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Prévia do material em texto

C R I M I N O L O G I A
E M D E Z 
P A S S O S
VOL. 1
Rubens Correia Junior
UMA INTRODUÇÃO À 
CRIMINOLOGIA
 
CRIMINOLOGIA E SEUS OBJETOS
COM QUESTÕES PARA CONCURSO
CRIMINOLOGIA
EM DEZ PASSOS
Rubens Correia Junior
CRIMINOLOGIA
EM DEZ PASSOS
Volume 1
1ª Edição
 
Quipá Editora
2021
© 2020 por Rubens Correia Junior
Todos os Direitos Reservados
SOBRE O AUTOR: Criminólogo, advogado e palestrante nas áreas de Direito Penal,
Criminologia e Política Criminal. Mestre em Ciências pela USP/Ribeirão Preto - Escola
de Enfermagem/ Centro Colaborador da OMS. Linha de pesquisa: Promoção de saúde
mental / Estudos sobre a conduta, a ética e a produção do saber em saúde. Pós-
graduado em Criminologia. Pós-graduado em Direito Penal e Processo Penal.
Atualmente é professor de Pós-graduação em diversas instituições no Brasil e na
América Latina em disciplinas como legislação penal especial, crimes tributários,
criminologia e comportamento violento, criminologia e psicanálise, segurança pública,
sistemas de controle social, criminologia crítica, instituições totais, história do
pensamento criminológico etc. Coordenador do curso de Direito da FACTHUS/MG.
Coordenador e professor de extensão em Criminologia e Política Criminal. Na
graduação, ministra aulas de Direito Penal parte geral, especial, Direito Processual
Penal, Antropologia e criminologia. Escritor com temáticas voltadas ao estudo
criminológico e homicidas em série. Tradutor de obra na área de criminologia e
psicanálise. 
O conteúdo deste livro, bem como seus dados, forma, correção e confiabilidade são de
exclusiva responsabilidade do autor. Devem ser atribuídos os devidos créditos autorais. 
É proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio e para qualquer
fim, sem autorização prévia, por escrito, do autor. Obra protegida pela Lei de Direitos
Autorais. Sujeitando-se à busca e apreensão e indenizações diversas. (Lei 9.610/98).
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
C824
 
Esta obra foi publicada pela Quipá Editora em janeiro de 2021.
Correia Junior, Rubens 
Criminologia em dez passos. ― Vol. 1. / Rubens Correia Junior. ―
Iguatu : Quipá Editora, 2021.
62 p. : il.
ISBN 978-65-89091-22-6
1. Direito. 2. Direito Penal. 3. Criminologia. I. Título.
CDD 345
Este livro dedico a todos os vulneráveis e minorias que morrem a
cada dia em nosso país, unicamente pela posição que ocupam no
cenário social.
SOBRE A MONSTRUOSIDADE
O conceito de monstro tem um efeito nefasto, pois reduz as
possibilidades e saídas e nos deixam apenas duas respostas
viáveis ao fenômeno do criminoso em série: ou são monstros e
irresponsáveis ou são monstros, portanto incorrigíveis e devem
ser condenados à morte. Nenhuma destas saídas pode parece
ser correta.
Rubens Correia Jr
PRÓLOGO
Em relação a todos os livros que escrevi talvez nenhum se identifique tanto
comigo quanto este. A criminologia está em minha vida de maneira indissociável.
Sempre afirmo que tal ciência não é um estudo apenas, não se limita a uma forma de
conhecimento, mas sim é uma maneira de se ver a vida e vivenciar experiências.
A criminologia, em particular a sua forma crítica, tem a condição de mudar
toda a perspectiva que temos do mundo. Para olharmos a construção social de
maneira analítica, realista (e talvez, quem sabe, um pouco otimista). 
Refletir sobre o comportamento e principalmente sobre as bases da
sociedade (em especial a sociedade judaico-cristã ocidental) é o objetivo principal da
criminologia nos dias atuais. Em cada gesto, em cada política pública, em cada ação
individual ou coletiva conseguimos verificar as teorias criminológicas, sejam elas
biodeterministas, sociodeterministas ou críticas. De consenso ou conflito.
Interpretar criminologicamente comportamentos é interpretar a vida que nos
cerca. É entender que a intolerância, a formação de um contingente humano de
minorias desfavorecidas, o desequilíbrio econômico, a acumulação de poder e também
riqueza não são construções arbitrárias ou eventuais.
Neste ponto, a criminologia se torna angustiante. Pois, descobre-se que
nada é por acaso na construção de uma sociedade de conflito. Que os protagonistas e
coadjuvantes sociais são edificados intencionalmente e o crime assume neste cenário
um papel indissociável e irresolúvel.
 A criminologia está, então, associada a nós, do momento que acordamos e
até mesmo enquanto dormimos. Da perspectiva lombrosiana dos vilões dos desenhos
de Hanna-Barbera às letras das músicas populares que sedimentam preconceitos e
determinismos1.
1Hanna-Barbera foram os criadores de desenhos que acabaram por moldar várias gerações de crianças
entre as décadas de 1960 e 1990, embora tenha influência até os dias atuais. São deles desenhos
clássicos como Os Flintstones, Scooby-Doo, Smurfs, Zé Colmeia, Os Jetsons, Corrida Maluca, Jonny
Quest, Tutubarão, Space Ghost, Superamigos. Pode-se notar que na criação de tais personagens
icônicos os vilões como Dick Vigarista, Gargamel, Zorak (Space Ghost), em geral tinham o traço mais
pesado, as características físicas mais estigmatizáveis e, em regra, não eram providos de atribuições
estéticas. Embora acredite-se que não foi uma ação deliberada dos criadores e desenhistas, há uma
clara influência do positivismo lombrosiano (que abordaremos em fascículos futuros) na formação destes
estereótipos sociais. 
Aprender criminologia então é aprender a ver o mundo sem seu verniz. Sem
o véu da ignorância ou benção da não informação. Embora seja angustiante, o
resultado pode ser satisfatório com as descobertas questionadoras. 
Relembramos neste sentido Nietzsche: 
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
“SIGA A TUA ANGÚSTIA, ELA É O CAMINHO RUMO A TI MESMO”
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Portanto, o objetivo secundário neste livro é traçar para vocês os pontos
básicos da criminologia. Mas, primordialmente, o objetivo é fazer com que o leitor
entenda a posição das peças desse jogo de xadrez que é a formação das sociedades
modernas. 
Espero que entendam as diretrizes da ciência, mas espero mesmo que
todos os leitores encontrem seu lugar nesta engrenagem social.
“SIGA A TUA ANGÚSTIA, ELA É O CAMINHO RUMO A TI MESMO”“SIGA A TUA ANGÚSTIA, ELA É O CAMINHO RUMO A TI MESMO”
APRESENTAÇÃO
A Criminologia é hoje uma ciência consolidada que visa à análise dos
fenômenos humanos de maneira abrangente e tem no comportamento violento ou
delituoso, a vítima, o controle social e o crime seus objetos principais.
A criminologia é considerada uma ciência relativamente jovem2, empírica
(baseada na experimentação) e bastante controversa, uma vez que seu objeto de
estudo se modificou e/ou se aperfeiçoou ao longo das décadas. Hoje, reiteramos, se
considera como objeto o estudo do crime, criminoso, delinquência, suas manifestações,
vítima e a engrenagem de controle social.
A disciplina em questão promove a reflexão da sociedade e do
comportamento humano por meio de uma série de escolas e teorias que formam o
arcabouço conceitual da Criminologia desde sua criação na segunda metade do século
XIX até os dias atuais. Vale ressaltar que tal disciplina deve ser analisada frente à sua
época e também contextualizada juntamente com as estruturas de controle e poder
social.
No entanto, nem sempre foi desta maneira. Até o século XIX tanto o delito
como os personagens que o envolvem não eram estudados de maneira sistemática e
minimamente estruturada, ademais não havia uma ciência que se dedicasse a analisar
e refletir sobre o comportamento humano taxado como desviado do ponto de vistacriminal.
Apenas a partir do final do século XIX que a criminologia se consolidou como
ciência, mas isto não significa que os problemas relativos ao desenvolvimento de tal
disciplina haviam findado. Pelo contrário. Na verdade, por décadas, o estudo
criminológico foi considerado auxiliar frente ao Direito Penal, ou seja, não tinha ou não
deveria ter protagonismo diante do controle normativo dado pelas ciências penais.
Ademais, a criminologia parecia, nos seus primeiros anos, querer resolver o
dilema da violência com ações objetivas e simplórias. As explicações biodeterministas
tinham a intenção de concluir sobre a criminalidade e logo aproximar o estudo do
complexo fenômeno com a resolução de questões das ciências naturais. Ou seja, havia
2Embora a humanidade sempre buscou entender o comportamento humano, mesmo que primitivamente, a 
criminologia somente surgiu como ciência em 1876. Tal percurso histórico será abordado nos próximos fascículos
uma necessidade de simplificação do fenômeno criminal, que sendo biodeterminado
poderia ser extirpado algum dia.
No entanto, o século XX trouxe a certeza que a diversidade de situações e
sujeitos no mundo exigiria uma criminologia abrangente e plural que fosse além do
determinismo biológico do sujeito e avançasse para os diferentes cenários onde o
indivíduo estivesse situado, com protagonismo de suas relações humanas, suas
relações sociais, afetivas e econômicas.
Neste desenvolvimento, houve também a tentativa de explicações sócio-
deterministas para o comportamento marginal, onde a inter-relação entre os sujeitos e a
relação do cidadão com o seu próprio habitat tornaram-se protagonistas na tentativa de
se explicar os fenômeno desviantes.
O desenvolvimento desta ciência trouxe, ao longo do século XX, a descoberta
(ou o questionamento) que a sociedade não era una e indivisível, tampouco era coesa.
Mas, sim, as sociedades eram (e são) pautadas no dissenso, coerção e na contradição.
Assim, a criminologia peregrinou por diversas áreas e ciências, em alguns
pontos avançou em outros retrocedeu durante sua história. Mas, em determinado
momento resolveu também se modificar. De maneira autofágica criticou seus próprios
dogmas e viu que o sistema de controle social deveria ser o verdadeiro protagonista dos
estudos e análises.
Uma vez que esse sistema de controle era um fruto direto da engrenagem
social que estamos inseridos, principalmente na estrutura econômica capitalista tão
difundida nos países ocidentais.
Além disso, hoje não há a possibilidade de analisar o fenômeno criminoso e
todos os personagens que o rodeiam, sem antes criticar todo o mecanismo político-
cultural e econômico. Pois, o ser humano não é um ponto isolado neste universo de
tensões, angústias e dúvidas.
Assim, a Criminologia moderna traz a humanização do objeto do Direito
Penal, traz também a crítica necessária aos mandamentos sociais e principalmente ao
Direito como um todo (principalmente enquanto ferramenta para a manutenção e
potencialização da verticalização da estratificação social3). Sem olvidar também da
3Embora seja uma expressão de linguagem rebuscada, a verticalização da estratificação social nada
mais é que a estrutura social perenemente reforçada de desequilíbrio econômico. Ou seja, é a
eternização dos pobres e proletariados em posições desfavorecidas e submissas no cenário social e a
potencialização e manutenção dos ricos nas posições de domínio e discricionariedade das relações
sociais
vítima e do papel que esta exerce no fenômeno criminoso. Não há interpretação
normativa que deva passar incólume ao crivo da análise criminológica.
Nesta presente coletânea, traz-se apenas uma ideia geral e inicial deste
instrumento de crítica e mudança que se chama Criminologia. É essencial que o leitor
(a) tenha em mente que procuramos apenas traçar as diretrizes desta ciência e que as
questões humanas vão ultrapassar, e muito, as possibilidades aqui representadas.
Vale ressaltar que a sociedade se desenvolve e também, por vezes, retrocede
em alguns fenômenos cíclicos de intolerância, violência e abuso. A Criminologia se
apresenta em várias vertentes e escolas. Algumas consolidaram o ideário da defesa
social e devem assim ser criticadas e revistas, enquanto outras estão em flagrante
desatualização e por fim temos outras que tão pouco foram colocadas em prática.
Cabe ao leitor (a) refletir e verificar que a Criminologia talvez dê incontáveis e
distintas respostas ao fenômeno criminoso, mas cabe a nós começarmos a fazer as
perguntas certas. 
Ao final desta coletânea, esperamos que ao leitor (a) seja oportunizado
identificar a trajetória do pensamento criminológico em toda sua dimensão histórica e
também ideológica, e sua evolução nos últimos séculos. Este caminho se dará pelas
principais teorias e autores que marcaram o desenvolvimento da disciplina desde o seu
surgimento. A criminologia é uma disciplina de cunho naturalmente transdisciplinar e
assim deve ser interpretada. A crítica e entendimento destes aspectos serão vitais ao
desenvolvimento de toda e qualquer abordagem político-criminal como também de
segurança pública.
Ademais, em alguns números dessa coletânea o leitor (a) será confrontado
(a) com o entendimento de como a criminologia se aplica em nosso cotidiano. Como se
pode utilizar tal teoria nas relações familiares, sociais etc. Soma-se a isso a
possibilidade de interpretar cada fenômeno desviante sobre vários prismas. Buscando
sempre (e mais) a EXPLICAÇÃO de cada fenômeno criminoso do que sua mera
JUSTIFICAÇÃO. 
No último número (passo), será abordado o PARECER CRIMINOLÓGICO e
como pode o (a) profissional criminólogo(a) potencializar seus serviços e obter ganhos
financeiros com isso.
Esta obra objetiva levar o leitor (ou leitora) a uma reflexão referente à
Criminologia no tocante ao seu conceito, método, objeto, finalidade e evolução histórica;
além das teorias sociológicas da criminalidade; vitimologia; O Estado Democrático de
Direito e a prevenção da infração penal (delito). Fatores condicionantes e
desencadeantes da criminalidade que compõe o arcabouço mínimo de toda e qualquer
medida de caráter preventivo dentro da realidade da segurança pública e das políticas
criminais.
Enfim, é uma obra para se aprender criminologia, mas também para que se
estude e compreenda como a criminologia deve ser encarada profissionalmente.
Rubens Correia Jr.
18 de janeiro de 2021
SUMÁRIO
PRÓLOGO
APRESENTAÇÃO
PASSO I - INTRODUÇÃO À CRIMINOLOGIA
CONCEITO, MÉTODO, OBJETO E FINALIDADE.............................................................14
1.1 Conceito.......................................................................................................................15
1.2 Método.........................................................................................................................19
1.3 O Objeto........................................................................................................................22
1.4 O Crime.........................................................................................................................23
1.5 O Criminoso..................................................................................................................28
1.6 O Controle Social.........................................................................................................34
1.7 A Vítima.........................................................................................................................36
1.8 Finalidade.....................................................................................................................37
1.9 Diferença entre Criminologia e Direito Penal...........................................................39QUESTÕES DE CONCURSOS ..........................................................................................42
FOLHAS DE RESPOSTAS ……………..........................................................................…55
GABARITO DE QUESTÕES...............................................................................................57
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................................58
PASSO I
INTRODUÇÃO À CRIMINOLOGIA
CONCEITO, MÉTODO, OBJETO E FINALIDADE
CRIMINOLOGIA EM DEZ PASSOS - #1
Para se entender a Criminologia é importante que o aluno saiba que tal ciência
é antes de tudo histórica e conceitual. Portanto, se atente às datas, anos e períodos
históricos. 
Etimologia da palavra:
 
O que é criminologia?
1.1 Conceito
Etimologicamente a Criminologia se faz pela junção em latim de “crimen” (delito)
e da palavra grega “logos” (estudo ou tratado). Ainda que o surgimento desta ciência tenha
CRIMINO LOGIA
ESTUDOCRIME
15
CRIMINOLOGIA EM DEZ PASSOS - #1
sido atribuído ao Médico Lombroso4, o vernáculo foi estabelecido com pioneirismo pelo
antropólogo Francês Paul Topinard apenas em 1879. E somente em 1885 a criminologia
se consolida enquanto nomenclatura com o livro homônimo de Garófalo (PENTEADO
FILHO, 2016).
Pode-se definir a Criminologia como uma ciência (caráter científico)
transdisciplinar/interdisciplinar que estuda o crime, o criminoso, a vítima e todos os
4Embora seja considerado o “pai” da criminologia, Lombroso não cita esta palavra em seu livro “O homem 
delinquente” (1876).
16
CRIMINOLOGIA EM DEZ PASSOS - #1
fenômenos que envolvem a criminalidade, assim como a rotulação e etiquetamento de
sujeitos e a ideologia de controle utlizando de metodologia empírica.
Para Shecaira (2004, p. 31):
A criminologia é um nome genérico designado a um grupo de temas
estreitamente ligados: o estudo e a explicação da infração legal; os
meios formais e informais de que a sociedade se utiliza para lidar
com o crime e com os atos desviantes; a natureza das posturas com
que as vítimas desses crimes serão atendidas pela sociedade; e, por
derradeiro, o enfoque sobre o autor destes fatos desviantes.
Ou seja, tal ciência se faz pelo estudo de um fato humano que se identifica
como crime do ponto de vista social e/ou legal5. Ademais tal estudo engloba ainda as
perspectivas sociais do comportamento humano e também os programas de segurança
pública voltados para a prevenção eficaz do que se considera infração penal.
É inegável que a principal preocupação da criminologia no ideário popular seja o
estudo das causas do delito e seu autor. Embora alguns autores afirmem que tal
perspectiva (etiológica6) tenha sido abandonada ela ainda movimenta grande parte das
pesquisas e trabalhos criminológicos nos dias de hoje.
No entanto, tal ciência não se resume tão somente na busca de explicações
para o fenômeno delitivo individual. Mas cuida também de analisar como este processo se
constrói coletivamente, e como a engrenagem social influencia na construção simbólica do
delito, buscando respostas para prevenir condutas desviadas sem esquecer, por vezes, de
questionar a tipificação destas mesmas condutas para o Direito Penal o interpretando
como um instrumento de controle e seletividade.
Para Garcia-Pablos de Molina (2013, p. 15):
Criminologia é ciência empírica e interdisciplinar, que se ocupa do
estudo do crime, da pessoa do infrator, da vítima e do controle
social do comportamento delitivo, e que trata de subministrar uma
5Alguns autores definem o crime como um fenômeno social e comunitário. Uma vez que sua incidência se dá
em toda sociedade e pela comunidade deve ser resolvido (MOLINA, GOMES, 2002).
6A etiologia é um ramo do conhecimento onde o objetivo é a busca das causas e origens de determinado
fenômeno. A perspectiva etiológica na criminologia visa determinar a origem do delito e principalmente as
causas que levam alguém a delinquir.
.
17
CRIMINOLOGIA EM DEZ PASSOS - #1
informação válida, contrastada, sobre a gênese, a dinâmica e as
variáveis principais do crime – contemplando como problema
individual e problema social –, assim como sobre os programas de
sua prevenção eficaz, as técnicas de intervenção positiva do homem
delinquente e em sua vítima e os diversos modelos ou sistemas de
resposta ao delito.
Embora haja a consolidação dos objetos da criminologia como sendo o
criminoso, o crime, a vítima e o controle social é válido ressaltar que alguns autores
consideram que a criminologia moderna deve ter como reais objetos o criminoso, a
vítima e a comunidade. Neste sentido podemos acrescentar a conceituação de
Habermann (2010, p. 19):
18
CRIMINOLOGIA EM DEZ PASSOS - #1
Criminologia é uma ciência de natureza autônoma, que estuda as
causas e efeitos da criminalidade baseada no estudo do homem
delinquente, observando seu comportamento, sua personalidade
e conduta, visando métodos de prevenção e tratamento utilizando-
se das ciências humanas e sociais para reeducá-lo. Esta ciência
apoia-se na investigação da realidade reunindo informações
confiáveis em relação ao problema social buscando dados do delito e
seu autor, comparando, analisando e classificando os resultados de
tal investigação, facilitando o trabalho da justiça quanto à
aplicabilidade das medidas punitivas.
A criminologia, portanto é uma ciência e como tal se edifica com um método
identificável e um objeto delineável.
1.2 Método
Antes de se adentrar no conceito da Criminologia como Ciência, deve-se
ressaltar que as ciências humanas (por vezes) sofrem críticas por trazerem conhecimentos
de difícil refutação que não tenham uma validade universal. Por haver dificuldades frente a
afirmações integrais e fórmulas incondicionais as ciências humanas são questionadas
frente ao seu método e aplicação.
No entanto, embora não seja uma ciência “exata” a Criminologia desde o final
do século XIX traz um método de pesquisa fundado no empirismo e na experimentação
que lhe confere validade. Assim, a Criminologia fornece conhecimento válido e
comprovado a cerca dos fenômenos que envolvem a criminalidade em toda sua
complexidade.
Neste sentido Maíllo (2007, p. 25) lembra: “O método científico é único e é
legítimo aplicá-lo tanto por parte das chamadas ciências naturais, como a Física em
primeiro lugar, como pela Sociologia, a História... ou a Criminologia”.
Partindo da observação da realidade o Criminólogo analisa os fatos, sujeitos e
acontecimentos com base na experimentação. Uma ciência do Ser com método indutivo
(visão indutiva da realidade). 
19
CRIMINOLOGIA EM DEZ PASSOS - #1
…………………………………………………………………………………………………………
A CRIMINOLOGIA NÃO SE CONTENTA COM O SENSO COMUM E BUSCA
SUAS RESPOSTAS NA OBSERVAÇÃO E EXPERIÊNCIA
………………………………………………………………………………………...
Ou seja, a criminologia não se contenta com o senso comum e busca suas
respostas na observação e experiência. Seu método é, portanto científico7. A criminologia,
portanto, sendo experimental é uma ciência empírica e se diferencia do direito penal que é
uma ciência do “dever ser” dado seu caráter jurídico e dogmático.
Neste sentido, a Criminologia não se contenta com as afirmações e conceitos
consolidados no ideário popular e busca as comprovações empíricas para validar seus
conceitos. Embora seja uma ciência humana que cuida de um fenômeno humano
complexo como o crime e seu sujeito, as ciências criminológicas utilizam-se da
transdisciplinaridade para verificar a raiz de seus acontecimentos.
Neste sentido, ótima a observação de Maíllo (2007, p. 26) que afirmou:
Hirschi e Stark, por exemplo, afirmam que, segundo o sensu comum,
assistir à missa reduza à criminalidade – porque favorece a
internalização e aceitação de valoresmorais, a crença em uma vida
futura na qual se poder ser castigado...Os autores testaram essa
hipótese e não encontraram apoio empírico para ela.
7Científico será todo sistema ou hipótese que podem ser negados mediantes fatos observáveis
DIREITO PENAL
CIÊNCIA
NORMATIVA -
DEVER SER
CRIMINOLOGIA
CIÊNCIA DO SER
OBSERVAÇÃO E EXPERIÊNCIA
SENSO COMUM E BUSCA SUAS RESPOSTAS NA 
A CRIMINOLOGIA NÃO SE CONTENTA COM O 
20
CRIMINOLOGIA EM DEZ PASSOS - #1
No caso de Hirschi e Stark, embora a afirmação faça sentido frente aos dogmas
e crenças de parcela significativa da sociedade e seja o resultado até mesmo benéfico e
desejado para esse grupo de pessoas, a experiência prática demonstrou que não existe o
suposto impacto no comportamento violento.
Para Shecaira (2004, p. 37) a Criminologia é:
Método empírico de análise e observação da realidade [...] Como
ciência do Ser não é uma ciência exata, que traduz pretensões de
segurança e certeza inabaláveis [...] Como qualquer ciência humana
apresenta conhecimento parcial, fragmentado, provisório, fluído,
adaptável à realidade e compatível com evoluções históricas e
sociais.
Reiterando, de maneira resumida, pode-se afirmar que o método da
Criminologia é:
21
CRIMINOLOGIA EM DEZ PASSOS - #1
1.3 O Objeto
O Objeto de uma ciência é o elemento de seu estudo. São os fatos, coisas ou
ideias a serem analisadas, ponderadas e refletidas. No caso da Criminologia temos vários
objetos, uma vez que o fenômeno da Criminalidade é diversificado, complexo e plural além
de envolver diversos elementos e sujeitos de nossa sociedade.
De maneira resumida pode-se afirmar que os objetos primários da Criminologia
são o crime e o criminoso, no entanto tais elementos não se encontram sozinhos. O
Estudo da criminologia ainda envolve a vítima, as leis, as formas de controle, assim
como os métodos de prevenção.
Resumidamente, podemos apontar os elementos da Criminologia:
22
CRIMINOLOGIA EM DEZ PASSOS - #1
A imagem acima é meramente ilustrativa, para deixar claro que não existe uma
limitação do objeto a ser pesquisado e investigado pela Criminologia. No entanto, é
inegável que os lugares de destaque são ocupados pelo:
1 - Fenômeno criminoso (crime), 
2 - Sujeito que coloca em prática o delito (criminoso), 
3 - Aquele que sofre a ação (vítima) 
4 - Controle sobre tais sujeitos (controle social).
1.4 O crime
O crime é antes de tudo um fenômeno social que se traduz na conduta humana
dirigida a bens jurídicos protegidos legalmente. E como ação humana é fenômeno único e
individual em suas particularidades. Ou seja, não existe crime que se reproduza duas
vezes de maneira igual.
Para a lei penal o crime é a infração que a lei comina pena de reclusão ou de
detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa
(art 1º LICP).
O Direito Penal em sua definição formal afirma ser a infração penal tudo aquilo
que a lei assim defina como tal determinando a sanção adequada. Já para a definição
material o crime é um comportamento humano voluntário que gera uma lesão ou perigo de
lesão ao bem jurídico protegido.
Para Tibério Deciani (1509 - 1582) crime seria o “fato humano proibido por lei,
sob ameaça de pena, para o qual não se apresentava justa causa para a escusa.”
Já Franz Von Liszt (1851-1919): afirma que “Crime é o injusto contra o qual o
Estado comina pena e o injusto, quer se trata de delito do direito civil, quer se trate do
injusto criminal, isto é, do crime, é a ação culposa e contraria ao direito.”
Por último temos o crime em seu conceito analítico que será considerado como
um fato típico, ilícito e também culpável (de acordo com a teoria majoritária). Sendo
típica a conduta dolosa ou culposa que gera resultado e esteja tipificada na lei penal. Em
relação à ilicitude será discutido a presença (ou não) da legitima defesa, estado de
23
CRIMINOLOGIA EM DEZ PASSOS - #1
necessidade, exercício regular de um direito e o estrito cumprimento do dever legal. Na
culpabilidade a análise recairá sobre o potencial conhecimento da ilicitude, a inexigibilidade
de conduta diversa e por fim a imputabilidade do agente.
Ou seja, crime será toda ação humana que não apresentar excludentes de
nenhum dos três paradigmas.
Para Shecaira (2004) para que uma ação humana seja considerada crime se faz
necessário alguns requisitos:
………………………………………………………………………………………………………...
1 - QUE O FATO SEJA DE INCIDÊNCIA RECORRENTE NO SEIO SOCIAL
2 - QUE CAUSE DANO OU PRODUZA DOR EM UM TERCEIRO
………………………………………………………………………………………………………...
 
2 - QUE CAUSE DANO OU PRODUZA DOR EM UM TERCEIRO
1 - QUE O FATO SEJA DE INCIDÊNCIA RECORRENTE NO SEIO SOCIAL
24
CRIMINOLOGIA EM DEZ PASSOS - #1
E o crime e sua definição assumem objetivos oficiais e não oficiais que são:
………………………………………………………………………………………………………..
1 - Combate às condutas não desejadas frente ao corpo social (Oficial)
2 - Controle social e seletividade penal (Não oficial)
……………………………………………………………………………………………………….
Neste sentido vale frisar que para a criminologia o delito é um fenômeno
complexo, social, político e também ideológico em sua forma de definição e controle. A
ação humana que causa aflição ou dor a outrem sempre foi coibida desde as primeiras
formações primitivas do ser humano. No entanto, a definição ao longo dos séculos do que
é ou não delito acabou por assumir uma estratégia político-ideológica de controle.
Esta última estratégia deve levar a reflexão que o crime como um fenômeno
social não surge de maneira aleatória ou desvinculada. Pelo contrário. A definição do que é
uma infração penal vai ser construída a partir da perspectiva e necessidade de uma
parcela da sociedade que detém o poder de rotulação.
Neste sentido, Misse (2010, p. 22) afirma:
Embora seja reconhecido que a definição de uma ação como
desviante (divergente, problemática, desnormalizada ou que nome se
lhe queira dar) depende de um julgamento baseado numa certa ideia
de normalidade, e que as ideias sobre normalidade são lábeis e
produzidas contextualmente entre os agentes envolvidos [...] incluir
um agente em algum item de uma pauta legal reconhecida, como por
exemplo o Código Penal, que é o que estamos chamando aqui de
“incriminação”, não é uma ação simples e direta de, mas um
complexo processo de interpretação baseado também em
poderes de definição da situação. Todo esse processo é
reconhecidamente uma construção social
Vale ressaltar também que o crime acaba por ser um conceito relativizado até
mesmo dentro da própria cultura. Uma vez que várias ações descritas no código penal
acabam sendo toleradas e até mesmo incentivadas pela sociedade ou Governo. O Brasil
inclusive tem mais de mil e quinhentas condutas devidamente tipificadas, o que leva a
impossibilidade do cidadão não cometer algumas delas durante sua vida.
2 - CONTROLE SOCIAL E SELETIVIDADE PENAL (Não oficial)
1 - COMBATE ÀS CONDUTAS NÃO DESEJADAS FRENTE AO CORPO SOCIAL (Oficial)•
25
CRIMINOLOGIA EM DEZ PASSOS - #1
Assim, umas das perguntas surgidas já com a Teoria do Etiquetamento (que
veremos nos próximos fascículos) é porque determinadas pessoas são presas e outras
não. Uma vez que o comportamento desviado é algo corriqueiro na vida cotidiana.
…………………………………………………………………………………………………………
AFINAL, SOMOS TODOS CRIMINOSOS?
………………….……………………………………………………………………………………...
Tudo leva a crer então que a resposta seja afirmativa para essa indagação. Na
verdade a criminologia não irá dividir dicotomicamente a sociedade entre os que cometem
crimes e os que não cometem. Na verdade, a diferenciação correta será entre aqueles que
cometem crimes e são deveras censurados e outros que cometem crimes e não se
incomodados pela sociedade ou pelo Estado.
Neste sentido, lembremos uma série de ações recorrentes na sociedade
Brasileira que fatalmente o leitor já fez ou pelo menosendossou o comportamento de
quem fez.
• Plágios (crimes contra propriedade imaterial – art. 184 e 185 do código penal /
lei 9.279/96 etc), três meses a um ano de pena – dentro outras
• Crimes de trânsito (lei 9.503/97 - de excesso de velocidade, dirigir embriagado,
dirigir sem carteira, etc.), seis meses a três anos –dentre outras
• Receptação (art. 180 do código penal - produtos falsificados, produtos bem
abaixo do preço, origem duvidosa), De um a quatro anos –podendo chegar a
oito de pena
• Furto (art. 155 do código penal) ou estelionato (art. 171 do código penal - sinal
de TV a cabo, medidor de energia adulterado) de um a quatro anos e/ou de
cinco anos, podendo chegar podendo chegar a oito de pena
• Apropriação de coisa achada (art. 169 do código penal – apropriar-se do que
acha na rua e não devolver ao dono em tempo hábil) de um mês a um ano de
pena
AFINAL, SOMOS TODOS CRIMINOSOS?
26
CRIMINOLOGIA EM DEZ PASSOS - #1
• Sonegação de impostos (lei 4.729/65 - compra de produtos sem nota, compra
de recibos de profissionais da saúde). De seis anos a dois anos de pena +
multa de até cinco vezes o valor
• Expor a saúde de outrem a perigo (art. 130 do código penal - doenças
venéreas), de três meses a um ano de pena
• Lesão corporal (Art 129 do código penal HIV, Hepatite), de três meses a um
ano de pena, podendo chegar a oito anos ou até doze anos.
• Omissão de socorro (art. 135 do código penal), de um a seis meses de pena.
• Calúnia, difamação, injúria (138 a 145 do código penal - estigmatizando e
julgando pessoas nas redes sociais e fora delas), de seis meses a três anos
de pena dependendo do crime e da forma. 
• Crimes contra a dignidade sexual (art. 213 e seguintes do código penal –
cultura do estupro, machismo traduzido em pequenos assédios e violações
com fraude), penas variadas de seis anos a trinta anos. 
• Fornecimento de drogas ilegais (lei 11.343/06 - de remédios a psicotrópicos),
penas variadas de cinco a quinze anos, podendo chegar a 20 anos no caso do
financiador.
• Mediação para servir a lascívia de outrem, (art. 227 do código penal) de um a
três anos de pena.
• Escrito ou objeto obsceno (art. 234 do código penal – internet, etc...), de seis
meses a dois anos de pena.
• Falsificação de documento (art. 171 c/c 298 do código penal - carteira de
estudante por exemplo), de um a cinco anos de pena.
• Atestado médico falso (art 171, dentre outros do código penal), de um a cinco
anos de pena.
• Descaminho (art. 334 do código penal - trazer produtos de outro país, iludindo
o devido pagamento do imposto); de um a quatro anos de pena.
• Corrupção ativa (art. 334 do código penal); de dois a doze anos de pena.
• Lavagem de Dinheiro (lei 9.603/98); de três a dez anos de reclusão
Portanto, depois desta ínfima listagem de atos que grande parte da população
incorre, alguém poderia afirmar que nunca cometeu um crime? Isto posto, lembramos que
27
CRIMINOLOGIA EM DEZ PASSOS - #1
não foi citada a Lei de Contravenções, que aumentaria o rol de infrações que cada cidadão
comete hodiernamente.
tirasarmandinho.tumblr.com
Além de o crime ser algo difundido na sociedade, devemos conjeturar também que a
prisão não reflete uma resposta a todo aquele que comete crimes, mas sim apenas
alguns. Ademais, deve-se afirmar que nem todos que estão presos cometeram o
crime pelo qual são acusados.
Por fim, lembramos que o crime tem ainda um grande vínculo com o conceito de
normalidade, portanto quem detém o monopólio da definição de crimes tem o monopólio
da definição de normalidade.
1.5 O Criminoso
Desde os tempos mais remotos a inquietação com o indivíduo que delingue
sempre ocupou lugar de destaque na história da humanidade, passando pelas explicações
mágicas e religiosas à equiparação do crime ao pecado na Idade Média o que podemos
perceber é que o crime e seu protagonista despertavam e despertam a curiosidade da
sociedade.
Já no século XVIII os pensadores clássicos (como veremos a seguir) focaram
mais no crime do que no sujeito que o efetivava. O indivíduo que cometia o delito o fazia
pelo livre arbítrio, desta maneira os clássicos viam o criminoso apenas como alguém que
voluntariamente (e com discernimento) decidiu cometer uma ação não aceita socialmente.
 PARA 
 REFLEXÃO
28
https://tirasarmandinho.tumblr.com/
CRIMINOLOGIA EM DEZ PASSOS - #1
No século XIX tal visão modifica-se totalmente com o positivismo Lombrosiano
que passa a enxergar o criminoso como um sujeito portador de uma patologia. A partir
deste momento o criminoso passa a ser visto como o fruto de um determinismo
principalmente biopsíquico, embora processos sociais também pudessem influenciar sua
conduta como forma de gatilho. O criminoso era então fruto de suas patologias e
hereditariedades8.
Geralmente A dicotomia entre o normal e o patológico ganha força no final deste
século e início do século XX. Neste sentido, o Direito se transformou em uma ferramenta
de consolidação do ser normal. Aquele que estivesse fora da lei seria, portanto anormal
(CANGUILHEM, 1986).
Nesta perspectiva, as peças não adaptáveis (os anormais) e que não se
amoldam dentro de cada papel pré-determinado devem ser taxadas como criminosos ou
doentes. Dessa forma, os sujeitos “biodeterminadamente” disfuncionais representam um
fardo para a sociedade (como as pessoas com transtorno mental), ou um perigo a paz
social (usuários de drogas, mendigos, criminosos) não devem encontrar pertencimento
dentro da estrutura oficial.
Neste sentido, a escola correlacionista aproximou a figura do criminoso a de um
ser menor, inferior e débil. Aquele que não conseguiria se autodirigir. 
Vale lembrar que ainda hoje estas teorias (que carecem claramente de
fundamentação) sustentam grande parte dos preconceitos e fobias que a sociedade
apresenta, ademais promovem a intolerância e representam um obstáculo a concretização
da diversidade. 
Em relação às teorias penais (que não serão o objeto de nosso estudo) vale
lembrar que contemporaneamente aos positivistas, alguns profissionais também se
dedicaram a definir o criminoso no aspecto penal, como Wilhelm Emil Wahlberg e Franz
Von Liszt que chegaram a classificar e dividir os criminosos em: momentâneos (de
ocasião) e por natureza (que se dividiam em habituais corrigíveis e habituais incorrigíveis)
(LISZT, 1899)9. 
8Estes assuntos serão devidamente aprofundados nos FASCÍCULOS referentes a história da criminologia e 
também a escola positivista.
9Neste sentido vale lembrar: Foi Wahlberg quem assignalou a distincção dos criminosos em dois grupos, os
criminosos de occasião ou por habito. Esta classificação já clássica é aceita por v. Liszt; mas elle a corrige,
quer quanto ao modo de caracterisar os dois grupos, quer quanto ás denominações. (LISZT, 1899. PÁG.
XXX)
29
CRIMINOLOGIA EM DEZ PASSOS - #1
Na verdade, independente das perspectivas que se utilizem para a definição de
criminoso, deve-se ressaltar que a preocupação com este sujeito potencializada no século
XIX solidificou a concepção do criminoso “que é um homem, e homem é algo concreto,
real, fático, existente no mundo fenomenológico, descritível, classificável,
mensurável, laboratoriável e, até, experimentável” (THOMPSON, 1983, p. 29).
A primeira metade do século XX trouxe a pavimentação do ideário que vinculava
o criminoso com o biodeterminismo. Alessandro Baratta (2002, p. 40), afirma ainda que o
positivismo italiano estabeleceu ou consagrou uma sistemática de segregação de
determinados sujeitos da sociedade e tal segregação acaba por satisfazer os interesses da
classe dominante, e se edificam como instrumentos de defesa social. Baratta assevera
(2002, p. 40): “Os mecanismos seletivos que funcionam nesse sistema, da criação das
normas à sua aplicação, cumprem processos de seleção que se desenvolvem na
sociedade, e para os quais[...] o pertencimento aos diversos estratos sociais é decisivo.”
Ou seja, a figura do criminoso se consolida como a figura do indivíduo a ser
excluído e que representa um nicho social antecipadamente abandonado e uma mão de
obra excedente dentro do sistema de consumo, e por ser excedente deve ser exterminada
ou limitada a espaços de exclusão.
30
CRIMINOLOGIA EM DEZ PASSOS - #1
O ser criminoso é antes de tudo uma questão de significação. Portanto se faz
imprescindível saber quem detém o poder de definição. A relação entre poderes está
diretamente relacionada há uma macroestrutura, vinculada aos modos de produção social
e econômica. Ao apropriar-se de definições aumenta-se a disciplina sobre o sujeito,
majorando também sua produtividade e reduzindo custos da desobediência (FOUCAULT,
1987).
Essa relação entre o domínio e apropriação das definições e acepções por
determinada classe da sociedade leva à exclusão e consequente etiquetamento negativo
de todos os demais cidadãos que circulam em orbes distintas (e inferiores) na
estratificação social e não cumprem funções preestabelecidas (FOUCAULT, 2012). Em
geral o criminoso é etiquetado mais em função do lugar que ocupa na engrenagem social
do que necessariamente pelo ilícito que cometeu. 
Desta maneira o criminoso não pode mais ser considerado o sujeito com
características físicas singulares e debilidade moral como estabelecido por Lombroso
(2001), tampouco o delinquente é apenas o indivíduo fruto das tensões sociais, do
ambiente em que vive ou de sua engrenagem econômica.
Na verdade com o desenvolvimento da Criminologia percebe-se que a natureza
do criminoso é de difícil (ou impossível) comprovação e a etiologia (estudo das causas) do
homem delinquente não deve ser tão essencial quando entender a estrutura social que
identifica e estabelece quem deverá ou não ser considerado efetivamente criminoso.
Neste sentido, o conceito de criminoso toma forma político-ideológico servindo
para sedimentar políticas se travestindo em um poderoso artifício em prol da perpetuação
de estigmas e privilégios.
Portanto, para a Criminologia tradicional o criminoso é não só aquele que
delinque, mas sim um sujeito desviado e marginal (pois está à margem do comportamento
social desejável), no entanto para a Criminologia crítica o criminoso é uma peça singular
da superestrutura econômica, servindo inclusive de bode expiatório para as mazelas
sociais. O criminoso é assim uma questão de construção, significação e crítica.
Em relação a figura do bode expiatório, lembramos que os criminosos não são
os únicos a ocupar tais espaços, os pobres, usuários de drogas, indígenas, idosos, negros
e outros sujeitos são extirpados do convívio social e relegados a espaços de exclusão.
Como definimos no fluxograma (VER PÁGINA SEGUINTE):
31
CRIMINOLOGIA EM DEZ PASSOS - #1
A exclusão patrocinada pelas estruturas de segregação, onde insere-se a
engrenagem de controle, se traduz em um estado de total carência material e moral e
fragilização frente às necessidades capitais de um ser humano. Este fenômeno pode ser
chamado de desfiliação, pois representa a passagem do indivíduo de uma situação de
integração (pelo menos em tese) para uma situação de total vulnerabilidade (CASTEL,
1998). 
Um dos principais passos da exclusão é a desvinculação do sujeito aos laços
sociais que deveriam lhe acolher. Uma desvinculação que não se dá de maneira
voluntária, mas imposta e quase sempre violenta (FEIJO; ASSIS, 2004).
***
Misse aborda o significado dos conceitos de criminoso, não pelo viés ideológico,
mas sim pelo viés técnico-criminológico e sobre este sujeito define: (2002, p. 17)
Ele é agente de práticas criminais para as quais são atribuídos os
sentimentos morais mais repulsivos, o sujeito ao qual se reserva a
reação moral mais forte e, por conseguinte, a punição mais dura: seja
o desejo de sua definitiva incapacitação pela morte física, seja o ideal
de sua reconversão à moral e à sociedade que o acusa.
Desta maneira todo e qualquer cidadão é fruto de relações de poder que
ocorrem em menor ou maior grau e de como este poder pode influenciar e limitar sua
liberdade. No contexto destas relações, cada sujeito acaba por assumir papéis: de
protagonista, antagonista (bodes expiatórios) ou meros figurantes (CORREIA JUNIOR,
2016). 
32
CRIMINOLOGIA EM DEZ PASSOS - #1
33
CRIMINOLOGIA EM DEZ PASSOS - #1
1.6 O Controle Social
Primeiramente, vale frisar, que o controle social para a criminologia tradicional
pode ser considerado como todo e qualquer controle (formal e informal) que visa limitar e
balizar o comportamento humano seguindo regras e normas pré-determinadas. O controle
objetiva submeter os membros da comunidade às regras gerais.
Este controle, portanto, se dá de maneira formal pelas instituições e estratégias
estatais que convalidam a estrutura social e de maneira informal pelas normas familiares
e comunitárias estabelecidas natural e tacitamente.
INFORMAL FORMAL
34
CRIMINOLOGIA EM DEZ PASSOS - #1
Desta forma, quando o controle social informal e primário falha o controle formal
(subsidiário) deve garantir a ordem. Este controle frente ao enfoque tradicional visa, por
conseguinte que a sociedade seja limitada a comportamentos positivos e úteis.
O controle social informal são os órgãos da sociedade civil que estão na base
de formação de todo e qualquer sujeito. Seus valores comunitários e seu sentimento
social. Fazem parte da edificação de cada ser humano estes institutos básicos de nossa
sociedade como a família, a religião, a escola, o trabalho e tudo aquilo que pode
influenciar culturalmente e socialmente o comportamento dos indivíduos. Como a mídia e
a difusão de informações (SHECAIRA, 2004).
Já o controle social formal são as regras institucionalizadas que emanam do
Estado ou de seus representantes. São baseados em normas legais. São sistemas de
normas que vão edificar modelos de conduta aceitáveis no meio social. Está inserido nesta
perspectiva o controle social penal e seu caráter sancionador punitiva que caracteriza as
sociedades atuais. 
Já para o discurso crítico ressalta-se que o conceito de controle está
intimamente ligado à ideia de poder e restrição de liberdades, sejam elas físicas ou
ideológicas. Para Boudon e Bourricaud (1993, p. 101), o termo significa o "conjunto dos
recursos materiais e simbólicos de que uma sociedade dispõe para assegurar a
conformidade do comportamento de seus membros a um conjunto de regras e princípios
prescritos e sancionados".
Por trás da definição oficial verifica-se que o controle passa a ser um importante
instrumento de manutenção de status e privilégios de determinadas classes frente outras.
Ou seja, quem detém o poder de formalizar o controle, detém o domínio em relação ao
outro. 
A sociedade não é um todo coeso, mas sim um ambiente de tensão, um cenário
de luta e dissenso. 10 Esse conflito só será resolvido pela coação de alguns sobre outros. O
controle social é um dos instrumentos para viabilizar essa coerção.
10Neste sentido a própria criminologia ainda na década de 1960 questionou a sociedade fundada no
consenso (onde a sociedade partiria de uma coesão dentre indivíduos) e começa a interpretar as relações
humanas baseadas em um conflito, que só se resolveria pela coerção em todas as suas formas, sendo o
controle do corpo e hábitos do sujeito a mais emblemática (BARATTA, 1999).
35
CRIMINOLOGIA EM DEZ PASSOS - #1
Pode-se afirmar que há, hodiernamente, uma cultura do controle, que se
materializa e toma forma frente ao aumento exponencial do aprisionamento, as penas
potencializadas e a consolidação da criminalização da pobreza (GARLAND, 2008).
O controle tem uma estreita ligação com o poder. Neste sentido Correia Junior(2016) assevera:
Tem-se que o poder que elege sujeitos vitimários, visando a profilaxia e
higienização para o perfeito funcionamento da estrutura social e produção
de capitais. Tal estrutura acaba por retroalimentar todo um arcabouço de
desigualdades, violências, domínio e manutenção da verticalização da
estratificação social. O principal fruto de toda a engrenagem de poder é a
consolidação da exclusão de determinados sujeitos elegíveis devido às
suas características sociais, econômicas, culturais e raciais, dentre outras. 
Neste cenário as práticas punitivas se consolidam no ideário popular como a
principal (ou talvez a única) resposta possível ou viável frente à violência e
estabelecimento da segurança social. Assim, tem-se a edificação de estratégias de poder
que visam punir mais e melhor e são articuladas para responder/opor (exclusivamente)
determinadas condutas realizadas por sujeitos selecionados.
Desta forma, deve-se interpretar o controle social em suas duas vertentes, o
conceito oficial compartilhado pela criminologia tradicional que vislumbra no controle
apenas um instrumento social de limitação e otimização de condutas e também o conceito
não oficial aprofundado pela criminologia crítica que enxerga no controle um dos principais
instrumentos para a consolidação da verticalização da estratificação social.
1.7 A Vítima
A vítima, como uma dos elementos da Criminologia, é o sujeito que sofreu uma
ação direta ou indireta com um resultado danoso para si. Tal resultado pode se dar no
âmbito físico, psicológico, emocional e afetivo. Pode ser real ou mesmo simbólico. Além
disso, a vítima não se restringe a ataques individuais, mas também a grupos vulneráveis
que sofrem diminuição ou suspensão de seus direitos e garantias individuais.
Para o Direito Penal a vítima é o indivíduo que sofre a ação criminosa do
agente. Ou seja, é o sujeito a qual foi destinada uma ação culposa ou dolosa que ataca um
bem jurídico descrito nas leis penais. 
36
CRIMINOLOGIA EM DEZ PASSOS - #1
Segundo a Declaração dos princípios básicos de justiça para vítimas de delito e
abuso de poder (resolução 40/34, de 29 de Novembro de 1985) as pessoas que:
Que individual ou coletivamente tenham sofrido danos inclusive lesões físicas ou
mentais, sofrimento emocional, perda financeira ou diminuição substancial de seus direitos
fundamentais, como consequência de ações ou omissão que violem a legislação penal
vigente. Inclui familiares.
Para Hans Von Hentig a vítima não é um mero sujeito passivo sempre. Elas
podem apresentar também comportamento agressivo, personalidade insuportável e modo
de agir e viver contribuem ao crime. 
Vale ressaltar que alguns sujeitos em posição vitimaria podem se assemelhar a
situação de submissão e desamparo de um bebê frente sua relação de dependência com a
mãe (gênese de sentimentos dúbios ou dicotômicos - horror x prazer / amor x ódio).
Por fim, importante ressaltar que o conceito de vítima sofreu oscilações ao longo
dos séculos e tal tema será devidamente desenvolvido fascículo vindouro, onde será
analisada a ciência autônoma conhecida como Vitimologia.
1.8 Finalidade
A Criminologia teve como finalidade originária e principal determinar a etiologia
do crime e do comportamento criminoso, ou seja, definir as causas que levariam o
indivíduo a cometer atos delituosos. Traçar os aspectos que moldariam a personalidade do
delinquente, visando otimizar todas as formas de punição das condutas criminalizadas. O
estudo criminológico visava também identificar na engrenagem social os gatilhos que
contribuíam para aflorar atributos inatos do homem delinquente.
Em um segundo momento a criminologia aprofundou seus estudos com o
desígnio de compreender como a engrenagem social poderia contribuir de maneira
negativa ao comportamento do indivíduo. 
Com o passar dos anos, a criminologia passou a ter outras finalidades como
definir os ambientes e locais que patrocinavam comportamentos desviados, além de
37
CRIMINOLOGIA EM DEZ PASSOS - #1
determinar os motivos que impulsionam a formação de leis e também o controle social de
maneira ampla.
 Já a finalidade da Criminologia moderna se voltou ao entendimento do crime na
perspectiva do rótulo e estigma dado a determinada parcela da população, assim como a
crítica ao Direito Penal seletivo e à estrutura de poder da sociedade que controla a
edificação e aplicação das leis penais de maneira desigual, mas não arbitrária. 
Neste sentido a criminologia tem como finalidade tecer críticas ao sistema
econômico, à engrenagem cultural e a estrutura social como arcabouços que contribuem
para a proliferação do entendimento dos conceitos universais de crime e criminoso e
perpetuadores da seletividade.
Embora hoje tal ciência seja usada para auxiliar na prevenção do crime à partir
do entendimento dos fenômenos e personagens que abarcam os fatos delituosos, a
criminologia também tem o fim de questionar os saberes estruturais do controle social,
como o Direito Penal, Processo Penal, Direito Penitenciário dentro outros.
Portanto, a criminologia se edifica não apenas como uma disciplina meramente
dogmática e estática e sim como uma ciência que faz da crítica ao sistema social seu
principal viés de pesquisa. É a ferramenta necessária para a interpretação do
comportamento humano frente ao sistema de normais escritas ou tácitas que estruturam
às sociedades. 
Por fim, vale frisar que a criminologia nos dias atuais tem um papel questionador
da própria existência de determinados crimes e tipos penais.
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CRIMINOLOGIA EM DEZ PASSOS - #1
1.9 Diferença entre Criminologia e Direito Penal
É bom frisar que a Criminologia é ciência autônoma e não se confunde com o
Direito Penal. Embora tenham uma relação estreita e indelével, a Criminologia tem objetos
e métodos totalmente distintos do Direito Penal.
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CRIMINOLOGIA EM DEZ PASSOS - #1
O Direito Penal tem como objeto de estudo a lei penal e sua dogmática vigentes
em cada pais. Deste modo seu foco são as construções legais feitas pelas sociedades em
determinado período de tempo. Já a Criminologia se preocupa com a conduta do sujeito,
seja ela considerada crime pela lei ou não, até porque esta ciência vai questionar
exatamente o porquê que determinadas ações são punidas severamente e outras são
esquecidas.
Enquanto o Direito Penal determina e limita seu objeto, a Criminologia questiona
e critica essa delimitação (MANZANERA, 1979).
Em relação a sua metodologia, as duas ciências também se diferenciam e
Manzanera (1979, p. 91) assevera:
O Direito tem metodologia própria, jurídica, basicamente
hermenêutica, enquanto a criminologia usa a metodologia empírica,
interdisciplinar que lhe proporciona seus próprios componentes. 
A criminologia é uma ciência do “Ser” enquanto o Direito Penal é uma ciência do
“Dever Ser”. O Direito Penal faz parte de uma superestrutura de poder e contribui para o
controle de acordo com as forças dominantes no jogo social. Já a Criminologia é
multifacetada sendo que, por vezes, corrobora e justifica o punitivismo penal (vide Escola
Positiva), mas em outras ocasiões critica duramente a estrutura econômica que gera tal
punitivismo e denuncia o caráter seletivo das normas (vide Escola Crítica).
Embora sejam ciências contrastantes em muitos pontos e totalmente autônomas
o Direito Penal e a Criminologia devem caminhar sempre juntas, pois não são opostas.
Pelo contrário, somente a interpretação do Direito Penal a luz da Criminologia pode trazer
avanços às ciências criminais.
40
CRIMINOLOGIA EM DEZ PASSOS - #1
SER
CIÊNCIA 
EMPÍRICA CONTROLE SOCIAL
CRIMINOSO, VÍTIMA E 
ESTUDO DO CRIME, 
DEVER SER
CIÊNCIA NORMATIVA REGRAS PUNITIVAS
41
CRIMINOLOGIA EM DEZ PASSOS - #1
QUESTÕES DE CONCURSOS
1. (Auxiliar de necropsia – VUNESP/2013)A Criminologia Contemporânea:
A) É uma ciência empírica e interdisciplinar.
B) Estuda o crime, o criminoso, mas não a vítima.
C) Não é dotada de autonomia, por receber profunda influência de diversas outras ciên-
cias, tais como o Direito e a Sociologia.
D) Não tem, por bases, a observação e a experiência.
E) É uma ciência normativa e valorativa.
2. (Delegado de polícia – Minas Gerais 2018) - Cabe definir a Criminologia como
ciência empírica e interdisciplinar, que se ocupa do estudo do crime, da pessoa do
infrator, da vítima e do controle social do comportamento delitivo, e que trata de
subministrar uma informação válida, contrastada, sobre a gênese, dinâmica e
variáveis principais do crime – contemplado este como problema individual e como
problema social -, assim como sobre os programas de prevenção eficaz do mesmo e
técnicas de intervenção positiva no homem delinquente e nos diversos modelos ou
sistemas de resposta ao delito”. Esta apresentação ao conceito de Criminologia
apresenta, desde logo, algumas das características fundamentais do seu método
(empirismo e interdisciplinaridade), antecipando o objeto (análise do delito, do
delinquente, da vítima e do controle social) e suas funções (explicar e prevenir o
crime e intervir na pessoa do infrator e avaliar os diferentes modelos de resposta ao
crime).
MOLINA, Antônio G.P.; GOMES, Luiz F.; Criminologia; 6. ed. reform., atual. e ampl.
São Paulo: Revista dos Tribunais. p. 32.
Sobre o método, o objeto e as funções da criminologia, considera-se:
I. A luta das escolas (positivismo versus classicismo) pode ser traduzida como um
enfrentamento entre adeptos de métodos distintos; de um lado, os partidários do
método abstrato, formal e dedutivo (os clássicos) e, de outro, os que
propugnavam o método empírico e indutivo (os positivistas).
II. Uma das características que mais se destaca na moderna Criminologia é a
progressiva ampliação e problematização do seu objeto.
III. A criminologia, como ciência, não pode trazer um saber absoluto e definitivo
sobre o problema criminal, senão um saber relativo, limitado, provisional a
respeito dele, pois, com o tempo e o progresso, as teorias se superam.
Estão CORRETAS as assertivas indicadas em:
42
CRIMINOLOGIA EM DEZ PASSOS - #1
A) I e II, apenas.
B) I e III, apenas.
C) I, II e III.
D) II e III, apenas.
3. (Delegado Espírito Santo - 2019) A Criminologia adquiriu autonomia e status de
ciência quando o positivismo generalizou o emprego de seu método. Nesse
sentido, é correto afirmar que a criminologia é uma ciência.
A) Do “ser”; logo, serve-se do método indutivo e empírico, baseado na análise e observa-
ção da realidade.
A) Do “ser”; logo, serve-se do método abstrato, formal e dedutivo, baseado em deduções
lógicas e da opinião tradicional.
B) Do “dever ser”; logo, serve-se do método indutivo e empírico, baseado na análise e ob-
servação da realidade.
C) Empírica e teorética; logo, serve-se do método indutivo e empírico, baseado em dedu-
ções lógicas e opinativas tradicionais.
D) Do “dever ser”; logo, serve-se do método abstrato, formal e dedutivo, baseado em de-
duções lógicas e da opinião tradicional.
4. (Delegado de Polícia – São Paulo – 2012) Constituem objeto de estudo da
Criminologia
A) O delinquente, a vítima, o controle social e o empirismo.
B) O delito, o delinquente, a interdisciplinaridade e o controle social
C) O delito, o delinquente, a vítima e o controle social.
D) O delinquente, a vitima, o controle social e a interdisciplinaridade.
5. (Auxiliar de necropsia – VUNESP/2013) Para a Criminologia, o crime é um
fenômeno.
A) filosófico.
B) normativo.
C) social.
D) penal.
E) Jurídico.
6. (Perito Criminal – VUNESP/2013) Assinale a alternativa correta, a respeito da
Criminologia.
A) Constitui seu objeto a análise apenas do delito e do delinquente, ficando o estudo da
vítima sob a alçada da psicologia social.
B) São características fundamentais de seu método o dogmatismo e a intervencionalidade.
C) É uma técnica de investigação policial que faz parte das Ciências Jurídicas. São suas fi-
nalidades a explicação e a prevenção do crime bem como a intervenção na pessoa do
infrator e avaliação dos diferentes modelos de resposta ao crime.
D) É uma ciência dogmática e normativista, que se ocupa do estudo do crime e da pena
oriunda do comportamento delitivo.
43
CRIMINOLOGIA EM DEZ PASSOS - #1
7. (Perito Criminal – VUNESP/2013) A moderna Criminologia:
A) Tem por seus protagonistas o delinquente, a vítima e a comunidade.
B) Vislumbra o delito como enfrentamento formal, simbólico e direto entre dois rivais – o
Estado e o infrator – que se enfrentam, isolados da sociedade, à semelhança da luta
entre o bem e o mal.
C) Não considera como seu objeto de debate os aspectos político-criminais das técnicas
de intervenção social e de seu controle.
D) Tem o castigo do infrator por exaurimento das expectativas que o fato delitivo desenca-
deia.
E) Tem por seus principais objetivos a reparação do dano causado ao Estado, a ressociali -
zação do delinquente e a repressão do crime.
8. (Auxiliar de papiloscopia policial – VUNESP/2013) São objetos de estudo da
criminologia o crime, __________ , a vítima e __________ . Assinale a alternativa
que completa o texto, correta e respectivamente.
A) A pena ... a assistência à vítima
B) O modus operandi ... a filosofia
C) O criminoso... o controle social
D) O instrumento utilizado ... a psicologia
E) O ressarcimento ... o patrimônio
9. A criminologia entende o crime como um fenômeno
A) Ideológico
B) Subjetivo
C) Objetivo
D) Político
E) Social
10. (Investigador de Polícia – VUNESP/2013) Os objetos de estudo da moderna
Criminologia são:
A) A vítima e o delinquente.
B) O crime, o criminoso, a vítima e o controle social.
C) O delito e o delinquente.
D) O problema social, suas causas biológicas e o mimetismo.
E) O crime e os fatores biopsicológicos decorrentes de sua prática.
11. (Escrivão de polícia – VUNESP/2013) A Criminologia dos dias atuais
A) É uma ciência empírica, interdisciplinar, multidisciplinar e integrada.
B) É uma ciência jurídica, autônoma, não controlável e sistematizada.
C) Não é considerada uma ciência, mas parte do Direito Penal.
D) Não é considerada uma ciência, mas parte da Sociologia.
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CRIMINOLOGIA EM DEZ PASSOS - #1
E) Não é considerada uma ciência, mas parte da Antropologia.
12. (Delegado de polícia – VUNESP/2014) Assinale a alternativa que completa, corre-
ta e respectivamente, a frase: A Criminologia_____________; o Direito
Penal_________________.
A) Não é considerada uma ciência, por tratar do “dever ser” … é uma ciência empírica e
interdisciplinar, fática do “ser”
B) É uma ciência normativa e multidisciplinar, do “dever ser” … é uma ciência empírica e
fática, do “ser”
C) Não é considerada uma ciência, por tratar do “ser” … é uma ciência jurídica, pois enca-
ra o delito como um fenômeno real, do “dever ser”
D) É uma ciência empírica e interdisciplinar, fática do “ser” … é uma ciência jurídica, cultu-
ral e normativa, do “dever ser”
E) É considerada uma ciência jurídica, por tratar o delito como um conceito formal, norma-
tivo, do “dever ser” … não é considerado uma ciência, pois encara o delito como um fe-
nômeno social, do “ser”
13. (Agente Policial – VUNESP/2013) É correto afirmar que a Criminologia
A) É uma ciência do dever-ser.
B) Não é uma ciência interdisciplinar.
C) Não é uma ciência multidisciplinar.
D) É uma ciência normativa.
E) É uma ciência empírica.
14. (Agente Policial – VUNESP/2013) É correto afirmar que a Criminologia
contemporânea tem por objetos
A) O delito, o delinquente, a vítima e o controle social.
B) A tipificação do delito e a cominação da pena.
C) Apenas o delito, o delinquente e o controle social.
D) Apenas o delito e o delinquente.
E) Apenas a vítima e o controle social.
15. (Perito Criminal – VUNESP/2014) Sobre a criminologia, é correto afirmarque:
A) Ela não é considerada uma ciência para a maior parte dos autores.
B) Tal conhecimento encontra-se inteiramente subordinado ao direito penal.
C) Ela ocupa-se do estudo do delito e do delinquente, mas não se ocupa do estudo da víti -
ma e do controle social, uma vez que tal assunto constitui objeto de interesse da socio-
logia.
D) Ela ocupa-se do estudo do delito e do controle social, mas não se ocupa do estudo do
delinquente e da vítima, uma vez que tal assunto constitui objeto de estudo da psicolo -
gia.
E) Ela constitui um campo fértil de pesquisas para psiquiatras, psicólogos, sociólogos, an-
tropólogos e juristas.
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CRIMINOLOGIA EM DEZ PASSOS - #1
16. (Escrivão de polícia – VUNESP/2014) O método científico utilizado pela
Criminologia é o método biológico e___________ , como ciência empírica e
________ que é. Completam as lacunas do texto, correta e respectivamente:
A) Experimental - jurídica
B) Sociológico - experimental
C) Físico - social
D) Filosófico - humana
E) Psicológico – normativa.
17. (Escrivão de polícia – VUNESP/2014) São objetos de estudo da Criminologia
moderna ____ , o criminoso, e o controle social. Assinale a alternativa que
completa, correta e respectivamente, as lacunas do texto.
A) A desigualdade social - o Estado
B) A conduta - o castigo
C) O direito - a ressocialização
D) A sociedade - o bem jurídico
E) O crime - a vítima
18. (Atendente de necrotério – VUNESP/2013) Para a Criminologia, o crime pode ser
considerado como
A) Uma relação jurídica de conteúdo individual e coletivo.
B) Um pecado praticado por quem escolheu o mal.
C) Um fato típico e antijurídico.
D) Um desvio de conduta que atenta contra a moral e os bons costumes.
E) Um problema social e comunitário.
19. (Escrivão de polícia – VUNESP/2014) Conceitua-se a Criminologia, por ser
baseada na experiência e por ter mais de um objeto de estudo como ciência
A) Abstrata e imensurável
B) Biológica e indefinida
C) Empírica e interdisciplinar
D) Exata e mensurável
E) Humana e indefinida
20. (técnico de laboratório – VUNESP/2014) É correto afirmar que a Criminologia é
uma
A) Disciplina auxiliar das ciências médicas, voltada às investigações clínicas, por meio de
perícia e exames laboratoriais.
B) Ciência empírica e interdisciplinar, a qual estuda os fatores que contribuem para a
ocorrência do crime, dentre outros temas correlatos.
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CRIMINOLOGIA EM DEZ PASSOS - #1
C) Disciplina auxiliar das ciências jurídicas, voltada às técnicas de realização de perícia e
exames laboratoriais.
D) Disciplina auxiliar das ciências criminais, voltada às investigações por meio de perícia e
exames laboratoriais.
E) Ciência dogmático-normativa, fundada na ética e na filosofia, a qual estuda a perso- nalidade do
preso, dentre outros temas correlatos.
21. (Papiloscopista policial – VUNESP/2013) Contemporaneamente, a criminologia é
conceituada como
A) Uma ciência empírica e social que estuda o criminoso, a pena e o controle social.
B) Uma ciência empírica e multidisciplinar que estuda as formas como os crimes são
cometidos.
C) Uma ciência empírica e interdisciplinar que estuda o crime, o criminoso, a vítima e o
controle social.
D) Uma ciência jurídica e interdisciplinar que estuda as formas como os crimes são cometidos.
E) Uma ciência jurídica e multidisciplinar que estuda o crime, o criminoso, a pena e a vítima.
22. (Papiloscopista policial – VUNESP/2013) Os métodos científicos utilizados pela
criminologia são
A) Métodos experimental e dedutível, como ciência jurídica que são.
B) Métodos psicológico e sociológico, como ciências empírica e exata que são.
C) Métodos físico e individual, como ciências social e dedutível que são.
D) Métodos físico e biológico, como ciência jurídica que são.
E) Métodos biológico e sociológico, como ciências empírica e experimental que são.
23. (investigador de polícia – VUNESP/2014) Complete, correta e respectivamente, as
lacunas das frases dadas: A criminologia pode ser conceituada como uma ciência
____________ e ____________ baseada na observação e na experiência, e que tem
por objeto de análise o crime, o criminoso, a vítima e o controle social.
A) Exata … multidisciplinar
B) Objetiva … monodisciplinar
C) Humana … unidisciplinar
D) Biológica … transdisciplinar
E) Empírica … interdisciplinar
24. (Atendente de necrotério – VUNESP/2014) Para a aproximação e verificação de
seu objeto de estudo, a Criminologia dos dias atuais vale-se de um conceito:
A) Empírico e interdisciplinar.
B) Dedutivo e dogmático.
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C) Dedutivo e interdisciplinar.
D) Dogmático e lógico-abstrato.
E) Empírico e lógico-abstrato.
25. (Atendente de necrotério – VUNESP/2014) Sobre o objeto de estudo da
Criminologia dos dias atuais, assinale a alternativa correta:
A) O ramo da Criminologia que estuda a vítima é denominado Frenologia Criminal.
B) O estudo de desvios de conduta que atentam contra a moral e os bons costumes não é
Assunto da Criminologia, por não configurarem crime, na acepção jurídica da palavra.
C) A Escatologia Criminal estuda os atos pecaminosos praticados por quem escolhe a
vereda do mal.
D) A Criminologia ocupa-se do estudo do crime, caracterizando-o como simples fato típico
e antijurídico, da mesma forma que o Direito Penal.
E) A Criminologia tem por objeto de estudo o delinquente, o delito, a vítima e o controle social.
26. (Atendente de necrotério – VUNESP/2014) São fins básicos da Criminologia,
dentre outros:
A) Os valores do ressarcimento e da indenização da vítima pelos danos sofridos.
B) A prevenção e o controle do fenômeno criminal.
C) O processo e o julgamento judicial do criminoso.
D) O diagnóstico e a profilaxia das enfermidades mentais, mediante tratamento ambu- latorial e
internação hospitalar.
E) A vingança e o castigo públicos do criminoso.
27. (Desenhista técnico Pericial – VUNESP/2014) Os objetos de estudo da
criminologia são: o crime, o criminoso, a vítima e __________ . Assinale a
alternativa que preenche corretamente a lacuna do texto.
A) A participação da vítima no crime
B) As classes sociais
C) As leis
D) O controle social
E) O poder público
28. (Desenhista técnico Pericial – VUNESP/2014) A criminologia é conceituada como
uma ciência
A) Jurídica (baseada nos estudos dos crimes e nas leis) e monodisciplinar.
B) Empírica (baseada na observação e na experiência) e interdisciplinar.
C) Social (baseada somente nos estudos do comportamento social do criminoso) e
unidisciplinar.
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CRIMINOLOGIA EM DEZ PASSOS - #1
D) Exata (baseada nas estatísticas da criminalidade) e multidisciplinar.
E) Humana (baseada na observação do criminoso e da vítima e unidisciplinar.
29. (Desenhista técnico Pericial – VUNESP/2014) Para a criminologia, o crime é um
fenômeno:
A) Científico
B) Ideológico
C) Regionalizado
D) Político
E) Social
30. (Fotógrafo técnico Pericial – VUNESP/2014) O objeto da criminologia que analisa
a conduta antissocial, as causas geradoras e vê a criminologia como um problema
social e comunitário, é:
A) A psicologia
B) A ciência humana
C) O delito
D) A sociologia
E) O direito
31. (Fotógrafo técnico Pericial – VUNESP/2014) Os métodos científicos utilizados
pela criminologia, como ciência empírica e experimental que é, são, dentre outros:
A) Jurídicos e escritos
B) Físicos e naturais
C) Biológicos e sociológicos
D) Costumes e experiências
E) Documentados e teses
32. (Fotógrafo técnico Pericial – VUNESP/2014) Assinale a alternativa que indica
um dos objetos de estudo da criminologia moderna.
A) O controle social
B) A justiça
C) O direito penal
D) O desiquilíbrio psicológico
E) A lei
33. (Médico Legista – VUNESP/2014) A autonomia da Criminologia frente ao Direito
Penal
A) É almejada pelos estudiosos da primeira, mas negada pelos estudiosos do segundo.
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CRIMINOLOGIA EM DEZ PASSOS - #1
B) Não se concretiza, uma vez que a primeira não é considerada ciência, ao contrário do
segundo.
C) Comprova-se, por exemplo, pelocaráter crítico que a primeira desenvolve em relação ao
segundo.
D) Não se vislumbra na prática, uma vez que todos os conceitos da primeira são em-
prestados do segundo.
E) Não se efetiva, uma vez que ambos têm o mesmo objeto e são concretizados pelo
mesmo método de estudo, qual seja, o empírico.
34. (Médico Legista – VUNESP/2014) O método de estudo da Criminologia reúne as
seguintes características:
A) Silogismo; vedação de interdisciplinariedade; visão indutiva da realidade.
B) Empirismo; vedação de interdisciplinariedade; visão indutiva da realidade.
C) Racionalismo; interdisciplinaridade; visão indutiva da realidade.
D) Empirismo; interdisciplinaridade; visão indutiva da realidade.
E) Racionalismo; interdisciplinaridade; visão dedutiva da realidade.
35. (Agente de Telecomunicações Policial – São Paulo – 2018) A criminologia
A) É uma ciência do dever ser, conceitual e teórica, que não se utiliza de métodos
biológicos e sociológicos.
B) É uma ciência do dever ser, empírica e experimental, que se utiliza de métodos
biológicos e sociológicos.
C) É uma ciência do ser, empírica e experimental, que se utiliza de métodos biológicos e
sociológicos.
D) Não é uma ciência, sendo reconhecida como doutrina alicerçada no ser e que se utiliza
de métodos biológicos, sociológicos e empíricos.
E) É uma ciência do ser, conceitual e teórica, que não se utiliza de métodos biológicos e
sociológicos.
36. (Escrivão de Polícia Civil – São Paulo – 2010) Atualmente, são objetos de estudo
da Criminologia:
A) O delito, o delinquente, a vítima e o controle social.
A) O delito, a antropologia e a psicologia criminais.
B) O delito e os fatores biopsicológicos da criminalidade.
C) O delito e o delinquente.
D) O delinquente e os fatores biopsicológicos da criminalidade.
37. (Delegado de polícia – Ceará – 2015) Os objetos de estudo da moderna
criminologia estão divididos em
A) Três vertentes: justiça criminal, delinquente e vítima.
A) Três vertentes: política criminal, delito e delinquente.
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CRIMINOLOGIA EM DEZ PASSOS - #1
B) Três vertentes: política criminal, delinquente e pena.
C) Quatro vertentes: delito, delinquente, justiça criminal e pena.
D) Quatro vertentes: delito, delinquente, vítima e controle social.
38. (Investigador de polícia – São Paulo – 2018 ) A Criminologia é a ciência
A) Teorética que tem por objeto o estudo das ciências penais e processuais penais e seus
reflexos no controle social, propondo soluções para redução da criminalidade.
B) Teorética alicerçada na análise dos antecedentes sociais da criminalidade e dos
criminosos, que estuda exclusivamente o crime, propondo soluções para redução da
criminalidade.
C) Empírica e teorética, alicerçada no estudo das ciências penais e processuais penais e
seus reflexos no controle da criminalidade, tendo por objeto a redução da criminalidade.
D) Empírica (baseada na observação e na experiência) e interdisciplinar que tem por
objeto de análise o crime, a personalidade do autor do comportamento delitivo, a vítima e o
controle social das condutas criminosas.
E) Conceitual e abstrata, que se dedica ao estudo das armas de fogo e suas munições;
das armas brancas e demais armas impróprias, objetivando o controle social e a redução
da criminalidade.
39. (Investigador de polícia – São Paulo – 2018 ) Com relação ao método, é correto
afirmar que a criminologia é uma ciência do:
A) Dever ser, teorética (observação da realidade), que se vale do método indutivo,
utilizando-se de métodos biológico e sociológico.
B) Ser, empírica (observação da realidade), que se vale do método indutivo, utilizando-se
de métodos biológico e sociológico.
C) Dever ser, conceitual e abstrata, que se vale exclusivamente do método indutivo.
D) Dever ser, teorética e especulativa, que se vale do método indutivo, utilizando-se de
métodos biológico e sociológico.
E) Ser, empírica e teorética (observação da realidade), que se vale exclusivamente do
método indutivo.
40. (Investigador de polícia – São Paulo – 2018 ) É correto afirmar que atualmente o
objeto da criminologia está dividido em quatro vertentes, a saber:
A) Vítima, criminoso, polícia e controle social.
B) Polícia, ministério público, poder judiciário e controle social.
C) Crime, criminoso, vítima e controle social.
D) Polícia, ministério público, poder judiciário e sistema prisional.
E) Forças de segurança, criminoso, vítima, controle social.
41. (Datiloscopista Policial – São Paulo – 2018 ) Segundo a doutrina dominante,
Criminologia é uma ciência que se serve do método
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CRIMINOLOGIA EM DEZ PASSOS - #1
A) Lógico abstrato
B) Dogmático
C) Normativo
D) Empírico
E) Dedutivo
42. (Delegado de polícia – Espírito Santo – 2019) A Criminologia adquiriu autonomia
e status de ciência quando o positivismo generalizou o emprego de seu método.
Nesse sentido, é correto afirmar que a criminologia é uma ciência.
A) Do “dever ser”; logo, utiliza-se do método abstrato, formal e dedutivo, baseado em
deduções lógicas e da opinião tradicional.
B) Empírica e teorética; logo, utiliza-se do método indutivo e empírico, baseado em
deduções lógicas e opinativas tradicionais.
C) Do “ser”; logo, serve-se do método indutivo e empírico, baseado na análise e
observação da realidade.
D) Do “dever ser”; logo, utiliza-se do método indutivo e empírico, baseado na análise e
observação da realidade.
E) Do “ser”; logo, serve-se do método abstrato, formal e dedutivo, baseado em deduções
lógicas e da opinião tradicional.
43. (Escrivão da polícia Civil – São Paulo – 2018 ) Assinale a alternativa correta em
relação ao conceito, método, objeto ou finalidade da Criminologia.
A) Por ser uma categoria jurídica, o crime não é objeto de estudo da Criminologia, que se
ocupa de seus efeitos.
B) A finalidade precípua da Criminologia é fundamentar a tipificação criminal das condutas
e as respectivas penas.
C) Criminologia é uma ciência auxiliar do Direito Penal e a ele se circunscreve, visto
ocupar-se das consequências dele decorrentes.
D) A vítima, primeiro objeto a ser estudado pela Criminologia, deixou de ser interesse
dessa ciência a partir do surgimento da vitimologia.
E) Uma das finalidades da Criminologia, no seu atual estágio de desenvolvimento, é
questionar a própria existência de alguns tipos de crimes.
44. (Escrivão da polícia Civil – São Paulo – 2018 ) O objeto de estudo da Criminologia
que mais traduz a função exercida pela polícia judiciária é
A) A vítima
A) O criminoso
B) O autor do fato
C) O crime
D) O controle social
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CRIMINOLOGIA EM DEZ PASSOS - #1
45. (Delegado de polícia – Sergipe – 2018) Acerca do conceito e das funções da
criminologia, julgue o item seguinte.
A criminologia é uma ciência dogmática que se preocupa com o ser e o dever ser e
parte do fato para analisar suas causas e buscar definir parâmetros de coerção
punitiva e preventiva.
A) Certo
A) Errado
46. (Delegado de polícia – Espírito Santo – 2019) O estudo da pessoa do infrator teve
seu protagonismo durante a fase positivista na evolução histórica da Criminologia.
Assinale, dentre as afirmativas abaixo, a que descreve corretamente como a
criminologia tradicional o examina.
A) A criminologia tradicional examina a pessoa do infrator como uma realidade biopsicopa-
tológica, considerando o determinismo biológico e social.
B) A criminologia tradicional examina a pessoa do infrator como um incapaz de dirigir por
si mesmo sua vida, cabendo ao Estado tutelá-lo.
C) A criminologia tradicional examina a pessoa do infrator como uma unidade biopsicosso-
cial, considerando suas interdependências sociais.
D) A criminologia tradicional examina a pessoa do infrator como um sujeito determinado
pelas estruturas econômicas excludentes, sendo uma vítima do sistema capitalista.
E) A criminologia tradicional examina a pessoa do infrator como alguém que fez mau uso
da sua liberdade embora devesse respeitar a lei.
47. (Auxiliar de Papiloscopista Policial

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