascular adequado e PAM adequada Não usar esta estratégia para elevação de parâmetros hemodinâmicos para níveis supranormais 24. Corticoides Não usar se terapia com fluidos e vasopressores melhoram a hemodinâmica → Somente no choque refratário Em caso contrário, hidrocortisona 200mg/dia Não utilizar o teste de estimulação do ACTH para identificar adultos em choque séptico Em pacientes tratados → Suspender hidrocortisona assim que suspensos os vasopressores Se hidrocortisona → Infusão contínua Sepse não usa em nenhum paciente, mas em choque distributivo refratário pode 25. Hemoderivados Resolvida hipoperfusão, sem isquemia miocárdica, hipoxemia severa ou hemorragia aguada, hemotransfundir se Hb <7,0g/dL → Objetivo de 7,0 e 9,0g/dL Não usar eritropoetina Um concentrado de hemácia aumente um ponto de hemoglobina PFC não deve ser usado para corrigir anormalidade laboratoriais da coagulação na ausência de hemorragias ou planejamento de procedimentos Plaquetas ❖ Se < 10 000 sem sangramentos ❖ Se < 20 000 se risco de sangramentos ❖ Se sangramentos ou cirurgia → Manter > 50 000 26. Ventilação mecânica na SDRA – estratégia protetora VC= 6mL/Kg Driving Pressure </= 15cmH2O PEEP titulada para evitar colapso alveolar e atelectrauma Ajustar PEEP necessária pela gravidade da SRDA Manobras de recrutamento em hipoxemia grave Posição de prona pode ser usada em SDRA grave (P/F <100) em locais com experiência nestas manobras Cabeceira elevada 30-45 graus para minimizar o risco de PAV VNI → Pacientes altamente selecionados com avaliação do custo benefício Protocolo de desmame bem estruturado deve ser utilizado Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 9: SEPSE 13 SSC contra uso de CAP em pacientes com sepse e SDRA Uso de fluidos mais restritivos, menos liberal Na ausência de broncoespasmo, os broncodilatadores não são mais recomendados 27. Controle glicêmico Protocolos institucionais Alvo <180mg/dL → Iniciar 2 glicemias consecutivas acima de 180mg/dL com insulina venosa contínua Medição a cada duas horas até a estabilização da glicose de infusão de insulina; e a partir daí a cada quatro horas Hipoglicemia mata mais que hiperglicemia Se dúvida nos valores → Sangue arterial 28. Sedação, analgesia e bloqueio neuromuscular (BNM) A sedação – contínua ou intermitente – deve ser minimizada e titulada por escalas específicas Músculos que não param nunca → Coração e diafragma O BNM deve ser evitado, principalmente na presença de SDRA ❖ Se necessário → Infusão contínua ou intermitente e monitorizados pelotrain-of-four ❖ Um curso curto de BNM pode ser usado por 48 horas em SDRA grave 29. Terapia de substituição renal Métodos dialíticos contínuos ou intermitentes são equivalentes em pacientes com sepse grave e insuficiência renal aguda Usar métodos contínuos para facilitar o manejo do balanço hídrico em pacientes hemodinamicamente instáveis 30. Bicarbonato de sódio Não utilizar com o propósito de melhorar hemodinamicamente ou reduzir a necessidade de vasopressores em pacientes com acidose lática induzida por hipoperfusão com pH>7,15 31. Profilaxia para TVP/TEP Profilaxia farmacológica diária para TVP/TEP HBPM 1x/dia é melhor que HNF 2x/dia que por sua vez é melhor que HNF 3x/dia ❖ ClCr <30mL/min → Dalteparina ou outra HBPM que tenha menor grau de metabolismo renal ou HNF Sepse grave → Profilaxia farmacológica + mecanismos de compressão intermitente Se contraindicação de heparina ❖ Não usar profilaxia farmacológica ❖ Métodos mecânicos 32. Profilaxia de úlcera de estresse IBP ou antagonistas H2 podem ser dados aos que tem alto risco de sangramento Se profilaxia, IBP > antagonistas H2 Pacientes sem fatores de risco não precisam de profilaxia Baixo abastecimento sanguíneo no estômago, redução de mucina, aumento da acidez e formação de úlcera → Especialmente em pacientes com gastroparesia 33. Nutrição Iniciar nutrição (VO ou NE) se tolerado → Ao invés do aporte calórico pleno ou manter apenas glicose intravenosa nas primeiras 48 horas Evitar aporte pleno obrigatório na primeira semana → Ao invés de iniciar o aporte menor e progredir como tolerado Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 9: SEPSE 14 Nos primeiros sete dias, preferir NE ou NE com glicose IV do que NPT ou NE associada com NPT Não utilizar nutrição imunomodulada (ARG ou GLUT) Vitamina X + Hidrocortisona + Tiamina (?) 34. Outras terapias de suporte Imunoglobulina → Não usar Selênio → Não usar intravenoso Proteína C reativa recombinante humana → Não é mais produzida; não há mais recomendação 35. Pontos-chave Medir lactato Coletar culturas Iniciar antibióticos Fazer cristaloides – 30mL/Kg – se hipotensão ou lactato alto Fazer vasopressores – noradrenalina – se hipotensão mantida Na hipotensão persistente ou lactato alto ❖ Medir PVC e se orientar pelas metas → 8-12mmHg ❖ Medir SvcO2 e se orientar pelas metas → >70% Medir o lactato seriadamente se houver alto na primeira hora Noradrenalina é o vasopressor de escolha Não usar dopamina em baixa dose Não usar fenilefrina Ao usar corticoide, usar hidrocortisona 200mg contínua VM protetora → Baixos volumes; pressões controladas; titular PEEP; menor FiO2 possível Transfundir sangue se absolutamente necessário e se Hb <7,0g/dL Manter glicemia entre 140-180mg/dL Nutrir conforme as necessidades e possibilidades, mas não deixar em dieta zero Referências bibliográficas Aula de Dr. Albert Bacelar (02/09/2021) Medicina de emergência: abordagem prática / editores Irineu Tadeu Velasco ... [et al.]. - 14. ed., rev., atual. e ampl.-Barueri [SP] : Manole, 2020.: il Melgar-Melgar, A., Ruiz-Salas, A., & Jiménez- Navarro, M. F. (2019). Taquiarritmias. Medicine- Programa de Formación Médica Continuada Acreditado, 12(89), 5212-5225.
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