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ADRENAL/ DISFUNÇÕES/ REGULAÇÃO

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PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021. 
 
TUTORIA 9 – PROBLEMA 9 
 
OBJETIVOS 
1- ANALISAR A ANATOMIA E FISIOLOGIA HORMONAL DA GLÂNDULA ADRENAL CONSIDERANDO SUA 
REGULAÇÃO, FUNÇÃO E SECREÇÃO. 
2- DESCREVER AS FISIOPATOLOGIAS HORMONAIS DA GLÂNDULA ADRENAL (SINTOMAS) 
3- RELACIONAR OS FATORES BIOPSICOSSOCIAIS COM A REGULAÇÃO DA FUNÇÃO ADRENAL. 
 
ANALISAR A ANATOMIA E FISIOLOGIA HORMONAL DA GLÂNDULA ADRENAL CONSIDERANDO SUA 
REGULAÇÃO, FUNÇÃO E SECREÇÃO. 
 
As glândulas suprarrenais são estruturas bilaterais 
localizadas acima dos rins. 
São conhecidas como glândulas suprarrenais, por 
se situarem no polo superior de cada rim. 
As glândulas adrenais são similares às glândulas 
pituitárias, pois ambas são derivadas tanto do 
tecido neural quanto de tecido epitelial. A porção 
externa da glândula adrenal, é conhecida como 
córtex suprarrenal. Nos adultos, o córtex adrenal é 
composto de três zonas 
 Zona glomerulosa: responsável pela produção 
de mineralocorticoides. 
 Zona fasciculada: responsável pela formação 
de glicorticoides. 
 Zona reticular: que produz androgênios 
adrenais. 
A porção interna da glândula adrenal é composta 
por células cromafins, que é denominada medula 
suprarrenal. As células cromafins da medula 
adrenal têm o potencial de sintetizar o 
neurotransmissor da classe das catecolaminas 
norepinefrina, da tirosina. 
 
 
 
 
 
 
Córtex da Suprarrenal 
Zona Fasciculada e Síntese de Glicorticoides 
 Zona Fasciculada 
A zona fasciculada produz o hormônio 
glicocorticoide cortisol. Esta zona é um tecido 
ativamente esteroidogênico composto de cordões 
retos de células grandes. 
Síntese 
Essas células têm citoplasma "espumoso " porque 
são cheias de gotículas de lipídios que representam 
ésteres de colesterol armazenados. Tais células 
produzem algum colesterol de novo, mas, também, 
importam o colesterol do sangue na forma de 
lipoproteína de baixa densidade (LDL) e 
lipoproteína de alta densidade (HDL). 
1. O colesterol livre é esterificado e armazenado 
nas gotículas de lipídio. 
2. O colesterol armazenado é continuamente 
transformado em colesterol livre pela hidrolase 
de éster de colesterol, esse processo aumenta 
em resposta ao estímulo à síntese do cortisol 
(p. ex., hormônio adrenocorticotrópico [ACTH]. 
3. Na zona fasciculada, o colesterol é convertido, 
sequencialmente, em pregnenolona 
4. Posteriormente é convertido em progesterona 
PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021. 
 
5. 17-hidroxiprogesterona 
6. 11-desoxicortisol 
7. E por fim em cortisol. 
Transporte e Metabolismo do Cortisol 
O cortisol é transportado pelo sangue 
predominantemente ligado à globulina ligadora de 
corticosteroide [CBG], também conhecida como 
transcortina, que liga cerca de 90% do hormônio 
circulante e à albumina, cerca de 7 a 10%. 
Aqueles que estão ligados tanto à proteína 
transcortina quanto a albumina não são 
biologicamente ativos, com isso a parte responsável 
por desencadear os efeitos fisiológicos é a fração 
que se encontra livre na circulação 
O fígado é o sítio predominante de inativação do 
hormônio. Esse órgão inativa o cortisol e conjuga 
esteroides ativos e inativos com glicuronida ou 
sulfato, para que possam ser secretados mais 
rapidamente pelos rins. 
A meia-vida do cortisol circulante é de cerca de 70 
minutos. 
O cortisol e os outros glicocorticóides produzidos 
nas glândulas adrenais não são armazenados na 
glândula, eles são liberados de acordo com a 
necessidade do organismo. Mas é necessário que 
haja níveis mínimos desses hormônios na 
circulação sanguínea, assim eles se encontram 
ligados as proteínas como a transcortina ou CBG 
que representam uma espécie de reservatório, 
buscando manter uma distribuição igualitária pelos 
tecidos além dos níveis mínimos de hormônios. 
Mecanismo de Ação do Cortisol 
De maneira geral, o cortisol é um hormônio 
esteroide que atravessa as membranas das células 
e agem nos receptores para glicocorticóides do tipo 
II que estão localizados no citoplasma e no núcleo 
celular, onde o complexo originado com a ligação 
do cortisol com o receptor associa-se com o 
elemento regulador dos glicocorticóides 
estimulando ou bloqueando o processo de 
transcrição gênica, sendo considerado normal que 
outros processos intracelulares sofram alteração 
pelo cortisol. 
Apresentação Exógena de Cortisol 
O cortisol se apresenta para uso oral, injetável e 
tópico, sendo denominado de hidrocortisona. É 
utilizado, por exemplo, em casos de reações 
alérgicas e imunossupressoras, e na forma tópica 
devido ao seu caráter antiinflamatório para casos 
como eczema e outros problemas inflamatórios. 
Para a administração de medicamentos com ação 
semelhante ao do cortisol deve ser observado o 
critério da secreção desse hormônio pelo ritmo 
circadiano, assim se for administrar um fármaco 
sintético deve ser ingeridos dosagens maiores no 
início do dia e uma menor ao final da tarde e 
quando for finalizado o tratamento no qual será 
realizado o processo conhecido desmame, que 
representa a diminuição gradativa da administração 
de um medicamento para evitar efeitos nocivos, 
como a abstinência devido a parada repentina da 
ingestão do fármaco deve ser retirado 
primeiramente a dose administrada a tarde e depois 
a do período da manhã. 
As respostas produzidas pelo organismo frente às 
agressões do ambiente do qual o indivíduo faz 
parte é considerado uma função fisiológica 
importante, sendo que quando é administrado um 
glicocorticóides exógeno busca-se aumentar esse 
mecanismo de ação fisiológico, visando obter ações 
anti-inflamatória e imunossupressora. 
A administração de cortisol exógeno em grandes 
quantidade e por um período prolongado não é 
aconselhado, devido ao efeito de feedback negativo 
que o mesmo possui, onde o fármaco passa a agir 
semelhantemente ao córtex adrenal não havendo 
com isso a estimulação desse local na glândula 
podendo causar até mesmo a depressão das zonas 
fascicular e reticulada. 
O cortisol foi sintetizado pela primeira vez em 1946, 
sendo logo em seguida reconhecidos os efeitos 
adversos advindos com sua administração que 
tornaram o seu uso em muitos casos limitado, as 
modificações em sua estrutura possibilitaram o 
desenvolvimento de novos medicamentos, como a 
hidrocortisona, prednisona, prednisolona, dentre 
outros 
Ações Fisiológicas do Cortisol 
O cortisol tem uma ampla faixa de ação e é, 
frequentemente, caracterizado como "hormônio do 
estresse". 
 Em geral, o cortisol mantém os níveis de glicose 
sanguínea, as funções do SNC e as funções 
cardiovasculares durante o jejum, e aumenta os 
níveis de glicose no sangue durante episódios de 
estresse às expensas de proteína muscular. O 
cortisol protege o corpo contra efeitos de 
autolesões de respostas inflamatórias e imunes 
descontroladas. O cortisol também reparte a 
energia para enfrentar u m estresse inibindo as 
funções reprodutoras. 
 
PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021. 
 
 
 Ações Metabólicas 
→ Como o termo glicocorticoide denota, o cortisol 
é um hormônio esteroide do córtex adrenal que 
regula a glicose sanguínea. Ele aumenta a 
glicose sanguínea por estimular a 
gliconeogênese. 
→ O cortisol aumenta a expressão gênica das 
enzimas gliconeogênicas hepáticas 
fosfoenolpiruvato carboxicinase (PEPCK), 
frutose-1,6-bifosfatase e glicose-6-fosfatase 
(G6Pase). O cortisol, também, diminui a 
captação de glicose, mediada por Glut4, no 
músculo esquelético e tecido adiposo. 
→ Durante o período interdigestivo (baixa razão 
insulina-glucagon), o cortisol promove a 
poupança de glicose potencializando os efeitos 
das catecolaminas sobre a lipólise, 
disponibilizando, assim, os FFAs como fonte de 
energia. O cortisol inibe a síntese de proteínas 
e aumenta a proteólise, especialmente no 
músculo esquelético, deste modo fornecendo 
uma rica fonte de carbonos para a 
gliconeogênese hepática. 
 Há umaimportante diferença entre os efeitos 
metabólicos totais do cortisol em resposta ao 
estresse e em relação ao aumento secundário 
em resposta a um efeito patológico, 
particularmente com respeito ao metabolismo 
lipídico. Durante o estresse, o cortisol sinergiza 
com catecolaminas e glucagon para promover 
uma resposta metabólica lipolítica, 
gliconeogênica, cetogênica e glicogenolítica, 
enquanto sinergiza com as catecolaminas para 
promover uma resposta cardiovascular 
adequada. 
Quando o cortisol está elevado cronicamente, 
secundário à superprodução patológica, o 
cortisol sinergiza com a insulina no contexto de 
níveis elevados de glicose (do apetite 
aumentado) e hiperinsulinemia (de glicose 
elevada e intolerância à glicose) promovendo 
lipogênese e adiposidade troncular (abdominal, 
visceral). 
 
 Ações Cardiovasculares 
→ O cortisol reforça seus efeitos sobre a glicose 
sanguínea pelos seus efeitos positivos sobre o 
sistema cardiovascular. O cortisol tem ações 
permissivas para as catecolaminas e, assim, 
contribui para o débito cardíaco e a pressão 
sanguínea. O cortisol estimula a síntese de 
eritropoietina e, assim, aumenta a produção de 
células vermelhas. Ocorre anemia quando há 
falta de cortisol e policitemia quando os níveis 
de cortisol são excessivos. 
 Ações Anti-inflamatória e Imunossupressora 
→ As respostas inflamatória e imune são, 
frequentemente, parte das respostas ao 
estresse. Entretanto, as respostas inflamatória e 
imune possuem o potencial de causar dano 
significativo, e podem causar a morte, caso não 
sejam mantidas em equilíbrio homeostático. 
Como um hormônio de estresse, o cortisol 
desempenha um importante papel na 
manutenção da homeostase imune. O cortisol, 
juntamente com a epinefrina e a norepinefrina, 
reprime a produção de citocinas pró-
inflamatórias e estimulam a produção de 
citocinas anti-inflamatórias. 
→ A resposta inflamatória a lesões consiste em 
dilatação local de capilares e aumento da 
permeabilidade capilar, tendo como resultado 
edema local e acúmulo de células brancas 
sanguíneas. Essas etapas são mediadas por 
prostaglandinas, tromboxanos e 
leucotrienos. 
→ O cortisol inibe a fosfolipase A2, uma enzima-
chave na síntese de prostaglandinas, 
leucotrienos e tromboxanos. Estabiliza também 
as membranas lisosomais, diminuindo assim a 
liberação de enzimas proteolíticas que 
aumentam a formação local de edema. Em 
resposta à lesão, os leucócitos normalmente 
migram para o local da lesão e deixam o 
sistema vascular. Esses efeitos são inibidos 
pelo cortisol, assim como ocorre com a 
atividade fagocítica dos neutrófilos, apesar de a 
liberação dos neutrófilos na medula óssea ser 
estimulada. Análogos de glicocorticoides são 
utilizados farmacologicamente devido a suas 
propriedades anti-inflamatórias. 
→ O cortisol inibe a resposta imune e, por esta 
razão, análogos de glicocorticoides têm sido 
utilizados como imunossupressores em 
transplante de órgãos. Altos níveis de cortisol 
diminuem o número de linfócitos T circulantes 
(principalmente linfócitos T helper) e diminuem 
sua capacidade de migrar para o local de 
estímulo antigênico. Os glicocorticoides 
promovem a atrofia do timo e de outros tecidos 
linfoides. Apesar de os corticosteroides inibirem 
a imunidade mediada por células, a produção 
de anticorpos por linfócitos B não é prejudicada. 
 
 
PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021. 
 
 Efeitos do Cortisol no Sistema Reprodutor 
→ A reprodução exige um considerável custo 
anabólico do organismo. Em humanos, o 
comportamento e a função reprodutores são 
diminuídos em resposta ao estresse. 
→ O cortisol diminui a função do eixo reprodutor 
nos níveis hipotalâmico, pituitário e gonadal. 
 
 Efeitos do Cortisol sobre os Ossos 
→ Os glicocorticoides aumentam a reabsorção 
óssea, têm ações múltiplas que alteram o 
metabolismo ósseo. Os glicocorticoides 
diminuem a absorção intestinal de Ca2+ e a 
reabsorção renal de Ca2+. Ambos os 
mecanismos servem para diminuir a [Ca2+] 
sérica. Como a [Ca2+] sérica cai, a secreção do 
hormônio paratireoide (PTH) aumenta e o PTH 
imobiliza o Ca2+ dos ossos por estimular a 
reabsorção óssea. 
→ Adicionalmente, os glicocorticoides inibem, 
diretamente, as funções de formação óssea 
osteoblástica. Apesar de os glicocorticoides 
serem úteis para tratar inflamações associadas 
com artrites, o uso excessivo resultará em 
perda óssea (osteoporose). 
Ações do Cortisol sobre o Tecido Conjuntivo 
→ O cortisol inibe a proliferação fibroblástica e 
a formação de colágeno. Na presença de 
quantidades excessivas de cortisol, a pele afina 
e é mais facilmente danificada. O suporte 
conjuntivo dos capilares é prejudicado, danos 
capilares aumentam e equimoses são mais 
frequentes. 
 
 Ação do Cortisol nos Rins 
→ O cortisol inibe a secreção e ação do 
hormônio antidiurético (ADH) e, desta forma, 
é um antagonista do ADH. 
→ Na ausência do cortisol, a ação do ADH é 
potencializada, o que torna difícil aumentar a 
liberação de água livre em resposta a uma 
sobrecarga de água, aumentando a 
probabilidade de intoxicação hídrica. Apesar de 
o cortisol ligar-se ao receptor mineralocorticoide 
com alta afinidade, esta ação é bloqueada pela 
inativação do cortisol em cortisona pela enzima 
11 βHSD2. Entretanto, a atividade 
mineralocorticoide (/. e., a retenção renal de 
Na+ e H , 0 e a excreção de K+e H+) do cortisol 
depende da quantidade relativa de cortisol (ou 
glicocorticoides sintéticos) e da atividade de 
11β-HSD2. Certos agentes (tais como 
compostos no alcaçuz negro) inibem a 11β-
HSD2 e, assim, aumentam a atividade 
mineralocorticoide do cortisol. O cortisol 
aumenta a taxa de filtração glomerular tanto por 
aumentar o débito cardíaco quanto por agir 
diretamente nos rins. 
 Ações do Cortisol nos Músculos 
→ Quando os níveis de cortisol são excessivos, a 
fraqueza muscular e dor são sintomas 
comuns. 
→ A fraqueza tem múltiplas origens. Em parte, é 
resultado da proteólise excessiva que o 
cortisol induz. Altos níveis de cortisol podem 
resultar em hipocalemia (via ações 
mineralocorticoides), que podem produzir 
fraqueza muscular por hiperpolarizar e 
estabilizar a membrana celular muscular e, 
assim, tornar sua estimulação mais difícil. 
 
 Ações do Cortisol sobre o Trato 
Gastrointestinal 
→ O cortisol exerce um efeito trófico sobre a 
mucosa do trato GI. Na ausência do cortisol, a 
mobilidade do GI diminui, a mucosa do trato GI 
degenera e a produção de ácidos e enzimas 
diminui. Pelo fato de o cortisol estimular o 
apetite, o hipercortisolismo é frequentemente 
associado ao ganho de peso. O aumento de 
secreção de ácido gástrico e pepsina por 
estímulo do cortisol aumenta o risco de 
desenvolvimento de úlceras. 
 
 Efeitos Psicológicos do Cortisol 
→ Distúrbios psiquiátricos estão associados 
tanto a níveis excessivos quanto a níveis 
deficientes de corticosteroides. Níveis 
excessivos de corticosteroide podem, 
inicialmente, produzir uma sensação de bem-
estar, mas a exposição excessiva a esses 
níveis leva à instabilidade emocional e 
depressão. A psicose franca pode ocorrer tanto 
com níveis hormonais excessivos quanto 
deficientes. O cortisol aumenta a tendência à 
insónia e diminui o sono REM (Rapid Eye 
Movement). Pessoas que são deficientes em 
corticosteroides tendem a ser depressivas, 
apáticas e irritáveis. 
 
 Efeitos do Cortisol durante o 
Desenvolvimento Fetal 
→ O cortisol é necessário para o desenvolvimento 
normal do SNC, da retina, da pele, do trato GI 
e dos pulmões. O sistema mais bem estudado 
são os pulmões, onde o cortisol induz a 
diferenciação e maturação das células 
alveolares tipo II. Durante a parte final da 
gestação, essas células produzem surfactantes 
PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021. 
 
que reduzem a tensão superficial nos pulmões 
e, assim, permitem o início da respiração no 
nascimento. 
Regulação da Produçãode Cortisol 
A produção de cortisol pela zona fasciculada é 
regulada pelo eixo hipotálamo-pituitária-adrenal 
envolvendo o hormônio de liberação de 
corticotropina (CRH), ACTH e cortisol. O hipotálamo 
e a pituitária estimulam a produção de cortisol e o 
cortisol atua negativamente (feedback negativo) 
sobre o hipotálamo e a pituitária para manter seu 
ponto de equilíbrio. A forma neurogênica de 
estresse (p. ex., medo), tanto quanto a sistêmica (p. 
ex., hipoglicemia, hemorragia, citocinas) estimulam 
a liberação de CRH. O CRH está, também, sujeito a 
uma forte regulação rítmica diária do núcleo supra-
quiasmático, fazendo c o m que o nível de cortisol 
aumente durante o final da madrugada e as 
primeiras horas da manhã e vá continuamente 
declinando durante o dia até o anoitecer. O CRH, 
agudamente, estimula a liberação de ACTH e, 
cronicamente, aumenta a expressão do gene da 
proopiomelanocortina (POMC) e a proliferação e 
hipertrofia dos corticotrofos. Alguns neurônios 
parvocelulares co-expressam CRH e ADH, o qual 
potencializa a ação do CRH. 
 
 Zona Reticular 
A zona reticular é uma camada estreita no limite 
com a medular, composta por agregados 
irregulares de células não-vacuolizadas. Produz os 
esteróides sexuais. São eles os andrógenos, como 
a dehidro-epiandrosterona (DHEA) e a 
androstenediona, os estrógenos e a 
progesterona. 
Ações Fisiológicas dos Androgênios Adrenais 
Nos homens, a contribuição dos androgênios 
adrenais para os androgênios ativos é 
negligenciável. Em mulheres, entretanto, a adrenal 
contribui com cerca de 50% dos androgênios ativos 
circulantes, que são necessários para o 
crescimento dos pelos púbicos e axilares, e para a 
libido. 
Além de fornecer precursores androgênicos, não 
está bem-definido qual ou quais outros papéis, se 
existem, a zona reticular desempenha em humanos 
adultos. O DHEAS é o hormônio circulante mais 
abundante em jovens adultos. Ele aumenta 
constantemente até os picos que ocorre m entre os 
20 e 30 anos e, então, declina gradativamente. 
Deste modo, há considerável interesse no possível 
papel do DHEAS no processo de envelhecimento. 
Entretanto, a função desse esteroide abundante em 
jovens adultos e o potencial impacto de seu gradual 
desaparecimento sobre o envelhecimento são, 
ainda, pouco entendidos. Deve-se observar que a 
queda do DHEA e DHEAS relacionada c o m a 
idade t e m conduzido ao uso popular desses 
esteroides como complementos de dietas, mesmo 
que os recentes estudos não indiquemqualquer 
efeito benéfico. 
Regulação da Função da Zona Reticular 
 O ACTH é o principal regulador da zona reticular. 
Ambos o DHEA e androstenediona ciciam no 
mesmo ritmo diurno do cortisol (o DHEAS não o faz 
devido ao seu longo período de meia-vida). 
Ademais, a zona reticular mostra as mesmas 
mudanças atróficas que a zona fasciculada em 
condições de pouco ou nenhum ACTH. 
 Entretanto, outros fatores devem regular a função 
androgênica adrenal. A adrenarca ocorre em face 
dos níveis constantes de cortisol e ACTH, e o 
surgimento e declínio do DHEAS não está 
associado a u m padrão similar de produção de 
cortisol ou ACTH. Entretanto, esses outros fatores, 
extra ou intra-adrenais, permanecem 
desconhecidos. 
 Zona Glomerulosa 
A zona glomerulosa é a mais externa, estreita e 
imediatamente abaixo da cápsula, composta por 
células cubóides e colunares, com núcleo denso e 
citoplasma escasso com poucos lipídios. 
Esta seção sintetiza os mineralocorticóides: a 
aldosterona e desoxicorticosterona. 
A aldosterona é o principal, agindo na regulação da 
homeostase dos eletrólitos no líquido extracelular, 
principalmente sódio (Na) e potássio (K). Exerce o 
seu efeito nos túbulos contorcidos distais e ducto 
coletor do néfron. A produção da aldosterona 
encontra-se sob o controle dos níveis séricos de 
renina, angiotensina e K. 
PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021. 
 
Transporte e Metabolismo de Aldosterona 
No sangue, a aldosterona liga-se à albumina e à 
proteína ligadoras de corticosteroides com baixa 
afinidade; portanto, t em meia-vida biológica curta, 
de cerca de 20 minutos. Quase toda aldosterona é 
inativada pelo fígado em uma passagem; é 
conjugada a u m grupo glicuronida e excretada 
pelos rins. 
Mecanismo da Ação da Aldosterona 
A aldosterona atua de forma muito semelhante ao 
cortisol (e outros hormônios esteroides): seu 
mecanismo primário de ação é mediado pela 
ligação a um receptor intracelular específico, o 
receptor mineralocorticoide [MR]. 
Regulação da Aldosterona 
As células da mácula densa dos túbulos distais do 
rim contêm quimio-receptores que detectam 
concentrações de Na + no fluido do túbulo, sendo 
que o aumento da concentração de Na + estimula a 
liberação de renina. 
A renina é uma enzima proteolítica produzida nas 
células justaglomerulares das arteríolas aferentes 
dos glomérulos do rim. Por ação de estímulos como 
baixa pressão sangüínea, diminuição do volume 
sangüíneo detectado por baro-receptores das 
próprias células justaglomerulares, hiponatremia, 
hiperpotassemia, estímulos de neurotransmissores 
β1-adrenérgicos, vasopressina e prostaglandinas 
ocorre a produção de renina. 
No caso do ACTH, níveis elevados induz a 
liberação de aldosterona. 
O angiotensinogênio, é hidrolisado produzindo a 
angiotensina I. Essa dá origem a angiotensina II, 
que, por sua vez, é um potente estimulador da 
síntese de aldosterona, além do seu efeito 
vasoconstritor e de elevação de pressão arterial. 
A angiotensina II tem um efeito de retro-
alimentação negativa na síntese de renina, 
participando em dois diferentes pontos da 
biossíntese de aldosterona: na conversão de 
colesterol em pregnenolona e na oxidação de 
corticosterona para a produção de aldosterona. 
Com a secreção da aldosterona ocorre um aumento 
de reabsorção de Na+ e de excreção de K, levando 
a um aumento na reabsorção de água e 
conseqüente aumento de volume sangüíneo e do 
débito cardíaco, ocasionando um aumento de 
pressão arterial. 
 
 
DESCREVER AS FISIOPATOLOGIAS DA GLÂNDULA ADRENAL 
 
Doença de Addison 
 
A Doença De Addison é uma insuficiência 
adrenal primária, geralmente com deficiência de 
mineralocorticoides e glicocorticoides. 
Na América do Norte e na Europa, a causa mais 
prevalente da doença de Addison é a destruição 
autoimune do córtex adrenal. 
Devido à deficiência de cortisol, a secreção de 
ACTH aumenta. Níveis elevados de ACTH podem 
competir pelo receptor MC1R em melanócitos e 
causar aumento na pigmentação da pele, 
particularmente em rugas, cicatrizes e gengivas. A 
perda de mineralocorticoides resulta na contração 
do volume extracelular, que resulta em 
hipovolemia e, portanto, na queda da pressão 
sanguínea. 
Como a perda de cortisol reduz a resposta 
vasopressória às catecolaminas, a resistência 
vascular periférica diminui, facilitando o 
desenvolvimento de hipotensão arterial. 
Indivíduos com a doença de Addison também estão 
sujeitos a hipoglicemia quando estressados ou 
fatigados, e pode ocorrer intoxicação hídrica se for 
ingerida água em excesso. Devido ao fato de o 
cortisol ser importante na função muscular, também 
ocorre fraqueza muscular na deficiência de cortisol. 
A perda de cortisol resulta em anemia, diminuição 
da motilidade e secreção do trato Gl, e redução 
da absorção de ferro e vitamina B12. O apetite 
diminui com a deficiência de cortisol, e esta redução 
de apetite aliada à disfunção do trato Gl predispõe 
os indivíduos adissonianos à perda de peso. Esses 
pacientes frequentemente apresentam distúrbios de 
humor e comportamento, e são suscetíveis à 
depressão. 
Insuficiência Adrenal Secundária 
Insuficiência adrenal secundária é um termo dado a 
um distúrbio que se assemelha à doença de 
Addison. Nesse distúrbio, as glândulas adrenais 
estão hipoativas porque elas não estão sendo 
estimuladas pela corticotrofina secretada pelahipófise e não porque as glândulas adrenais foram 
destruídas ou apresentaram uma insuficiência 
direta. A falta de corticotrofina afeta a secreção 
PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021. 
 
adrenal de cortisol muito mais do que a secreção de 
aldosterona. 
Os sintomas de insuficiência adrenal secundária 
são semelhantes aos da doença da Addison, exceto 
que as manchas escuras na pele e a desidratação 
não costumam ocorrer. A insuficiência adrenal 
secundária é diagnosticada por meio de exames de 
sangue. Ao contrário da doença de Addison, as 
concentrações de sódio e potássio tendem a ser 
quase normais na insuficiência adrenal secundária 
e a concentração de corticotrofina é baixa. A 
insuficiência adrenal secundária é tratada com 
corticosteroides sintéticos, como hidrocortisona ou 
prednisona. 
Síndrome de Curshing 
O excesso de hormônio adrenocortical é 
denominado Síndrome De Cushing. 
O uso farmacológico de corticosteroides exógenos 
é, até o momento, a causa mais comum da 
síndrome de Cushing. 
A segunda causa mais prevalente são tumores 
secretores de ACTH. 
A forma da síndrome de Cushing causada por um 
adenoma pituitário funcional é denominada doença 
de Cushing. 
A quarta causa mais comum de síndrome de 
Cushing é o hipercortisolismo primário, resultante 
de um tumor funcionante adrenal. 
Se a doença é primária ou é um resultado de 
tratamento com corticosteroide, a secreção de 
ACTH será suprimida e o aumento da pigmentação 
da pele não ocorre. Entretanto, se a hipersecreção 
da adrenal é resultado de um tumor não pituitário, 
secretor de ACTH, os níveis de ACTH, algumas 
vezes, elevam-se o suficiente para aumentar a 
pigmentação da pele. 
A secreção aumentada de cortisol causa ganho de 
peso, com uma distribuição de gordura centrípeta 
característica e uma "corcova de búfalo". 
A face parece ser mais redonda (deposição de 
gordura) e as bochechas podem ser 
avermelhadas, em parte devido à policitemia. 
Os membros serão finos, devido à perda de 
músculo esquelético (do aumento da proteólise) e 
a fraqueza muscular é evidente (da proteólise 
muscular e da hipocaliemia). 
A fraqueza dos músculos proximais é evidente, 
assim, o paciente pode ter dificuldade em subir 
escadas ou de se levantar de uma posição sentada. 
O acúmulo de gordura abdominal, associado à 
atrofia dos músculos abdominais e ao afinamento 
da pele resulta em um abdômen grande e 
protuberante. 
Ocorrem estrias abdominais púrpura como 
resultado do dano à pele pela proteólise 
prolongada, do aumento da gordura intra-abdominal 
e da perda do tônus muscular abdominal. 
A fragilidade capilar ocorre por causa do dano ao 
tecido conjuntivo de dos capilares. Os pacientes 
apresentam sinais de osteoporose e cicatrização 
deficiente de feridas. Apresenta, também, distúrbios 
metabólicos que incluem intolerância à glicose, 
hiperglicemia e resistência à insulina. O 
hipercortisolismo prolongado pode levar ã 
manifestação de diabetes melito. Devido à 
supressão do sistema imune, causada pelos 
glicocorticoides, os pacientes são mais suscetíveis 
à infecção. 
A atividade mineralocorticoide dos glicocorticoides e 
o possível aumento da secreção de aldosterona 
produzem retenção salina e, consequentemente, 
de água que resultam em hipertensão. A secreção 
excessiva de androgênio em mulheres pode 
produzir hirsutismo, padrão masculino de calvície 
e aumento do clitóris (síndrome adrenogenital). 
Uso de Corticosteroides 
A síndrome de Cushing também pode surgir em 
pessoas que precisam tomar altas doses de 
corticosteroides (por exemplo, prednisona) devido a 
um quadro clínico grave. Os corticosteroides 
costumam ser utilizados para tratar muitos tipos de 
doenças inflamatórias, alérgicas e autoimunes. 
Exemplos comuns incluem asma, artrite 
reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico, várias 
doenças de pele e muitos outros quadros clínicos. 
As pessoas que precisam tomar doses altas têm os 
mesmos sintomas das que produzem hormônio em 
excesso. Os sintomas podem ocorrer 
ocasionalmente mesmo se os corticosteroides 
forem inalados, como no tratamento da asma, ou 
usados topicamente no tratamento de uma doença 
de pele. 
Além de causar a síndrome de Cushing, tomar 
doses altas de corticosteroides também pode 
suprimir a função das glândulas adrenais. Essa 
supressão ocorre porque os corticosteroides 
enviam um sinal ao hipotálamo e à hipófise para 
que interrompam a produção dos hormônios que 
normalmente estimulam a função adrenal. Assim, 
se a pessoa parar de tomar os corticosteroides 
subitamente, o corpo não consegue restaurar a 
função adrenal com a rapidez necessária, o que 
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resulta em uma insuficiência adrenal temporária 
(um quadro clínico semelhante à doença de 
Addison). Da mesma forma, quando há estresse, o 
corpo não consegue estimular a produção dos 
corticosteroides adicionais necessários. 
Doença de Cushing 
A doença de Cushing é um termo dado 
especificamente à síndrome de Cushing causada 
por um estímulo excessivo das glândulas adrenais, 
normalmente devido a um tumor hipofisário. Nesse 
distúrbio, as glândulas adrenais estão hiperativas 
porque elas estão sendo excessivamente 
estimuladas pela hipófise e não porque as 
glândulas adrenais têm algum problema. Os 
sintomas da doença de Cushing são semelhantes 
aos da síndrome de Cushing. A doença de Cushing 
é diagnosticada por meio de exames de sangue ou, 
às vezes, por meio de exames de urina e saliva. A 
doença de Cushing é tratada com cirurgia ou 
radiação para remover o tumor hipofisário. Caso a 
remoção do tumor da hipófise não possa ser 
realizada ou não seja bem-sucedida, as glândulas 
adrenais podem ser removidas cirurgicamente ou 
podem ser administrados medicamentos para 
reduzir a produção da corticotrofina ou bloquear a 
produção ou os efeitos do cortisol em excesso nos 
tecidos. 
Efeito do Uso de Corticosteroides nas 
Glândulas Adrenais 
A função das glândulas adrenais pode ficar 
suprimida em pessoas que utilizam doses elevadas 
de corticosteroides, como a prednisona. Essa 
supressão ocorre porque grandes doses de 
corticosteroides impedem que o hipotálamo e a 
hipófise produzam os hormônios que normalmente 
estimulam as funções adrenais. 
Se a pessoa parar de tomar os corticosteroides 
subitamente, o corpo não consegue restaurar a 
função adrenal com a rapidez necessária, o que 
resulta em uma insuficiência adrenal temporária 
(um quadro clínico semelhante à doença de 
Addison). Da mesma forma, quando há estresse, o 
corpo não consegue estimular a produção dos 
corticosteroides adicionais necessários. 
Portanto, o médico nunca interrompe subitamente o 
uso de corticosteroides caso a pessoa os esteja 
tomando por mais de duas a três semanas. Em vez 
disso, o médico diminui gradativamente a dose ao 
longo de algumas semanas ou até mesmo meses. 
Talvez também seja necessário aumentar a dose 
em pessoas que ficam doentes ou gravemente 
estressadas enquanto tomam os corticosteroides. 
Talvez seja necessário reiniciar o uso de 
corticosteroides em pessoas que ficam doentes ou 
gravemente estressadas no prazo de algumas 
semanas após a redução ou interrupção do uso de 
corticosteroides. 
Curiosidade 
Qualquer bloqueio nas enzimas que resulte na 
diminuição da síntese de cortisol aumenta, 
consequentemente, a secreção de ACTH e produz 
hiperplasia adrenal. A forma mais comum de 
hiperplasia adrenal congênita ocorre como 
resultado da deficiência da enzima 21-hidroxilase 
(CYP21). Estes indivíduos não podem produzir 
quantidades normais de cortisol, desoxicortisol, 
DOC, corticosterona ou aldosterona. A produção 
deficiente de cortisol e sua consequente elevação 
dos níveis de ACTH, estimulam a esteroidogênese 
aumentando a síntese de produtos que são 
produzidos anteriormente à enzima deficiente, bem 
como os produtos da zona reticular. Como estes 
últimosincluem os androgênios adrenais, um feto 
feminino será virilizado. Esses indivíduos não são 
capazes de produzir mineralocorticoides, 
aldosterona, DOC e corticosterona, têm dificuldade 
de reter sais e manter o volume extracelular. 
 Consequentemente, tendem a ser hipotensos. 
Caso o bloqueio seja na próxima etapa, 11β-
hidroxilase (CYP11B1), a DOC será formada e 
seus níveis se acumulam. Sendo a DOC atividade 
mineralocorticoide significante e se seus níveis se 
elevarem, estes indivíduos tenderão a reter sal e 
água e se tornarem hipertensos. 
RELACIONAR OS FATORES BIOPSICOSSOCIAIS COM A REGULAÇÃO DA FUNÇÃO ADRENAL 
AGENTES ESTRESSORES 
Os momentos de estresse são desencadeados 
pelos chamados agentes estressores, que 
conseguem influenciar de forma extremamente 
relevante o estado psicológico das pessoas através 
do ambiente em que estão inseridas. 
Os agentes estressores podem ser de diversas 
origens, podendo cada um deles exercer de forma 
direta influência na vida dos indivíduos acarretando 
malefícios que podem possibilitar o surgimento de 
doenças, sendo elas tanto físicas quanto 
psicológicas. 
Os agentes estressores são classificados em: 
 Externos 
 Internos 
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Os externos representam os momentos vividos 
pelos indivíduos, como situações de dificuldade 
econômica, problemas de relacionamento, pressões 
no ambiente de trabalho além de diversos outros. 
Em contra partida os internos correspondem a 
estímulos que fazem parte da perspectiva interior 
dos indivíduos, como os sentimentos, as crenças e 
valores, as vulnerabilidades e a forma como cada 
pessoa percebe o mundo. 
Na medida em que os agentes estressores impõem 
estímulos ao organismo, à resposta gerada através 
deles permite ao indivíduo sobreviver no seu nicho 
ou habitat, conseguindo superar as condições 
impostas pelo meio e se adaptar superando as 
adversidades. 
De acordo com Valle (2011) os pesquisadores 
Giordano e Everly classificaram os agentes 
estressores de acordo com a natureza da geração 
de cada um deles em biológicos, relacionados à 
personalidade e psicossociais. Os agentes 
estressores de origem biológica correspondem 
aqueles que surgem a partir de estímulos do 
ambiente, são considerados estressantes pela 
própria natureza do qual fazem parte como, por 
exemplo, ruídos sonoros. Os estressores que são 
relacionados à personalidade representam aqueles 
associados a estados de ansiedade excessiva do 
indivíduo ou uma auto percepção negativa 
Os estressores psicossociais são aqueles que 
surgem através da interação do comportamento 
social das pessoas com a interpretação desse 
comportamento por meio de experiências já vividas 
ou outros métodos de aprendizagem, representam 
momentos de solidão, mudanças repentinas e 
excessivas na vida das pessoas, além de 
obstáculos para atingir um objetivo 
A resposta produzida pelo organismo deve ser 
proporcional ao tipo de agentes estressor no qual o 
indivíduo é exposto, com isso a mobilização de 
energia deve ser adequada buscando restaurar o 
equilíbrio orgânico permanecendo por um tempo 
limitado que não cause comprometimento do 
organismo devido aos efeitos inibitórios que podem 
gerar sobre a resposta imune, a digestão, a 
reprodução e outros mecanismos. 
O cortisol é secretado em grande quantidade no 
sangue em momentos de estresse psicológico e 
físico, sendo isso possivelmente resultante do 
aumento da atividade no sistema límbico 
compreendendo principalmente a região da 
amígdala e do hipocampo que são capazes de 
transmitir estímulos para o hipotálamo 
posteromedial. O estresse físico e as lesões 
teciduais também são capazes de gerar aumento 
dos níveis de cortisol, devido a estímulos no 
hipotálamo através do tronco cerebral fazendo com 
que o CRF (Hormônio Liberador de Corticotrofina) 
seja liberado para o sistema porta hipofisário. 
Os efeitos produzidos pelo cortisol em sua grande 
maioria são de ação mais demorada, mas pode se 
ter também efeitos imediatos como a inibição da 
secreção de ACTH. 
Assim os estados de estresse estão diretamente 
ligados ao aumento da secreção de cortisol, onde 
mudanças na quantidade dos níveis desses 
hormônios podem desencadear estados de medo, 
dor, depressão, dentre vários outros sintomas 
prejudiciais aos indivíduos 
Um período longo de exposição aos agentes 
estressores faz com que o organismo seja 
sobrecarregado pela demanda metabólica, isso 
devido ao esforço que o corpo faz para manter a 
homeostasia, fazendo com que possivelmente não 
seja capaz de executar algumas outras funções, 
sendo com isso necessário um tempo maior para a 
recuperação do funcionamento normal do 
organismo, onde esse tempo varia de acordo com o 
tipo de agente ao qual o indivíduo foi exposto e sem 
que se submeta a um novo estimulo 
Diversas pesquisas que analisam os estados de 
ansiedade e depressão estão sendo relacionadas 
ao aumento dos níveis de cortisol plasmático no 
organismo. Em muitos casos o uso de fármacos 
antidepressivos, por exemplo, causa o aumento dos 
níveis hormonais de cortisol devido a atuarem no 
sistema nervoso central, onde ocorrem os estímulos 
iniciais que ativam a produção pelas adrenais do 
hormônio cortisol 
 
 
ANEXO I 
PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021. 
 
 
 ANEXO II

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