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TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DO TÓRAX DE ALTA RESOLUÇÃO (TCAR): ➔ Permite obter detalhes anatômicos ➔ Indicados para avaliação das doenças intersticiais ➔ Utilização de cortes tomográficos finos de 1 a 2 mm ➔ Realizado em decúbito dorsal em inspiração máxima ➔ Casos especiais, devem ser realizados em decúbito ventral e expiração máxima OBTÉM: ➔ Definição da forma e dos contornos da lesão ➔ Maior sensibilidade para detectar calcificações ➔ Maior sensibilidade para detectar gordura ➔ Avaliação de impregnação da lesão com uso de contraste ➔ Definir acesso para eventual biópsia Não esquecer de colocar indicação (ex: asma, câncer) e quais lados (lateral, ventral) - Paciente em DDH - Apnéia inspiratória máxima - Deve-se captar dos ápices pulmonares às adrenais - Excepcional: expiração máxima (suspeita de aprisionamento aéreo e paciente DV) ANATOMIA: O suporte do pulmão é dado pelo interstício (normalmente não é visualizado na TCAR), que consiste numa rede de fibras de tecido conjuntivo Divide-se o interstício em 3 componentes: ➔ peribroncovascular ou axial (ao longo das artérias e veias pulmonares) ➔ subpleural ou periférico (perto das fissuras e ao longo da pleura visceral) ➔ intralobular (no lóbulo pulmonar secundário) Lóbulo pulmonar secundário: - Corresponde a menor unidade estrutural pulmonar margeada por septos conectivos - Cada lóbulo consiste em um bronquíolo lobular, acompanhada por uma artéria pulmonar periférica - Envolvendo estas estruturas está o interstício intralobular - Os limites do lóbulo pulmonar secundário são dados pelos septos interlobulares, onde estão as veias e os linfáticos pulmonares Brônquios se distribuem do centro para periferia, têm paredes finas, bifurcando-se e afilando-se progressivamente. Artérias pulmonares bifurcam-se progressivamente. Seu tamanho vai reduzindo à medida que se aproxima da periferia. Usualmente acompanha os brônquios. A relação artéria / brônquio é usualmente igual a 1, visto que ambos têm calibre semelhantes Veias pulmonares, não acompanham os brônquios e recebem tributárias em ângulo agudo Janela mediastino = avaliação do mediastino Janela pulmonar = avaliação do pulmão No tórax, para detalhes do parênquima pulmonar, são criadas “janelas de pulmão” e detalhes de partes moles podem ser identificadas na “janela de mediastino” PADRÕES TOMOGRÁFICOS: Padrão nodular ou micronodular (opacidade pulmonar arredondada com densidade de partes moles < 3cm / micronodular < 1cm – distribuição no parênquima pulmonar (centrolobular, perilinfático e randômico) PERILINFÁTICO: ➔ Sarcoidose ➔ Linfangite carcinomatosa ➔ Silicose Pequenos nódulos localizados no interstício peribroncovascular, nos septos interlobulares e nas regiões subpleurais (regiões que contém os linfáticos pulmonares) Conta do rosário CENTROLOBULAR: ➔ Presença de nódulos a poucos milímetros da superfície pleural e das cissuras, sem tocá-las ➔ Pneumonite por hipersensibilidade ➔ Bronquiolites ➔ Silicose RANDÔMICO: ➔ Tb miliar, Histoplasmose ➔ Presença de múltiplos nódulos distribuídos aleatoriamente em relação ao lóbulo secundário e uniformemente disseminado pelo pulmão Padrão septal / reticular • SEPTAL ➔ Reflete a presença de espessamento dos septos interlobulares, que pode ser secundária a edema, infiltração celular ou menos comumente, a fibrose ➔ Septos espessados são usualmente evidentes na periferia pulmonar, visualizados com linhas perpendiculares à pleura ➔ Espessamento pode ser liso, nodular ou irregular ➔ Padrão septal é causado por edema intersticial ou por disseminação linfática de carcinoma ou linfoma ➔ Edema pulmonar hidrostático é uma causa comum de espessamento septal liso, enquanto a disseminação linfática neoplásica pode causar espessamento liso, nodular ou em "conta de rosário" ➔ Septos interlobulares espessados também podem ser identificados na doença intersticial crônica, embora, nestes casos, raramente representam o padrão principal. Em pacientes com fibrose, o espessamento dos septos interlobulares é irregular e associado a distorção da arquitetura dos lóbulos secundários • RETICULAR Aumento da opacidade (consolidação e vidro fosco) Doença intersticial mínima ou do espaço aéreo ➔ Atenuação em vidro fosco é definida como aumento da opacidade pulmonar sem obscurecimento dos vasos pulmonares adjacentes ➔ Não representa um padrão específico e reflete alterações morfológicas pulmonares abaixo da resolução da TCAR ➔ Pode resultar de anormalidades intersticiais mínimas, de doença do espaço aéreo ou aumento do fluxo sanguíneo ➔ Pneumonite por hipersensibilidade e diversas pneumonias intersticiais idiopáticas BRONQUIECTASIA PNEUMONITE POR HIPERSENSIBILIDADE ➔ As áreas de vidro fosco podem ser difusas ou predominar nas regiões pulmonares inferiores ➔ Frequentemente as áreas de vidro fosco estão associadas com regiões lobulares de atenuação diminuída e aprisionamento aéreo secundárias a obstrução bronquiolar ➔ A maioria dos pacientes com pneumonite por hipersensibilidade também exibe opacidades nodulares centrolobulares pouco definidas, que num contexto clínico apropriado são altamente sugestivas do diagnóstico de pneumonite por hipersensibilidade subaguda PNEUMONIA INTERSTICIAL NÃO ESPECÍFICA ➔ Atenuação em vidro fosco pode ser predominante ou descamativa ➔ Doença caracterizada pela presença de inflamação e fibrose intersticial com aparência histológica uniforme. Pode ser idiopática, todavia é geralmente encontrada em associação com doenças do colágeno (esclerodermia) e apresenta melhor prognóstico que a pneumonia intersticial usual ➔ A pneumonia intersticial descamativa é uma entidade rara, quase sempre associada ao tabagismo, e de bom prognóstico. Na pneumonia intersticial descamativa opacidades em vidro fosco são encontradas em quase todos os exames de TCAR e geralmente predominam na periferia pulmonar e nas regiões pulmonares inferiores PNEUMONIA INTERSTICIAL COVID 19 ➔ Múltiplas opacidades em vidro fosco, por vezes de morfologia arredondada, predominando na periferia dos lobos pulmonares e em suas regiões posteriores, frequentemente nas bases. O acometimento é, na maioria das vezes, bilateral e multilobar, podendo evoluir para padrão de pavimentação em mosaico (crazy paving) e coalescer em consolidações com a evolução da infecção ➔ Sinal do halo invertido Consolidação: caracterizada na TCAR pela presença de aumento da atenuação pulmonar com obscurecimento dos vasos pulmonares adjacentes BRONQUIOLITE OBLITERANTE Redução da opacidade (enfisema, cisto e bronquiectasia) PADRÃO CÍSTICO ➔ Associado à presença de lesões pulmonares circunscritas contendo ar e de paredes bem definidas ➔ Faveolamento, cistos, pneumatoceles ou bronquiectasias císticas ➔ Doenças crônicas associadas com padrão cístico são representadas por fibrose pulmonar idiopática, linfangioliomiomatose e histiocitose de células de Langerhans pulmonar ➔ A fibrose pulmonar idiopática tipicamente progride de um padrão reticular para um padrão cístico. É comum o predomínio nas regiões basais e subpleurais e associação com bronquiectasias de tração e distorção arquitetural LINFANGIOLIOMATOSE E HISTIOCITOSE - Linfangioliomiomatose são numerosos cistos pulmonares de paredes finas distribuídos igualmente por todo o pulmão e rodeados por parênquima pulmonar relativamente normal - HistiocitoseX acomete os dois terços pulmonares superiores e poupa os seios costofrênicos, enquanto a linfangioliomiomatose costuma afetar o pulmão difusamente ENFISEMA PULMONAR Tipos: 1. Centrolobular: tabagismo – focal, áreas de densidade aérea, lobo superior, sem paredes na periferia, artéria centrolobular no meio 2. Paraseptal: com ou sem história de tabagismo, cistos com parede fina bem definida, camada única na pleura, não empilhado 3. Panlobular: associado a alfa-1 antitripsina e raramente ao tabagismo, predomina no lobo inferior, áreas difusas de atenuação, vasos atenuados BRONQUIECTASIA: Dilatação irreversível do brônquio ➔ Aumento do calibre do brônquio, independente da ocorrência de espessamento das suas paredes ➔ Diâmetro do brônquio, em qualquer nível, é aproximadamente o mesmo da artéria pulmonar companheira (normal) ➔ O diagnóstico de aumento do calibre do brônquio pode ser feito por comparação com o diâmetro da artéria pulmonar companheira, perpendicular ao corte da TC ➔ Nas condições em que o brônquio está dilatado, a combinação com a imagem da artéria pulmonar companheira dá a aparência típica de “anel de sinete” ➔ Aspecto do brônquio deixa de apresentar redução progressiva do seu calibre (“trilhos de trem”), alcançando a periferia pulmonar. Estas vias aéreas podem ser visíveis na periferia devido ao espessamento das suas paredes ➔ Anel de sinete
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