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O ESTADO DA ARTE DO ENSINO DA EXTENSÃO RURAL NO BRASIL O ensino da extensão rural nos cursos de graduação e pós-graduação no Brasil ainda apresenta dificuldades, seja no projeto político-pedagógico da disciplina, nos recursos humanos e materiais, na valorização da extensão rural, na aproximação entre universidade e sociedade ou na visão de mundo dos estudantes. No ensino ainda persiste uma forte referência ao caráter tecnicista e individualista e não problematizador, fazendo com que os futuros profissionais sejam formados num padrão predominante tecnicista, tão criticada pela concepção paulofreiriana. Para o educador Paulo Freire, é necessário criar e estimular a reflexão das pessoas sobre a realidade, conhecer e respeitar a cultura e o saber popular dos agricultores, incentivando a participação e o diálogo e reconhecer que aprender significa construir um novo conhecimento, descobrir novos significados, sem desprezar o conhecimento existente. No modelo difusionista, tecnicista, os produtores eram essencialmente receptores de informações, e este deveria o absorvera-las sem questionar. Projetos de extensão e pesquisas em extensão rural apresentam índices pouco expressivos em alguns temas desafiadores e atuais na extensão rural contemporânea, e como nas questões de gênero, geração, etnias, pesca e atividades não agrícolas, nestes dois últimos em várias regiões não há pesquisas nessas áreas, ocupando um lugar inexpressivo nas preocupações dos pesquisadores em todas as regiões do Brasil. No entanto, temas como agricultura familiar, agroecologia, movimentos sociais se sobressaem, em consonância com os princípios com a Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural. A Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (PNATER) possui uma forte ênfase na proposta de desenvolvimento sustentável, na inclusão dos grupos excluídos do campo, como os agricultores familiares, quilombolas, pescadores, povos indígenas, entre outros. O PNATER estimula práticas de trabalho que se voltem para a segurança alimentar e por um desenvolvimento sustentável, pela agroecologia. A grande maioria das disciplinas de extensão rural do Brasil, abordam temas defendidos pela PNATER, seja nos seus princípios, nas orientações estratégias e metodológicas. No entanto há algumas dificuldades no ensino da extensão, como a diferença entre o conhecimento teórico e a realidade rural, seja pelo desinteresse dos alunos em se aprofundar nas problemáticas do campo, a reduzida carga horária e o período que a disciplina é ofertada. Apesar das dificuldades encontradas, dos programas de ensino não refletir os avanços das questões que rodeiam o meio rural, o ensino da extensão rural possui potencial para evoluir e desenvolver um profissional extensionista menos tecnicista e mais voltado para a política da PNATER.
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