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É desencadeada por agentes infecciosos, representando um problema mundial por mais de 2000 mortes entre crianças em países em desenvolvimento. Principais agentes: Escherichia coli Vibrio cholerae (cólera) Salmonella Giardia lamblia C. difficille Shigella Rotavírus Diverticulite/ Doença diverticular sigmoide Diverticulose – é o processo de dilatações saculares da parede intestinal, originando os divertículos. Ocorre mais comumente no cólon sigmoide. Podem ser: Verdadeiros – tem todas as camadas histológicas da parede colônica. Pseudodivertículos – apenas mucosa e submucosa. Portanto, essa doença diverticular se refere a bolsas externas adquiridas, pseudodiverticulares, da mucosa e submucosa colônicas, sobretudo no sigmoide. Geralmente, os divertículos são múltiplos. Patogenia: - Essa condição diverticular advém do aumento da pressão intraluminal na parede intestinal, causando a fraqueza da parede muscular, provavelmente decorrente de contrações peristálticas exageradas. A dieta tem grande influência sobre isso. - Uma dieta pobre em fibras culmina na formação de massa fecal mais sólida. Isso aumenta a pressão intraluminal, forçando maior força do movimento peristáltico ao ponto de enfraquecer a camada muscular do cólon e, por fim, originando o divertículo. Além disso, a presença do divertículo atrapalha na passagem do bolo fecal. - Com o bolo fecal se acumulando no interior do divertículo, há o desencadeamento da inflamação e infecção, o que resulta na diverticulite. Diverticulite – inflamação e infecção de divertículos colônicos Causa: acúmulo de resíduos no interior do divertículo Pode evoluir a um abscesso fístula perfuração intestinal. Manifestações clínicas: (1) eliminação de sangue pelo reto; (2) dor abdominal; (3) febre; (4) anorexia; (5) leucocitose; (6) constipação – pode alternar com diarreia, imitando sintomas do SII (síndrome do intestino irritado); (7) distensão; (8) hemorragia maciça (caso raro). MEDICINA NOVE DE JULHO Enterocolites infecciosas – inflamação aguda Endoscopia- “buracos”= divertículos Apendicite É a inflamação, de condição aguda, do apêndice cecal. Causa mais comum de dor abdominal/ abdômen agudo em crianças e jovens. Etiopatogênese: (1) Obstrução da luz apendicular por fecalitos, neoplasias, corpos estranhos, tecido linfoide e parasitos causa isquemia na região do órgão, evoluindo a uma necrose; (2) Infecção bacteriana início do processo inflamatório na base das criptas com infiltrado inflamatório. Propicia a lesão epitelial que pode evolui a uma ulceração e destruição das demais camadas. Quando infiltra (os neutrófilos) na camada muscular corresponde ao achado morfológico da apendicite aguda (inflamação supurativa). Manifestações clínicas: (1) Dor abdominal com migração clássica de periumbilical ou epigástrica para fossa ilíaca direita; (2) Náuseas; (3) vômitos; (4) leucograma com desvio a esquerda; Complicação: perfuração. Diagnóstico: clínico, tomografia e ultrassonografia A DII é uma condição crônica, resultante da ativação imunológica inapropriada da mucosa. É compreendida pela colite ulcerativa e Doença de Crohn. Etiopatogênese Multifatorial: interação do hospedeiro com a microbiota intestinal disfunção epitelial intestinal resposta imunológica da mucosa e composição alterada da microbiota do intestino. Etiologias Genéticos mais relacionados com a Doença de Crohn (gêmeos monozigóticos com concordância de 50%; para colite é de 15%); - Na Doença de Crohn, o gene associado é o NOD2 que fica superativado. Esse codifica uma proteína intracelular que se liga a proteoglicano bacterianos e ativa via de sinalização NF- kappaBeta, resultando na ativação de genes pró- inflamatórios. Resposta imunológica da mucosa barreira entre o epitélio e bolo fecal alterada, com entrada de bactérias; A alteração da microbiota intestinal, a ativação desordenada da imunidade da mucosa ou defeitos da própria imunorregulação contribuem ao desencadeamento das duas patologias da DII. - A ativação imunológica é bastante intermediada por citocinas TNF, alfa-gama, IL-13 e moléculas imunorregulatórias como TGF- beta e IL-10. - Doença de Crohn: perfil Th1; - Colite ulcerativa: perfil Th2 e destruição tecidual mediada por linfócitos Th17 Defeitos epiteliais: - Doença de Crohn: defeito/ disfunção na barreira de junção epitelial intestinal devido ao polimorfismo NOD2 que pode ativar a imunidade inata da mucosa e adaptativa e sensibilizar o indivíduo à doença. - Colite ulcerativa: polimorfismo no ECM1 que inibe a metaloproteinase 9 (MMP9). Microbiota: contaminação de alimentos, mudança na composição da microbiota e uso de Doenças inflamatórias intestinais – inflam. Crônica antibióticos. Transplante de fezes- possível solução para problemas na microbiota. Doença de Crohn Local: qualquer área do trato GI; predomínio íleo terminal, ceco e válvula ileocecal. Macroscopia: Lesões salteadas (inflamação multifocal): múltiplas, transmurais, em paralelepípedo e bem delineadas. Formação de úlceras com aspecto de “serpente”. No início, o segmento afetado é congesto e edemaciado. A lesão transmural causa o engrossamento da parede intestinal que, consequentemente, causa o estreitamento da luz intestinal (estenose). Assim destruição epitelial causa erosões e, consequentemente, uma úlcera aftosa que pode progredir, tendo suas lesões múltiplas fundidas e formando uma úlcera de aspecto serpentiforme. A mucosa que fica entremeada justamente por essas lesões multifocais, dando uma textura grosseira – que dá aspecto de paralelepípedo- com a formação de úlceras, possibilita a ocorrência de fissuras que pode tornar-se tratos fistulosos ou locais de perfuração. Em casos de a lesão transmural ser extensa, há acúmulo de gordura mesentérica na região da lesão externa, fora da serosa: gordura em trepadeira (imagem abaixo). Gordura Úlcera alongada serpentiforme Úlceras aftosas Úlceras aftosas Microscopia: Na intercalação das lesões, a primeiro momento, a mucosa fica preservada: - hiperplasia de células da mucosa - hiperprodução de muco - alteração da arquitetura da mucosa: conferindo aspecto de pedra de calçada Infiltrado neutrofílico nas criptas, destruindo o epitélio dessa. Organização da mesma desalinhada. Resultado: abscesso da cripta. Atrofia da mucosa com perda de criptas (após anos da doença) Pode haver ulceração da mucosa, ocorrendo transição da aguda entre a mucosa ulcerada e a normal adjacente: Transição aguda: normal ulcerada Pode ocorrer metaplasia de células de Paneth no cólon esquerdo Infiltrado inflamatório predominante linfocitário nódulos + folículos linfoides: extensão em toda parede. 35% há formação de granulomas epitelioides (granulomas não caseosos). Tais granulomas cutâneos formam nódulos conhecidos como Doença de Crohn metastásica (termo inadequado). Setas: granulomas A: crisptas desalinhadas; B: granuloma não caseoso; C: Doença de Crohn transmural com granulomas não caseosos submucoso e serosos (setas) Evolução à fibrose com máxima na submucosa: segmento estreito e rígido (expressão macroscópica) Estenose, aspecto borrachudo pelo edema, fibrose da submucosa e hipertrofia muscular Aspectos clínicos: variáveis Ataques intermitentes de diarreia leves Febre Dor abdominal 20%: dor no QID, febre e diarreia sanguinolenta (mimetismo de apendicite aguda ou perfuração intestinal) Estímulos externos: estresse, tabagismo e dieta reativação da doença. Anemia pordoença de ferro (doença colônica mais comum) Hipoalbuminemia e perda de proteína séricas, má absorção, sobretudo, vitamina B12 e sais biliares (mais comum quando a extensão é no ID) Fístulas entre as alças intestinas e podem envolver a bexiga urinária, vagina e pele abdominal e perianal. Perfurações e abscessos peritoneais Diagnóstico: somática – dados clínicos endoscópicos, radiológicos e laboratoriais histopatológicos. Colite ulcerativa Envolvimento colônico contínuo, começando no reto. A lesão é contínua (inflamação difusa), projetada, com formação de úlceras superficiais (mucosa e submucosa) separadas. Discreto predomínio em mulheres Relacionada com doença de Crohn 2,5 – 7,5%: também apresentam colangite esclerosante primária. Local: limitada ao cólon e reto. Sempre envolve o reto e se estende de modo contínuo para envolver parte ou todo o cólon. Macroscopia: Mucosa colônica levemente avermelhada ou granular (imagem abaixo) Mucosa retal enantema (erupção na mucosa) irregular com erosão e edema (imagem abaixo). Pregas da mucosa diminuída, erosões superficiais em todo o cólon (imagem abaixo). Setas: úlceras Pode haver extensas úlceras de base larga alinhadas ao eixo longo do cólon (aspecto serpentino) Pseudopólipos: ilhas isoladas de mucosa regenerativa que formam protuberâncias no lúmen. A ponta desses Pseudopólipos pode fundir-se = pontes mucosas A: pseudopólipos; B: pontes mucosas Atrofia da mucosa: superfícia lisa e achatada (imagem abaixo) Estenose não ocorre e a superfície serosa é normal. Megacólon tóxico: devido a inflamação que danificou a muscular própria e perturbar a função neuromuscular. Risco de perfuração. Megacolón tóxico Superfície serosa normal Microscopia: de certa forma semelhante a Doença de Crohn Processo inflamatório difuso limitado à mucosa e submucosa superficial (C) Abscessos crípticos (A) e distorção da cripta (B – inferior) Granulomas não presentes Fibrose mucosa, atrofia da mucosa e arquitetura distorcida da mesma = resíduos da doença curada Manifestações clínicas: Ataques de diarreia sanguinolenta com material mucoide viscoso Dor abdominal inferior Cólicas aliviadas pela defecação Mais de 30% necessitam de colectomia; essa cura efetivamente a doença intestinal na colite ulcerativa.
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