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Resumo Semiologia: Exame Físico e Síndromes

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Mariana Macabú e Fernanda Sales – MedUfes 103 
 
Página 1 de 109 
 
SEMIOLOGIA: GUIA PARA O EXAME FÍSICO E 
SÍNDROMES 
 
 
ECTOSCOPIA E SINAIS VITAIS ........................................................................ ................. ... 2 
EXAME FÍSICO DE PELE E FÂNEROS .. ... .. ... .. ... .. ... ... .. ... ... .. ... ... .. ... ... .. ... ... ... .. ... ... .. ... ... ... .. ... ... .. ... ... 1 4 
EXAME FÍSICO E SÍNDROMES DE CABEÇA E PESCOÇO ......................................................... 28 
EXAME FÍSICO E SÍNDROMES DO SISTEMA CARDIOVASCULAR . ... ... .. ... ... .. ... ... .. ... ... .. ... ... .. ... ... .. ... ... ..45 
EXAME FÍSICO E SÍNDROMES DO SISTEMA RESPIRATÓRIO .................................................. .50 
EXAME FÍSICO E SÍNDROMES DO ABDOME .. ... .. ... ... .. ... ... .. ... ... .. ... ... .. ... ... ... .. ... ... .. ... ... ... .. ... ... .. ... ... . 67 
EXAME FÍSICO E SÍNDROMES DO SISTEMA URINÁRIO .................... .................................... 83 
EXAME FÍSICO NEUROLÓGICO . .. ... ... .. ... ... ... ... .. ... ... .. ... ... .. ... ... .. ... ... .. ... ... ... .. ... ... .. ... ... ... .. ... ... .. ... ...89 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mariana Macabú e Fernanda Sales – MedUfes 103 
 
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ECTOSCOPIA E SINAIS VITAIS 
 
ECTOSCOPIA 
Estado Geral: 
• BEG = Bom Estado Geral. 
• REG = Regular Estado Geral. 
• MEG = Mau Estado Geral. 
Biotipo: 
• Brevilínio. 
• Mediolíneo. 
• Longilíneo. 
Fácies: 
• Atípica: normal. 
• Hipocrática: paciente emagrecido, pele pálida, olhar vazio (olhos fundos, parados e 
inexpressivos), desidratado, batimento de asa de nariz (dispneico) → indica doença grave. 
 
• Adenodiana ou respirador bucal: boca entreaberta, nariz fino, rosto oval comprido. 
 
Mariana Macabú e Fernanda Sales – MedUfes 103 
 
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• Basedowiana: exoftalmia, rosto magro, presença de bócio → hipertireoidismo. 
 
• Parkinsoniana: inexpressiva, cabeça inclinada para frente. 
 
 
• Depressiva: olhos fixos e rebaixados, sulco nasolabial acentuado, canto da boca rebaixado, 
característica de indiferença e tristeza. 
 
 
 
 
 
Mariana Macabú e Fernanda Sales – MedUfes 103 
 
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• Paralisia facial: assimetria da face, ausência de rugas frontais, incapacidade de fechar o olho, 
canto da boca para baixo. 
 
 
• Esclerodérmica: quase completa imobilidade facial. Pele com aspecto de pergaminho, 
endurecida e aderente aos planos profundos, com repuxamento dos lábios, afinamento do 
nariz e imobilização das pálpebras. Fisionomia inexpressiva, parada, imutável. 
 
• Mitral: bochechas eritemato-violáceas, com contornos pálidos. 
 
 
 
Mariana Macabú e Fernanda Sales – MedUfes 103 
 
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• Miastênica: ptose palpebral bilateral, que obriga o paciente a franzir a testa e levantar a cabeça → 
miastenia gravis e outras miopatias que comprometem os músculos da pálpebra superior. 
 
• Renal: edema bilateral ao redor dos olhos, com palidez cutânea → síndrome nefrótica, 
glomerulonefrite difusa aguda. 
 
• Cushingoide: aumento da gordura na região das bochechas, que também se encontram 
eritematosas → excesso de corticoide sistêmico. 
 
 
 
 
Mariana Macabú e Fernanda Sales – MedUfes 103 
 
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• Leonina: pele espessa, grande número de hanseniomas de tamanhos variados, sem supercílios, 
nariz espessado e alargado, lábios grossos e proeminentes, bochechas e queixos deformados 
pelo aparecimento de nódulos, barba escassa ou ausente em homens → hanseníase. 
 
• Mixedematosa: edema palpebral, aumento das rugas, aumento do nariz, face edemaciada, 
devido à infiltração → hipotireoidismo. 
 
Estado de Hidratação: observar mucosa oral e turgor da pele (puxar a pele do antebraço com os 
dedos em pinça e observar o retorno da pele para o lugar). 
• Hidratado: mucosa oral brilhosa, pele com turgor normal (no paciente hidratado, a pele volta 
rapidamente para o lugar). 
• Desidratado: mucosa oral sem brilho, pele com turgor diminuído (a pele demora para voltar 
para o lugar, pois o paciente está desidratado). 
Mucosas 
• Hipocoradas. 
• Hipercoradas. 
• Normocoradas. 
• Ictéricas/Anictéricas. 
• Cianóticas/Acianóticas. 
 
Mariana Macabú e Fernanda Sales – MedUfes 103 
 
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Respiração: observar se, visivelmente, o paciente respira normalmente ou com dificuldade. Esse não 
é o momento de medir a frequência respiratória, apenas observar. 
• Eupneico. 
• Dispneico. 
• Taquidispneico. 
Postura 
• Ativa: assumida espontaneamente. 
o Boa: postura neutra, sem cifose, lordose, escoliose, ombros caídos. 
o Má: apresenta escoliose, cifose, lordose ou ombros caídos. 
• Passiva: o paciente está impossibilitado de mudar de posição sem o auxílio de outra pessoa. 
• Sofrível/Antálgica: postura de dor; tronco inclinado para a frente, mão no local da dor; etc. 
Extras 
• O paciente está vestido de forma adequada ao clima? 
o Se estiver agasalhado demais, pode indicar hipertireoidismo ou, por exemplo, estar 
escondendo lesões provocadas por agulhas (usuários de drogas injetáveis) ou a roupa 
pode ser uma tentativa de disfarçar anorexia, etc. 
• Observar se o paciente está tendo calafrios, pois pode ser indicativo de febre. 
• Observar higiene do paciente: 
o Má higiene pode indicar demência ou depressão. 
 
FREQUÊNCIA CARDÍACA E FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA 
Frequência Cardíaca (FC) 
• Medir a ‘’quantidade’’ de pulsos em pulso radial por 30 segundos e multiplicar por 2. O ideal 
é fazer a contagem durante 60 segundos completos, mas nem sempre é possível. 
• Medir com o dedo indicador e dedo médio e, se precisar, incluir o dedo anelar. Nunca utilizar 
o polegar. 
• Se perceber que o ritmo está anormal, contar durante 1 minuto, em vez de 30 segundos. 
• FC NORMAL: 
o FC normal adultos: 60-100 bpm. 
o FC normal idosos e atletas: 50-90 bpm. 
o FC normal criança de 0 a 2 anos: 120-140 bpm. 
o FC normal criança 8-17 anos: 80-100 bpm. 
• FC ALTERADA: 
o Taquisfigmia: acima do normal. 
o Bradisfigmia: abaixo do normal. 
Mariana Macabú e Fernanda Sales – MedUfes 103 
 
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Frequência Respiratória (FR): 
• Medir a frequência respiratória enquanto finge medir a frequência cardíaca para que o 
paciente não altere involuntariamente o ritmo respiratório ao perceber que está sendo 
observado. 
• Contar a quantidade de respirações completas (inspiração e expiração) durante 60 segundos 
(é o ideal). Na prática, costuma-se contar por 30 segundos e multiplicar por 2 ou durante 15 
segundos e multiplicar por 4. 
• FR NORMAL: 
o FR normal adultos: 16 a 20 irpm. 
o FR normal recém nascidos: 40 a 45 irpm. 
o FR normal lactentes: 25 a 35 irpm. 
o FR normal pré-escolares: 20 a 35 irpm. 
o FR normal escolares: 18 a 35 irpm. 
• FR ALTERADA: 
o Taquipnéia: acima do normal. 
o Bradipnéia: abaixo do normal. 
 
VARIÁVEIS NO EXAME DO PULSO ARTERIAL 
Frequência: avaliada no tópico de cima ‘’Frequência Cardíaca’’ 
Ritmo: 
• Rítmico. 
• Arrítmico: 
o Arritmia respiratória: Durante a inspiração → pressão negativa intratorácica aumenta 
o retorno venoso → aumenta o enchimento ventricular → aumento do cronotropismo 
e inotropismo cardíaco → aumenta a frequência e intensidade do pulso. Na expiração 
é ao contrário. Logo, durante uma inspiração profunda pode ocorrer uma pulsação 
mais precoce que a esperada, e na expiração profunda, uma pulsação mais tardia. 
o Caso não haja correlação entre pulso arrítmico e respiração, há duas possibilidades 
comuns: extrassistolia ou fibrilação atrial. 
▪ Extrassistolia: a mais comum de todas. Não é capaz de gerar um volume 
sistólico suficiente para se gerar pulso, dando a impressão de uma falha no 
mesmo. Ao palpar o pulso junto da ausculta do coração, os dois não serão 
coincidentes (assíncronos). 
▪ Fibrilação atrial: pulso e ausculta cardíaca síncronos. 
Mariana Macabúe Fernanda Sales – MedUfes 103 
 
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Intensidade e forma: o pulso mais recomendado para a avaliação da forma é o pulso braquial, já que 
o pulso carotídeo sofre interferências (respiração, deglutição, movimentação da cabeça) e o pulso 
radial está muito distal. 
• Forma normal: é descrita como arredondada, elevada em cúpula. 
• Pulso fraco / fino / filiforme: é uma característica de corações com algum grau de 
comprometimento sistólico, quando a força de contração do ventrículo está diminuída e a 
ejeção do sangue expande pouco a parede do vaso. 
• Pulso aumentado: pode ser encontrado em algumas situações. 
o Condições hiperdinâmicas: febre, emoção forte, anemia, hipertireoidismo, gestação. 
o Hipertensão arterial. 
o Insuficiência aórtica grave: pulso aumentado de forma exagerada → pulso de 
ascensão muito rápida e duração muito curta (pulso em martelo d’água ou pulso de 
Corrigan). 
• Pulso alternante / alternans: alternância de pulsos fracos e fortes em ritmo regular. Ocorre 
na insuficiência cardíaca e em outras situações em que o miocárdio está comprometido. 
• Pulso paradoxal: rebote do pulso na expiração e pulso fraco na inspiração. Ocorre na 
pericardite, derrame pericárdico, choque. 
 
(slide da Jovana) 
 
TEMPERATURA AXILAR 
• Deixar o termômetro na axila por 2-3min; o braço precisa estar posicionado de modo que a 
porção aferidora do termômetro fique em contato apenas com o paciente e não com o ar. 
• Temperatura normal: 35,5 a 37oC. 
Mariana Macabú e Fernanda Sales – MedUfes 103 
 
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• Hipotermia: abaixo de 35,5oC. 
• Febre baixa: de 37 a 37,8oC. 
• Febre alta: acima de 37,8oC. 
 
PRESSÃO ARTERIAL (PA) 
HIPERTENSÃO ARTERIAL (HA): 
Condição clínica multifatorial caracterizada por elevação sustentada dos níveis pressóricos ≥ 140 
mmHg para pressão arterial sistólica e/ou 90 mmHg para diastólica. 
 
 
 
• Tipos de hipertensão: 
o Hipertensão do jaleco branco: resposta condicionada de ansiedade em decorrência do 
ambiente hospitalar / ambulatorial / de consultório. 
▪ A monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA) e a medição 
residencial da pressão arterial (MRPA) são métodos utilizados para realizar 
medições fora do consultório. 
o Hipertensão mascarada: normal em consultório (< 140/90 mmHg), mas elevada em 
exame domiciliar ou ambulatorial (> 135/85 mmHg). 
o Hipertensão noturna: queda da pressão durante o sono menor que 10% em 
comparação à pressão de vigília; a queda maior que 20% também indica prognóstico 
cardiovascular ruim. 
Mariana Macabú e Fernanda Sales – MedUfes 103 
 
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• Fatores de risco: 
o Dislipidemia, obesidade abdominal e sedentarismo. 
o Intolerância à glicose e diabetes melito. 
o Alta ingesta de sal e álcool. 
o Envelhecimento (H> 55; M > 65). 
o Mulheres > homens. 
o Negros > brancos > pardos. 
o Menor nível de escolaridade. 
• Eventos independentes associados: 
o Infarto agudo do miocárdio. 
o Acidente vascular encefálico. 
o Insuficiência cardíaca. 
o Doença arterial periférica. 
o Doença renal crônica. 
o Morte súbita. 
 
Mariana Macabú e Fernanda Sales – MedUfes 103 
 
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SEMIOTÉCNICA: 
• Preparo do paciente: 
o Explicar o procedimento ao paciente e deixá-lo em repouso de 3 a 5 minutos em 
ambiente calmo. Deve ser instruído a não conversar durante a medição. 
o Certificar-se de que o paciente NÃO: 
▪ Está com a bexiga cheia; 
▪ Praticou exercícios físicos há pelo menos 60 minutos; 
▪ Ingeriu bebidas alcoólicas, café ou alimentos; 
▪ Fumou nos 30 minutos anteriores. 
• Posicionamento: 
o Paciente sentado, com pernas descruzadas, pés apoiados no chão, dorso recostado na 
cadeira e relaxado; 
o O braço deve estar na altura do coração, apoiado, com a palma da mão voltada para 
cima e as roupas não devem garrotear o membro (o braço deve ser despido para a 
aferição). 
• Etapas para a medição: 
o Determinar a circunferência do braço no ponto médio entre acrômio e olécrano; 
o Selecionar o manguito de tamanho adequado; 
▪ Largura bexiga inflável da braçadeira: aproximadamente 40% da 
circunferência do braço; 
▪ Comprimento: 80%; 
 
Braçadeira padrão: 12 x 23cm, apropriada para até 28cm de circunferência. 
 
o Colocar o manguito, sem deixar folgas, 2 a 3 cm acima da fossa cubital; 
o Centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a artéria braquial (alguns 
modelos de manguito sinalizam a posição a ser orientada para a artéria braquial com 
uma seta); 
o Estimar o nível da PAS pela palpação do pulso radial; 
Mariana Macabú e Fernanda Sales – MedUfes 103 
 
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o Palpar a artéria braquial na fossa cubital e colocar a campânula ou o diafragma do 
estetoscópio sem compressão excessiva. Como os sons a serem auscultados, os ruídos 
de Korotkoff, apresentam tom relativamente baixo (grave), de modo geral são mais 
bem auscultados com a campânula; 
o Inflar rapidamente até ultrapassar 20 a 30 mmHg o nível estimado da PAS obtido pela 
palpação; 
o Proceder à deflação lentamente (velocidade de 2 mmHg por segundo); 
o Determinar a PAS pela ausculta do primeiro som (fase I de Korotkoff) e, após, 
aumentar ligeiramente a velocidade de deflação; 
o Determinar a PAD no desaparecimento dos sons (fase V de Korotkoff); 
o Auscultar cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do último som para confirmar seu 
desaparecimento e depois proceder à deflação rápida e completa; 
o Se os batimentos persistirem até o nível zero, determinar a PAD no abafamento dos 
sons (fase IV de Korotkoff) e anotar valores da PAS/PAD/zero; 
 
o Realizar pelo menos duas medições, com intervalo em torno de um minuto. Medições 
adicionais deverão ser realizadas se as duas primeiras forem muito diferentes. Caso 
julgue adequado, considere a média das medidas. 
▪ Em diabéticos, idosos e em outras situações em que a hipotensão ortostática 
possa ser frequente ou suspeitada, deve-se medir a PA na posição de pé, após 
3 minutos. 
o Medir a pressão em ambos os braços na primeira consulta e usar o valor do braço 
onde foi obtida a maior pressão como referência. 
o Informar o valor de PA obtido para o paciente; 
o Anotar os valores exatos sem “arredondamentos” e o braço em que a PA foi medida. 
 
 
Mariana Macabú e Fernanda Sales – MedUfes 103 
 
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PELE E FÂNEROS 
AVALIAÇÃO DA PELE 
• Coloração: 
o Ictérica/Anictérica: 
▪ Hepatite infecciosa, hepatite alcóolica ou por medicamentos, leptospirose, 
malária, septicemia, lesões obstrutivas das vias biliares extra-hepáticas (litíase 
biliar, câncer da cabeça do pâncreas). 
o Cianótica/Acianótica: 
▪ Cianose generalizada: 
• Central: insaturação arterial. 
• Periférica: perda de O2 capilar. 
• Mista: mecanismos da cianose central e periférica. É encontrada na 
insuficiência cardíaca grave, na qual ocorre congestão pulmonar. 
▪ Cianose localizada: isquemia venosa. 
o Pálida: 
▪ Generalizada: choque, anemia, lipotímia, estresse, dor. 
▪ Localizada: isquemia arterial. 
o Eritema: 
▪ Generalizado: febre, insolação. 
▪ Localizado: rubor, flogose. 
o Fenômeno de Raynaud: alteração cutânea que depende das pequenas artérias e 
arteríolas das extremidades. Inicialmente, observa-se palidez, seguida de grave 
cianose, terminando com vermelhidão da área. É encontrado no lúpus eritematoso 
sistêmico, na esclerodermia e em intoxicação medicamentosa. 
• Umidade: 
o Normal. 
o Seca: esclerodermia, mixedema, insuficiência renal crônica desidratação, etc. 
o Umidade aumentada ou pele sudorenta: pode ser observada em indivíduos normais 
ou pode estar associada a febre, ansiedade, hipertireoidismo e câncer. Em mulheres 
na menopausa, a sudorese está relacionada às ondas de calor. 
Mariana Macabú e Fernanda Sales – MedUfes 103 
 
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• Textura: 
o Normal. 
o Fina: pessoas idosas, hipertireoidismo, áreas recentemente edemaciadas. 
o Áspera: observada em lavradores, pescadores, garise no mixedema e dermatopatias 
crônicas, como a esclerodermia. 
o Enrugada: idosos, após emagrecimento rápido ou quando se elimina o edema. 
• Espessura: avalia-se fazendo movimento de pinça. 
o Normal. 
o Atrófica: tem alguma translucidez que possibilita a visualização da rede venosa 
superficial. Observada em idosos, prematuros e em algumas dermatoses. 
o Hipertrófica ou espessa: em indivíduos que trabalham expostos ao sol, esclerodermia. 
• Temperatura: usar o dorso da mão ou dos dedos, comparando sempre um lado com o outro 
do segmento analisado (ex.: avaliar a temperatura das duas pernas). 
o Febre: aumento generalizado da temperatura. 
o Processo inflamatório: aumento localizado. 
o Hipotermia: diminuição generalizada. 
o Obstrução arterial: diminuição localizada. 
• Elasticidade: pinçar a pele. 
o Normal. 
o Hiperelástica: semelhante à borracha. Ao efetuar uma leve tração, a pele se distende 
de 2 a 3 vezes mais que uma pele normal. Ocorre na síndrome de Ehlers-Danlos. 
o Hipoelástica: idosos, pacientes desnutridos, desidratação. 
• Mobilidade: pousar firmemente a palma da mão sobre a superfície que se deseja examinar e 
movimentar a mão para todos os lados, fazendo-a deslizar sobre as estruturas subjacentes 
(ossos, articulações, tendões, glândula mamária, etc.). 
o Normal. 
o Diminuída ou ausente: ocorre em área sede de processo cicatricial, na esclerodermia, 
elefantíase e nas infiltrações neoplásicas próximas à pele, cujo exemplo típico são as 
neoplasias malignas da glândula mamária. 
o Mobilidade aumentada: observada em pessoas idosas e na síndrome de Ehlers-
Danlos. 
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• Turgor: discutido em exame físico geral e hidratação. 
• Sensibilidade: 
o Sensibilidade dolorosa: testada tocando a pele com a ponta de algo afiado (exceto na 
hiperalgesia, pois até os toques mais suaves já vão causar dor). 
▪ Hipoalgesia: diminuição da sensibilidade dolorosa. Ocorre na hanseníase. 
▪ Hiperestesia: aumento da sensibilidade dolorosa. Ocorre no abdome agudo, 
na síndrome isquêmica das extremidades inferiores e em neuropatias 
periféricas. 
▪ Analgesia: perda da sensibilidade dolorosa. Ocorre na hanseníase. 
o Sensibilidade tátil: friccionar levemente o local com um pouco de algodão. 
▪ Anestesia: perda da sensibilidade tátil. 
▪ Hipoestesia: diminuição da sensibilidade tátil. 
o Sensibilidade térmica: um tubo de ensaio com água quente e outro com água gelada 
(ou um gelo). Nem sempre esses recursos são disponíveis na prática clínica, portanto, 
pode-se utilizar um algodão molhado com álcool ou o diapasão para avaliar a 
sensibilidade térmica fria e o cabo do martelo neurológico aquecido (com as próprias 
mãos do avaliador) para avaliar a sensibilidade ao calor. 
 
EDEMA 
A investigação do edema começa na anamnese, quando se deve obter três informações: tempo de 
duração, localização e evolução. 
• Localização: 
o Generalizado ou anasarca: síndrome nefrótica. 
o Localizado: sinal de Romaña, insuficiência cardíaca direita. 
• Intensidade: 
o Comprimir a área investigada contra uma estrutura óssea, usando o polegar ou dedo 
indicador, por aproximadamente 5 segundos e avaliar depressão e elasticidade. 
o Referindo-se à profundidade da fóvea formada pela compressão caracteriza-se o 
edema em: +; ++; +++ e ++++ (lê-se: uma cruz, duas cruzes, três cruzes e quatro cruzes; 
Mariana Macabú e Fernanda Sales – MedUfes 103 
 
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sempre dizer em relação ao parâmetro utilizado, ou seja “uma cruz de quatro”, “duas 
cruzes de quatro” e assim por diante). 
o Todo paciente que apresenta edema deve ser pesado diariamente! 
o Uma outra estratégia para análise da evolução do edema é medir o perímetro da 
região edemaciada, comparar com o outro lado e repetir diariamente. Isso é feito, 
principalmente, no membro inferior. 
• Consistência: 
o Edema mole: facilmente depressível. Observado em diferentes condições, significa 
apenas que a retenção hídrica é de duração não muito longa, e o tecido subcutâneo 
se encontra infiltrado por água. 
o Edema duro: nesse tipo de edema, encontra-se maior resistência para obter a 
formação da fóvea após a compressão. Consiste em proliferação fibroblástica que 
ocorre nos edemas de longa duração ou que se acompanharam de repetidos surtos 
inflamatórios. 
• Elasticidade: 
o Edema elástico: a pele retorna imediatamente à sua situação normal, ou seja, a fóvea 
dura pouco tempo. É típico do edema inflamatório. 
o Edema inelástico: a pele comprimida demora a voltar à posição primitiva, ou seja, a 
fóvea dura mais tempo. 
• Temperatura: 
o Normal: é frequente. 
o Quente: edema inflamatório. 
o Fria: comprometimento da irrigação sanguínea daquela área. 
• Sensibilidade: 
o Doloroso: edema inflamatório. 
o Indolor. 
• Outras alterações da pele adjacente: 
o Palidez: transtorno da irrigação sanguínea. 
o Cianose: indicativa de perturbação venosa localizada ou TVP. 
o Vermelhidão: processo inflamatório ou TVP. 
o Pele espessa: edema de longa duração. 
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o Pele lisa e brilhante: edema recente e intenso. 
o Pele enrugada: edema sendo eliminado. 
o Simétrico ou assimétrico: em edemas assimétricos, sempre investigar TVP. 
• Principais causas de edema: 
o Síndrome nefrítica. 
o Síndrome nefrótica. 
o Pielonefrite. 
o Insuficiência cardíaca. 
o Cirrose hepática. 
o Hepatite crônica. 
o Desnutrição proteica. 
o Edema alérgico. 
o Gravidez. 
o Toxemia gravídica. 
o Obesidade. 
o Hipotireoidismo. 
o Medicamentos (corticosteroides, anti-inflamatórios, antagonistas do cálcio). 
o Varizes. 
o Flebites e trombose venosa. 
o Processos inflamatórios. 
o Afecções dos linfáticos. 
o Postura. 
• Edema renal: síndromes nefrítica e nefrótica e pielonefrite. Edema generalizado, 
predominantemente facial, acumulando-se de modo particular nas regiões subpalpebrais, 
mais evidente pela manhã. Edema mole, inelástico, indolor, temperatura normal ou 
discretamente frio. 
o Síndrome nefrótica: +++ a ++++. 
o Síndrome nefrítica e pielonefrite: + a ++. 
• Edema cardíaco: insuficiência cardíaca. Edema generalizado, predominando nos membros 
inferiores, vespertino, mole, inelástico, indolor, pele lisa e brilhante, varia de + a ++++. 
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• Edema da cirrose hepática: generalizado, predomina nos membros inferiores, mole, 
inelástico, indolor, + a ++, é comum ascite concomitante. 
• Edema da desnutrição proteica: generalizado, predomina nos membros inferiores (MMII), 
mole, inelástico, indolor, + a ++. 
• Edema alérgico: pode ser generalizado, mas costuma restringir-se a algumas áreas, 
principalmente a face. Instala-se de modo súbito e rápido, pele lisa e brilhante, pode ter a 
temperatura aumentada e eritema, mole e elástico. 
• Edema medicamentoso: predomina nos MMII, mas, quando é mais intenso, pode ser facial. 
• Edema varicoso (varizes): nos MMII, + a ++, acentua-se na posição em pé ou sentada. Mole, 
porém, em casos crônicos, pode ser duro; inelástico; com o passar do tempo, a pele altera 
sua coloração até atingir uma tonalidade castanha ou mesmo mais escura (dermatite ocre). 
A pele pode se tornar espessa. 
• Edema da trombose venosa: mole, assimétrico, pele eritematosa, lisa e brilhante, pode ser 
+++ a ++++. Em certos casos, adquire tonalidade cianótica. Sensação de queimação na região 
afetada. Paciente tem dificuldade de locomoção. 
 
• Edema inflamatório: localizado, mole, elástico, doloroso, quente, eritematoso, + a ++, pele 
lisa e brilhante. 
• Edema postural: ocorre nos MMII das pessoas que permanecem por longo tempo na posição 
de pé ou que ficam com as pernas pendentes por várias horas, como acontece em longas 
viagens. Mole, indolor, + a ++, desaparecer rapidamente na posição deitada. 
• Linfedema: edema originado nas afecções dos vasos linfáticos.Mais comumente por erisipela 
ou filariose. Duro, inelástico, indolor, pele espessa, grossa e áspera. Em casos avançados, 
caracteriza a elefantíase. 
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o Elefantíase: síndrome caracterizada por hiperplasia cutânea regional em decorrência 
de obstrução da circulação linfática, com acúmulo de linfa (linfedema) que provocou 
proliferação fibroblástica intensa. 
 
LESÕES ELEMENTARES DA PELE 
As lesões elementares da pele são decorrentes de processos inflamatórios, degenerativos, 
circulatórios, neoplásicos, alterações metabólicas ou congênitas. Podem ser primárias, quando 
ocorrem em pele previamente hígida, ou secundárias, se forem alterações nas lesões primárias. 
 
1. MODIFICAÇÃO DA COR: 
São lesões em que a cor é diferente da cor normal da pele. Podem ser máculas (até 1cm) ou manchas 
(maiores de 1cm). 
• Pigmentares: acrômicas, hipocrômicas, hipercrômicas. 
• Vasculares: eritema, cianose, telangiectasia, angioma, nevo anêmico. 
• Hemorrágicas: púrpuras -> petéquias, equimoses, víbice. 
• Deposição pigmentar: bilirrubina, betacaroteno, artificial (tatuagem). 
 
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2. FORMAÇÕES SÓLIDAS: 
Podem ser decorrentes de processos inflamatórios, infecciosos ou neoplásicos. 
• Pápulas/placas: elevações superficiais bem delimitadas. Pápulas medem menos de 5mm, 
placas são maiores e podem coalescer entre si; quanto à coloração, podem ser róseas, 
castanhas ou arroxeadas; quanto às camadas, podem ser epidérmicas, dérmicas ou mistas. 
• Infiltração: aumento de consistência da pele, em geral por aumento de celularidade dérmica 
ou hipodérmica, sem acentuação de seus sulcos. 
• Tubérculo: lesão dura, elevada, maior que 5mm; surge de infiltração mesenquimal dérmica e 
pode deixar cicatriz permanente. 
• Nódulos: lesão sólida, mal delimitada, de consistência variável (firme, elástica, mole) 
localizada em derme profunda ou hipoderme; é mais bem avaliada durante a palpação. 
• Tumores: lesões elevadas, maiores que 3cm; podem ser benignas ou malignas. 
• Vegetações: lesões sólidas, salientes, de formato variado (lobular, filiforme, em couve-flor) e 
consistência mole. Podem ser verrucosas (seca, epiderme íntegra, proliferação da camada 
córnea) ou condilomatosas (úmidas, camada córnea normal ou diminuída, exosserose, em 
mucosas e dobras). 
o Diagnóstico diferencial das lesões vegetantes: PLECCT. 
▪ Paracoccidioidomicose; 
▪ Leishmaniose; 
▪ Esporotricose; 
▪ Cromomicose; 
▪ Carcinoma espinocelular; 
▪ Tuberculose. 
 
3. COLEÇÕES LÍQUIDAS: 
Lesões que encarceram conteúdo líquido / fluido em seu interior. 
• Vesículas/bolhas: elevações contendo líquido claro em seu interior. As vesículas são menores 
que 1cm, ao passo que as bolhas são maiores. Varicela, herpes zoster, queimaduras, pênfigo 
(vulgar e foliáceo), epidermólise bolhosa. 
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• Cisto epidermoide ou sebáceo: origem na pele ou no folículo piloso, é preenchido por 
queratina ou resíduos lipídicos. 
• Pústulas: vesículas com conteúdo purulento; presença de inflamação. 
• Abscessos: coleções purulentas, maiores que as pústulas, presentes na derme e na 
hipoderme; “furúnculo”. 
• Hematomas: coleções resultantes do derrame sanguíneo fora do leito vascular (na pele ou 
tecidos subjacentes). 
 
4. ALTERAÇÕES DA ESPESSURA: 
Modificação da espessura normal / fisiológica da pele. 
• Ceratose/queratose: lesão áspera e esbranquiçada resultante do espessamento da epiderme 
por proliferação da camada córnea (queratina); sulcos dermatológicos são evidentes e os 
limites da lesão são precisos. Ceratose senil, ceratordermia palmar e plantar, ceratose actínica 
(lesão pré-cancerosa). 
• Espessamento: aumento da espessura e da consistência da pele, de limites imprecisos e sem 
formação de sulcos evidentes. A pele se mantém depressível. 
• Liquenificação: aumento da espessura epidérmica que surge do ato de coçar a pele 
cronicamente (comum na dermatite atópica). A lesão é circunscrita e segue um padrão 
quadriculado / em rede, com aumento de sulcos e saliências. Frequentemente acompanhada 
de alterações na coloração. 
• Esclerose: endurecimento cutâneo, que pode ter aderência a planos profundos, circunscrito 
ou difuso, acompanhado da diminuição ou ausência de pelos e sulcos que ocorre como 
consequência da fibrose dérmica. Proliferação de colágeno. 
• Atrofias: diminuição do tecido cutâneo, podendo ser superficial (pele fina, com transparência 
dos vasos dérmicos), profunda (perda do tecido conectivo dérmico) ou lipoatrófica (perda do 
tecido adiposo subcutâneo). 
• Edema: acúmulo de líquido na derme tornando a pele lisa, brilhante e depressível quando 
pressionada contra uma protuberância óssea. 
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o Urtica: elevação transitória da pele produzida por edema dérmico. Apresenta 
tamanho e configurações variadas, coloração eritematosa e prurido. Em geral, 
desaparece em até 24 horas. 
 
5. ALTERAÇÕES DE CONTINUIDADE E PERDAS TECIDUAIS: 
• Escamas: lâminas de estrato córneo que se desprendem da pele. 
o Furfuráceas (pitiriasiforme): farelenta, branca, fina, milimétrica. 
o Micáceas (psoriasiformes): branco-prateadas, de espessura variável. 
o Foliáceas: grande, fina e branca, como folha de papel. 
o Ictiosiformes: poligonal, como escama de peixe, branca ou escura. 
• Erosão ou exulceração: solução e continuidade que afeta a epiderme e que não deixa cicatriz. 
• Escoriações: lesões, em geral produzida pelo ato de coçar, constituídas por erosões e, mais 
raramente, por ulcerações. 
• Úlceras: solução de continuidade que pode chegar até o tecido celular subcutâneo ou fáscia 
e sempre deixa cicatriz. Lesão de bordos elevados e centro deprimido em relação à periferia 
e à pele saudável adjacente. 
• Fissuras: perda tecidual linear, geralmente encontrada onde a pele é fisiologicamente mais 
espessa como palmas das mãos e plantas dos pés. 
• Crostas: correspondem a líquidos extravasados que se solidificaram. Podem ter origem em 
transudato, exsudato, pus ou sangue. 
• Cicatriz: proliferação de tecido fibroso resultante de do processo fisiológico de reparo de 
tecidos danificados. 
o Hipertrófica: elevada; mantém-se nos limites do tecido lesado. 
o Queloide: o tecido fibrótico ultrapassa os limites do tecido lesionado. 
o Atrófica: em vez de elevada, é deprimida. 
• Estria: cicatriz atrófica linear violácea (recente) ou nacarada (antiga). 
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AVALIAÇÃO DOS FÂNEROS 
• Cabelo: 
o Implantação: 
▪ Mulheres têm implantação mais baixa e homens, mais alta. 
▪ Diversos transtornos endócrinos concomitantes ao hipogonadismo no homem 
determinam a implantação feminoide dos cabelos. 
▪ Alterações endócrinas na mulher com hiperprodução de substâncias 
androgênicas invertem o tipo de implantação dos cabelos. 
o Distribuição: 
▪ Alopecia: áreas sem pelo. 
• Areata: ‘’buracos’’ sem cabelo. 
• Total: sem cabelo nenhum. 
• Androgenética: em homens e mulheres em uso de testosterona. 
o Quantidade: a queda de cabelos é um dado de interesse. 
o Coloração: 
▪ Sinal da bandeira: associado a desnutrição calórica em crianças. Faixa 
avermelhada na raiz dos cabelos. 
o Brilho, espessura, consistência: os cabelos podem perder o brilho e se tornarem 
quebradiços e secos. Essas alterações ocorrem no mixedema, nos estados carenciais 
e em várias outras afecções. 
o Verificar no couro cabeludo: 
▪ Caspa. Lembrar que nem toda descamação de couro cabeludo é caspa. 
▪ Piolho (pediculose). 
▪ Psoríase. 
▪ Dermatite atópica. 
• Pelos: 
o Hipertricose: aumento exagerado dos pelos terminais, sexuais ou não sexuais em 
relação ao indivíduo.Pode ser congênita ou adquirida, difusa ou localizada. 
o Hirsutismo: aumento exagerado de pelos sexuais masculinos na mulher. 
▪ A virilização é o hirsutismo relacionado ao aprofundamento da voz e aumento 
do clitóris. 
▪ O aumento da produção de androgênios pelas suprarrenais ou pelos ovários 
pode ser responsável por esses fenômenos. 
▪ Tumores de ovário: geralmente associados à amenorreia, hirsutismo e 
virilização. 
o Queda dos pelos: atentar-se à queda de pelos axilares e pubianos. 
▪ Causas mais frequentes: desnutrição, hepatopatias crônicas, mixedema, 
colagenoses, quimioterapia e certas dermatoses. 
• Unhas: 
o Forma ou configuração: 
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▪ Normal: curvatura lateral nítida. 
o Tipo de implantação: 
▪ Normal: forma um ângulo menor que 160o. 
▪ Hipocratismo digital: ângulo de aproximadamente 180o. 
o Espessura: 
▪ Normal: firme. 
o Superfície: 
▪ Normal: lisa. 
▪ Irregular. 
o Consistência: 
▪ Normal: firme. 
▪ Diminuída. 
o Brilho: 
▪ Normal: brilhosa. 
▪ Sem brilho. 
o Coloração: 
▪ Normal: róseo-avermelhada. 
▪ Pálida: anemia. 
▪ Azulada: cianótica. 
o Unhas distróficas: espessadas, rugosas, formato irregular. Frequentes em pessoas que 
trabalham descalças, sujeitas a repetidos traumatismos, portadores de isquemia 
crônica dos membros inferiores, onicomicose. 
o Coiloníquia: ‘’unha em colher’’. É um estado distrófico no qual a placa ungueal torna-
se fina e desenvolve-se uma depressão. Tais alterações ocorrem na anemia ferropriva 
grave e são provocadas por irritantes locais. 
o Linhas de Beau: sulcos transversais à lúnula. 
▪ Causas: doenças renais e hepáticas. 
 
o Baqueteamento digital ou hipocratismo digital: associado a pacientes com hipoxemia 
crônica. Tumefação bulbosa dos tecidos moles na base da unha, com 
desaparecimento do ângulo normal entre a unha e a prega ungueal proximal. O 
ângulo aumenta para 180 graus ou mais. 
▪ Cardiopatias congênitas cianóticas. 
▪ Endocardite infecciosa. 
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▪ Cardiopatias com shunt direita-esquerda. 
▪ Asbestose. 
▪ Pneumonite por hipersensibilidade. 
▪ Sarcoidose. 
▪ Tuberculose. 
▪ Abuso de laxativos. 
▪ Doenças hepáticas. 
▪ Doenças tireóideas. 
 
 
 
 
 
 
 
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CABEÇA E PESCOÇO 
INSPEÇÃO DO CRÂNIO 
OBS.: Fazer a inspeção de frente para o paciente, por cima de sua cabeça e também tangencial 
(observando o paciente lateralmente). 
• Tipos de crânio: 
o Microcefalia: relacionado com infecções congênitas por: rubéola, toxoplasmose, Zika; 
síndrome genética. 
o Macrocefalia: tumor cerebral, raquitismo, hipertensão intracraniana. 
o Escafocefalia: aumento da região antero-posterior; em indivíduos que tiveram 
fechamento prematuro das suturas cranianas. Formato de ‘’barco invertido’’. 
o Hidrocefalia: acúmulo anormal de líquido dentro do crânio; edema e aumento da 
pressão intracraniana; pode ser decorrente de infecções, tumores ou 
desenvolvimento fetal incompleto. 
o Abaulamentos: decorrentes de eventos traumáticos. 
• Posicionamento e movimentos: se atentar para movimentos anormais, tremores, 
manutenção da inclinação da cabeça (torcicolo congênito, por exemplo). 
 
PALPAÇÃO E AUSCULTA DO CRÂNIO 
• Verificar pontos dolorosos, tumorações, ulcerações e linfonodos. 
• Se o paciente tiver muito cabelo, será preciso fazer a avaliação repartindo o cabelo de modo 
a deixar áreas nuas na cabeça para melhor visualização. 
• Palpação da artéria temporal superficial: entre a sobrancelha e a orelha. 
• Articulação temporo-mandibular: com o dedo médio e o dedo anelar, pressionar a ATM, pedir 
para o paciente abrir e fechar a boca e fazer lateralização da mandíbula. Pode ter uma leve 
crepitação normalmente. Não é esperado que o paciente sinta dor importante. 
 
FACE: INSPEÇÃO E PALPAÇÃO 
• Glândula sublingual. 
• Glândula submandibular. 
• Glândula parótida aumentada: caxumba, etilista crônico (hipertrofia bilateral), pessoas que 
estão há muito tempo sem comer. 
• É imprescindível calçamento de luva para palpação; pode ser apenas na mão que entrará em 
contato com a mucosa do paciente. 
• Uma mão do avaliador puxa o mento para baixo e a outra realiza a palpação. 
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OLHOS: REVISÃO DE SINAIS E SINTOMAS 
• Sensação de corpo estranho. 
• Queimação ou ardência: 
o Conjuntivite, ceratite, sono insuficiente, exposição a fumaça, poeira, produtos 
químicos e síndrome de Sjogren. 
• Dor ocular: 
o Inflamação da pálpebra, dacrioadenite, celulite orbitária, abscesso, periostite, 
conjutivite aguda, esclerite, episclerite, corpo estranho corneano, uveíte anterior (irite 
e iridociclite) e sinusite. 
• Prurido: 
o Quando o prurido é muito acentuado, quase sempre é sinal de alergia, mas também 
pode ser causado por vício de refração não corrigido. 
• Lacrimejamento. 
• Sensação de olho seco (xeroftalmia): 
o Ocorre na síndrome de Sjogren, conjuntivite crônica, exposição da conjuntiva por mal 
posicionamento da pálpebra, e quando há dificuldade de fechar a pálpebra 
corretamente (paralisia facial). 
• Hemeralopia ou cegueira diurna. 
• Nictalopia ou cegueira noturna. 
• Alucinações visuais. 
• Diminuição ou perda da visão. 
• Diplopia: é importante saber o momento do aparecimento da diplopia, se é constante ou 
intermitente, se ocorre em certas posições do olhar ou a determinadas distâncias, se os dois 
objetos vistos são horizontais ou verticais. 
• Fotofobia. 
• Nistagmo: pode ser caracterizado como rápido ou lento; amplo ou estreito; horizontal, 
vertical ou rotacional; movimento pendular (os dois olhos iguais) ou movimento jerk (um olho 
lento em uma direção e o outro rápido em outra direção). 
• Xantopsia: visão amarelada. 
o Intoxicação medicamentosa (fenacetina, digitálicos). 
o Icterícia intensa. 
• Iantopsia: visão violeta. 
• Cloropsia: visão verde. 
• Escotomas: área de cegueira parcial ou completa, dentro de um campo visual normal ou 
relativamente normal. 
 
 
 
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OLHOS: EXAME FÍSICO 
• Inspeção: tamanho, simetria, distância entre os olhos, cílios e supercílios, pálpebras, aparelho 
lacrimal. 
o Hipertelorismo: afastamento entre os olhos. Altamente associado a síndromes 
genéticas. 
o Exoftalmia: olho protruso. Vê-se o branco do olho (esclera) entre a pálpebra superior 
e a íris e entre a pálpebra inferior e a íris (rever em fácies basedowiana). 
o Cílios e supercílios: 
▪ Madarose: queda dos cílios e supercílios (principalmente do terço distal). 
Causado por hanseníase, hipotireoidismo e insuficiência renal. 
▪ Triquíase: quando o cílio entra no vestíbulo ocular / toca o olho. 
▪ 
o Pálpebras: 
▪ Blefarite: inflamação da pálpebra. Dor, calor, rubor e edema. 
▪ 
▪ Sinal do guaxinim: equimose palpebral bilateral. Importante indicativo de 
fratura de base de crânio. 
▪ Ptose: abertura incompleta bilateral ou unilateral. 
▪ Fechamento incompleto. 
▪ Entrópio: borda da pálpebra invertida para dentro (pode cursar com triquíase). 
▪ Ectrópio: borda da pálpebra invertida para fora. 
▪ Hordéolo ou terçol: abscesso das glândulas palpebrais. 
▪ Calázio: abscesso de glândulas sebáceas. É mais endurecido que o terçol. 
▪ Xantelasma: placas amareladas (depósito lipídico), associadas a dislipidemia. 
▪ 
o Inflamação da glândula lacrimal . 
o Conjuntiva: 
▪ Palpebral: avaliar inferior e superior segundo as imagens. Se estivar pálida, 
indica provável anemia. 
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▪ Conjuntiva e esclera: 
• Icterícia. 
• Esclera azul: associada a osteogênese imperfeita. 
• Pterígio: proliferação de tecido fibrovascular benigna. 
• Quemose: edema da conjuntiva. 
• Conjuntivite: inflamação da conjuntiva;hiperemia evidente. 
• Hemorragia subconjuntival. 
o Córnea e cristalino: 
▪ Catarata: cristalino opaco. 
▪ Halo senil: dislipidemia em pacientes jovens, normal em idosos. 
 
o Pupila e íris: 
 
▪ Midríase ou miose podem estar associadas a intoxicação por drogas. 
▪ Reflexo fotomotor: ver em exame neurológico. 
 
ORELHA 
• Otalgia. 
• Irritação. 
• Otorragia. 
• Tontura, vertigem. 
• Zumbidos. 
• Hipoacusia: importante interrogar o paciente a respeito de sua ocupação laboral; pessoas 
que trabalham com construção civil ou outras atividades expostas a poluição auditiva 
costumam ter hipoacusia, por exemplo. 
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• Pavilhão auricular: inspecionar tamanho, forma, simetria, cor, implantação e condições de 
higiene. 
o Palpação: as orelhas devem ser firmes e móveis, sem lesões associadas. Atentar para 
dor, edema, hiperemia e presença de nódulos / linfadenopatia reacional. 
• Processo mastoideo: sua palpação pode evidenciar mastoidite. 
 
• Avaliar implantação da orelha: se for baixa, há chances de síndrome genética. 
• Lesões possíveis: 
 
o Sinal de Frank: prega lobular diagonal bilateral. Associação importante com 
aterosclerose, em adultos e idosos. Em jovens, atentar para possibilidade de doença 
coronariana (investigar histórico familiar do paciente). 
 
 
NARIZ 
• Dor. 
• Rinorreia: mucosa, serosa, purulenta. 
• Obstrução nasal: testar a permeabilidade da via aérea; tapar uma narina do paciente e pedir 
para que respire pelo lado contralateral (que deve estar livre); repetir avaliação do outro lado. 
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• Hiposmia e anosmia: sensibilidade olfatória diminuída ou abolida. Se o paciente relatar que 
consegue sentir o cheiro de café (grão ou bebida), ele não terá anosmia, pois é um cheiro 
dificilmente imperceptível; a hiposmia não pode ser avaliada com essa técnica. 
• Ronco. 
• Epistaxe. 
 
SEIOS DA FACE 
• Palpação de seios frontais: pressionar, com os polegares, embaixo do osso frontal. A sinusite 
pode ser diagnosticada, clinicamente, se o paciente sentir dor durante essa palpação. 
 
• Palpação de seios maxilares: pressionar, com os polegares, abaixo dos processos zigomáticos 
e "empurrar” em direção cranial. A dor à palpação também indica sinusite. 
 
 
BOCA, LÍNGUA E ASSOALHO BUCAL 
• Odinofagia: dor ao deglutir. 
• Disfagia: dificuldade de deglutir. 
• Tosse: secretiva / produtiva (amarela, mucoide, com sangue) ou seca. 
• Halitose: mal hálito. 
• Sempre pedir ao paciente para remover a prótese dentária antes da avaliação. 
• Inspeção da boca: examinar “de fora para dentro”. 
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o Lábio: cor, umidade, lesão. 
▪ Queilite angular: pode ser causada por ressecamento, agente infeccioso 
(cândida, estreptococcus, estafiloccocus), deficiência nutricional (riboflavina, 
folato e ferro), prótese mal adaptada, envelhecimento, dermatite atópica. 
 
▪ Herpes: vesículas. 
 
o Língua: inspeção do dorso e das laterais. 
▪ Candidíase oral: lesão esbranquiçada em placa; se passar a espátula sob a 
lesão, ela será ‘’removida / descamada’’ (se a placa não sair com a espátula, 
investigar leucoplasia pilosa oral por Epstein-Bahr ou HIV). 
 
▪ Língua em fambroesa: escarlatina. 
 
▪ Sinal de Koplik: pontos esbranquiçados com hiperemia ao redor. 
Patognomônico de sarampo. 
 
o Gengivas: cor, bordas, edemas. 
o Dentes. 
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o Mucosa oral: úlceras, placas e nódulos. 
o Assoalho da boca. 
o Pedir ao paciente para abrir a boca e falar ‘’ah’’, mantendo a língua dentro da boca 
(pode-se ajudar o paciente usando um abaixador de língua no terço distal do 
músculo). 
▪ Palato duro e mole: cor e arquitetura. 
▪ Tonsilas. 
▪ Úvula: forma e simetria. 
 
TRAQUÉIA E TIREÓIDE 
• Traqueia: avaliar a posição e se não tem nenhum desvio (a traqueia normal está centralizada, 
não deve desviar para a direita nem para a esquerda). 
• Tireóide: paciente não pode levantar a cabeça. 
o Aproximação anterior: utilizar dedos polegar, indicador e médio em um movimento 
de pinça e em movimentos circulares (variando de acordo com a etapa da palpação). 
▪ Localizar a cartilagem tireoidea. 
▪ Abaixo da cartilagem, localizar o anel cricoide. 
▪ Palpar um pouco mais abaixo até sentir o istmo da tireoide. 
▪ Delimitar os hemisférios (dedilhar para o lado esquerdo e depois para o lado 
direito até conseguir fazer a delimitação). 
▪ Palpar sempre com movimentos circulares. 
▪ Avaliação da mobilidade: pedir para o paciente deglutir enquanto o 
examinador estiver com os dedos no istmo da tireoide e avaliar se a glândula 
se move com a deglutição. 
 
 
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o Aproximação posterior: 
▪ Ficar atrás do paciente e repetir os mesmos passos da aproximação anterior, 
usando os dedos indicador, médio e anelar. 
 
 
 
• Sinal de Pemberton: indicativo de tireoide aumentada. Pedir ao paciente para elevar os braços 
por 3-5min; a tireoide aumentada, juntamente com a posição da clavícula, obstrui a traqueia e a 
VCS; o paciente fica com a face bastante hiperemiada e pode referir dispneia. 
• 
• Caracterização de tireoide: 
o Dimensões: normal, aumentada (aumento difuso ou localizado). 
o Mobilidade: o normal é móvel deglutição. 
o Superfície: lisa ou nodular. 
o Consistência: elástica, cística, pétrea, lenhosa). 
o Sensibilidade: com ou sem dor. 
o Sinais flogísticos: presentes ou ausentes. 
o Presença de frêmito / sopro. 
CARÓTIDAS 
• O primeiro passo é sempre a ausculta. 
• Em seguida, fazer a palpação: 
o Entre o ECM e a traqueia. 
o Palpar uma carótida isoladamente, depois a outra. 
 
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LINFONODOS 
Palpação em movimentos circulares com os dedos indicador e médio. O movimento de dedilhar é 
apenas para localizar a região a ser examinada. 
• Occipitais: na base do crânio. 
• Retro-auriculares: auriculares posteriores, se aproximando do processo mastoide. 
• Pré-auriculares: na parte anterior da orelha, próxima ao tragus. 
• Cervicais superficiais: ao longo, ‘’em cima’’, do ECM. 
• Cervicais profundos: ao longo do ECM, porém “a baixo” do músculo. 
o Pedir para o paciente olhar para o lado, para expor o ECM e poder palpar ‘’embaixo’’ 
dele com mais facilidade. 
o Outra técnica é empurrar o ECM para um lado, com uma das mãos em garra, e palpar 
‘’embaixo’’ dele com a mão livre. 
• Cervicais posteriores: ao longo do ECM, porém mais posteriormente. 
• Tonsilares. 
• Mandibulares: ao longo da borda inferior da mandíbula. 
• Submentuais: abaixo do queixo. 
• Supraclaviculares. 
 
 
 
 
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• Caracterização de linfonodos palpáveis: 
o Localização. 
o Tamanho: normal ou aumentado. 
o Formato: simétrico ou assimétrico. 
o Organização: isolados ou agrupados. 
o Mobilidade: fixos ou móveis. 
o Consistência: endurecido ou amolecidos. 
o Sensibilidade: doloroso ou não. 
• Linfonodos alterados: podem indicar estado reacional, inflamação ou neoplasia. 
o Neoplasia: aumentado, pétreo (endurecido), indolor, fixo. 
o Inflamação: móvel, dolorido, associado a sinais flogísticos. 
• Sinal de Troisier: linfonodo de Virchow (linfonodo aumentado na região supraclavicular 
esquerda). Associado a neoplasia gástrica. 
• Sinal de Irish: linfonodo aumentado na região axilar. Associado a neoplasia. 
 
 
 
SÍNDROMES DE CABEÇA E PESCOÇO 
A maioria das síndromes de cabeça e pescoço tem origem endocrinológica. 
1. HIPERTIREOIDISMO: 
O hipertireoidismo é caracterizado pelo aumento da síntese e liberação dos hormônios tireoidianos 
pela glândula tireoide. A tireotoxicose refere-se à síndrome clínica decorrente do excesso de 
hormônios tireoidianoscirculantes, secundário ao hipertireoidismo ou não. De modo geral, é 
observada uma correlação entre os níveis hormonais e a apresentação clínica, sendo que: 
• Sinais e sintomas secundários ao estímulo adrenérgico, como taquicardia e ansiedade, são 
mais evidentes em pacientes jovens e com bócios volumosos. 
• Perda de peso é um achado frequente, no entanto alguns pacientes, especialmente os mais 
jovens, podem relatar ganho ponderal devido ao aumento do apetite. 
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• Em idosos, predominam sintomas cardiopulmonares, tais como taquicardia (ou fibrilação 
atrial), dispneia e edema. 
• O termo “tireotoxicose apática” é utilizado para descrever o paciente idoso assintomático, 
exceto pela presença de fraqueza e astenia. 
Exame físico e manifestações clínicas: 
• A determinação do peso corporal, pressão arterial e frequência cardíaca são particularmente 
importantes. Taquicardia sinusal e hipertensão arterial sistólica são comuns, e a fibrilação 
atrial pode estar presente, principalmente em idosos. 
• Sinais oculares como retração palpebral, olhar fixo ou assustado e sinal de lid-lag são 
decorrentes da hiperatividade adrenérgica e podem ser observados em qualquer quadro de 
tireotoxicose. No quadro de tireotoxicose, a pele geralmente é quente e úmida. Tremor fino 
de extremidades, fraqueza muscular proximal e hiperreflexia são achados frequentes. 
• A palpação e ausculta da glândula tireoide permitem avaliar o tamanho, a consistência, a 
presença de nódulos ou o sopro tireoidiano. 
• Dor espontânea ou à palpação da tireoide é característica da tireoidite subaguda, enquanto 
a presença de nódulo único leva à suspeita de adenoma folicular hiperfuncionante. 
 
Doença de Graves: hiperemia conjuntival e palpebral, edema palpebral, quemose, paralisia de 
músculos extraoculares ou exoftalmia são característicos da oftalmopatia da doença de Graves. 
Dermatopatia infiltrativa (mixedema pré-tibial) é uma manifestação rara. Bócio de tamanho variado 
é geralmente observado na Doença de Graves e no bócio multinodular tóxico. 
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Diagnóstico e tratamento: 
O diagnóstico clínico do hipertireoidismo, geralmente, não oferece dificuldade e a confirmação 
diagnóstica deverá ser feita com as dosagens das concentrações séricas de TSH e hormônios 
tireoidianos. O tratamento pode ser realizado com drogas antitireoidianas, administração de 
radioiodoterapia ou cirurgia de acordo com a etiologia da tireotoxicose, as características clínicas, 
disponibilidade local de métodos e preferências do médico-assistente e paciente. 
O diagnóstico de crise ou tempestade tireotóxica é essencialmente clínico. As manifestações são as 
mesmas apresentadas pelos pacientes com tireotoxicose, porém de forma exacerbada. Essas incluem 
taquicardia (> 140 batimentos por minuto), insuficiência cardíaca, hipertermia, agitação, ansiedade, 
delírio, psicose, coma, náuseas, vômitos, diarreia, dor abdominal, insuficiência hepática e icterícia. A 
avaliação laboratorial da função tireoidiana apresenta o mesmo padrão encontrado no 
hipertireoidismo (elevação dos níveis séricos dos hormônios da tireoide e supressão do TSH). 
 
2. HIPOTIREOIDISMO: 
Hipotireoidismo é um estado clínico em que a quantidade de hormônios tireoidianos circulantes é 
insuficiente para suprir uma função orgânica normal. Isso pode ser causado por uma variedade de 
anormalidades. A forma mais prevalente é a doença primária, causada por uma falha da própria 
glândula. O hipotireoidismo severo é chamado de mixedema. O hipotireoidismo subclínico é 
caracterizado por um aumento do TSH e níveis normais de hormônios tireoidianos livres. No Brasil, 
o hipotireoidismo é o agravo mais comum da tireoide, especialmente em mulheres (8M:1H) acima 
de 60 anos. A deficiência de iodo é a causa mais comum em países em desenvolvimento e em países 
desenvolvidos, a principal causa é autoimune (tireoidite de Hashimoto). Hemocromatose, 
amiloidose, esclerose sistêmica e outras doenças infiltrativas também podem prejudicar a função 
tireoidiana. 
Manifestações clínicas: 
Fadiga, letargia, ganho de peso, inapetência, intolerância ao frio, rouquidão, constipação, fraqueza, 
mialgias, artralgias, parestesias, pele seca, queda de cabelo, humor deprimido. Em quadros de 
mixedema (edema duro e pele opaca, geralmente por hipotireoidismo prolongado), os sintomas 
anteriores se apresentam de forma mais grave, além da possibilidade de outras alterações como 
rosto sem expressão, cabelo esparso, cardiomegalia, megacólon, ataxia cerebelar, neuropatia 
periférica, encefalopatia, hiperlipidemia, hipercarotenemia e depressão. 
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Diagnóstico: 
Após suspeita diagnóstica, solicitar os níveis de TSH e T4 livre. 
• TSH aumentado e T4 livre baixo: hipotireoidismo primário. 
• TSH aumentado e T4 normal: hipotireoidismo subclínico. 
• TSH baixo ou normal e T4 baixo: investigar hipotireoidismo central e efeito de drogas. 
Tratamento: reposição hormonal gradual. 
Hipotireoidismo versus Hipertireoidismo: principais manifestações clínicas. 
 
 
3. SÍNDROME DE CUSHING: 
A síndrome de Cushing é um complexo de sinais e sintomas que resulta da excessiva exposição dos 
tecidos ao cortisol. Geralmente, há uma doença neuroendocrinológica causada pela interrupção do 
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eixo hipotálamo-hipófise-adrenal levando à exposição crônica a glicocorticoides (hipercortisolismo), 
cuja fonte tanto pode ser endógena quanto exógena, resultando em aspectos clínicos de distribuição 
anormal de gordura (obesidade central), disfunção gonadal, hipertensão, entre outras. O adenoma 
hipofisário (doença de Cushing) corresponde a aproximadamente 70% das causas, enquanto os 
adenomas adrenais são responsáveis por cerca de 10% dos casos. 
Manifestações clínicas: 
As manifestações do hipercortisolismo incluem hipertensão, distribuição anormal de gordura, pele 
fina sensível a hematomas, fraqueza muscular, osteoporose, hirsutismo e disfunção gonadal, podem 
apresentar uma ampla variedade de sintomas psiquiátricos, incluindo depressão, instabilidade 
emocional, deficiências cognitivas, apatia, ansiedade e psicose. Os sinais considerados mais 
específicos são pletora facial, fácies de lua cheia, fraqueza muscular proximal, estrias cutâneas largas 
e avermelhadas/violáceas (> 1 cm), pele atrófica e fragilidade capilar/equimoses espontâneas num 
paciente que apresenta ganho de peso ou redistribuição do peso. 
• Sistema reprodutivo: irregularidades menstruais, sinais de excesso de andrógenos adrenais 
(hirsutismo, pele facial oleosa, acne em rosto, pescoço e ombros, virilização). 
• Manifestações dermatológicas: estrias largas roxo-avermelhadas (a derme mais fina permite 
visualizar o sangue venoso subjacente), atrofia de pele (perda de gordura subcutânea), 
infecções fúngicas (tínea versicolor), hiperpigmentação (aumento de ACTH). 
• Metabolismo: intolerância à glicose, obesidade progressiva central (face, pescoço, tronco, 
abdome, canal medular e mediastino). 
• Cardiovascular: risco aumentado para IAM, AVE e tromboembolismo, hipertensão, 
dislipidemia. 
• Musculoesquelético: perda muscular e fraqueza proximal (efeito catabólico), perda óssea. 
• Neuropsiquiátricas: insônia, depressão, perda de memória. 
• Infecciosas: aumento da frequência de infecção por inibição de citocinas. 
 
Diagnóstico: 
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Inicialmente, a anamnese cuidadosa deve excluir a hipótese de ingestão de glicocorticoides 
exógenos. O diagnóstico depende da determinação de um estado de hipercortisolismo e da perda do 
ritmo circadiano da secreção do cortisol, preferencialmente confirmado por dois testes: teste de 
supressãocom dexametasona 1 mg e 2 mg, medida do cortisol salivar à meia noite ou sérico noturno 
e medida do cortisol urinário de 24 horas. 
Uma vez confirmado o hipercortisolismo endógeno, o segundo passo na investigação é determinar 
se a síndrome de Cushing é dependente ou independente de ACTH, que se faz pela medida de duas 
amostras do ACTH plasmático. Se for independente de corticotropina (ACTH), a tomografia 
computadorizada das glândulas suprarrenais é geralmente o próximo procedimento, procurando 
uma massa adrenal. 
Tratamento: 
A base da terapia inclui a remoção do adenoma hipofisário, o que pode ser feito usando cirurgia 
transesfenoidal. As complicações cirúrgicas mais frequentes são o pan-hipopituitarismo e o diabetes 
insípidus central, por lesão da neuro-hipófise. Radioterapia (convencional ou estereotáxica) e 
adrenalectomia total bilateral com terapia diária de reposição de glicocorticóides e 
mineralocorticóides (por toda a vida) também são opções de tratamento. 
 
4. SÍNDROME MONONUCLEOSE-LIKE: 
Mononucleose: infecção por EBV. Quando ocorre em pré-escolares, a evolução é com síndrome 
gripal (países em desenvolvimento), mas em países desenvolvidos, onde a infecção acontece mais 
tardiamente (adolescentes e adultos jovens), tem-se o quadro clássico de mononucleose. A 
transmissão ocorre por gotículas (“doença do beijo”), secreção vaginal ou transfusão sanguínea. Os 
pacientes infectados excretam o vírus por até 6 meses após a ocorrência da doença aguda e podem 
ter secreção intermitente do patógeno por toda a vida, devido à replicação viral assintomática. O 
período de incubação é de 30-50 dias e o pródromo inclui mal-estar, fadiga, cefaleia, dor de garganta 
com piora progressiva e febre prolongada (1-2 semanas). 
Exame físico: linfadenopatia (cervical anterior e posterior, submandibular, axilar, inguinal e 
epitroclear – bem característica), hepatoesplenomegalia, hipertrofia de amígdalas (com exsudato 
cinza claro), petéquias de orofaringe. 
Diagnóstico: o diagnóstico é clínico, porém pode ser confirmado laboratorialmente (leucocitose, 
linfocitose, trombocitopenia e aumento de transaminases). Pode ser solicitada a sorologia para EBV 
para confirmação de diagnóstico. 
Diagnóstico diferencial: faringoamigdalite estreptocócica. A prescrição de antibióticos derivados da 
penicilina, no caso desse diagnóstico, faz com que o paciente com mononucleose manifeste outro 
sinal, o exantema maculopapular pruriginoso, com início em tronco. Isso acontece porque o paciente 
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com mononucleose tem hipersensibilidade transitória à penicilina. Devem ser considerados o CMV, 
HIV, toxoplasmose e leucemia aguda, que são as doenças da “síndrome mono-like". 
Tratamento: antitérmicos, repouso (3 semanas). 
Complicações: rotura esplênica, anemia hemolítica, trombocitopenia, obstrução de vias aéreas 
superiores, meningoencefalite. 
 
 
5. “SÍNDROME” DE LINFONODOMEGALIA CERVICAL: 
 
 
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EXAME FÍSICO DO SISTEMA CARDIOVASCULAR 
INSPEÇÃO 
• Ictus cordis → no 5o espaço intercostal esquerdo (EICE), na linha hemiclavicular esquerda 
(LHCE). 
o Inspeção frontal e tangencial. 
 
PALPAÇÃO 
• Frêmito cardiovascular: 
o Se um sopro cardíaco tiver frêmito ele já é, no mínimo, +++/++++. 
o Ictus cordis: 4o ou 5o EICE, LHCE. Dura no terço inicial da sístole. 
▪ Deitar o paciente em decúbito lateral esquerdo e pedir para inspirar e segurar 
a respiração (apneia) ajuda a exteriorizar o ictus para palpação. 
AUSCULTA 
• Posição do paciente: 
o Decúbito lateral esquerdo: facilita a ausculta do foco mitral. 
o Sentado com o tórax levemente inclinado para frente: facilita a ausculta dos focos 
pulmonar e aórtico. 
• Bulhas cardíacas: 
o Primeira bulha (B1): fechamento das válvulas mitral e tricúspide no final da diástole e 
início da sístole. Som mais grave e longo. Melhor auscultado com a campânula. 
“TUM”. 
▪ Desdobramento de B1: som da valva tricúspide fechando um pouco depois da 
mitral. “TRUM TÁ”. 
• Desdobramento fisiológico: quando se prende a respiração, o retorno 
venoso aumenta e a tricúspide atrasa para fechar. 
• Desdobramento patológico: doença na tricúspide (calcificação, etc.). 
o Segunda bulha (B2): fechamento das valvas aórtica e pulmonar no final da sístole e 
início da diástole. Som mais agudo e curto. Melhor auscultado com a membrana. “TÁ”. 
▪ Desdobramento de B2: “TUM TLÁ”. 
• Desdobramento fisiológico: Mais comum em crianças e idosos. 
• Desdobramento patológico: alguma doença na aórtica (calcificação). 
• Focos de ausculta: 
o Foco aórtico: 2o EICD parasternal. 
o Foco pulmonar: 2o EICE parasternal. 
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o Foco aórtico acessório: 3o EICE parasternal. 
o Foco mitral: 4o a 5o EICE na LHCE. 
o Foco tricúspide: à esquerda da base do apêndice xifoide (do lado esquerdo do foco 
mitral). 
 
• Sopro cardíaco: sentir o pulso radial quando auscultar um sopro. Se o sopro coincidir com o 
pulso é sopro sistólico, caso contrário, é sopro diastólico. 
o Foco mitral: colocar o paciente em decúbito lateral esquerdo facilita a ausculta do 
sopro (mais forte). 
o Foco aórtico: dá pra ouvir na fúrcula e no foco aórtico acessório. Aumenta quando o 
paciente inclina o tórax para a frente (cerca de 45o). 
o Foco pulmonar: aumenta quando inclina o tórax para sempre. Paciente segura a 
respiração e piora o sopro (aumentar a intensidade do sopro) 
o Foco tricúspide: aumenta prendendo a respiração; não aumenta em decúbito lateral. 
▪ Se colocar em decúbito lateral e não aumentar, não significa que é tricúspide, 
ainda pode ser mitral; nesse caso testar prendendo a respiração. Aumentou? 
Tricúspide. Não aumentou? Mitral. 
• Insuficiência e estenose: 
o Insuficiência aórtica: sopro diastólico em foco aórtico, melhor ouvido em foco aórtico 
acessório. 
o Estenose aórtica: sopro sistólico de ejeção, no foco aórtico. 
o Insuficiência pulmonar: sopro diastólico em foco pulmonar, mais bem auscultado 
quando o paciente realiza apneia. 
o Estenose pulmonar: sopro sistólico de ejeção, em foco pulmonar. 
o Insuficiência mitral: sopro sistólico de regurgitação, no foco mitral. 
o Estenose mitral: sopro diastólico com estalido em foco mitral, mais bem auscultado 
em decúbito lateral esquerdo. 
o Insuficiência tricúspide: sopro sistólico de regurgitação em foco tricúspide. 
o Estenose tricúspide: sopro diastólico em foco tricúspide. Aumenta quando o paciente 
realiza apneia. 
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SÍNDROMES CARDIOVASCULARES 
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA 
As sintomatologias abaixo se referem a um processo progressivo de evolução da insuficiência 
cardíaca. As sintomatologias não estão separadas de acordo com a classificação ‘’IC direita’’ e ‘’IC 
esquerda’’, mas pode-se considerar que os sintomas respiratórios se referem exclusivamente a IC 
esquerda e o tópico ‘’outras sintomatologias’’ se refere exclusivamente a IC direita, mas tenham em 
mente que uma IC direita eventualmente gera uma IC esquerda e vice-versa. 
• Sintomatologia respiratória: 
o ‘’Fadiga’’: dispneia, normalmente, mas pode ser por fraqueza muscular. 
▪ Aos grandes esforços: exercício físico (andar de bicicleta, capinar a horta). 
▪ Aos médios esforços: arrumar a casa (varrer, lavar roupa), carregar compras 
de supermercado. 
▪ Aos pequenos esforços: tomar banho, lavar o cabelo, levantar-se da cadeira, 
do sofá, da cama. 
o Congestão pulmonar: ortopneia (dispneia de decúbito). 
o Dispneia paroxística noturna: o paciente vai dormir sem ‘’falta de ar’’ e, durante a 
noite, acorda (após apneia) com dificuldade para respirar. Muitas vezes o incômodo 
é tamanho, que é necessário procurar uma fonte de ar (janela, ventilador) para 
respirar melhor. 
o Pacientes com ortopneia ou dispneia paroxística noturnageralmente dormem com 
vários travesseiros ou no sofá (aumentar a inclinação facilita a respiração). 
• Sintomatologia cardíaca: todas são decorrentes de mecanismos compensatórios. 
o Cardiomegalia. 
o Taquicardia. 
o Pulso alternante. 
o Arritmia. 
o Baixa reserva. 
• Sintomatologia urinária: 
o Oligúria: mal funcionamento renal e baixo volume sanguíneo. Pode evoluir para 
insuficiência renal. 
o Nictúria: micção noturna. 
• Outras sintomatologias: 
o Edema de MMII: conferir no resumo de ‘’pele’’. 
o Cianose. 
o Turgência jugular. 
o Hepatomegalia. 
o Esplenomegalia. 
o Ascite. 
• Exame físico: 
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o Galope ventricular B3: vibração da parede ventricular na fase rápida do enchimento 
ventricular (disfunção sistólica; dificuldade de contrair). 
o Galope atrial B4: maior resistência ventricular ao enchimento, gerando disfunção 
diastólica e maior dificuldade de relaxar. 
o Pulso alternante: rever na parte de ‘’pulso’’. 
o Linhas B de Kerley: exame de imagem; congestão / edema pulmonar. 
o Estertores crepitantes: presentes na congestão pulmonar. 
o Estase jugular: ver em paciente deitado, com o tronco inclinado em 45o; IC grave. 
o Edema MMI. 
o Hepatomegalia. 
o Ascite. 
o Reflexo hepatojugular: pressionar o fígado do paciente durante sua expiração 
(inclinação de 45o) e observar se turgência jugular por refluxo sanguíneo. 
o Cianose. 
o Icterícia. 
 
SÍNDROME CORONARIANA AGUDA – INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO E ANGINA 
INSTÁVEL 
• Dor precordial: lancinante, em queimação, em peso. 
• Pode irradiar para membro inferior esquerdo, mandíbula (pensar em IAM) e outros. 
• Exame físico: pode apresentar sinais de dor, sudorese, palidez cutânea. 
o Se a FC estiver elevada significa que o miocárdio ainda tem força, porém está no seu 
limite e esse paciente provavelmente irá infartar em breve. 
MIOCARDIOPATIAS 
• Hipertensiva: hipertrofia miocárdica. 
• Isquêmica: dilatação miocárdica. 
ENDOCARDIOPATIA – ENDOCARDITE 
• Principais causas: doenças reumatológicas ou infecciosas. 
• Febre baixa, arrastada, que geralmente dura de 1 a 2 semanas. 
PERICARDIOPATIAS – PERICARDITE 
• Principais causas: doenças reumatológicas ou infecciosas. 
• Ausculta cardíaca: hipofonese e atrito pericárdico. 
 
 
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VALVOLPATIAS 
• Quadro parecido com endocardite, porém de caráter mais crônico. 
• Avaliação específica durante exame físico. 
ARRITMIAS 
• Bradiarritmia: coração com batimento mais lento devido a baixo fluxo. Paciente desmaia. 
• Taquiarritmia: batimento cardíaco acelerado e ejeção de volume insuficiente para suprir a 
demanda do organismo. O sente palpitação e pode desmaiar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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EXAME FÍSICO DO SISTEMA RESPIRATÓRIO 
 
• Posição para o exame físico da parede torácica anterior: decúbito dorsal. 
• Posição para o exame físico da parede torácica posterior: paciente sentado com as mãos 
apoiadas na perna descruzada. Se necessário, colocar a mão direita sobre o ombro esquerdo 
e vice-versa (paciente se abraçando), pois o afastamento das escápulas auxilia na propagação 
do som, aumentando o campo pulmonar audível. 
o Se não for possível para o paciente se sentar, solicitar que fique em decúbito direito e 
depois em decúbito esquerdo. 
INSPEÇÃO 
• Estática: observar formato do tórax, abaulamentos e depressões. 
o Adulto normal: 
 
o Tórax escavado (pectus excavatum): pode ser somente uma variação anatômica ou 
estar relacionado a síndromes genéticas. É relativamente comum. 
 
o Tórax em tonel (barril): relacionado ao enfisema pulmonar. 
 
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o Tórax carenado (pectus carinatum): 
 
o Tórax instável traumático: 
 
o Cifoescoliose torácica: 
 
o Tórax em sino: alteração não ocorre diretamente no tórax, e sim no abdome; o tórax 
fica aparentemente mais fino que o abdome, dando o aspecto de formato de sino. 
Está relacionado a visceromegalias abdominais (hepatomegalia, esplenomegalia etc.) 
o Tórax cifótico: desabamento vertebral. Pode ser causado por tubérculo vertebral e 
infecções. Comum em idosos (causado por envelhecimento). 
 
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o Rosário raquítico: abaulamento na articulação costocondral. 
 
• Dinâmica: frequência da respiração, tipo respiratório, ritmo e amplitude dos movimentos 
respiratórios, ausência ou presença de tiragem, expansibilidade dos pulmões. 
o Frequência respiratória: ver em ‘’exame físico geral’’. 
o Ritmo respiratório: os padrões são a frequência, a profundidade e a regularidade. 
 
▪ Bradipneia: respiração lenta. Pode ser causada por uremia, depressão 
respiratória induzida por fármaco e aumento da pressão intracraniana. 
▪ Taquipneia: respiração rápida e superficial. Hiperpneia, hiperventilação. 
Reposta à demanda metabólica de causas como atividade física, altitude 
elevada, sepse, anemia. A respiração de Kussmaul é uma aceleração da 
respiração compensatória à acidose sistêmica. 
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▪ Respiração obstrutiva: na DPO, a expiração é prolongada, porque as vias 
respiratórias estreitadas aumentam a resistência ao fluxo de ar. As causas 
incluem asma, bronquite crônica e DPOC. 
▪ Cheyne-Stokes: normal em crianças e adultos mais velhos durante o sono. As 
causas incluem IC, uremia, depressão respiratória induzida por fármaco e lesão 
cerebral. 
o Esforço: o recrutamento da musculatura acessória é sinal clássico de esforço 
respiratório. Na inspiração ocorre contração dos ECM/escalenos ou retração 
supraclavicular. Pode haver tiragem intercostal, ou seja, retração muscular anormal 
dos EIC, mais visíveis inferiormente. Além dos músculos cervicais e intercostais, pode 
haver uso de musculatura abdominal e batimento de asa do nariz. 
 
PALPAÇÃO 
• Deve-se palpar qualquer área com dor ou qualquer tipo de lesão, fazer manobras para avaliar 
a expansibilidade da caixa torácica e o frêmito toracovocal. 
• Expansibilidade da caixa torácica: 
o Posicionar os polegares a nível da décima costela, com as mãos paralelas ao gradil 
costal lateral. 
o Deslizar os polegares medialmente para a formação de uma prega entre os dedos. 
o Observar o afastamento dos polegares (esticamento da prega) à medida que o 
paciente inspira. 
 
• Frêmito toracovocal (FTV): vibrações palpáveis e simétricas na parede torácica transmitidas 
pela árvore broncopulmonar à medida que o paciente fala (‘’trinta e três’’ é a principal frase 
utilizada na área da saúde). É mais proeminente na região interescapular do que nos campos 
pulmonares inferiores. A palpação deve ser feita de forma simétrica, dos dois lados ao mesmo 
tempo. 
o Posicionar a parte óssea da palma da mão (base dos dedos) ou a superfície ulnar 
(otimização da sensibilidade vibratória dos ossos da mão) nos pontos de palpação 
bilateralmente. 
o Pedir ao paciente para repetir ‘’trinta e três’’ em cada ponto de palpação. 
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o Identificar e localizar regiões de aumento, diminuição ou ausência de FTV. 
o Se o FTV estiver fraco, pedir ao paciente que fale mais alto ou com a voz mais grave. 
 
o Alterações no FTV: o FTV em maior em indivíduos com vozes mais graves (homem tem 
FTV maior que mulher) e indivíduos magros têm FTV maior que de indivíduos gordos. 
▪ FTV aumentado: consolidação pulmonar (pneumonias, infarto pulmonar). O 
frêmito é ‘’amigo’’ das lesões pulmonares, ou seja, o som se propaga melhor 
no líquido dentro do parênquima pulmonar, então com o parênquima 
inflamado, o frêmito é alto. 
▪ FTV diminuído: anormalidade que impede, parcial ou totalmente, a 
transmissão vocal. O frêmito é ‘’inimigo’’ dapleura, porque diminui a 
propagação do ar. Logo, derrame pleural, espessamento pleural, atelectasia 
por oclusão brônquica e pneumotórax resultarão em FTV diminuído ou 
abolido. O mesmo ocorre no enfisema pulmonar. 
 
PERCUSSÃO 
• A percussão ajuda a determinar se os tecidos subjacentes estão cheios de ar, líquidos ou 
consolidados (com células e exsudato). 
• O golpe da percussão penetra apenas 5 a 7 cm no tórax, portanto não ajuda a detectar lesões 
profundas. 
• Hiperestender o dedo médio da mão não-dominante (dedo plexímetro) e pressionar a 
articulação interfalângica distal com firmeza na superfície a ser percutida. Evitar contato com 
qualquer outra parte da mão para não abafar as vibrações. Somente o dedo plexímetro 
enconsta no paciente. 
• Golpear duas vezes seguidas a flange média do dedo plexímetro com a ponta do dedo médio 
da mão dominante (dedo plexor) em um movimento movendo apenas o punho. 
• Afastar rapidamente o dedo. 
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• Sons obtidos na percussão: esses sons ocorrem em algumas síndromes, que serão discutidas 
no tópico ‘’síndromes respiratórias’’. 
o Claro-pulmonar ou sonoridade pulmonar: áreas de projeção dos pulmões. Som 
normal. 
o Timpânico: normal no espaço de Traube (baço). Som de víscera mais ar. 
o Submaciço: normal na região inferior do esterno. 
o Maciço: normal na região inframamária direita (fígado) e precórdio (coração). 
o Hipersonaridade: som mais claro e intenso. É a palavra-chave para o diagnóstico de 
pneumotórax. 
 
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AUSCULTA 
• A ausculta compreende os sons gerados pela respiração, investigação de ruídos adventícios 
e, se houver suspeita de anormalidades, auscultar os sons da voz falada ou sussurrada do 
paciente durante sua transmissão através da parede torácica. 
• Antes de começar a ausculta, peça ao paciente para tossir 1-2 vezes para limpar a atelectasia 
leve ou muco das vias respiratórias que pode produzir ruídos extras. 
• Orientar o paciente a respirar profundamente com a boca aberta, para evitar que possíveis 
obstruções nasais ou da nasofaringe atrapalhem a ausculta. 
• Os sons são auscultados com o diafragma do estetoscópio, que deve ser posicionado 
diretamente na pele do paciente, pois as roupas podem causar atrito e ruídos adicionais. 
• Deslocar o estetoscópio pelos mesmos pontos demarcados para a palpação do FTV, 
comparando as regiões simétricas dos pulmões. 
• Auscultar por pelo menos um ciclo respiratório completo. Havendo sons anormais, pesquisar 
regiões adjacentes à alteração. 
• Se o paciente sentir tontura devido a hiperventilação, pedir que ele descanse, respirando 
normalmente, por alguns minutos antes de prosseguir com o exame físico. 
• Sons respiratórios: podem diminuir quando ocorre redução do fluxo do ar (DPOC, fraqueza 
de musculatura respiratória) ou se a transmissão for precária (derrame pleural, DPOC, 
pneumotórax). O hiato silencioso sugere sons respiratórios brônquicos. É importante 
identificar sons respiratórios por sua intensidade, tom e duração relativa das fases inspiratória 
e expiratória. 
 
 
 
 
 
 
 
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Sons respiratórios normais: 
 
Sons respiratórios adventícios: estertores, sibilos e roncos. 
 
• Estertores: anormalidades do parênquima pulmonar (pneumonia, doença pulmonar 
intersticial, fibrose pulmonar, atelectasia, IC) ou das vias respiratórias (bronquite, 
bronquiectasia). 
 
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o Finos ou crepitantes: ‘’som de cabelo esfregando na orelha’’. Não são alterados pela 
tosse. A principal causa é congestão pulmonar (extravasamento de líquido. Ficar em 
pé pode modificar o barulho). Predomina em base. Som resultante da entrada de ar 
no alvéolo colabado. 
o Grossos, bolhosos ou subcrepitantes: ‘’som de soprar bolhas em um canudo com o 
copo com líquido’’. A tosse pode alterar o som (via área mais alta), ao passo que a 
mudança de posição (em pé ou sentado) não causa alterações. Pode estar localizado 
em qualquer região que tenha brônquio. 
• Estridor: som ofegante durante a inalação, resultante de uma obstrução parcial da laringe, 
faringe ou traqueia. Pode ser causado por edema de glote, corpo estranho ou difteria. O 
estridor e os ruídos laríngeos são mais altos no pescoço. Verdadeiros sibilos e roncos são 
suaves ou ausentes nessa região. 
• Sibilos: sons altos, semelhantes a um assobio que ocorrem durante a respiração quando há 
bloqueio parcial das vias aéreas. Pode ser causado por asma, DPOC e bronquite. Na obstrução 
avançada das vias respiratórias da asma grave, sibilos e sons respiratórios podem estar 
ausentes devido ao baixo fluxo de ar respiratório (‘’tórax silenciosos’’), uma emergência 
médica. 
• Roncos: termo usado para descrever sons de secreção em grandes vias respiratórias. Podem 
ser alterados com a tosse. 
 
Ausculta da voz: 
Se for auscultada respiração broncovesicular ou brônquica em localização anormal, devem ser 
avaliadas as vozes falada e sussurrada. 
• Egofonia: falar ‘’i’’. É normal ouvir um som longo e abafado. O som anormal se parece com 
uma cabra, por isso também é chamado de som caprino. Pode ser causado por derrame 
pleural. 
• Broncofonia: falar ‘’trinta e três’’. O normal é som abafado e indistinto. Se o som vocal for 
mais intenso e nítido, ou seja, o som normal ‘’melhorado’’, tem-se broncofonia. Causada por 
acúmulo de líquido. 
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• Pectorilóquia afônica: sussurrar ‘’trinta e três’’. Voz sussurrada normalmente não é 
auscultada ou, no máximo, aparece como um som baixo e indistinto. Se der para ouvir a voz 
sussurrada é pectorilóquia afônica. 
 
 
SÍNDROMES RESPIRATÓRIAS 
Resumo dos diagnósticos sindrômicos respiratórios: 
1. Síndromes Parenquimatosas ou Pulmonares: 
1.1. Consolidação 
1.2. Atelectasia 
1.3. Hiperaeração 
1.4. Congestão Passiva dos Pulmões 
1.5. Escavação ou Caverna Pulmonar 
2. Síndromes Brônquicas: 
2.1. Asma 
2.2. Bronquite Aguda 
2.3. Bronquite Crônica 
2.4. Bronquiectasia 
3. Síndromes Pleurais: 
3.1. Pleurites Agudas e Crônicas 
3.2. Derrames Pleurais 
3.3. Pneumotórax (Síndrome Pleural Aérea) 
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1. SÍNDROMES PARENQUIMATOSAS OU PULMONARES: 
 
1.1. CONSOLIDAÇÃO: 
Ocupação dos espaços alveolares por células ou exsudato. 
Causas: pneumonia (viral, bacteriana), tuberculose, infarto pulmonar. 
Manifestações clínicas: dispneia, tosse seca ou produtiva, dor torácica ventilatório-dependente 
(sinônimo de dor torácica pleurítica). 
• Inspeção: expansibilidade reduzida. 
• Palpação: expansibilidade (ápice e base) reduzida; frêmito aumentado. 
• Percussão: macicez ou submacicez. 
• Ausculta: murmúrio vesicular reduzido, respiração brônquica substituindo o MV; sopro 
tubário (som central sendo ouvido em região periférica - som traqueal); broncofonia 
(sinônimo de pectorilóquia fônica), egofonia (voz caprina) e pectorilóquia afônica (paciente 
susurrando); crepitações / estertores finos. 
 
1.2. ATELECTASIA: 
Desaparecimento de ar dos alvéolos e ocupação do espaço alveolar por células e exsudato. 
Atelectasia passiva: ocorre nas bases pleurais devido à posição de decúbito em pacientes internados. 
Causas: oclusão da luz dos brônquios (neoplasias, corpo estranho, secreção espessa / “rolha”); pode 
ser parcial ou total (mais importante), dependendo da localização da oclusão. 
Manifestações clínicas: a traqueia desvia para o lado da lesão, visível no exame de imagem. 
• Inspeção: retração do hemitórax acometido e tiragem. 
• Palpação: expansibilidade diminuída; frêmito toracovocal reduzido ou abolido. 
• Percussão: macicez ou submacicez. 
Mariana Macabú e Fernanda Sales

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