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– Conceitos: Ensino Médico, Modelo Flexneriano e Modelo Preventivista o Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de Graduação em Medicina: • Estabelecem Princípios fundamentais e finalidades da formação em Medicina. _ Carga Horária de 7200 horas _ Prazo Mínimo de e anos • A formação do graduando em medicina se baseia em Atenção à Saúde, Gestão em Saúde e Educação em Saúde. _ Atenção à Saúde: Considera todas os aspectos da diversidade humana. (inclusão) _ Gestão em Saúde: compreensão dos princípios, diretrizes e políticas do Sistema de Saúde e participação em gerenciamento e administração. (Trabalho em saúde – Histórico das políticas públicas e reformas sanitárias) _ Educação em Saúde: Corresponsabilizar-se pela própria formação inicial, continuada e em serviço. (Socialização do Conhecimento / Pensamento Científico e Crítico.) • Estabelecem os conteúdos fundamentais para o Curso, os quais devem estar relacionados com todo o processo saúde- doença do cidadão, da família e da comunidade. • Ocurso de medicina deve ter projeto centrado no aluno. • As ciências humanas e Sociais como eixo transversal na formação do profissional com perfil generalista. • A avaliação do estudante terá: Habilidades, Atitudes e Conteúdos curriculares como base. • O curso deveránutilizar metodologias ativas e interdisciplinares. • Programas de Residência Médica ofertarão vagas equivalentes ao número de egressos do ano anterior. ✓ Molda-se de acordo com as necessidades socialmente elaboradas. ✓ Visa a formação de um profissional ético, reflexivo e humanista. ✓ Criação de vínculo com a realidade social. ✓ Processo de ensino-aprendizagem com maior autonomia e participação ativa do aluno. ✓ A formação acadêmica deve desenvolver o pensamento crítico e reflexivo, ✓ Formação mais humanizada dos profissionais médicos. O Ensino Médico no Brasil: Origens e Transformações e Transformações Nedy M. B. C. Neves, Flávia B. C. S. Neves, Almir G. V. Bitencourt Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública e Faculdade de Med Antes da criação das escolas médicas brasileiras, os interessados em estudar Medicina complementavam seus estudos na Universidade de Coimbra, em Portugal. Com a chegada da família imperial ao Brasil, dá-se início ao ciclo universitário, quando foram fundadas as primeiras escolas médicas brasileiras. Neste contexto, o currículo foi importado sem avaliar as especificidades locais. A partir de então, muitas reformas foram realizadas no ensino médico brasileiro, sendo a Reforma Flexner a principal responsável pelas transformações nesta área, importando o modelo cientificista e desvalorizando o humanista. Esta abordagem foi responsável pela especialização precoce, além de ser individualista e hospitalocêntrica. O paradigma flexneriano fragmentou o conhecimento, dificultando a visão do paciente no seu conjunto. Surgiu, então, o paradigma da integralidade buscando contrapor-se ao paradigma flexneriano, enfatizando mais a saúde do que a doença, buscando analisar o doente e não a doença e agregando valores para a humanização da Medicina. Outro avanço foi no campo da educação médica voltada para o aluno que se torna o centro do ensino-aprendizagem. Vale ressaltar que este novo modelo, apesar de enfatizar o lado humanista, deve dialogar com as novas descobertas científicas contemporâneas, tornando-se parceiros. Todos estes saberes devem estar atrelados para formatar um caminho harmônico. Este compromisso está contemplado no eixo da proposta do Ministério da Educação que define o perfil almejado para o médico(a) brasileiro(a) como cidadão ou cidadã de atitude ética, de formação humanística e consciência de responsabilidade social. Assim, o modelo de Flexner passou a ser associado ao rígido ensino médico que privilegiava a formação científica de alto nível, baseado no modelo moderno, estimulando a especialização profissional. Portanto, o modelo flexineriano enfatiza as especializações precoces, fazendo que o estudante de Medicina se torne um pseudo-especialista ainda no período de graduação. Acreditamos que este arquétipo pode ser o responsável pela dificuldade de formar um médico generalista. _ Há controvérsias e debates sobre este modelo que apresenta seus Prós e Contras. ✓ Influenciado pelo Positivismo (Ordem e Progresso). ✓ Proposta: Defesa de padrões de entrada e ampliação (4 anos); Introdução do estudo Laboritorial; ênfase na pesquisa. ✓ Elitização. ✓ Analogia do Corpo Humano com a Máquina. ✓ Tenta explicar as causas e consequências das doenças através de alterações biológicas diversas (descoberta de microorganismos, sec. XIX). ✓ Exclui fatores de ordem econômica e social. Individualismo. _A Reforma Flexner e seus Impactos A Reforma Flexner ocorreu em 1910 nos Estados Unidos e deflagrou um processo de transformações na educação médica naquele país, de acordo com o Conselho de Educação Médica. O modelo universitário brasileiro era baseado no modelo europeu e foi oficialmente reformulado em 1968, com a imposição da reforma universitária (Lei 5.540 de 1968), iniciativa da época do governo militar. As cátedras foram substituídas pelos departamentos e o ensino ficou dividido em dois ciclos principais, o básico, nos dois primeiros anos, e o ciclo profissionalizante, nos quatro anos subsequentes; O modelo de ensino médico brasileiro atual foi fundamentado nos princípios baseados na reforma flexneriana. Reformas Curriculares e o Paradigma da Integralidade O conhecimento foi dividido em áreas para ser mais bem estudado e isto produziu uma incomunicabilidade entre as mesmas, inclusive no âmbito das universidades, permitindo enormes zonas de desconhecimento. Dessa forma Descarte teria formulado o “grande paradigma ocidental”, quando dividiu a ciência, produzindo disjunção e redução. O conhecimento foi dividido em áreas para ser mais bem estudado e isto produziu uma incomunicabilidade entre as mesmas, inclusive no âmbito das universidades, permitindo enormes zonas de desconhecimento. Dessa forma Descarte teria formulado o “grande paradigma ocidental”, quando dividiu a ciência, produzindo disjunção e redução. A operacionalização deste princípio seria norteada pela construção de um currículo integrado aos modelos pedagógicos mais interativos, através da adoção de metodologias de ensino- aprendizagem centradas no aluno e como sujeito da aprendizagem, sendo o professor o agente facilitador do processo de construção de conhecimento. A Aprendizagem Baseada em Problemas (PBL) é uma filosofia educacional que se aproxima da Pedagogia da Autonomia de Paulo Freire, o qual acredita que: “Ensinar não é transferir conhecimento; ensinar é uma especificidade humana”; _ O Relatório Flexner: Para o Bem e Para o Mal - Fernando Luiz Pagliosa/ Marco Aurélio Da Ros Em 1910, foi publicado o estudo Medical Education in the United States and Canada – A Report to the Carnegie Foundation for the Advancement of Teaching1, que ficou conhecido como o Relatório Flexner (Flexner Report) e é considerado o grande responsável pela mais importante reforma das escolas médicas de todos os tempos nos Estados Unidos da América (EUA), com profundas implicações para a formação médica e a medicina mundial. Uns aclamam seu criador como o grande reformista e transformador da educação médica em todos os tempos, e outros o consideram o principal responsável pela consolidação de um modelo de formação de médicos que nunca conseguiu atender às necessidades de saúde das sociedades onde foi implantado O adjetivo “flexneriano” é aplicado, geralmente com caráter pejorativo, aos currículos que apresentam uma divisão clara entre um período ou ciclo inicial de disciplinas básicas, seguido de outro dedicado aos estudos clínicos. Abraham Flexnernasceu em Lousville, Kentucky, em 13 de novembro de 1866. Era o sexto de nove filhos de Moritz Flexner e de Esther Abraham. Seus pais, judeus alemães, imigraram para os EUA em 1853. O MODELO “FLEXNERIANO ou BIOMÉDICO O que Flexner propõe é a instalação de uma nova ordem para a reconstrução do modelo de ensino médico. Nas palavras do próprio Flexner: “O estudo da medicina deve ser centrado na doença de forma individual e concreta”; As posturas são assumidamente positivistas, apontando como único conhecimento seguro o científico, mediante a observação e a experimentação. A ciência substitui a arte. O método científico, assumido como a forma legítima de produzir conhecimento, exprime o processo de racionalização que atinge o Ocidente. E a medicina ilustra claramente este processo. Mesmo que consideremos muito importantes suas contribuições para a educação médica, a ênfase no modelo biomédico, centrado na doença e no hospital, conduziu os programas educacionais médicos a uma visão reducionista. Ao adotar o modelo de saúde-doença unicausal, biologicista, a proposta de Flexner reserva pequeno espaço, se algum, para as dimensões social, psicológica e econômica da saúde e para a inclusão do amplo espectro da saúde, que vai muito além da medicina e seus médicos. As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) do Curso de Graduação em Medicina “definem os princípios, fundamentos, condições e procedimentos da formação de médicos” e o perfil do médico egresso como um profissional: com formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, capacitado a atuar, pautado em princípios éticos, no processo de saúde-doença em seus diferentes níveis de atenção, com ações de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação à saúde, na perspectiva da assistência, com senso de responsabilidade social e compromisso com a cidadania, como promotor da saúde integral do ser humano. Pelas DCN, o eixo do desenvolvimento curricular deve ser o das necessidades de saúde da população, promovendo a interação entre ensino, serviço e comunidade, preferencialmente nos serviços do SUS. As Diretrizes também propõem novas estratégias de ensino-aprendizagem e de avaliação do aprendizado. ✓ Adotado pelo SUS. ✓ Expandiu o paradigma microbiológico da doença para as populações – Saber epidemiológico e sanitário, visando à organização e higienização dos espaços humanos. ✓ Modelo mais social: foucalt criticado ✓ Atenção a aspectos básicos ✓ Oposto ao modelo de determinação social do processo de saúde (visão social) ✓ Possibilita uma compreensão mais completa do indivíduo – integração Biopsicos social. ✓ Atua como foco na PREVENÇÃO de enfermidades. Do dilema preventivista ao dilema promocionista: retomando a contribuição de Sérgio Arouca - Rodrigo Prado da Costa O que o movimento da promoção da saúde iniciado na década de 1970 fez foi se ater ao nível da prevenção primária do modelo preconizado por Leavell e Clark Segundo Nogueira, a pregação de “hábitos saudáveis” sob a responsabilidade do indivíduo em cada aspecto de sua vida é um retorno à normalização imposta pela higiene no final do século XIX e começo do século XX, que deu origem à medicina preventiva e às suas normas. Desta forma, não deixa de ser um projeto similar de medicalização da totalidade da existência humana e não só da dimensão da doença; Diante do exposto até aqui, se na medicina preventiva ficou evidente a existência do dilema preventivista, a promoção da saúde não escapa ao dilema promocionista. Aqui reside a centralidade da tese de Arouca1 para este trabalho. Como a promoção da saúde é uma atualização do discurso da medicina preventiva, não há rompimento com a contradição fundamental da medicina; Sob o discurso da promoção da saúde, a medicalização é ampliada ao prescrever um conjunto de hábitos saudáveis aos indivíduos, mantendo, assim, a reprodução e manutenção da força de trabalho a ser consumida no processo produtivo. Em última análise, a promoção da saúde é uma atualização da medicina preventiva, mantendo os preceitos que transformam um valor de uso, que é a saúde, em valor de troca, mediado por relações sociais subordinadas à lógica do mercado. Medicina Preventiva deve ser entendido como sinónimo de Promoção da Saúde, a qual segundo a Carta de Ottawa (OMS, 1986) consiste no processo que visa criar condições para que as pessoas aumentem a sua capacidade de controlar os fatores determinantes da saúde, no sentido de a melhorar. Educação para a saúde – processo que utiliza a comunicação pedagógica no sentido de facilitar a aprendizagem da saúde; • Prevenção da doença – conjunto de medidas que visam evitar, detectar e tratar precocemente doenças específicas e eventuais sequelas; • Proteção da saúde – conjunto de medidas destinadas ao controlo de fatores de risco de natureza ambiental e à preservação dos recursos naturais. Tones, enquanto que a prevenção primária pretende reduzir a incidência (número de novos casos) de doença na população, a educação para a saúde primária diz respeito à promoção do comportamento que proporcione bem estar ou evite a doença, como é o caso de encorajar os hábitos alimentares corretos, a vacinação, o exercício físico e evitar os acidentes. Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) do Curso de Graduação em Medicina Art. 2º As DCNs do Curso de Graduação em Medicina estabelecem os princípios, os fundamentos e as finalidades da formação em Medicina Art. 3º O graduado em Medicina terá formação geral, humanista, crítica, reflexiva e ética, com capacidade para atuar nos diferentes níveis de atenção à saúde, com ações de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde, nos âmbitos individual e coletivo, com responsabilidade social e compromisso com a defesa da cidadania, da dignidade humana, da saúde integral do ser humano e tendo como transversalidade em sua prática, sempre, a determinação social do processo de saúde e doença Art. 4º Dada a necessária articulação entre conhecimentos, habilidades e atitudes requeridas do egresso, para o futuro exercício profissional do médico, a formação do graduado em Medicina desdobrar-se-á nas seguintes áreas: I - Atenção à Saúde; II - Gestão em Saúde; e III - Educação em Saúde. Art. 5º Na Atenção à Saúde, o graduando será formado para considerar sempre as dimensões da diversidade biológica, subjetiva, étnico-racial, de gênero, orientação sexual, socioeconômica, política, ambiental, cultural, ética e demais aspectos que compõem o espectro da diversidade humana que singularizam cada pessoa ou cada grupo social, no sentido de concretizar: acesso universal e equidade; integralidade e humanização; qualidade na atenção à saúde; segurança; preservação da biodiversidade com sustentabilidade; ética profissional; comunicação; promoção da saúde; cuidado centrado na pessoa; promoção da equidade no cuidado adequado e eficiente das pessoas com deficiência Art. 6º Na Gestão em Saúde, a Graduação em Medicina visa à formação do médico capaz de compreender os princípios, diretrizes e políticas do sistema de saúde, e participar de ações de gerenciamento e administração para promover o bem estar da comunidade, por meio das seguintes dimensões: Gestão do Cuidado; Valorização da Vida; Tomada de Decisões, com base na análise crítica e contextualizada das evidências científicas; Comunicação; Liderança exercitada na horizontalidade das relações interpessoais; Trabalho em Equipe; Construção participativa do sistema de saúde; Participação social e articulada nos campos de ensino e aprendizagem das redes de atenção à saúde Art. 7º Na Educação em Saúde, o graduando deverá corresponsabilizar-se pela própria formação inicial, continuada e em serviço, autonomia intelectual, responsabilidade social, ao tempoem que se compromete com a formação das futuras gerações de profissionais de saúde, e o estímulo à mobilidade acadêmica e profissional, objetivando: aprender a aprender; aprender com autonomia; aprender interprofissionalmente; aprender em situações e ambientes protegidos e controlados, ou em simulações da realidade; comprometer-se com seu processo de formação; ampliação das oportunidades de aprendizagem; dominar língua estrangeira franca; Art. 8º Parágrafo único. Para os efeitos desta Resolução, competência é compreendida como a capacidade de mobilizar conhecimentos, habilidades e atitudes, com utilização dos recursos disponíveis, e exprimindo-se em iniciativas e ações que traduzem desempenhos capazes de solucionar, com pertinência, oportunidade e sucesso, os desafios que se apresentam à prática profissional, em diferentes contextos do trabalho em saúde, traduzindo a excelência da prática médica, prioritariamente nos cenários do Sistema Único de Saúde (SUS). Da Atenção às Necessidades Individuais de Saúde I - Realização da História Clínica: utilização de linguagem compreensível; identificação dos motivos ou queixas; orientação e organização da anamnese II - Realização do Exame Físico: cuidado máximo com a segurança, privacidade e conforto; postura ética, respeitosa e destreza técnica; III - Formulação de Hipóteses e Priorização de Problemas: prognóstico dos problemas da pessoa; informação e esclarecimento das hipóteses estabelecidas; IV - Promoção de Investigação Diagnóstica solicitação de exames complementares; interpretação dos resultados dos exames realizados; Art. 13 º A ação-chave Desenvolvimento e Avaliação de Planos Terapêuticos Da Atenção às Necessidades de Saúde Coletiva Art. 14 º A ação-chave Investigação de Problemas de Saúde Coletiva comporta o desempenho de Análise das Necessidades de Saúde de Grupos de Pessoas e as Condições de Vida e de Saúde de Comunidades, a partir de dados demográficos, epidemiológicos, sanitários e ambientais, considerando dimensões de risco, vulnerabilidade, incidência e prevalência das condições de saúde; relacionamento dos dados e das informações obtidas, articulando os aspectos biológicos, psicológicos, socioeconômicos e culturais Art. 15º A ação-chave Desenvolvimento e Avaliação de Projetos de Intervenção Coletiva comporta os seguintes descritores de seu desempenho único.
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