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Concepção e fomação do ser

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- -1
CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER
INTRODUÇÃO À EMBRIOLOGIA 
HUMANA
Ana Gabriela Silva
- -2
Olá!
Você está na unidade . Conheça aqui informações sobre o ciclo celular eIntrodução à Embriologia Humana
como ele ocorre nas células somáticas e germinativas. Entenda o que é mitose, meiose e o que acontece nas
etapas presentes nesses dois processos. Compreenda o conceito de embriologia e seu surgimento ao longo dos
anos. Nesta unidade você também vai conhecer a biologia do desenvolvimento, identificando detalhadamente a
espermatogênese e ovogênese, o ciclo ovariano, o processo de fecundação humana, bem como cada etapa da
fecundação até a formação do zigoto.
Bons estudos! 
- -3
1 Introdução ao ciclo celular
Ao estudar o ciclo celular, precisamos ter em mente que o nosso corpo tem dois tipos de divisão, a mitose e a
meiose.
MITOSE
É a divisão celular que ocorre para o crescimento do indivíduo, regeneração de tecidos e a renovação de células.
MEIOSE
Ocorre durante o ciclo reprodutivo, tanto em homens quanto em mulheres, para a formação das células
gaméticas que irão dar origem a um novo indivíduo após a fecundação.
É importante conhecermos cada etapa desse ciclo celular e os principais eventos que ocorrem, pois a partir deles
iremos estudar as variações genéticas e as principais heranças genéticas.
- -4
1.1 O que é o ciclo celular
O ciclo celular é o ciclo de vida de uma célula, que se divide em .
• INTERFASE
É a primeira etapa, a que não ocorre a divisão celular propriamente dita. Ela é subdivida em fase G1, fase 
S e fase G2, conforme demonstrado na figura “Representação do ciclo celular, com as fases G0, G1, S, G2 e 
M (mitose ou meiose)”.
• MITOSE OU MEIOSE
A segunda etapa é a de divisão celular propriamente dita, que pode ser mitose ou meiose, dependendo 
do tipo celular que está em divisão (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 2012).
A interfase, como dissemos, é uma etapa que não ocorre a divisão da célula. Na fase G1 da interfase ocorre o
sendo ele direcionado para oamadurecimento da célula por meio da produção de RNA no núcleo da célula, 
citoplasma, onde ocorre a sua leitura pelos ribossomos e a síntese de proteínas. Essas proteínas serão utilizadas
pela própria célula ou pelo organismo, conforme a necessidade de ambos.
A permanência nessa fase irá variar de acordo com o tipo celular, por exemplo, células epiteliais se renovam
constantemente assim como as células sanguíneas, então o período de permanência nessa fase é menor do que
os neurônios, que raramente se dividem e permanecem nessa fase durante toda a sua existência (JUNQUEIRA &
CARNEIRO, 2012).
Na fase S ocorre a autoduplicação do DNA com o objetivo de dobrar o material genético para que ocorra
. Nessa fase também temos a síntese de histonas, proteínas que servem para o DNA enrolar ea divisão celular
ficar compactado, ocupando assim menos espaço dentro do núcleo celular. Os centríolos também são duplicados
nesse momento (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 2012).
•
•
- -5
Figura 1 - Representação do ciclo celular com as fases G0, G1, S, G2 e M (mitose ou meiose)
Fonte: somersault1824, Shutterstock, 2020.
A imagem apresenta um diagrama mostrando as fases sequenciais do Ciclo Celular, durante o#PraCegoVer: 
qual uma célula eucariótica se duplica e se replica por divisão em células filhas. Nesse diagrama, a fase G1 está
representada em azul, em rosa a fase S, em amarelo a fase G2 e em verde a fase M, que pode ser meiose ou
mitose. Saindo da fase G1, temos representada em roxo a fase G0, que não está dentro do ciclo replicativo da
célula.
Na fase G2 ocorre o fim da síntese de DNA e se inicia novamente a produção de RNA e a síntese proteica,
causando um desequilíbrio na superfície celular e no volume, levando o início da divisão celular. A
divisão celular poderá ocorrer como mitose, em células não reprodutivas em que há manutenção no número de
cromossomos, ou meiose, em células reprodutivas, em que o número de cromossomos será reduzido pela
metade (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 2012).
Fora do ciclo temos a fase G0, que é o período quiescente da célula, ou seja, essa célula não está em
A célula pode sair do G0 e ir para G1, ou pode permanecer durante sua vida em G0,processo de divisão celular. 
como no caso da maioria das células neuronais que permanecem nessa fase.
- -6
1.2 Mitose
A mitose é o Esse processo é importante para que a renovação tecidual, crescimento do organismo e cicatrização.
A prófase, prometáfase, metáfase, anáfase e telófase são as fases da mitose, conforme representadas na figura
“Processo de divisão celular por mitose”.
Figura 2 - Processo de divisão celular por mitose
Fonte: gritsalak karalak, Shutterstock, 2020.
 A imagem apresenta as fases da mitose, representadas com desenho de uma célula, mostrando o#PraCegoVer:
que ocorre em cada uma das etapas dentro dela, até o final da mitose.
PRÓFASE
Os centríolos que se encontram já duplicados desde a fase S iniciam a formação das
fibras do áster e as fibras do fuso mitótico. A membrana do núcleo celular é desintegrada
e o material genético se organiza na forma de cromossomos, também já duplicados, que
irão se prender nas fibras do fuso mitótico pelos centrômeros. Nela também ocorre o
desaparecimento dos nucléolos (CARLSON, 2014).
- -7
PROMETÁFASE Ocorre a fragmentação do envoltório nuclear e no centro dos cromossomos
espiralizados, observamos ainda nessa fase que ocorre formação do cinetócoro, que irá
ligar os cromossomos nos microtúbulos que formam o fuso mitótico.
METÁFASE
Os cromossomos se dispõem na placa equatorial. Nessa fase não é mais observado o
núcleo separado dentro da célula (CARLSON, 2014).
ANÁFASE
Ocorre o encurtamento das fibras do fuso mitótico, separando as cromátides irmãs. O
encurtamento do fuso ocorre devido à perda da subunidade de tubulina dos
microtúbulos.
TELÓFASE
Ocorre a descompactação dos cromossomos. Nessa fase também ocorre a reestruturação
da membrana nuclear, a cariocinese, que é a divisão do núcleo e a citocinese que é a
divisão do citoplasma, formando assim duas células filhas (CARLSON, 2014).
Fique de olho
A divisão da mitose ocorre em cinco fases, sendo elas: prófase, prometáfase, metáfase, anáfase
e telófase, mas não é assim observada em todas as bases literárias. Alguns autores, por
exemplo, classificam a prometáfase como fase de metáfase apenas, sem distingui-las.
- -8
1.3 Meiose
A divisão celular por meiose é um processo em que a célula-mãe gera quatro células-filhas com metade do
número de cromossomos. Para que aconteça essa formação é necessário que ocorram duas divisões
consecutivas:
Meiose I, que é subdividida nas fases prófase I, metáfase I, anáfase I e telófase I.
Meiose II, que é subdividida nas fases prófase II, metáfase II, anáfase II e telófase II.
A meiose é uma divisão celular observada em células do sistema reprodutor, , que no final da divisãoos gametas
apresentam metade do número de cromossomos da célula de origem, conservando assim o número de
cromossomos da espécie.
As células gaméticas são o espermatozoide e o óvulo, que correspondem as células reprodutoras
masculina e feminina, respectivamente. A junção das duas células gaméticas, através da fecundação, une o
material genético, retomando o número de cromossomos presente em células não gaméticas. Nos humanos a
meiose ocorre nos ovários e nos testículos (MOORE, 2008).
A duplicação dos cromossomos ocorre na interfase, assim como ocorre na mitose, iniciando em seguida a
primeira fase, meiose I, que é subdividida nas quatro fases que mostramos acima. A prófase I é ainda dividida em 
, , , e (MOORE, 2008).leptóteno zigóteno paquíteno diplóteno diacinese 
LEPTÓTENO Observamos os cromossomos duplicados e o início da condensação deles.
ZIGÓTENO
Os cromossomos duplicados ficam pareados com os seus homólogos, de forma que os
genes ficam aliados. Os cromossomos nessa fase estão duplicados, assim são quatro
cromátides que formam um complexo proteico chamado de complexo sinaptonêmico,
que ésemelhante a um zíper, mantendo os cromossomos homólogos unidos (MOORE,
2008).
PAQUÍTENO
Ocorre a permutação, chamada de . É um processo caracterizado pelacrossing-over
quebra das cromátides e a ligação dessas porções ao segmento correspondente na
cromátide não irmã, levando a permutação de material genético. A permutação é
importante porque aumenta a variabilidade genética da espécie (MOORE, 2008).
- -9
Figura 3 - Processo de crossing-over
Fonte: Designua, Shutterstock, 2020.
 A imagem apresenta dois cromossomos homólogos pareados em azul e amarelo. Em seguida, os#PraCegoVer:
braços dos cromossomos se cruzam, realizando a troca de material genético, chamada de . Por fimcrossing-over
os cromossomos se separam, ficando o amarelo com uma parte azul e vice-versa.
DIPLÓTENO
Há o desaparecimento do complexo sinaptonêmico, ocorrendo um pequeno afastamento
dos cromossomos, porém as cromátides irmãs permanecem juntas. Já no ponto que
ocorreu o , os cromossomos permanecem unidos em forma de X, sendocrossing-over
chamado esse ponto de quiasma.
DIACINESE Ocorre a quebra do envelope nuclear e o desaparecimento do nucléolo (MOORE, 2008).
Na observamos que os cromossomos homólogos já estão dispostos na placa metafásica.metáfase I,
Em seguida, na anáfase I, observamos que os cromossomos homólogos são então separados, seguindo para
polos opostos.
Devemos lembrar que nesse momento os centrômeros não se separam, assim as cromátides irmãs permanecem
unidas. A separação é observada exclusivamente nos homólogos.
- -10
Por fim, na , observamos um conjunto haploide completo de cromossomos, os quais permanecemtelófase I
duplicados. Por fim, os cromossomos descondensam, o nucléolo reaparece e ocorre a citocinese, gerando duas
células filhas (MOORE, 2008).
Na sequência, inicia-se a , que é a segunda etapa da divisão das células gaméticas. meiose II Essa fase é
, pois é nela que ocorre a separação das cromátides irmãs. Devemos lembrar que entrechamada de equacional
a meiose I e a II não ocorre nenhuma duplicação de material genético, ocorrendo apenas uma pausa no processo
de divisão.
A meiose II também é dividida em prófase II, metáfase II, anáfase II e telófase II. Essas fases são semelhantes a
que ocorre na mitose, porém geram ao final células gaméticas e não somáticas (MOORE, 2008).
Na observamos a formação das fibras do fuso, a desorganização do envoltório nuclear (somente nosprófase II,
casos em que ocorre a sua reconstituição) e o desaparecimento do nucléolo. Em seguida, os cromossomos
iniciam a sua condensação, sendo que ainda são formados por duas cromátides irmãs. Por fim, eles começam a se
alinhar em direção à placa metafásica. Na , os cromossomos já estão alinhados na placa metafásica,metáfase II
estando as cromátides irmãs ligadas aos microtúbulos dos polos opostos através dos cinetócoros.
Em seguida, na , os centrômeros separam-se, e as cromátides, agora separadas, migram para os polosanáfase II
opostos. As cromátides a partir desse momento ficam como cromossomos individuais.
Por fim, na , ocorre a reorganização celular, formando o envoltório nuclear e o nucléolo. Ostelófase II
cromossomos descondensam e ocorre a citocinese. Nesse momento são formadas então duas células-filhas para
cada célula que iniciou a meiose II (MOORE, 2008).
- -11
2 A ciência da embriologia
A embriologia é uma ciência que estuda os embriões desde a sua fecundação até o seu nascimento. Essa ciência
busca conhecer a diferenciação que ocorre no embrião em cada etapa do seu desenvolvimento, no estágio mais
simples até a formação de um organismo complexo.
Quando falamos em embriologia devemos lembrar que ela unifica o conhecimento, pois dá base para
outras ciências, como a biologia celular e molecular, a fisiologia, a anatomia, a imunologia, entre outras,
sendo o seu conhecimento de extrema importância.
- -12
2.1 História da embriologia
Os primeiros relatos da embriologia são datados antes de Cristo por livros de Hipócrates de Cos, um médico
grego do século V a.C. Um século mais tarde, Aristóteles de Estagira descreveu o desenvolvimento embrionário
do embrião de galinha e de outros animais. Já no século II d.C., Claudius Galeno escreveu o livro “Sobre a
 descrevendo sobre o desenvolvimento fetal humano e a sua nutrição formação do feto”, (MOORE, 2008).
Já na Idade Média, no século XI, Constatino e Africano descreveram a sequência de desenvolvimento do embrião
em cada mês da gestação. No século XV, Leonardo da Vinci desenhou, de forma precisa e detalhada, a
 figura “Desenho de um feto,dissecção do útero gravídico e as membranas fetais envolvidas na gestação,
século XV, por Leonardo da Vinci”.
Figura 4 - Desenho de um feto, século XV, por Leonardo da Vinci
Fonte: lolloj, Shutterstock, 2020.
- -13
 A imagem apresenta o desenho de uma barriga com o feto, em que foi realizado um corte coronal#PraCegoVer:
permitindo a visualização do feto com a cabeça voltada para cima, o cordão umbilical e alguns anexos do
embrião. Trata-se da obra de arte de Leonardo da Vinci.
A partir do surgimento dos primeiros microscópios, o médico holandês Regnier De Graaf observou pequenas
câmaras no útero da coelha, estrutura que hoje denominamos blastocistos. No entanto, Dominicus Hamm e Anton
van Leeuwenhoek foram os primeiros a observar o espermatozoide utilizando microscópios mais avançados,
porém não compreenderam a sua função na fertilização.
Em 1775, o italiano Lazarro Spallanzani descreveu que o espermatozoide é importante para dar início a uma
nova vida, pois ele e o óvulo se fundem para gerar o embrião, sendo então o espermatozoide considerado como o
agente iniciador do desenvolvimento (MOORE, 2008).
Nos anos de 1830, grandes avanços foram feitos pelos alemães Matthias Schleiden e Theodor Schwann, que
desenvolveram a . Eles descreveram que o corpo humano é composto de células, sendo formado“teoria celular”
a partir de uma única célula denominada zigoto. A partir disso, com o aperfeiçoamento das técnicas de fixação,
coloração e corte de tecidos.
O suíço Wilhelm His avançou os estudos na compreensão do desenvolvimento e os seus desenhos permitiram a
compreensão e a reprodução dos modelos tridimensionais atuais de embriologia humana (MOORE, 2008).
Em 1935, o alemão Hans Spemann ganhou o prêmio Nobel por ter descoberto o fenômeno de indução primária,
que é como um tecido origina outro tecido no desenvolvimento embriológico. Nos anos de 1978, os britânicos
Robert Edwards e Patrick Steptoe desenvolveram o primeiro bebê de proveta, a partir da fertilização in vitro 
(MOORE, 2008).
Fique de olho
O desenvolvimento da técnica de fertilização possibilitou que diversos casais comin vitro
problemas de fertilidade pudessem ter filhos. A fertilização é uma técnica delicada e demanda
profissionais especializados. O sucesso dessa técnica, no entanto, não é grande na primeira
tentativa, sendo que, na maioria das vezes, exista a necessidade de se realizar outras tentativas
de fertilização para obter o desenvolvimento de um feto.
- -14
3 Biologia do desenvolvimento
A sobrevivência da espécie humana é garantida por séculos devido a sua reprodução, que ocorre a partir da
união do gameta feminino (ovócito) com o gameta masculino (espermatozoide) que juntos formam o zigoto. O
zigoto é uma nova célula que apresenta todas as informações genéticas necessárias para o
desenvolvimento de um novo ser humano.
A reprodução humana só é possível após o início da puberdade, que ocorre entre os 12 aos 15 anos para as
mulheres, e dos 13 aos 16 anos para os meninos. Durante a puberdade os órgãos sexuais amadurecem e o
sistema reprodutor tem então capacidade de reprodução.
- -15
3.1 Espermatogênese e ovogênese
O termo espermatogênese está relacionado com a sequência de eventos que ocorrem com as células
germinativas primitivas até a sua transformação em células germinativas maduras, os espermatozoides. A
maturação dessas células só é iniciada na puberdade e permanece até a velhice.No período fetal, as espermatogônias permanecem inativas nos túbulos seminíferos do testículo. Elas começam a
amadurecer durante a puberdade, ocorrendo o seu crescimento e transformações graduais em espermatozoides
primários, que passam por uma divisão de redução. A primeira divisão da meiose forma os espermatócitos
secundários, que são haploides, ou seja, tem a metade do material genético, porém esse material ainda está
duplicado. Os espermatócitos secundários passam então pela segunda divisão meiótica, formando então quatro
espermátides haploides, com apenas a metade do material genético de uma célula diploide.
Após a divisão por meiose, os espermatozoides passam por um período de especiação. Nesse período, as
espermátides passam por uma diferenciação, perdem quase todo o seu citoplasma e desenvolvem um flagelo, a
partir dos centríolos. Na parte inicial do flagelo encontramos as mitocôndrias, cujo papel é fornecer
energia para a locomoção do espermatozoide.
Na cabeça do espermatozoide temos a região chamada de , que foi originada a partir do acrossomo Complexo
 O acrossomo tem enzimas que auxiliam durante a penetração do espermatozoide no ovócito,de Golgi.
degradando a zona de proteção que ele apresenta, conforme a figura “Representação das etapas da
espermatogênese e ovogênese”.
Fique de olho
O Complexo de Golgi é uma estrutura das células eucarióticas com um papel muito importante 
no organismo dos seres vivos. Esse termo é uma homenagem ao citologista italiano Camillo
Golgi, que descobriu essa estrutura.
- -16
Figura 5 - Representação das etapas da espermatogênese e ovogênese
Fonte: Designua, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: A imagem apresenta um desenho esquemático com a divisão por meiose para a formação dos
espermatozoides e ovócito. Mostra comparativamente o que ocorre na espermatogênese e ovogênese,
correlacionando as duas. No final, apresenta a última divisão e então a fertilização.
- -17
A ovogênese é o evento em que as ovogônias se transformam em ovócito. Nas mulheres, esse processo é
iniciado ainda no período fetal, terminando na puberdade. Ela é um processo recorrente durante a vida
reprodutiva das mulheres, ocorrendo durante todo o período reprodutivo, conforme representa a figura "
Representação das etapas da espermatogênese e ovogênese". As mulheres não permanecem com a capacidade
reprodutiva até a velhice como os homens não, elas encerram o período reprodutivo após os 40 anos, entrando
em um período chamado de menopausa (CARLSON, 2014).
Ainda na vida fetal, as ovogônias proliferam por divisão mitótica. Antes do nascimento do feto ocorre o aumento
do tamanho das ovogônias, dando origem aos ovócitos primários. Após o nascimento, estes completam a prófase
da primeira divisão da meiose e permanecem sem se dividirem até o início da puberdade. Na puberdade quando
se iniciam os ciclos de ovulação, logo após a ovulação, o ovócito termina a meiose I. Porém, o citoplasma não é
dividido igual, sendo que o ovócito secundário recebe a maior parte do citoplasma. A outra metade que
recebeu pouco citoplasma é então chamada de primeiro corpo polar, não sendo uma célula funcional,
degenerando-se rapidamente.
Na ovulação temos então a segunda divisão meiótica do ovócito secundário, ocorrendo o processo até a
metáfase, onde há uma parada na divisão. A segunda divisão meiótica só será completada se ocorrer a
fecundação por um espermatozoide. Assim, quando ocorre a fertilização, novamente a maior parte do citoplasma
fica retida no ovócito maduro, que pode ser chamado também de ovócito fertilizado. A outra célula é chamada
 O ovócito secundário que é liberado nade segundo corpo polar e também se degenera rapidamente.
ovulação está envolvido por uma zona pelúcida e pela corona radiada, que funcionam como uma capa protetora
para essa célula. As mulheres geralmente produzem cerca de dois milhões de ovócitos primários, porém
somente cerca de 40.000 permaneceram até a puberdade, e 400 irão amadurecer durante a vida reprodutiva. Já
os homens produzem espermatozoides durante toda a sua vida e após a puberdade, ocorrendo uma redução no
número com a velhice, mas não necessariamente o homem fica incapaz de reproduzir, como ocorre com as
mulheres (CARLSON, 2014).
- -18
3.2 Ciclo ovariano
Os hormônios folículo estimulante (FSH) e luteinizante (LH) promovem mudanças cíclicas nos ovários. Em cada
ciclo, o FSH atua promovendo o crescimento de vários folículos primários, mas somente um irá chegar à fase
madura e vai expelir o ovócito. Mensalmente, 4 a 11 folículos degeneram-se no corpo feminino (MOORE, 2008).
O folículo desenvolvido é caracterizado pelo crescimento e diferenciação de um ovócito primário, pela
proliferação das células foliculares, formação da zona pelúcida e pelo desenvolvimento da teca folicular.
A teca folicular tem duas camadas, a interna e a externa. Na camada interna ela é vascular e glandular; na
externa é semelhante a uma cápsula. As células da teca produzem um fator de angiogênese, responsável pela
formação dos vasos sanguíneos da teca interna e que nutre o desenvolvimento do folículo (MOORE, 2008).
Na ovulação ocorre a divisão das células foliculares, formando uma camada envolta do ovócito. Em seguida, o
folículo ovariano assume um formato oval e o ovócito fica em posição excêntrica, devido à proliferação das
células foliculares serem mais rápidas de um lado. Além disso, são formados espações cheios de fluídos em torno
das células, que se unem e formam o antro (região que fica o fluido folicular).
Após a formação do antro, o folículo ovariano passa a ser chamado de folículo secundário. O folículo continua a
crescer até formar o folículo ovariano maduro. Em um ciclo menstrual de 28 dias, no meio do ciclo, ou seja,
no 14º dia, o FSH e o LH estimulam o folículo ovariano a crescer rapidamente.
A ovulação ocorre após um pico na produção de LH, normalmente após 12-24 horas desse pico. O aumento de LH
provoca o aumento do estrógeno na corrente sanguínea, levando também a liberação do ovócito secundário
(MOORE, 2008).
Após a ovulação, o folículo ovariano se transforma em corpo lúteo, sobre influência do LH, e começa a secretar
progesterona e um pouco de estrógeno. A progesterona leva as glândulas do endométrio a preparar o
endométrio para a implantação do ovócito fertilizado (MOORE, 2008).
Quando o ovócito é fertilizado, o corpo lúteo permanece crescendo e aumenta a sua produção hormonal até o
estabelecimento da gravidez, fase em que começa a produção da gonadotrofina coriônica humana (hCG) e que
leva a degeneração do corpo lúteo. O corpo lúteo permanece assim, ativo só até a vigésima semana, depois a
placenta já formada assume a produção do estrógeno e progesterona para a manutenção da gravidez. No
entanto, quando não ocorre a fertilização, o corpo lúteo degenera a partir do 10 ao 12º dia após a ovulação,
formando um tecido cicatricial branco no ovário, chamado de corpo albicans.
- -19
3.3 Ciclo menstrual
As mulheres apresentam várias fases reprodutivas ao longo da vida, sendo indiciada na infância até a velhice.
Essas fases podem ser divididas em ciclos:
INFÂNCIA
O primeiro ciclo, em que não há mudanças nos hormônios sexuais.
MENARCA
Marca o final da infância, entre 10 a 15 anos, e início da puberdade, ou seja, a primeira menstruação. A primeira 
menstruação marca o início da vida reprodutiva da mulher, podendo ocorrer precocemente, antes dos 10 anos
de idade e tardiamente após os 15 anos de idade.
MENACME
Como é chamada a idade fértil de uma mulher, iniciando na puberdade e finalizando na menopausa. Durante
esse período a mulher pode engravidar, sendo que quando mais jovem maiores são as chances, ocorrendo um
declínio a partir dos 35 anos de idade. Isso ocorre porque os óvulos são formandos no período embrionário,
ocorrendo apenas o seu amadurecimento durante a idade fértil da mulher (MOORE, 2008).
CLIMATÉRIO
Transição do período fértil para o período não reprodutivo. A primeira fase do climatérioocorre a partir dos 40
anos quando o ciclo menstrual reduz, embora o fluxo possa ser abundante. A segunda fase ocorre por volta dos
50 anos e, nessa etapa, o ciclo fica mais longo e o fluxo bem menor.
PERIMENOPAUSA
Ocorre de 2 a 3 anos antes da última menstruação.
MENOPAUSA
Marca o fim da menstruação e da ovulação, portanto já não é possível engravidar naturalmente. A menopausa é
definida pela última menstruação.
- -20
O período menstrual tem duração média de 5 dias, porém pode variar de 3 até 8 dias, dependendo da
 O início do ciclo menstrual ocorre de forma irregular, ou seja, a duração do sangramento e o intervalomulher.
entre uma menstruação pode variar de 25 até 30 dias, em média. Com o amadurecimento do corpo, os ciclos
tendem a ser regulares.
Durante os primeiros ciclos menstruais ocorrem diversas mudanças no corpo da mulher, como o aumento dos
quadris, o estirão do crescimento, o desenvolvimento das mamas e o crescimento dos pelos pubianos, devido ao
início da produção hormonal de estrogênio e progesterona pelos ovários (MOORE, 2008).O ciclo menstrual
dura em média 28 dias e é dividido em três fases, de acordo com a variação hormonal.
PRIMEIRA
F A S E -
FOLICULAR
Iniciada no primeiro dia da menstruação, tem uma duração de 5 até 12 dias, dependendo
do ciclo de cada mulher. Nesse período, ocorre um aumento de FSH, devido a um estímulo
da hipófise, levando assim ao amadurecimento dos óvulos. A partir do início do
amadurecimento, o ovário começa a liberar uma quantidade maior de estrogênio, que irá
preparar o útero para a gravidez (MOORE, 2008).
SEGUNDA
F A S E -
OVULATÓRIA
O estrogênio continua aumentando, produzindo LH. Quando chega ao 14º dia do ciclo
ocorre então a ovulação. O óvulo pode permanecer viável por uma média de 24 horas
dentro do corpo da mulher. Quando não ocorre a fecundação, o folículo regride, reduzindo
os níveis de progesterona e estrogênio, dando início à menstruação e o próximo ciclo
menstrual (MOORE, 2008).
TERCEIRA
FASE - LÚTEA
Ocorre em média nos últimos 12 dias do ciclo. Durante esses dias, o folículo deixado pelo
óvulo dentro do ovário começa a produzir progesterona em maior quantidade, para
continuar preparando o revestimento do útero para o caso de uma possível gravidez.
- -21
4 Fecundação
A fecundação ocorre com a . Isso acontece normalmentejunção do gameta feminino com o gameta masculino
na ampola da tuba uterina, na sua porção mais longa e com maior diâmetro. Quando não ocorre a fecundação, o
ovócito segue em direção ao útero onde é degenerado e reabsorvido. A fecundação pode ocorrer em outras
partes do corpo, sendo chamada de gravidez ectópica.
A gravidez ectópica é então a fecundação e/ou desenvolvimento do embrião fora da cavidade uterina. Ela
pode ocorrer na tuba uterina ou na cavidade abdominal, e acomete 1% da população feminina. Esse tipo de
gravidez pode levar a dores abdominais e até mesmo a morte da mulher, em casos de rompimento da tuba
uterina ou alguma complicação.
Mas então se a fecundação pode ocorrer fora da tuba uterina, ela acontece quando o ovócito chega ao útero?
Não, ela só pode ocorrer na tuba uterina, mas o óvulo fértil pode migrar para a cavidade abdominal ou
permanecer na tuba uterina, gerando esse tipo de gravidez.
A fecundação parece ser simples, porém é uma sequência complexa de eventos que se inicia a partir do contato
do espermatozoide com o ovócito e termina após o embaralhamento dos cromossomos maternos e paternos na
metáfase da primeira divisão mitótica do zigoto. A falha durante essa sequência de eventos resulta na morte do
embrião, e a mulher muitas vezes nem fica sabendo que houve o início da fecundação.
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4.1 Fases da fecundação
A fecundação é dividida em seis fases, as quais vamos conhecer detalhadamente.
PRIMEIRA FASE
É a passagem do espermatozoide pela corona radiada que envolve a zona pelúcida do ovócito. A degradação
dessas células foliculares ocorre pela ação enzimática da hialuronidase, que é liberada pelo acrossomo do
espermatozoide. Outras enzimas, como as enzimas da mucosa do tuba uterina auxiliam a hialuronidase. O
movimento da causa do espermatozoide também é importante nesse processo, pois se ele não tiver esse
movimento ele não consegue romper essa primeira barreira (MOORE, 2008).
SEGUNDA FASE
É a penetração na zona pelúcida que envolve o ovócito. As enzimas esterases, acrosina e a neuraminidase causam
o rompimento da zona pelúcida levando um afrouxamento e a formação de um caminho que permite com que o
espermatozoide chegue ao ovócito. Dessas três enzimas, a acrosina é uma enzima proteolítica se destaca no
auxílio dessa degradação. Quando o espermatozoide penetra a zona pelúcida, ocorre uma reação, mudando a
propriedade dessa zona e impedindo que outro espermatozoide também penetre. Essa mudança ocorre a
alteração da composição da capa extracelular de glicoproteínas, devido à ação de enzimas lisossômicas que são
liberadas pelos grânulos corticais que estão próximos a membrana plasmática do ovócito (MOORE, 2008).
TERCEIRA FASE
É a fusão das membranas plasmáticas do ovócito e dos espermatozoides, ocorrendo a junção do material genético.
QUARTA FASE
Ocorre o término da segunda divisão meiótica do ovócito e a formação do pronúcleo feminino. Após a entrada do
espermatozoide, o ovócito completa a sua divisão, tornando-se então maduro, librando o seu segundo corpo
polar. Por fim, ocorre a descondensação dos cromossomos maternos e o núcleo do ovócito maduro passa a ser o
pro núcleo feminino (MOORE, 2008).
QUINTA FASE
Ocorre a formação do pro núcleo masculino, em que já no citoplasma do ovócito, o núcleo do espermatozoide
aumenta, formando-o.
SEXTA FASE
As membranas dos pro núcleos se desintegram, ocorrendo a condensação dos cromossomos e a preparação para
a primeira divisão mitótica, chamada de clivagem. O resultado da fecundação é então um zigoto com um número
total de cromossomos de 46, sendo 23 de origem feminina e 23 de origem masculina (MOORE, 2008).
 A proteínaO processo de fertilização termina em até vinte e quatro horas após ocorrida a ovulação.
chamada de fator do início da gravidez (EPF) é então secretada pelo trofoblasto e aparece no sangue materno de
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24 a 48 horas, após a fertilização. Essa proteína é a utilizada para detecção de gravidez ainda nos primeiros dez
dias de desenvolvimento do embrião.
A fecundação resulta em uma variação genética da espécie humana, pois ocorre o embaralhamento dos
 cromossomos maternos e paternos (MOORE, 2008). Na fecundação ainda é determinado o sexo do embrião,
pelo espermatozoide. Ele pode ser portador do cromossomo X, gerando um embrião XX (feminino) ou ser
portador de um cromossomo Y, gerando um embrião XY (masculino). No final da fecundação ocorre ainda a
clivagem, que é a primeira divisão celular do zigoto (MOORE, 2008).
A genética do zigoto é única, pois metade dos cromossomos são maternos e a outra metade paternos. A
combinação dos cromossomos do zigoto é diferente da existente nas células dos progenitores, permitindo assim
a herança de genes dos pais e também a variação genética.
4.2 Dispermia gera a triploidia
Normalmente, somente um espermatozoide consegue penetrar na zona pelúcida e fertilizar o ovócito, mesmo
que inicialmente vários tenham chegado juntos e comecem a tentar degradar essa zona. Porém, pode ocorrer a
dispermia, que é entrada de dois espermatozoides, gerando um embrião com um número maior de
cromossomos, ou seja, sessenta e nove cromossomos e não quarenta e seis que é o normal. Apesar disso, os
embriões não conseguem desenvolver, pois apresentam retardo no crescimento uterino e diversas anomalias no
sistema nervoso, provocando então o aborto espontâneo (MOORE, 2008).
O aborto pode ocorrer também devido à presença de um número de cromossomos a mais ou um número a
menos. Porém, quando o número de cromossomos não é tão diferente, por exemplo um a mais ou um a menos,
pode ocorrer o desenvolvimento do embrião, gerando síndromesleves ou até graves.
é isso Aí!
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer como é o ciclo celular e quais são suas principais etapas;
• entender sobre mitose e meiose, suas finalidades, como ocorrem e em quais tipos de células elas podem 
estar presentes;
• estudar sobre a embriologia e conhecer como ela surgiu ao longo da história;
• conhecer a biologia do desenvolvimento;
• conhecer a espermatogênese e ovogênese, suas etapas e o resultado obtido ao final de cada uma delas;
• aprender como ocorrem e quais são as etapas do ciclo ovariano, ciclo menstrual e da fecundação.
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Referências
CARLSON, B. M. . Rio de Janeiro: Elsevier Brasil, 2014.Embriologia humana e biologia do desenvolvimento
JUNQUEIRA, L. C. & CARNEIRO, J. 9. ed. São Paulo: Editora Guanabara Koogam,Biologia celular e molecular.
2012.
MOORE, K. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier Brasil, 2008.Embriologia básica. 
	Olá!
	1 Introdução ao ciclo celular
	1.1 O que é o ciclo celular
	INTERFASE
	MITOSE OU MEIOSE
	a
	1.2 Mitose
	1.3 Meiose
	a
	2 A ciência da embriologia
	2.1 História da embriologia
	3 Biologia do desenvolvimento
	3.1 Espermatogênese e ovogênese
	3.2 Ciclo ovariano
	3.3 Ciclo menstrual
	4 Fecundação
	a
	4.1 Fases da fecundação
	4.2 Dispermia gera a triploidia
	é isso Aí!
	Referências

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