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As hepatites virais são divididas em dois grupos: hepatite aguda e hepatite crônica. Hepatite aguda: o paciente apresenta um quadro de lesão, mas evolui para a cura. Hepatite crônica: o paciente apresenta uma lesão que se prolonga durante pelo menos, seis meses. HEPATITE AGUDA Como é uma infecção viral, temos uma infiltração de monócitos (mais branda do que na hepatite crônica). Esses monócitos saíram do espaço porta e adentrarão o tecido hepático, promovendo lesões as células que estão infectadas com os vírus. A ação dessas células associadas a ação do vírus, vai resultar em uma série de lesões nesse tecido. A colestase é resultante tanto da ação do vírus como da ação dos monócitos, trazendo toxicidade para a célula (excesso de bilirrubina). HEPATITE CRÔNICA O espaço porta estar totalmente dilatado pela densa infiltração de monócitos (essas células vão ser responsáveis por destruir o tecido). O vírus da hepatite C induz o processo de esteatose hepática (acúmulo de gordura); O vírus da hepatite B deixa os hepatócitos com aspecto de vidro fosco; Os linfócitos TCD8 ativados induzem apoptose; O tecido necrosado tem a presença de um fluído formado por bilirrubina, colesterol e sais biliares. INFECÇÃO VIRAL: IMUNO- PATOLÓGICO O vírus chega até o tecido, se deparando com a resposta imune inata. As células apresentadoras de antígenos (APCs), reconhecem o vírus como uma célula estranha e vão até os linfonodos e apresentam esse antígeno para os linfócitos. As células TCD4, se diferenciam e expandem-se, informando então que essa infecção estar acontecendo. Resposta Th1: ativação do mecanismo de resposta imune celular. Ativação de células TCD8, convertendo em células t citotóxicas. As células TCD8 também se conectam com as APCs – transformando essas células em células T citotóxicas → responsáveis pela memória celular. Resposta Th2: ativação do mecanismo de resposta imune humoral. Ativação das células B. Essas células reconhecem o antígeno, se diferenciam, produzindo a expansão clonal. Transformam-se em células B de memória → produzem anticorpos. Esses anticorpos reconhecem epítopos específicos na superfície do vírus, os famosos anticorpos neutralizantes. hepatites virais AULA 5 – VIROLOGIA CLÍNICA fisiopatologia das hepatites virais ANTICORPOS NEUTRALIZANTES O anticorpo neutralizante é o anticorpo capaz de bloquear a entrada do vírus nas células. CÉLULAS NK As células apresentadoras de antígeno, reconhecem e apresentam o antígeno. As células TCD8, uma vez ativada, assim como as células NK secretam alguns fatores importantes. As células TCD8 reconhecem as células infectadas e disparam as enzimas (perforinas e granzimas), promovendo a morte citotóxica da célula. Perforinas: proteína capaz de produzir poros na membrana da célula. Lembrando que a membrana celular é de suma importância para controlar o espaço intracelular. Induzem a morte celular programada (apoptose). Granzimas: são enzimas que quebram proteínas dentro da célula (atividade catalítica), inibindo vias bioquímicas. Atividade catalítica: ocorre o aumento da velocidade das reações biológicas. Fator de necrose tumoral (TNF): é um fator indutor de apoptose. As células TCD8 e as NK produzem TNF que vai induzir a apoptose, disparando a morte não citolítica da célula e liberando interferon. FATOR DE NECROSE TUMORAL A apoptose é mediada por 3 vias: iremos abordar apenas duas aqui. Via extrínseca: essa via é ativada por um fator extracelular. Receptores de morte celular são ativados por fatores que são secretados no ambiente da célula. Receptores FADD se ligam ao fator externo como o TNF ou células TCD8 → forma caspase 8 → ativação da caspase 3. Via intrínseca: essa via é ativada por um fator intrínseco, que resulta em uma disfunção mitocondrial. Na presença de sinais de estresse intracelular ocorre a translocação de proteínas pró-apoptóticas do citosol para a mitocôndria. A translocação das proteínas pró-apoptóticas para a mitocôndria resulta na liberação para o citosol do citocromo-c, presente no espaço existente entre a membrana mitocondrial externa e interna. No citosol, o citocromo-c forma um complexo com o fator ativador da apoptose 1, levando à ativação da caspase-9, que ativa caspases efetoras. Portanto, a ativação das caspases pode ser desencadeada via receptores da morte ou via disfunção mitocondrial, com liberação do citocromo-c. Uma vez ativada, a caspase 3 cliva o inibidor de desoxiribonuclease ativada por caspases, que é responsável pela apoptose nuclear; Induz a clivagem de proteínas quinases, de proteínas do citoesqueleto, proteínas de reparo do DNA e subunidade inibidora da família de endonucleases; Bem como tem efeito sobre o citoesqueleto, ciclo celular e vias de sinalização, que em conjunto contribuem para as típicas alterações morfológicas da apoptose. INTERFERON Os interferons participam de dois grupos: Grupo 1 – alfa e beta. Grupo 2 – interferon gama. Os interferons são secretados pelas células imunes no ambiente da infecção, mas também podem ser secretados pela própria célula infectada. Na maioria das infecções virais, um dos primeiros mecanismos que o vírus utiliza é a secreção de fatores capazes de silenciar a produção desse interferon. Receptores Toll-like reconhecem a presença de partículas virais (especificamente de DNA viral). O interferon é produzido pela célula infectada e quando sai dessa célula, pode atuar por dois mecanismos: Autócrino: receptor de interferon na própria célula infectada. Parácrino: atua na célula vizinha. Ocorre então a indução a um estado antiviral, que é caracterizado por um comportamento celular que pode impedir tanto a entrada como a replicação do vírus dentro da célula. Se esses mecanismos, citados anteriormente, não forem suficientes para controlar a infecção e aniquilar esse vírus, o paciente vai evoluir para uma doença crônica. Mecanismo da hepatite crônica: as células estreladas tem seu comportamento alterado e uma vez ativadas, tem o comportamento de miofibroblasto (célula contrátil). SÍNDROMES CLINICOPATOLÓGICAS DA HEPATITE VIRAL Infecção Assintomática com Recuperação – Marcadores bioquímicos e sorológicos. Infecção Sintomática Aguda com Recuperação – Marcadores sorológicos e Icterícia. Insuficiência Hepática Aguda – Necrose maciça, sem efeitos citopáticos, demanda transplante, causados por HAV, HBV, HDV e HEV. Hepatite Crônica – Evidência sintomática, bioquímica ou sorológica contínua ou recorrente por mais de 6 meses, causadas por HBV e principalmente, HCV. O Estado de Portador – Abriga o vírus, pode transmiti-lo, mas não apresenta sintoma.
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