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Antes mesmo de nascer, quando a mãe descobre a gravidez, a espera do nascimento de uma criança já é aguardada ansiosamente

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Antes mesmo de nascer, quando a mãe descobre a gravidez, a espera do nascimento de uma criança já é aguardada ansiosamente.
Cuidar dessa nova vida que está surgindo é uma responsabilidade imensa para os pais. Mesmo se a vinda do bebê foi ou não planejada, quando a mulher se descobre grávida e opta por ter a criança, ela, muitas vezes, imagina que seu parceiro estará presente nos principais momentos, segurando sua mão e oferecendo carinho para ela e para o bebê. Entretanto, por diversos motivos, isso não acontece e o pai da criança vem a abandonar a mãe e seu futuro filho. O homem, que na teoria era para registrar seu filho e assumir a paternidade, na prática, acaba por registrar um aborto paterno e assumir a figura de ausente na vida de mais uma nova pessoa que está crescendo. As brigas pontuais entre um casal são um dos principais fatores que levam ao rompimento do relacionamento e, consequentemente, ao aborto paterno.
De acordo com dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com base no Censo Escolar de 2011, cerca de 5,5 milhões de crianças brasileiras não possuem o nome do pai na certidão de nascimento. Ter o nome do pai neste documento é um direito à personalidade e à identidade de toda criança. Entretanto, a paternidade vai muito além do registro. Se o pai deve registrar o filho e ajudar nos gastos financeiros dele, também é necessário que ele se mantenha presente, ofereça carinho, atenção e muitos ensinamentos ao longo de toda a criação.
Quando o pai não assume a responsabilidade, a mãe acaba exercendo o papel duplo.
Abandono paterno, um trauma que marca a vida inteira da criança. Basta olhar para seus familiares, amigos próximos ou mesmo para você, casos de pais que abandonam filhos, sequer os assume ou aparece de vez em nunca é muito mais comum do que pensa.
Segundo dados colhidos pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, de 2015, o Brasil ganhou mais de 1 milhão de famílias compostas por mãe solo, em um período de dez anos. Só no Estado de São Paulo, há 750 mil pessoas, de 0 a 30 anos, sem o nome do pai no registro, de acordo com dados do governo estadual.
Isso só para falar daqueles que já sumiram desde o primeiro momento, sem contar homens que abandonam os pequenos depois do nascimento ou durante o crescimento da criança.
Por mais que o relacionamento não tenha dado certo com a mulher do seu filho, usar como justificativa isso para abandonar a criança não é válido, apesar de ser conveniente para muitos homens.
A ausência e abandono paterno podem acabar com a vida de uma criança.
“Os prejuízos vão muito além do nome que não consta na certidão. O abandono material acarreta sérias consequências na subsistência da criança, que depende só da mãe para ser provida. No entanto, a longo prazo, o abandono afetivo acarreta traumas que jamais serão mensurados, já que a ausência paterna pode trazer inúmeros danos psicológicos”, ressalta Thaís Perico, advogada especializada em assessoria para mulheres, em entrevista para o site Bebe.
As consequências de atos irresponsáveis de homens que decidem por abandonar seus filhos refletam em toda vida do pequeno, prejudicando em diversas maneiras e interferindo desde aspectos físicos e psíquico do seu desenvolvimento.
“Desde o útero, a criança já escuta e discrimina a voz dos pais devido à diferença de tonalidade. Portanto, o vínculo do bebê com a figura paterna se inicia ainda na vida intrauterina”, afirma a psicóloga Isis Pupo.
PAGAR PENSÃO NÃO É CUMPRIR SUA FUNÇÃO DE PAI
Muitos homens se orgulham por pagar a pensão estipulada pela justiça e acham que isto basta para cumprir sua função de pai. Uma criança exige muito mais de atenção e cuidados do que simplesmente uma porcentagem do seu salário, isto quando o cara não omite seus rendimentos para não ‘ter que dar mais dinheiro a sua ex-mulher’.
Vale lembrar que já existem homens que foram obrigados a pagar indenização por abandono afetivo, que consiste na omissão de cuidado, de criação, de educação, de companhia e de assistência moral, psíquica e social que o pai e a mãe devem ao filho quando criança ou adolescente.
Ou seja, ser pai é muito mais do que reserver uma parte do seu salário e fazer visitas esporádicas de 15 em 15 dias, 1 mês, para ver como a criança está. Se você, homem, não esteve ao lado de uma mãe, jamais saberá o quanto de cuidados e atenção uma criança exige dos seus cuidadores.
Corneau cit por. Benczik ( 2011) em seu texto cita que a presença do pai é que poderá 
facilitar a criança à passagem do mundo da família para o da sociedade. Esse 
mesmo autor acredita que as crianças que sentem os pais mais próximos e presentes, sentem-se mais seguras em seus estudos, na escolha de uma profissão ou na tomada de iniciativas pessoais, ao contrário da criança que tem sentimento de abandono.
Segundo Santos & Angoneze (2016):
Para um crescimento e desenvolvimento saudável do filho, a presença e a 
atuação da família em suas vidas mostram-se indispensáveis. Então, a socialização da criança inicia e tem fundamento na família, por isso a 
importância da presença dos pais. A criança cresce por meio da interação com os companheiros, ou seja, os pais e continua a se expandir na adolescência e juventude, para culminar na vida 
adulta.
Eizirik & Bergamann cit. por Benczik (2011) ainda afirma que a ausência paterna tem 
potencial para gerar conflitos no desenvolvimento psicológico e cognitivo da criança, bem como influenciar o desenvolvimento de distúrbios de comportamento agressivos.
Há algumas complicações que podem ocorrer em uma criança que cresce com um pai ausente: Tendem a ser agressivas e inseguras. Quando uma criança é criada sem um pai, ela pode desenvolver sentimentos de insegurança. Se a mãe ou o cuidador não conseguir dinheiro suficiente para sustentar a família, o filho homem pode desenvolver problemas com relação à insegurança financeira, já a filha mulher tenderá a ficar fascinada por pessoas ricas. Os sentimentos de insegurança podem se estender a outras áreas da vida da criança e, como resultado disso, ela pode vir a desenvolver transtornos de ansiedade.
Tendem a não desenvolver as habilidades adequadas para a convivência em sociedade: 
Sem a orientação certa, a criança sem pai pode não desenvolver habilidades importantes para a 
vida e acabar ficando para trás com relação às outras crianças de sua idade, tanto a nível 
acadêmico quanto social. A criança pode se isolar das demais e não conseguir obter boas notas na escola. Alguns estudos têm demonstrado que crianças com pais ausentes têm uma maior probabilidade de irem mal nos estudos.
Tendem a ser incapazes de seguir leis ou respeitar autoridades, e como resultado disso podem se tornar rebeldes e adeptos da violação das regras. 
Se a criança não aprender que é necessário respeitar as leis e as figuras de autoridade, isso pode criar sérias consequências negativas para ela no futuro.
Tendem a não se sentirem amadas devido à ausência do pai. Isso prejudica principalmente as mulheres, já que, geralmente, a forma 
como a menina se relaciona com o pai é o que vai determinar como ela idealizará os seus 
relacionamentos amorosos. Tais mulheres podem até se apaixonar, mas não chegam a ter um relacionamento sério, muitas vezes se apaixonam com rapidez e logo perdem o interesse.
A ausência do pai também faz com que as crianças tendem a criar um sentimento de inferioridade, rejeição: Se a criança acreditar que a falta de um pai faz dela uma pessoa defeituosa, ela pode desenvolver um complexo de inferioridade. Isso pode prejudicar muito a sua autoestima, levando-a a ter problemas de 
insegurança com relação a si mesma no futuro, pois se acha menos digna que os outros. Com o passar dos anos, se o sentimento persistir, precisará ser tratado, caso contrário, essa criança vai sempre se sentir inferior. 
Quando as interações entre pais e filhos são desajustadas ou distantes, os resultados 
poderão levar a criança ou o adolescente a formas de comportamento inadequados.
Fontes: 
https://www.portalodia.com/noticias/piaui/aborto-paterno-interfere-diretamente-no-desenvolvimento-da-crianca-260810.htmlhttps://www.paimoderno.com/paternidade-participativa/abandono-paterno-um-trauma-que-marca-a-vida-inteira-da-crianca
http://uniesp.edu.br/sites/guaratingueta/revista.php?id_revista=31

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