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DOENÇA DE CHRON RETOCOLITE ULCERATIVA - DOENÇAS INTESTINAIS INFLAMATÓRIAS Doença intestinal inflamatória (DII) é uma condição crônica resultante da ativação imunológica inapropriada da mucosa. São mais incidentes nas mulheres; Acometem geralmente adolescentes e jovens adultos; Tem causa idiopática, não se sabe ao certo qual o fator desencadeador/ agente infeccioso, acredita-se em efeitos combinados. Etiopatogenia: Fatores genéticos - mutação do gene NOD2; o qual codifica uma proteína intracelular que se liga aos peptidoglicanos bacterianos e ativa eventos de sinalização, incluindo a via NF-κB. Genes pró-inflamatórios - inativação do gene pode favorecer a persistência de microrganismos no interior das células, gerando estímulo inflamatório prolongado. Amplos estudos de associação do genoma, com base na população, identificaram mais de 160 genes associados à DII. Fatores microbiológicos - aumento da permeabilidade da mucosa; contato direto (célula e bactéria); Fatores Imunitários - ativação anormal e contínua; agressão imune (linfócito TCD4+); Ou seja, acredita-se que a DII resulta dos efeitos combinados de alterações nas interações de hospedeiros com a microbiota intestinal, disfunção epitelial intestinal, respostas imunológicas aberrantes da mucosa e composição alterada do microbiota do intestino. Características clínicas comuns: doenças crônicas, recorrentes, associadas à diarreia crônica, imunomediadas, risco aumentado para desenvolvimento de adenocarcinoma. Diferenças entre doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa: clínicas, endoscópicas e patológicas. Doença de Crohn: É um distúrbio de etiologia desconhecida caracterizado por inflamação crônica TRANSMURAL do trato gastrointestinal. Pode envolver alguma ou todas as partes do trato gastrointestinal como um todo, desde a boca até a área perianal, embora geralmente seja observada nas regiões ceco, perianal e íleo terminal. É uma doença multifatorial - hereditário, agente microbiológico, hábitos alimentares, tabagismo, AINES. Sinais: Ataques intermitentes de diarreia, relativamente leves, com febre, dor abdominal em quadrante inferior direito. As lesões são salteadas. OBS - Na maioria dos pacientes, a doença começa com ataques intermitentes de diarreia, relativamente leves, febre e dor abdominal. Aproximadamente 20% dos pacientes apresentam doença aguda com dor no quadrante inferior direito, febre e diarreia sanguinolenta. Os sintomas podem se parecer com apendicite aguda ou perfuração do intestino. Patologia: Infiltrado inflamatório ao redor das criptas intestinais, que evolui para ulceração (úlcera aftosa), com lesões múltiplas, as quais podem se fundir. Há comprometimento das camadas mais profundas, e pode haver formação de granulomas não caseosos. Os granulomas afetam todas as camadas da parede intestinal e os linfonodos mesentéricos e regionais. Fissuras desenvolvem-se frequentemente entre as dobras da mucosa e podem estender-se profundamente para tornarem-se tratos fistulosos ou locais de perfuração. A parede intestinal apresenta-se espessada e de aspecto borrachudo, como consequência do edema transmural, da inflamação, da fibrose submucosa e da hipertrofia da muscular própria, os quais contribuem para a formação da estenose (estreitamento). Edema + Fibrose + Hipertrofia muscular + Estenose → resultam nas pedras de calçamento; A estenose pode causar dilatação a montante por retenção do bolo alimentar. Em casos com doença transmural extensa, a gordura mesentérica estende-se frequentemente ao redor da superfície serosa (gordura trepadeira) . Alterações morfológicas - criptas que normalmente eram retas e paralelas, tornam-se ramificadas, de forma bizarra. Mudanças histológicas: A inflamação é crônica inespecífica - formação de granulomas epitelióides em cerca de 60% dos casos. Há neutrófilos abundantes que se infiltram e lesionam o epitélio da cripta. Os grupos de neutrófilos dentro da cripta são conhecidos como abscessos de cripta e estão frequentemente associados à destruição das criptas. A B A - organização desalinhada da cripta; B- granuloma não caseoso; C- doença de Crohn transmural, com granulomas não caseosos submucosos e serosos; Tabela para evolução/ diagnóstico: RETOCOLITE ULCERATIVA É caracterizada por processo inflamatório crônico do CÓLON e RETO recidivante e remitente que atinge a MUCOSA E SUBMUCOSA (é mais superficial). Existem três distribuições predominantes comuns à doenças: 1- todo o cólon - pancolite; 2 - localizada no lado esquerdo; 3 - envolvendo cólon sigmóide e reto; Macroscopia: A mucosa colônica pode ser levemente avermelhada ou granular, ou apresentar extensas úlceras de base larga. Pode haver uma transição abrupta entre o cólon com a doença e o não envolvido. Apresenta protuberâncias no lúmen, formando pseudopólipos na mucosa, os quais podem ser inflamatórios. A Doença crônica pode levar à atrofia da mucosa, com uma superfície achatada e lisa que não apresenta as dobras normais. Diferentemente da doença de Crohn, o espessamento mural não está presente, a superfície serosa é normal e as estenoses não ocorrem. Características Histológicas: O processo inflamatório é difuso e geralmente limitado à mucosa e à submucosa superficial. Os granulomas não estão presentes na colite ulcerativa. Similarmente à doença de Crohn, apresenta infiltrados inflamatórios, abscessos crípticos, distorção das criptas e metaplasia epitelial pseudopilórica. Megacólon tóxico - progressão da retocolite ulcerativa (RCU): a inflamação e os mediadores inflamatórios podem danificar a muscular própria e perturbar a função neuromuscular, levando à dilatação colônica e ao megacólon tóxico, que carrega um risco significativo de perfuração. Doença de Crohn x Retocolite Ulcerativa
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