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Educação Profissional - Teoria e Prática - Aula_02

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- -1
EDUCAÇÃO PROFISSIONAL: TEORIA E 
PRÁTICA
A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NUMA 
PERSPECTIVA EMANCIPATÓRIA
- -2
Olá!
Ao final desta aula, o aluno será capaz de: 1. Analisar as concepções e as racionalidades que historicamente têm
permeado o estudo das relações entre trabalho e educação e que vêm orientando algumas práticas da Educação
Profissional; 2. refletir e responder sobre a relevância da adoção, na Educação Profissional, em uma perspectiva
emancipatória voltada para a formação unilateral do indivíduo, integrando ciência, tecnologia, cultura, política e
os estudos humanísticos, de aquisição e de novas formas de configurações das políticas sociais; 3. concluir e
explicar as contradições e possibilidades de democratização da esfera estatal.
Inicialmente e visando contribuir com a dinâmica de trabalho e elaboração de tarefas, no intuito de levar a uma
reflexão saudável sobre o Ensino Médio e a Educação Profissional, vamos recordar a citação de Paollo Nosella ,1
na qual afirma: "(...) o trabalho como produção coletiva da existência humana é o princípio educativo geral de
todo o sistema escolar.(...)" Ainda, segundo Paollo, "(...) a especificidade pedagógica do Ensino Médio decorre do
momento vivido pelo jovem em busca de sua definição moral, intelectual e social (...)".
1Professor do PPGE da Universidade Nove de Julho (UNINOVE-SP) e colaborador do PPGE da Universidade
Federal de São Carlos (UFSCAR).
"Por ser a fase final do Ensino Básico de caráter formativo, não pode ser profissionalizante. É o momento da
aprendizagem marcada pela passagem da heteronomia para uma fase cada vez mais autônoma. A consideração
de que o Ensino Médio deve priorizar a preparação (imediata ou remota) para o mercado é admitir a
legitimidade da profissionalização precoce.
A atual apologia do ensino profissionalizante e a ampliação desse sistema escolar é uma declaração da falência e
do abandono do Ensino Médio humanista, "culturalmente desinteressado", destinado a preparar dirigentes.
Consequentemente, é uma indisfarçável expressão do engessamento e do agravamento da dualidade social e
escolar. O texto crítica o Estado por não centrar suas políticas públicas no resgate qualitativo de todo o sistema
regular não profissionalizante do Ensino Médio.2
2Texto apresentado no VI Colóquio de Pesquisa sobre Instituições Escolares, promovido pelo LIPHIS do PPGE da
UNINOVE-SP ( 27/08/2009) e no encerramento do V Simpósio sobre Trabalho e Educação, promovido pela FAE
/NETE da UFMG/BH (28/08/2009). O mesmo texto foi apresentado no Seminário Nacional de Políticas para o
Ensino Médio, a convite do Ministério da Educação, Brasília, 23 de set. 2009.
- -3
Obviamente, o debate sobre o Ensino Médio se aguçou sobretudo pelo grande crescimento das suas matrículas
em decorrência do aumento dos concluintes do Ensino Fundamental.
Os dados levantados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD-IBGE, 2008) mostram que o
atendimento aos jovens de 15 a 17 anos, pela primeira vez, superou a barreira de 84% (Jornal Folha de S. Paulo,
19/09/09).
Infelizmente, diante desse crescimento, muitos se preocupam tão somente em "acomodar" socialmente tamanha
demanda de jovens em busca de formação. Esperam, inclusive, tirar proveito material dessa mão de obra juvenil
e, por isso, pensam em profissionalizá-la rápida e precocemente. Assim, fazem diariamente a apologia do ensino
técnico e profissionalizante.
Não nos enganemos, não é amor à Escola do Trabalho. É um movimento político para uns de acomodação social e
para outros de exploração de mão de obra jovem. No âmago dessa política, muitos confessam dúvidas injustas e
discriminatórias como: todos precisam ir para a universidade? Por que não priorizar um ensino médio técnico
que ofereça um diploma profissional com os quais os filhos de trabalhadores podem ingressar imediatamente no
emprego? Aliás, para muitos, a ideia de oferecer cursos rápidos, práticos, que atendem ao mercado e "acomode",
muitos jovens se apresentam como democrática. Consequentemente, dizem, isso irá aumentar também o ensino
tradicional médio "abstrato", "demorado", embasado numa cultura geral "desinteressada" ou "inútil".
CASO
Citemos, como exemplo, o editorial da Folha de S.Paulo intitulado Mão de obra difícil.
"A aprovação, no Senado, da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica é
um passo pequeno, ainda que na direção correta, para preencher uma das grandes lacunas na
formação dos brasileiros: o ensino profissional. A rede pretende organizar o setor a partir da
integração das atividades dos centros federais tecnológicos, escolas técnicas, agrotécnicas e
vinculadas às universidades federais. Foram criados 38 institutos, abrangendo todos os
Estados e Distrito Federal. Paralelamente à reorganização, está em curso um aumento
considerável no total de escolas. Por planos oficiais, o número de instituições de perfil técnico
chegou ao 354 em 2010 - atualmente são 215. O objetivo é ampliar a oferta de vagas para 500
mil. Se a expansão se concretizar, mais que triplicará o número oferecido em 2003-160 mil.
Para ser bem-sucedida, é importante que essa expansão contemple principalmente os alunos
do ensino médio. Infelizmente, a responsabilidade da educação profissionalizante tem sido
transferida no período recente para o ensino superior."
(Jornal Folha de S. Paulo, 28/12/08).
- -4
"Por isso, a problematização sobre a política de educação profissional, que tem como referência a
produção de conhecimento na área e as soluções sociais, desafiou-nos a análise do percurso
percorrido por essa política (...) que representa, na verdade, a disputa entre os setores progressistas
e conservadores da sociedade brasileira pela hegemonia nesse campo.
Em razão do exposto, neste texto refletimos sobre nossa participação e os outros estudiosos da área
Trabalho e Educação em todos os fóruns de discussão e de polêmica sobre os rumos dados à
educação e à certificação profissional, ao ensino médio, ao ensino médio técnico e, mais
recentemente, à educação de jovens e adultos. "(Frigotto et al., 2005a, 2005b; Frigotto, 2005;
Ciavatta, 2005; Ramos, 2005; Ferreira & Garcia, 2005; Costa & Conceição, 2005; Rodrigues, 2005;
Kuenzer, 2003).
Segundo Paollo Nosella, qual a razão de não se criar escolas de Ensino Médio com currículos diferenciados
voltadas para o científico, para a escola clássica, técnicas, artísticas, de comunicação , magistério, dentre outras?
"O Estado Novo foi um regime muito contraditório. (...) Houve a criação do SENAI e do SENAC que
foram consideradas iniciativas interessantes para a formação de mãos de obra. Capanema tinha uma
certa rivalidade com aquilo, elea fazer preferia como Escolas Técnicas , uma em cada Estado, que ele
acabou fazendo. Por incrível que pareça, acho uma organização do ensino secundário que ele fez,
muito mais realista do que esta lei da ditadura (5692/71), essa lei de colocar o profissionalizante
metido numa escola , uma coisa inteira irreal. Ele fez logo como coisas às claras, fez o ensino
secundário, o único que conduzia à universidade, e fez, em segundo lugar, um ensino industrial, um
ensino comercial, um ensino agrícola para as classes de nível econômico baixo e o ensino normal.
Assumiu as classes sociais: não sei se é elogiável, mas é interessante.(LEMME, P. 1988, não
publicado). "
Em concordância com Nosella, esses cursos de rigor científico, duração necessária, essencial e com condições de
acesso ao curso superior. Podendo manter a unitária, por meio de uma disciplina comum a todos eles sobre a
história do trabalho, por exemplo. Como escolas serão diferentes entre si, porém, com um eixo central vigoroso.
Quais as dúvidas que poderiam ser criadas em relação a esse tipo de escola?
"O que fazer com os jovens jovens que estão entrando na mera de trabalho todo ano? Não seria o
ensino técnico uma forma de ampliar a formação dos jovens que já estão entrando no mercado de
trabalho? Seria injusto negar a estes jovens um processode qualificação que valoriza a sua inserção
- -5
no 'mercado' de trabalho? Ou seja, o ensino técnico é uma necessidade atual decorrente da dualidade
estrutural. Sendo uma necessidade, deve também nos ocupar de qualificá-los. " (Prof. Pr. Ronaldo
Lima Araújo - e-mail ao autor deste, em 14 de set. 2009).
"Uma política centrada na recuperação da qualidade do Ensino Médio não profissionalizante não
significa abandonar os valores de jovens forçados a precocemente no mercado de trabalho todo ano.
Ao contrário. E sempre oportuno lembrar, inclusive, que a iniciativa privada é muito tossubrá-la à
demanda do mercado. Ao Estado competir supervisionar e controlar essas iniciativas, pois sua
principal tarefa educacional é oferecer um Ensino Médio Popular não Profissionalizantes, de
qualidade e pela clientela, não pela orientação pedagógica e pela qualidade do ensino. Ou seja, o
objetivo de formar dirigistes não é errado em si.
O antigo Ensino Secundário Público necessário ser didaticamente atualizado e democratizado, não é
um malfeito. Isto é, seu objetivo de formar dirigentes modernos para uma sociedade urbana pós-
agrária válida desde que suas portas abertas objetivamente abertas a todos os cidadãos. Para não
recuperar qualitativamente o sistema do Ensino Médio regular, o Estado se trincheira ideológica e
politicamente em projetos assistenciais de formação técnica e profissional universal. Afinal, se a
Sociedade Política não cuidar deste Ensino, a Sociedade Civil jamais o fazer "
Ao analisar a visão de Silvia Manfredi nos deparamos com a seguinte opinião:
A pesquisadora e professora livre docente da Unicamp, Sílvia Maria Manfredi, fez uma participação especial nas
atividades autogestionadas desenvolvida pela Superintendência de Educação Profissional (Suprof), no Fórum
Mundial de Educação Profissional e Tecnológica. Durante a mesa redonda sobre o Trabalho como Princípio
Educativo, Sílvia Manfredi falou sobre certificação profissional.
Manfredi abordou como diferentes concepções de certificação.
A primeira delas refere-se à certificação formal; ou seja, a que é conferida pelas unidades de ensino para habilitar
a pessoa a exercer determinada profissão.
A outra concepção é a de origem francesa denominada de Validação das Aprendizagens adquiridas através de
Experiência.
A terceira concepção de certificação discutida pela pesquisadora foi a que agrega além da experiência do trabalho,
a experiência de vida do trabalhador(a). “Essa é a concepção que a gente defende, porque a gente acredita que o
indivíduo vai construindo conhecimentos ao longo da vida nos diferentes espaços sociais, seja na igreja, na
família, no sindicato, nos movimentos sócias e que esse tipo de experiências e conhecimentos geralmente são
- -6
desqualificados. A certificação para nós seria o resgate desses saberes e conhecimentos, respaldada na visão
Freiriana “saberes de experiências feitos”, afirmou.
Na oportunidade, uma professora destacou a expansão da Educação Profissional da Bahia, a partir da
territorialidade, ou seja, considerando as demandas do Território, de forma a garantia da inserção dos jovens e
trabalhadores (as) no mundo do trabalho no seu local de origem . "A territorialidade é sonho para mim, sempre
batalho para fazer isso porque a gente acredita é uma formação, certificação e orientação de forma integrada, é
um trio, e a territorialidade considera os saberes locais. É um (VAE) que identifica reconhecida e legitimidade
conhecimentos , saberes, competências do indivíduo como trabalhador.
Para concluir, vamos ler a história de Maicom e os paragrafos que seguem por Nosella .3 
"(...) Maicom será encaminhado para uma prática produtiva imediata e / ou para um curso
profissionalizante rápido que o ajude a algum serviço remunerado. Qual a tendência profunda ou o
talento de Maicom? Vários. Mas não haverá tempo e condições materiais para ele identificá-lo e
cultivá-lo. Na melhor das hipóteses, será uma matrícula entre mais de 90% do ensino médio público
regular. "
3 NOSELLA, P. A Escola Profissional de São Carlos . São Carlos, Edufscar, 1998.
"(...) Quem pode abrir-lhe o horizonte da possibilidade e pessoal de ser um dia um futuro dirigente?
Como mostrar que nenhum futuro deve exercer alguma atividade produtiva, mas também se tornar
um cidadão pleno, isto é, um dirigente ? Como fazer com que acredite sinceramente nisto? Quem o
educará nesse sentido, formando-o na profissão para o qual demonstração mais talento e
responsabilidade política? A resposta é que compete ao Estado educar nessa perspectiva todos os
milhões de "Maicoms" da Nação , por meio de um estudo de qualidade elevada, de amplo espectro
cultural, não assistencialista.
Para conseguir esse objetivo, o Estado precisa priorizar em suas políticas o ensino médio regular,
acesso aos poucos ramificações de formação profissionalizante. Por isso, é obrigação do Estado
possibilitar à família de Maicom sobreviver sem a contribuição imediata deste adolescente, oferecer
um ensino médio rico de recursos didáticos, onde se leiam, entre outros, os Épicos, de Homero, o
Discurso de Cícero contra Catilina, o Diálogo Sobre os Dois Maiores Sistemas, de Galileu, Memórias
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do Cárcere, de Graciliano Ramos. Onde se estuda e discute os velhos e novos instrumentos
tecnológicos; onde se organizar viagens de estudo para vários lugares do Brasil e também (por que
não?) para o exterior;
(...) Onde os alunos são orientados e acompanhados individualmente nas atividades de seu gosto,
dentro ou para a escola, durante o período oposto ao horário da escolarização obrigatória. Somente
quando Maicom conseguir se projetar espiritualmente como um futuro dirigente desta sociedade,
tomar sentido para ele os debates de cultura acima exemplificados. Caso contrário, seu interesse
encolherá em aspectos práticos profissionais. Esse Ensino Médio não é muito caro; muito caros
(queridos) sãos os nossos adolescentes, sobretudo os que correr atrás do enorme impacto pela falta
de capital cultural, social e econômico. "
O que vem na próxima aula
• As concepções e a realidade da Educação Profissional;
• a concepção produtiva: a educação e o mercado de trabalho;
• a concepção civil democrática: a educação e a formação do cidadão.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• A aula de hoje tratou do tema A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NUMA PERSPECTIVA EMANCIPA analisando 
as concepções das racionalidades que historicamente tem permeado o estudo das relações entre trabalho 
e educação, a relevância da adoção da democratização da esfera e possibilidades de você integrar mais 
conhecimentos aos seus contextualizando-os com os de seus colegas de trabalho, por meio dos Fóruns 
temáticos.
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	Olá!
	
	O que vem na próxima aula
	CONCLUSÃO

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