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Neoplasia mamária

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Clínica de Pequenos Animais 3 Camilla Teotonio Pereira 
NEOPLASIAS MAMÁRIAS 
Tipo tumoral mais comum na espécie canina depois 
dos tumores cutâneos. 
Mais de 70% das neoplasias mamárias apresentam 
características de malignidade e com metástase em 
linfonodo e pulmões. 
PREVALÊNCIA 
O desenvolvimento das tumores mamários é maior nas 
glândulas mamárias caudais e inguinais por terem maior 
volume de tecido glandular. As neoplasias podem se 
apresentar em nódulos pequenos ou grandes, placas, 
aderidos ou móveis, únicos ou múltiplos, ulcerados e 
circunscritos. Ao corte, podem ter aspecto sólido, cístico 
ou misto com possíveis focos de necrose. 
 
NEOPLASIA MAMÁRIA CADELAS 
Idade média 10 a 11 anos e sem predisposição racial. 
Tumores menores que 3 cm tem melhor prognóstico. 
Acomete menos que 1% dos machos (associados a 
sertolinoma). 
 
NEOPLASIA MAMÁRIA FELINAS 
Acomete a espécie felina com a terceira neoplasia mais 
comum, sendo 17% de todas as neoplasias. 
80 a 90% das neoplasias são malignas. 
Idade média 10 a 11 anos e raça siameses mais 
acometidos. 
Adenocarcinoma é o mais agressivo com sobrevida média 
de 6 a 8 meses. 
Raro em machos (associados a aplicação de 
progestágenos). 
ETIOLOGIA 
Considera-se fatores importantes no desenvolvimento de 
neoplasias mamárias: dieta e obesidade, transcrição 
genética, componentes genéticos, estresse oxidativo e 
influência hormonal. 
A dieta e obesidade nos animais domésticos são 
fatores correlacionados com o risco de 
desenvolvimento de tumores mamários baseados em 
mulheres obesas, pois essas, apresentam elevadas 
concentrações de E2 proveniente da transformação do 
tecido adiposo. Altas concentrações de E2 aumentam 
as chances de tumor de mama. 
O componente etiológico hormonal é o principal fator 
dentre todos pelo risco de aparecimento de tumor de 
mama comparado a cadelas castradas e não-
castradas. 
 
NEOPLASIA MAMÁRIA CADELAS 
O desenvolvimento da neoplasia mamária é 
claramente dependente de hormônios. 
Ovariectomia ou OSH 
 
Segundo o consenso a castração de cadelas seja 
realizada entre o primeiro e segundo cio. Objetivo 
esperar chegar até a puberdade para conformação 
corporal e evitar diversos problemas de saúde, devido 
à ausência hormonal em relação ao crescimento do 
animal. 
 
NEOPLASIA MAMÁRIA FELINAS 
O desenvolvimento da neoplasia mamária é 
claramente dependente de hormônios. 
Ovariectomia ou OSH 
 
ANATOMIA DA GLÂNDULA MAMÁRIA 
Na espécie canina, as glândulas mamárias constituem 
glândulas sudoríparas modificadas de localização 
subcutânea, que se estendem da região axilar à região 
inguinal. Via de regra, a cadela possui cinco pares de 
glândulas mamárias, cujas posições são indicadas pelos 
mamilos: duas torácicas, duas abdominais e uma inguinal, 
dispostas em duas cadeias paralelas. 
 Nas gatas, as glândulas mamárias apresentam-se sob a 
forma de linhas mamárias subepidermais em quatro 
pares de glândulas. 
Os três pares craniais de glândulas mamárias são em 
grande parte drenados pelos linfonodos axilares, 
enquanto o inguinal superficial é responsável pela 
drenagem dos dois pares caudais, verificando-se 
comunicação linfática entre glândulas mamárias 
homolaterais. Pode ocorrer participação simultânea dos 
linfonodos inguinal superficial e poplíteo na drenagem 
linfática das glândulas mamárias inguinais. 
M1 M2 artérias torácica interna, torácica lateral e epigástrica 
cranial; linfonodo axilar e esternal. 
M3 ligamento com duas regiões periféricas da cadeia 
mamária; linfonodo axilar. 
M4 e M5 artérias epigástrica caudal, artéria pudenda 
externa; linfonodo inguinal, ilíaco medial. 
 
 
 
No lúmen do alvéolo mamário composto por células 
epiteliais com a produção de leite. As células 
mioepiteliais contraem o alvéolo mamário e o leite é 
transportado para o ducto mamário e por último, a 
mama com ejeção do leite. 
 
FISIOLOGIA 
A glândula mamária normal expressa receptores de 
estrógeno (RE), progesterona (RP), hormônio de 
crescimento (RGh) e de prolactina. 
Quanto mais indiferenciação o tipo tumoral menor 
quantidade de RE e RP (algumas controvérsias em alguns 
estudos). 
A prevenção da neoplasia mamária, ocorre da perda da 
dependência hormonal. 
A progesterona é hormônio de crescimento que cria 
ambiente altamente proliferativo está sujeito a mutações. 
Também induz hiperplasia da glândula mamária. 
O estrógeno estimula a mitogênico e responsável pela 
hipertrofia da glândula mamária.Então estrógeno e 
progesterona são fatores oncogênese. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Nódulos únicos ou múltiplos, pendulados ou sésseis, 
ulcerados ou não, aderidos ou não, sólidos ou císticos, 
com secreção presente ou ausente de crescimento rápido 
ou lento. 
PATOGENIA 
Célula tumoral indiferenciado é célula jovem/primordial 
que não sofreu o processo de diferenciação celular, ou 
seja, não sabe origem celular e nem o que transformará – 
tumor maligno. 
 Célula tumoral diferenciado mais semelhante a célula 
adulta com melhores características. 
Linfonodos axilares e inguinais podem estar aumentados. 
Necessário enviar sempre o linfonodo junto com tumor 
mamário para avaliação do histopatológico. 
Lesões dérmicas e epidérmicas com aspecto papular ou 
nodular podem estar associado a metástase cutânea. 
Distrição respiratória e efusão pleural podem acompanhar 
processos metastáticos pulmonares. 
Carcinoma inflamatório mais comum nas cadelas e na 
gata é mais raro. 
 
Metástase cutânea secundário a neoplasia mamária. 
 
Tumor em torno de 15 cm com comprometimento da 
glândula mamária direita de M2, M3, M4 e invasão 
abdômen. 
CLASSIFICAÇÃO DAS NEOPLASIAS MAMÁRIAS 
As neoplasias de mama canina se originam de células 
de revestimento epitelial, ductal ou alveolar, de células 
mioepiteliais periféricas e do tecido conjuntivo 
interticial. 
As que se originam de células epiteliais são 
denominadas carcinomas e aquelas com origem no 
tecido conjuntivo ou muscular (células mioepiteliais) 
são denominadas de sarcomas. 
 
ORIGEM HISTOLÓGICA 
Células epiteliais carcinomas. 
- Carcinoma complexo tipo de tumor relativamente comum 
na cadela, usualmente caracterizado por crescimento 
expansivo e lobulado, e rara invasão linfática. Possui 
componente epitelial maligno e um componente 
mioepitelial benigno, ambos suportados por um estroma 
fibrovascular. 
- Carcinoma simples formado por um único tipo de 
população celular, semelhante às células epiteliais 
luminais ou às células mioepiteliais do tecido mamário. 
Possuem probabilidade superior a 50% de infiltração 
nos tecidos adjacentes e alta tendência a se propagar 
pelas vias linfática e hematógena. A quantidade de 
estroma é variável e pode estar associado à necrose 
ou não. Também tubopapilífero < sólido < anaplásico. 
- Uma nova classificação simples cribiforme, 
comedocarcinoma, carcinoma micropapilar e miopitelioma 
maligno. 
Células mesenquimais sarcomas ou lipomas. 
Células mistas epitelial/mioepitelial + tecidos 
metaplásicos como osso e cartilagem. 
 
MORFOLOGIA 
Simples epitélio luminal ou células mioepiteliais. 
Complexos epitélio luminal + células mioepiteliais. 
 
METÁSTASES 
Pulmão e linfonodos regionais (axilar e inguinal). 
 
DIAGNÓSTICO 
 
EXAME CLÍNICO / FÍSICO 
Ao exame físico da cadeia mamária, devem ser 
registrados os seguintes aspectos das lesões: 
consistência, número, localização e tamanho, assim 
como eventuais sinais de aderência aos tecidos 
adjacentes, deformações das mamas e ulceração em 
pele. 
A consistência da massas pode ser maciça ou flutuante; 
as massas podem ser únicas ou múltiplas; a localização 
anatômica deve ser descrita de acordo com a cadeia 
mamária acometida; e o tamanho das massas, por meio 
da mensuração com paquímetros. Em alguns animais, o 
tumor pode apresentar ulceração cutânea ou sinais 
evidentes de inflamação. 
 
EXAMELABORATORIAIS 
Hemograma completo + plaquetas, FH, FR, glicemia, 
cálcio e urina tipo 1. 
 
EXAMES DE IMAGEM 
Rx torácico e USG abdominal para pesquisa de 
metástase. 
CITOLOGIA / BIÓPSIA 
Citologia aspirativa (controvérsias) indicada em 
linfonodos visualmente alterados. 
Biopsia incisional x excisional retirada apenas de 
um fragmento de tecido ou remoção total de um 
tumor. 
Em casos de tumores pequenos pode se pensar 
biópsia ou citologia com possibilidade de ser adenoma 
(benigno). A grande maioria das vezes parte direto 
para tratamento cirúrgico. 
 
ESTADIAMENTO TNM 
Descrever detalhadamente a extensão da doença, 
tanto local quando a distância. 
T tumor primário, caracterizado pela extensão da 
neoplasia no local primário e envolvimento de 
estruturas adjacentes. 
N comprometimento de linfonodos regionais. 
M presença de metástases a distância. 
 
Ex: cadela com tumor 4 cm de diâmetro localizado na 
mama M2. Rx torácico e USG abdominal tem 
ausência de metástases no linfonodo. 
Classificação T2, N0 e M0. Estadiamento II. 
TRATAMENTO CIRÚRGICO EM CADELAS 
Cirúrgico associado a OHE. 
O tratamento é delimitado a partir da biópsia excisional, 
do qual será indicado os tipos de cirurgia. 
Não é feito cirurgia em pacientes em estágios avançados 
e em CI. 
Lumpectomia ou nodulectomia somente retirada do 
nódulo através da biópsia excisional. Procedimento 
cirúrgico somente utilizado em casos específicos e baixa 
frequência na rotina cirúrgica. 
Mastectomia simples retirada apenas de uma glândula 
mamária. Procedimento cirúrgico somente utilizado em 
casos terminais para fornecer qualidade de vida. 
Mastectomia regional retirada de algumas mamas por 
região. Somente utilizada em neoplasia mamária menor 
3 cm diâmetro. 
Mastectomia unilateral retirada apenas de uma cadeia 
mamária (M1 até M5) ou bilateral retirada das duas 
cadeias mamárias. 
Não recomendado Mastectomia bilateral, pois é 
procedimento cirúrgico cruento, normalmente não tem pele 
suficiente para fechar, maior tempo de anestesia, maior 
predisposição a hipotensão, hipotermia e tem um pós-
operatório mais complexo. 
 
 
Neoplasia mamária localizada na M3 realizar 
Mastectomia unilateral. 
TRATAMENTO CIRÚRGICO EM GATAS 
Mastectomia total bilateral sempre que possível, 
pois existe comunicação entre as duas cadeias 
mamárias. 
 
IMUNOHISTOQUIMICA 
Histopatológico sempre. 
Indicação de quimioterapia depende do tipo tumoral e 
TNM. 
Carcinomas de grau I, N0 e M0 sem indicação de 
quimioterapia. 
Carcinomas de grau II e III a partir de N0 e M0 
indicação de quimioterapia. 
Sarcomas quimioterapia em todos. 
 
QUIMIOTERAPICOS 
 
ETAPAS DA MASTECTOMIA 
Incisão da pele 
 
 
 
 
 
Divulsão do SC 
 
Ligadura da artéria epigástrica caudal (maior vaso), 
tem a sua saída no canal inguinal. 
Técnica das 3 pinças na artéria. Depois retira a mama. 
 
Técnica das 3 pinças na artéria. Ligadura da artéria 
epigástrica cranial (saída da região do xifoide). 
 
Sutura do tipo Walking suture (fio absorvível) para 
encaminhar a pele para a região central e diminuir a 
tração da pele. 
Sutura da pele com o fio de nylon simples separado. 
 
Corante azul patente com aplicação intradermica abaixo 
do mama ou abaixo do tumor. Realiza a função de corar o 
(s) linfonodo (s) regional (s) acometidos como axilar e/ou 
inguinal. 
O corante azul de metileno é tóxico para gatas. 
 
No pós operatório realizar bandagem compressiva e 
roupa cirúrgica para diminuir a formação de seroma. 
HIPERPLASIA FIBROADENOMATOSA MAMÁRIA 
FELINA – HFMF 
Desenvolvimento acentuado da glândula mamária por 
hiperplasia fibrocística (benigno), sem produção de 
leite. 
ETIOLOGIA 
Progesterona endógena corpo lúteo, gestação ou 
pseudociese. 
Progesterona exógena anticoncepcionais. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Aumento de volume generalizado da cadeia mamária, 
após cio ou aplicação de anticoncepcional. 
Pode apresentar fístulas, lesões e dor à palpação das 
mamas. 
Casos mais graves: letargia, prostração e sinais de 
septicemia. 
 
CARCINOMA INFLAMATÓRIO (CI) 
Neoplasia mamária altamente maligna e caracteriza-
se histologicamente pela presença de qualquer 
subtipo de carcinoma associado ou não à intensa 
reação inflamatório, com infiltração da derme e seus 
vasos linfáticos superficiais. 
Apresenta o pior prognóstico de todas as neoplasias 
mamárias, pois a evolução é extremamente rápida e a 
sobrevida média de aproximadamente 60 dias após o 
diagnóstico, que é clínico e histopatológico. 
Assemelha muito ao quadro de mastite. 
PREDISPOSIÇÃO / MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Fêmeas mais idosas e normalmente não estão em 
lactação. 
Fêmeas podem desenvolver trombocitopenia e CID. 
Diferenciação da mastite, necessário histórico de 
lactação ou pseudociese. 
TRATAMENTO 
Não operável, pois apresenta recidiva. 
Prognóstico reservado. 
Tratamento paliativo: inibidores COX-2, tentativa de 
quimioterapia e prednisona (1mg/Kg).

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