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tecnologias digitais na prática pedagógica

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TECNOLOGIAS 
DIGITAIS NA 
PRÁTICA 
PEDAGÓGICA
Mariana Pícaro Cerigatto 
O processo de ensino-
-aprendizagem 
na cultura digital
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Identificar as concepções de ensino-aprendizagem que permeiam 
a cultura digital.
  Analisar a formação do professor para atuar na cultura digital.
  Descrever os limites e as possibilidades do processo de ensino-apren-
dizagem na cultura digital e o papel do professor nesse processo.
Introdução
A cultura digital influência todos os segmentos da sociedade e traz novas 
concepções de ensino e aprendizagem. O modelo tradicional de ensino 
não atende mais às demandas geradas pela cultura digital e exige rea-
daptações. As novas abordagens e modalidade de ensino-aprendizagem 
precisam atender ao dinamismo e às características da cultura digital, que 
é inovadora, colaborativa, etc. 
Nesse contexto, o professor também assume novos papéis diante 
dos desafios gerados para a educação nesse novo panorama digital, 
fator que exige formações inicial e continuada específicas para o cenário 
contemporâneo. O docente não é mais o detentor exclusivo do conhe-
cimento, e o aluno passa a ser o principal responsável pela construção 
do seu conhecimento. Posto isso, apresentamos neste capítulo novas 
concepções de ensino-aprendizagem que permeiam a cultura digital, 
discutimos a formação necessária do professor para essa conjuntura, 
seus desafios e suas possibilidades.
As novas concepções de ensino-aprendizagem 
que permeiam a cultura digital 
A revolução tecnológica vivida nos últimos anos mudou a forma de nos re-
lacionarmos com as tecnologias, nas relações interpessoais, gerou novos 
modelos de comunicação, etc. Para a educação, a cultura digital gera novos 
modos de ensinar e aprender. 
Várias novas perspectivas surgem para a educação, e estas vêm sendo 
discutidas por vários estudiosos da área e por organizações. Castells (2012) 
nos chama atenção para a emergência da autocomunicação, que se apoia em 
redes horizontais de comunicação multilateral e interativa. 
A escola tradicional, antes tida como principal fonte de saber, não é mais 
o único grande centro de ensino e aprendizagem. Amplia-se a dimensão da 
aprendizagem, que se estende para outros centros e setores sociais e eco-
nômicos. Uma nova concepção surge de “aprendizagem ao longo da vida”, 
considerando que o cenário digital dinamiza o processo de aprendizagem, ao 
gerar novas necessidades, habilidades e saberes.
Partindo desse panorama geral, podemos nos questionar sobre qual o futuro 
do aprender e ensinar na cultura digital, quais as tendências. A seguir, vamos 
apontar algumas ressignificações importantes a serem pontuadas que indicam 
novas concepções de ensino-aprendizagem para o novo século:
  Maior conexão entre espaços físicos e virtuais: as novas concepções de 
ensino e aprendizagem apontam para uma combinação entre os espaços 
virtuais e os espaços físicos, entre os processos presenciais e os processos 
de educação a distância (EaD). Assim, o atual contexto educativo deve 
estar aberto para as possibilidades geradas pelo desenvolvimento de 
suportes tecnológicos, que permitem uma gama de facilidades para a 
interação, colaboração, etc. A educação perde seu caráter “de cima para 
baixo” e, com ênfase no on-line, coloca o aluno como protagonista da 
aprendizagem, combatendo a hierarquização de papéis e saberes, assim 
como o viés reducionista de comunicação em sentido único. 
  Muda-se o foco do ensino: com uma rede que permite a interação e a troca 
mútua, o ensino se torna de “todos para todos”, e não de “um para todos”, 
com interconexão, acesso a informações de todas as partes, em que não 
existe somente uma fonte de transmissão de conhecimentos – os novos meios 
tecnológicos incentivam que o próprio aluno seja cada vez mais autor de 
seu processo de ensino-aprendizagem, a partir da construção colaborativa. 
Há uma descentralização de certas estruturas da escola tradicional.
O processo de ensino-aprendizagem na cultura digital2
  Aprendizagem como construção coletiva: os espaços formais de ensino 
são combinados com outros espaços de construção coletiva e informal de 
conhecimento. As redes sociais são um exemplo. Os conteúdos educacio-
nais estão presentes em cenários não escolares que permitem interação.
Colaboratividade, horizontalidade dos processos de ensino-aprendizagem, 
mudanças de papéis entre alunos e professores, etc. são algumas mudanças 
que marcam este novo cenário. Importante enfatizar que essas novas concep-
ções colocam as tecnologias digitais em um patamar que ultrapassa o nível 
instrumental. A questão tecnológica no contexto educacional deve ultrapassar 
a necessidade de oferta de equipamentos nas escolas. Ligado a isso, mais im-
portante é criar condições para a construção de comunidades de aprendizagem 
on-line que amplia a aprendizagem, de acordo com as possibilidades do novo 
ambiente. De acordo com Alonso et al. (2014, p. 166):
As comunidades mudam a cultura do aprender e ensinar pelo compartilhamento. 
Em tempos e espaços dilatados vínculos são criados, estabelecem-se objetivos 
comuns e coletivamente convivemos, conectando ideias e práticas em redes. Há 
uma conexão, as comunidades fazem ressignificar objetivos, conteúdos, papéis e 
métodos da educação escolar. Embora mais tendência do que realidade definida 
e delimitada é um movimento que possibilita antever processos dinâmicos e 
colaborativos para se pensar o desenvolvimento/construção de conhecimentos. 
Considerando essa nova realidade e a mudança inevitável de vários fatores 
no ambiente e na cultura escolar, uma pergunta importante surge: como fica 
a formação do docente? É o que vamos falar no próximo tópico.
A formação do professor para atuar 
na cultura digital 
A cultura digital gera novas possibilidades no âmbito pedagógico, assim 
como a necessidade do desenvolvimento de novas habilidades para tirar o 
melhor proveito desse cenário. Quando falamos em desenvolver as habilidades 
necessárias para esse novo panorama, não devemos só pensar no aluno, mas 
também no professor, ainda mais aqueles que não são os “nativos digitais” e 
tiveram uma formação tradicional, que não inclui o contexto das novas mídias 
e do ensino-aprendizagem em ambiente on-line. 
Na cultura digital, a tecnologia não se limita à condição de instrumento 
de trabalho, então, a formação ideal do docente deste atual contexto vai além 
3O processo de ensino-aprendizagem na cultura digital
de saber manusear softwares e aparelhos tecnológicos. Isso, inclusive, boa 
parte dos alunos já chega às escolas sabendo. O desafio é: como usar as novas 
tecnologias, no contexto de cultura digital, para favorecer processos de ensino-
-aprendizagem significativos?
O primeiro passo a ser pensado quanto à formação docente é a necessidade 
de reformulação de grades e currículos de licenciatura que atendam aos anseios 
da cultura digital. As universidades e faculdades de licenciatura necessitam 
incluir mais disciplinas focadas para essas temáticas, além de adaptar todo o 
currículo visando à formação mais adequada para a era digital, unindo teoria e 
prática. O professor precisa ter a capacidade não somente de teorizar sobre as 
habilidades e abordagens pedagógicas, mas também vivenciar e experenciar.
Existem várias propostas para a formação de professores pensadas para 
a atual conjuntura. Consideramos a proposta da Organização das Nações 
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) (WILSON et al., 
2013), bastante completa para atender às demandas da cultura digital. Em um 
cenário em que velhas e novas mídias convergem, a construção colaborativa 
de conhecimento se sobrepõe ao ensino “de cima para baixo”, e o aluno é o 
principal protagonista de seu processo de aprendizagem. A UNESCO propõe 
a chamada “alfabetização midiática e informacional”, com três áreas temáticas 
centrais inter-relacionadas, que devem servir de basecurricular para a formação 
docente que atenda aos desafios e às necessidades da cultura digital. São elas:
  O conhecimento e a compreensão das mídias e da informação para 
os discursos democráticos e para a participação social: os docentes 
necessitam ter conhecimentos sobre todos os provedores de informação, 
inclusive os de ambiente on-line, suas funções, características, etc. 
  A avaliação dos textos de mídia e das fontes de informação: envolve 
a necessidade de formação que aponte para a compreensão dos critérios 
para a avaliação de conteúdos gerados em ambiente de mídia on-line 
e das fontes de informação. 
  A produção e o uso das mídias e da informação: aqui a atenção é voltada 
para uma formação que considere os conteúdos gerados pelo usuário por 
meio das novas mídias e plataformas (redes sociais, interações on-line, 
etc.) e insira esses conteúdos nos processos educacionais. Os docentes 
precisam ter habilidades para explorar como a informação e os textos 
de mídia são produzidos, o contexto social e cultural da informação e da 
produção, quais os usos feitos pelos cidadãos, e com quais propósitos.
O processo de ensino-aprendizagem na cultura digital4
Ou seja, vemos que essas três grandes áreas de formação para os docentes 
em alfabetização midiática e informacional, calcada no contexto de cultura 
digital, se preocupam não somente com a compreensão do funcionamento dessas 
novas mídias, mas seu papel, assim como seus conteúdos devem ser utilizados 
criticamente em sala de aula. Os conteúdos gerados por usuários em redes so-
ciais, frutos de construção colaborativa de conhecimento, também devem estar 
associados aos processos de ensino-aprendizagem, mas essa produção coletiva e 
o protagonismo do aluno devem sempre ser avaliados criticamente pelo professor. 
Ou seja, mesmo que o aluno esteja mais autônomo e os ambientes virtuais se 
cruzem com a sala de aula tradicional, o professor deve ter visão crítica desses 
processos — sem exaltar a atuação dos alunos nem rebaixar. O ideal é que se 
tire proveito das novas possibilidades, mas com criticidade.
O currículo para formação de professores proposto pela UNESCO (WILSON et al., 2013) 
pode ser acessado por meio do link a seguir, que apresenta sugestões de atividades 
práticas para a proposta do currículo.
https://goo.gl/GQGPd
Os limites e as possibilidades do processo 
de ensino-aprendizagem na cultura digital 
Além das tendências colocadas no primeiro tópico, é importante pensar nos 
percalços, nos limites e nas possibilidades pedagógicas que daí surgem. 
A cultura digital é muito favorável para um contexto educacional baseado 
na colaboração, na horizontalidade, etc., como bem vimos. No entanto, algumas 
limitações precisam ser ponderadas, assim como o papel do docente em cada 
uma delas. A seguir, algumas delas serão discutidas.
Em relação ao aumento exponencial dos fluxos de informação e a falta 
de criticidade, é notável que, apesar de a inteligência coletiva ser um processo 
que contribui para uma grande rede de conhecimento e “bagagem” de conteúdo, 
é necessário saber lidar de forma ponderada e crítica com o grande volume 
de informações. Além de desenvolver habilidades de criticidade nos alunos 
sobre qual fonte de informação utilizar, como chegar a fontes de informações 
confiáveis e como comparar e organizar conteúdos em rede, o docente precisa 
5O processo de ensino-aprendizagem na cultura digital
chamar a atenção para aspectos éticos, de direitos autorais, plágio, etc. As 
interações e a troca de informações nesse fluxo em rede devem se atentar à 
diversidade de opiniões e à diversidade cultural, dentre outros. 
A respeito da lacuna de participação, Jenkins et al. (2006) alertam para o 
fato de que o acesso às tecnologias e culturas digitais não é o mesmo em todas 
as regiões de um mesmo país, assim como nos vários cantos do mundo. Existe 
também um acesso desigual às oportunidades, às experiências, às habilidades 
e aos conhecimentos que vão preparar os jovens para a plena participação na 
cultura digital. Fatores econômicos, sociais e até políticos influenciam no grau 
de participação. Os professores e as escolas devem estar atentos às desigualdades 
de acesso, considerando alunos mais ou menos inseridos nessa cultura do digital, 
e procurar superar essas lacunas promovendo atividades cooperativas, em que 
uns aprendem com os outros, considerando esses diferentes níveis de acesso.
Jenkins et al. (2006) pondera sobre o culto às habilidades das novas gerações: 
o fato de existir uma tendência em cultuar as habilidades da geração chamada mil-
lenium (nativos digitais), sem supervisão e adequação. Ou seja, o papel do professor 
e das escolas deve ser crítico sobre o uso que se faz das novas tecnologias. Alguns 
defensores da cultura digital agem como se os jovens pudessem simplesmente 
adquirir habilidades por conta própria, sem intervenção e mediação. Crianças e 
jovens sabem mais sobre esses novos ambientes de mídia do que a maioria dos 
pais e professores — de fato, não precisamos protegê-los dizendo que são vítimas 
desses sistemas, mas é preciso promover uma apropriação crítica e reflexiva.
Sobre a resistência da cultura escolar às novas mídias, é evidente que a inser-
ção das novas mídias e tecnologias no ambiente escolar possibilitou uma ampliação 
dos espaços de aprendizagem. No entanto, ainda há uma barreira a ser vencida para 
que a escola não se limite apenas a usar as tecnologias de forma instrumental, sem 
o desenvolvimento de novas abordagens e práticas. A cultura escolar engessada, 
assim como a formação ultrapassada do professor, dos gestores educacionais, 
etc. são limitações para a promoção de processos de ensino-aprendizagem mais 
voltados para o ambiente de cultura digital. Não é tão fácil e rápido para que as 
instituições escolares mudem o formato de ensinar e aprender, considerando que 
a escola já não é mais a única instituição a repassar ou socializar conhecimentos. 
As salas de aula tradicionais já não combinam mais com a dinâmica dos espaços 
interativos on-line, mas persistem. Os alunos já não aprendem somente com o 
professor e estando somente na escola, mas em diferentes locais, em diferentes 
tempos, interagindo com diferentes pessoas. Assim, se faz importante reformular 
vários aspectos ligados à cultura escolar que ainda persistem e não combinam 
mais com o panorama da era digital. O docente precisa também revisar práticas 
inadequadas que não colaboram mais com essa conjuntura.
O processo de ensino-aprendizagem na cultura digital6
A cultura escolar deve se renovar para atender aos anseios aclamados pela cultura 
digital, mas essa reformulação deve considerar o perfil dos alunos, as necessidades 
de formação, o contexto cultural e a participação da comunidade local. Não se deve 
“copiar” modelos de escolas que estão sendo moldadas pela cultura digital sem antes 
considerar a realidade local, a comunidade escolar (alunos, professores e outros), além 
do interesse dos pais e da comunidade.
Inovações metodológicas na cultura digital
Oliani et al. (2015) apontam inovações metodológicas para o ensino-aprendi-
zagem na cultura digital. Vamos conhecer algumas dessas abordagens:
Blended learning é conhecido como “abordagem híbrida”, ou educação 
semipresencial, e consiste em cursos que combinem modalidades de EaD e 
presencial tradicional. A utilização simultânea desses ambientes — presencial 
e virtual — objetiva explorar as potencialidades de cada modalidade. O doente 
precisa organizar e saber como combinar essas duas modalidades de ensino, 
pensando nos conteúdos e nas atividades ideais para esse tipo de abordagem.
Um exemplo eficaz do sistema blended learning ocorreu na Universidade 
de Stanford, nos Estados Unidos. Durante o oferecimento de um programa 
voltado para a formação de jovens, constatou-se que a metade dos alunos 
matriculados não concluía o curso. A combinação de momentos presenciais e 
virtuais, com interação e comunicação, foi favorável à adesão dosalunos, que 
reconhecem o uso benéfico da tecnologia para seu aprendizado. No entanto, 
conforme apontam Sharpe et al. (2006), nem todos os alunos substituiriam 
todas as aulas presenciais com a utilização das tecnologias digitais.
Active learning refere-se à metodologia de aprendizagem ativa, ou active 
learning, e prioriza a autonomia do aluno e o coloca como principal protago-
nista para o desenvolvimento de sua aprendizagem. O professor media todo o 
processo, atuando mais como um incentivador e mediador, deixando o papel 
principal para o aluno na construção do saber.
Nesta perspectiva, e de acordo com Olani et al. (2015), os alunos são 
instigados a desenvolver habilidades ligadas a solução de problemas, critici-
dade, capacidade de síntese, autoavaliação, etc. Essa metodologia exige maior 
envolvimento do aluno, que precisa assumir uma postura bastante ativa para 
conseguir dar andamento ao curso. Diferente do modelo de aula tradicional, 
7O processo de ensino-aprendizagem na cultura digital
o aluno precisa aprender a buscar informações, desenvolver habilidades e 
competências por meio de atividades práticas e colaborativas. 
Este modelo pedagógico demanda adaptações no ambiente físico da sala 
de aula – que devem contar com a presença e a utilização de tecnologias 
digitais com foco educacional. Esses ambientes devem facilitar a construção 
do conhecimento proposta pelo active learning. 
São exemplos de ambientes educacionais baseados nessa metodologia a 
Universidade de Harvard e o Massachusetts Institute of Technology (MIT), 
que apresentam espaços equipados com mesas de formato circular para os 
alunos, propiciando as atividades de caráter prático, baseadas no processo de 
colaboração entre aluno-professor e aluno-aluno. Essas mesas são equipadas 
com microcomputadores conectados à internet, multisserviços para o acesso 
aos arquivos midiáticos, entre outros. A proposta é que o aluno seja protagonista 
de sua aprendizagem, interagindo com outras pessoas e tecnologias. Veja a 
seguir, na Figura 1, dois exemplos de layouts desses tipos de abordagens.
Figura 1. A ilustração da infraestrutura física de uma sala de aula preparada para a moda-
lidade active learning.
Fonte: Oliani et al. (2015, p. 11).
Flipped classroom é uma metodologia também conhecida como “sala de aula 
invertida”. Ela se baseia na inversão do espaço de aprendizagem em grupo para a 
aprendizagem individual. Para isso, faz uso das tecnologias digitais de informação 
e comunicação (OLIANI et al., 2015). O tempo maior de aula presencial é dedicado 
às atividades colaborativas. O professor não é mais o principal ator nesse processo, 
ele age como mediador, problematizador, instigador, etc., e oportuniza o acesso às 
informações, incentivando os alunos a se apropriarem do conhecimento. 
O processo de ensino-aprendizagem na cultura digital8
A metodologia de sala de aula invertida “coloca” os conteúdos teóricos de 
uma aula tradicional e expositiva em formatos digitais (videoaulas, podcasts, 
e-books, etc.), considerados como recursos auxiliares. Nessa abordagem, 
geralmente o aluno deve ter acesso a esses conteúdos e estudá-los antes dos 
momentos presenciais nas salas de aulas. “Quando os alunos se encontram 
nas salas de aulas, esses ambientes tornam-se locais para o desenvolvimento 
de atividades práticas, para discussões dos temas que foram estudados” 
(OLIANI et al., 2015, p. 13).
Importante ressaltar que essas abordagens estão relacionadas e podem 
ser combinadas. Tais metodologias atendem a características emergentes da 
cultura digital: a interatividade, a autoaprendizagem, a colaboração, a produção 
autoral de conteúdo, entre outras.
ALONSO, K. M. et al. Aprender e ensinar em tempos de Cultura Digital. Em Rede: Revista de 
Educação A Distância, Cuiabá, v. 1, n. 1, p.152-168, jul. 2014. Disponível em: <https://www.au-
nirede.org.br/revista/index.php/emrede/article/download/16/28>. Acesso em: 25 dez. 2018.
CASTELLS, M. Redes de indignação e esperança: movimentos sociais na era da internet. 
Rio de Janeiro: Zahar, 2012. 
JENKINS, H. et al. Confronting the challenges of participatory culture: media education 
for the 21st century. Chicago: MacArthur, 2006. 
OLIANI, G. et al. Inovações metodológicas para o ensino e aprendizagem na cultura digi-
tal. Revista Inova Educ, Campinas, n. 3, p. 1-16, 2015. Disponível em: <www.lantec.fe.unicamp.
br/inovaeduc/wp-content/uploads/2015/n3.art8.pdf>. Acesso em: 25 dez. 2018.
SHARPE, R. et al. The undergraduate experience of blended elearning: a review of UK 
literature and practice. The Higher Education Academy, 2006.
WILSON, C. et al. Alfabetização midiática e informacional: currículo para formação de 
professores. Brasília: Unesco, UFMT, 2013. 
9O processo de ensino-aprendizagem na cultura digital
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