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Infecções ortopédicas

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Tratamento das 
infecções ortopédicas
Dr Bruno Vilella 
Ortopedista e Traumatologista pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HC-FMRP-USP) 
Membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) 
Cirurgião do Joelho pelo Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO) 
Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho (SBCJ) 
Mestre em Ciências Aplicadas ao Sistema Musculoesquelético
Infecção
Invasão de tecidos corporais de um hospedeiro por 
parte de organismos capazes de provocar doenças; 
multiplicar; e causar reação dos tecidos do 
hospedeiro a estes organismos e às toxinas por eles 
produzidas
Principais fatores de risco
• Imunodeficiência 
• Extremos de idade 
• Diabetes 
• Obesidade 
• Etilismo ou tabagismo 
• Uso de corticoide 
• Desnutrição 
• Medicações 
• Insuficiência venosa 
• Radiação prévia
Sintomas locais
Sintomas sistêmicos
• Febre 
• Calafrios 
• Taquicardia 
• Taquipnéia
Infecção após trauma
Generalidades
• Infecções podem determinar mal prognóstico após 
feridas traumáticas ou no sítio cirúrgico 
• Incidência de até 16% dos casos
Mecanismo de infecção
• Ruptura do invólucro de partes moles 
• Pele, vasos sanguíneos, periósteo 
• Inoculação direta durante procedimento cirúrgico 
• Estrutura anatômica ou implante 
• Disseminação hematogênica 
• Formação de biofilme
Fatores complicadores
• Extensão da lesão dos tecidos moles 
• Extensão da lesão óssea 
• Material de síntese prévio 
• Cirurgia prévia no mesmo local 
• Histórico de infecções de pele ou profundas
Sinais e sintomas
• Dor 
• Eritema 
• Calor 
• Fístula com drenagem ou 
não de secreção / pus 
• Odor
Tratamento – Fraturas expostas
• Cobertura estéril da ferida 
• Profilaxia antibiótica de acordo com a classificação por 2 a 
3 dias 
• Vacina anti-tetânica 
• Lavagem em centro cirúrgico, desbridamento agressivo de 
tecido não viável 
• Tratamento adequado para cada tipo de fratura
Tratamento – Fraturas expostas
• Grau 1: Cefalosporina de 1ª 
geração 
• Graus 2 e 3: adicionar 
Aminoglicosídeo 
• Alto grau de contaminação: 
Metronidazol
Tratamento – Fraturas expostas
Tratamento – Sítio cirúrgico
Tratamento – Sítio cirúrgico
• Deiscência de pele 
• Cefalosporina de 1ª geração 7 – 14 dias 
• Confirmar inexistência de infecção profunda 
• Fechamento por segunda intensão 
• Considerar desbridamento cirúrgico local e resutura 
nas feridas extensas
Infecção com material de síntese
• Aguda (até 30 dias) 
• Desbridamento cirúrgico e retenção do implante 
• Casos de soltura (sem consolidação): considerar FE 
• Crônica 
• Presença de biofilme 
• Avaliar retirada do implante 
• Consolidação da fratura? 
• Condições clínicas do paciente
Biofilme
• Comunidades biológicas estruturadas com elevado 
grau de organização, embebidas em matrizes 
poliméricas produzidas por elas próprias
Infecção com material de síntese
Infecção periprotética
Infecção periprotética
• Princípios similares ao 
tratamento de infecção 
de material de síntese 
• Tratamento: 
• Até 30 dias: D + R 
• Crônica: revisão em 2 
tempos
Infecção periprotética
Infecção periprotética
Infecção periprotética
Infecção periprotética
Osteomielites
Osteomielite
• Infecção do osso e da medula óssea 
• Principal agente: Staphylococcus aureus 
• Causas: complicação cirúrgica, fraturas expostas, 
disseminação hematogênica ou por contiguidade, 
úlcera por pressão
Osteomielite
Osteomielite crônica
• Infecção óssea persistente (vários meses) 
• Destruição inflamatória progressiva 
• Aposição de osso novo
OMC – Fatores de risco
Sistêmicos 
• Desnutrição 
• Insuficiência renal ou hepática 
• Diabetes mellitus 
• Tabagismo / DPOC 
• AIDS e outras imunodeficiências 
• Câncer 
• Supressão imunológica
Locais 
• Linfedema crônico 
• IVC 
• Fibrose extensa 
• Lesão actínica 
• Vasculites 
• Neuropatias
OMC – Tratamento
• Não existem guidelines baseados em evidência para 
tratamento de OMC 
• Abordagem paliativa x curativa 
• Objetivo: melhora da qualidade de vida, controle da 
infecção, reduzir a dor e manter a função
OMC – Tratamento
• Fistulografia com azul de metileno
OMC – Tratamento
• Ampla exposição + remoção de tecidos moles e 
ósseos necrosados e infectados
OMC – Tratamento
• Curetagem, fresagem do canal medular, 
estabilização, enxertia óssea 
• Coleta de material para cultura 
• Cicatrização por segunda intenção (?) 
• ATB por longo período (até 6 meses)
Artrite séptica
 
Artrite séptica
• Infecção articular 
• Pode ser causada por diversos organismos 
• Incidência: 7,8 casos por 100.000 habitantes 
• Joelho (~ 50%) > Quadril > Ombro > Cotovelo > Tornozelo 
• Diagnóstico tardio pode levar a destruição condral extensa 
e irreversível em poucas horas
Artrite séptica
Patógenos mais comuns: 
• Staphylococcus aureus (~50%): Vasta maioria dos casos 
acima dos 2 anos 
• 80% dos casos com AR 
• Principal germe pós cirúrgico 
• Neisseria gonorrhoeae (~20%): 75% dos casos em 
pacientes adultos jovens sexualmente ativos
Artrite séptica
Forma de inoculação: 
• Via direta 
• Pós traumática com exposição articular 
• Cirurgia 
• Contiguidade 
• Osteomielite, infecções de partes moles 
• Bacteremia
Artrite séptica
Fatores de risco: 
• Extremos de idade 
• DM2 
• Imunossuprimidos 
• Abuso de drogas IV 
• Cirurgia prévia
Artrite séptica - Sintomas
• Dor súbita intensa mesmo na mobilização passiva 
• Incapacidade de tolerar carga 
• Calor 
• Eritema 
• Derrame articular
Artrite séptica - Diagnóstico
• Suspeita = punção articular 
• Evitar punção quando lesões / infecções de pele quando 
a suspeita é fraca 
• Exames complementares: US, Rx, Hemograma, PCR, 
VHS 
• Enviar material colhido para celularidade + 
bioquímica + cultura
Artrite séptica - Diagnóstico
Artrite séptica - Tratamento
• Artrite séptica = drenagem e desbridamento 
cirúrgico 
• Iniciar ATB após colher material para cultura 
• Amplo espectro inicialmente seguido de terapia guiada 
por cultura por 6 semanas 
• Irrigação contínua e uso de dreno são controversos
Obrigado!
brunovilella@fai.com.br

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