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RESENHA DO ARTIGO A GAIOLA DE FERRO REVISITADA: ISOMORFISMO INSTITUCIONAL E RACIONALIDADE COLETIVA NOS CAMPOS ORGANIZACIONAIS

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RESENHA DO ARTIGO “A GAIOLA DE FERRO REVISITADA: ISOMORFISMO INSTITUCIONAL E RACIONALIDADE COLETIVA NOS CAMPOS ORGANIZACIONAIS”
Érika Bufon Sordi
[footnoteRef:1] [1: Resenha apresentada na disciplina de Teoria Geral da Administração II, do Curso Ciências Econômicas da Faculdade de Ciências Econômicas, Administrativas e Contábeis – FEAC
Universidade de Passo Fundo - UPF
Novembro, 2020] 
O estudo “A gaiola de ferro revisitada: isomorfismo institucional e racionalidade coletiva nos campos organizacionais” foi desenvolvido por Dimaggio e Powell em 2005 com o objetivo de explicar o motivo pelo qual as organizações se tornaram tão similares. Para contextualizar, os autores citam a obra de Max Weber, A ética protestante e o espírito do capitalismo, onde o sociólogo cita que a ordem racionalista teria se tornado uma gaiola de ferro na qual a humanidade estaria presa. Desse modo, o mecanismo da racionalização e da burocratização influencia o mercado competitivo e o Estado.
De acordo com os autores o isomorfismo é o conceito que melhor descreve a situação de homogeneização, sendo uma “restrição que força uma unidade em uma população a se assemelhar a outras unidades que enfrentam o mesmo conjunto de condições ambientais” (Dimaggio; Powell, 2005). A partir disso, os autores identificam três mecanismos de mudança institucional: isomorfismo coercitivo, mimético e normativo. O primeiro deriva de influências políticas e do problema da legitimidade, o segundo resulta de respostas padronizadas à incerteza e o terceiro é associado à profissionalização. As três formas de isomorfismo podem se misturar na prática, no entanto, derivam de condições distintas e resultam em diferentes situações.
Tendo em vista esses fatores, os autores definem hipóteses sobre o impacto causado pela centralização, pela dependência de recursos, pela ambiguidade de metas e pela incerteza técnica causada pelas mudanças isomórficas. Essas hipóteses se dividem em preditores no nível organizacional e no nível do campo. Seis hipóteses são levantadas em relação ao primeiro grupo. A primeira delas sugere que quanto mais interdependência entre as organizações, mais similares elas serão em relação a estrutura e foco comportamental. A segunda sugere que uma empresa se transforma isomorficamente para se assemelhar às organizações às quais ela depende dos recursos. A terceira indica que quanto mais incerto o relacionamento entre meios e fins, maior a probabilidade de a organização moldar-se em outras que considera bem-sucedidas. A quarta supõe que quanto mais ambíguas forem as metas de uma organização, mais ela se moldará em outras. A quinta sugere que a organização se tornará mais semelhante a outras de seu campo se a escolha de pessoal gerencial e funcional for baseada em credenciais acadêmicas. E a sexta indica que a organização se torna mais semelhante a outras de seu campo se a participação de gestores organizacionais for maior. No nível do campo também são levantadas seis hipóteses. A primeira afirma que o nível de isomorfismo é maior se o fornecimento de recursos vem de uma única fonte. A segunda sugere que o grau de isomorfismo é maior quando as organizações interagem mais com agências governamentais. A terceira indica que quanto menor o número de alternativas visíveis de modelos organizacionais em um campo, maior a taxa de isomorfismo nesse campo. A quarta diz que quanto mais incertas são as tecnologias ou ambíguas as metas de um campo, maior a taxa de mudança isomórfica. A quinta sugere que quanto maior o grau de profissionalização de um campo, maior a quantidade de mudanças isomórficas institucionais. E a sexta indica que quanto maior o grau de estruturação de um campo, maior o grau de isomorfismo.
Por fim, na última seção do estudo os autores sugerem implicações para a teoria das organizações e para a mudança social. Existem duas abordagens para esse tema, a primeira argumenta que a seleção natural age, fazendo com que as formas organizacionais menos eficientes sejam extintas. No entanto essa explicação esbarra no fato de que essas formas persistem e as vezes a eficiência nem mesmo pode ser medida. A segunda abordagem vem dos marxistas, que afirmam que as elites-chave controlam o sistema social por meio do comando de grandes organizações. Assim, os autores chegam à conclusão de que nenhum desses processos é o suficiente para explicar o quanto as organizações se tornaram similares. Por fim, ressalta-se que os focos e as forças motivadoras da homogeneização em geral se transformaram ao longos dos últimos séculos, mas a importância de entender essas tendências nunca esteve tão presente.

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