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Proteínas Depois da água (70%), as proteínas são os componentes mais abundantes na maioria das células, compõem 15% - “molécula principal”. FUNÇÕES DA PROTEÍNA ● Estrutural (ex: queratina, colágeno). ● Equilíbrio hídrico (ex: soroalbumina - regula pressão osmótica). ● Transporte pela membrana plasmática. ● Participam de trocas gasosas (ex: hemoglobina - transporta oxigênio). ● Coagulação sanguínea. ● Defesa (ex: imunoglobulina - anticorpos). ● Movimento (ex: actina e miosina - contração muscular). ● Enzimática - catalisar reações químicas. ● Nutriente (ex: caseína - leite e ovoalbumina - presente na clara do ovo, fornece aminoácidos essenciais para os filhotes da ave presentes no ovo). ● Hormonal (ex: hormônio do crescimento - GH). AMINOÁCIDOS ou peptídeos Monômeros formadores das proteínas. - Existem 20 aminoácidos. - São obtidos por dieta, síntese endógena ou reciclagem de proteínas celulares. - Os aminoácidos precisam ser obtidos de alguma forma pela célula para que ele seja transformado em proteínas: ● alimentação (70g por dia) ● 140g é reciclado ● Síntese endógena > Transaminação da proteína (retirada do grupo amina) e formação de: - ureia - energia - corpos cetônicos (servirá como combustível para alguns órgãos) - glicose (no fígado) FUNÇÕES DOS AMINOÁCIDOS: - Unidades formadoras das proteínas - Mensageiros químicos (ex: ácido aminobutírico - GABA) - Precursores de hormônios (ex: Histamina - produzida a partir da descarboxilação do aminoácido e é responsável por mediar reações alérgicas e a Tiroxina - produzido pela tireóide). - Precursores de glicose e lipídeos - Suplementação/ergogênicos (ex: BCAA - aminoácidos de cadeia ramificada, constituídos por leucina, isoleucina e valina, produzem um efeito anti-catabólico). ESTRUTURA DO AMINOÁCIDO: Amina + Ácido carboxílico + 1 C* (quiral) +1H + Grupo R (radical - é diferente em cada aminoácido). **R = cadeia lateral ou grupo R = porção variável dos aas. CLASSIFICAÇÃO DOS AMINOÁCIDOS: - Apolares: possui apenas C e H (hidrofóbicos) - Polares: hidrofílicos ● Sem carga ● Com carga: - positiva (básicos) - negativa (ácidos) CLASSIFICAÇÃO NUTRICIONAL - Aminoácidos essenciais: organismo não produz e deve-se adquirir nos alimentos (ex: fenilalanina, histidina, isoleucina, leucina, lisina e etc). - Aminoácidos não essenciais: são produzidos pelo organismo (ex: alanina, aspargina, aspartato, etc) ATIVIDADE ÓPTICA DOS AAS ● O mesmo aminoácido pode estar voltado pro lado direito/dextrogiro ou esquerdo/levogiro, portanto os se tornam dois aminoácidos distintos. ● Levogiros aminoácidos (L -aas) constituem as proteínas encontradas em quase todos os seres vivos (são utilizados para síntese proteica). ● Encontram-se dextrogiros (D-aas) aminoácidos em antibióticos e peptídeos na parede celular de algumas bactérias (não são utilizados p/ síntese. LIGAÇÃO PEPTÍDICA Quando duas moléculas de aminoácidos se unem, elas sofrem uma reação de condensação formando uma ligação amida. O produto desta união é denominado peptídeo. **não ocorre de forma espontânea na natureza. LIGAÇÃO DISSULFETO São as únicas ligações covalentes que mantém os aminoácidos ligados em um peptídeo ou proteína. Mas ao contrário das ligações peptídicas, as ligações dissulfeto se formam entre aminoácidos não adjacentes, contribuindo com a forma como a proteína ou peptídeo se dobra. ARQUITETURA PROTEICA A estrutura tridimensional das proteínas é bastante complexa. A forma da proteína determina sua função. Estrutura primária: Conjunto de todas as ligações covalentes, como as ligações peptídicas e as ligações dissulfeto, sequenciando os aminoácidos na cadeia polipeptídica, determinada geneticamente. **por convenção, a sequência de aas é escrita da extremidade amino-terminal para a carboxi-terminal Ex: NH3+-Ala-Gly-Ser-COO- NH3+-Ser-Gly-Ala-COO- Estrutura secundária Corresponde ao primeiro dobramento sofrido pela estrutura primária. Nos diz a conformação adquirida por um segmento protéico de forma a minimizar a sua energia. Geralmente adquire forma helicoidal, dobrando a cadeia (alfa-hélice) por pontes de hidrogênio e conformando em “sanfona” (beta-pregueada). Manutenção da estrutura: pontes de hidrogênio entre C=O e o N-H da ligação peptídica. Alfa-hélice: Grupo R dos aas projetadas para fora da hélice. Certas sequências de aas não formam a-hélice: - Aminoácidos adjacentes de mesma carga (ex: polilisina) - Prolina (não tem H livre no grupo imino, logo não faz ponte de hidrogênio. Beta-pregueada: Interação lateral de segmentos de uma cadeia polipeptídica ou de segmentos de cadeias diferentes. Estrutura terciária: A proteína adquire um arranjo tridimensional para minimizar energia e melhorar estabilidade, a partir de pontes de dissulfeto - forte (covalente) e outras ligações (de hidrogênio, iônicas, interação hidrofóbica) - fracas. Estrutura quaternária: Algumas proteínas podem ter mais de uma cadeia peptídica, que interagem entre si, ou seja, estruturas terciárias que em conjunto formam uma estrutura quaternária (ex: hemoglobina - tetrâmero). ENOVELAMENTO PROTÉICO ● Dobramento de proteínas é direcionado ● Proteínas especializadas em “tutorar” o dobramento ● Chaperoninas: proteínas especializadas que auxiliam no enovelamento da cadeia polipeptídica. ● Após serem sintetizadas nos ribossomos, as proteínas adquirem sua conformação nativa e funcional. ● Essa via envolve uma série de enzimas chamadas de chaperoninas que induzem a conformação das proteínas à custa de ATP.. 1. A chaperona Hsp70: proteína de choque térmico de 70 KD direciona o dobramento correto da proteína na forma nativa. Obs: caso o dobramento seja incorreto, outras chaperonas (Hsp40, 70 e 90) encaminham a proteína malformada para destruição nos proteossomos (ubiquitina) 2. A ação da chaperona Hsp104 e da shsp pode dissolver o agregado e direciona o dobramento correto da proteína pela Hsp60. 3. A proteína malformada adquire a configuração folha pregueada beta e começa a agregar. UNFOLDING PROTÉICO ● Proteínas enoveladas erroneamente normalmente são degradadas em aminoácidos, podendo formar agregados proteicos insolúveis chamados de placas amilóides que são resistentes à ação de peptidases. ● Patologias relacionadas: Alzheimer, Parkinson e encefalopatia espongiformes (ex: doença da vaca louca). Fisiopatologia da Doença de Alzheimer - Apresentam cérebro uniformemente atrófico à necropsia - Microscopia: neurônios com miofibrilas intracelulares entrelaçadas - Depósito extracelular de substâncias especiais (placas amiloides) - O quadro patológico é definido microscopicamente pela presença de placas senis (neuríticas). Na Doença de Alzheimer, as placas amiloides são formadas pela associação de folhas β-pregueadas da proteína Aβ-42 e os novelos entrelaçados pela precipitação da proteína tau hiperfosforilada. DESNATURAÇÃO PROTÉICA ● Dobramento original da proteína: estrutura nativa. ● Alterações físicas/químicas do meio podem afetar a estrutura espacial, podendo acarretar na perda da função proteica. ● Desnaturação = destruição da estrutura nativa ● Perda dos níveis estruturais secundário, terciário e quaternário. Fatores que provocam a desnaturação: ● Aquecimento ● Extremos de pH ● Adição de compostos capazes de formar pontes de H (ex: uréia) ● Detergentes e sabões ● Agentes redutores Obs: A desnaturação pode ser irreversível RENATURAÇÃO PROTÉICA - Após a retirada do agente desnaturante, algumas proteínas reassumem a forma nativa. - A velocidade de renaturação “in vitro” é menor que “in vivo” (devido à chaperonina). SUBSTITUIÇÃO DE AMINOÁCIDOS - A substituição de um aminoácido na cadeia polipeptídica pode ocasionar na perda/mudançada função nativa - Exemplo: anemia falciforme Cadeia beta da hemoglobina: substituição de “Glu” por “Val” leva a agregação das proteínas por interações hidrofóbicas através de resíduos de valina. Agregados precipitam nas hemácias que adquirem formato de foice. HIDRÓLISE DAS PROTEÍNAS Enzimas peptidases quebram as proteínas em aminoácidos livres e oligopeptídeos.
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