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Doenç� Hepátic� Gordur�s� nã� alcoólic� Definição: doença multifatorial, que envolve fatores ambientais e genéticos e pode evoluir para formas mais graves, como cirrose e carcinoma hepatocelular (CHC).São vários espectro de alterações hepáticas que varia desde simples depósito de gordura no interior dos hepatócitos, sem inflamação ou fibrose (esteatose simples), até casos de esteato- -hepatite não alcoólica (EHNA), cirrose e CHC em pacientes sem história de etilismo. Histologia: caracterizada por alterações histológicas que se assemelham àquelas encontradas na doença hepática alcoólica (DHA), como esteatose macro e microvesicular, infiltrado inflamatório lobular misto e balonização hepatocelular em área da veia centrolobular (Zona III), podendo apresentar fibrose pericelular, corpúsculos de Mallory e cirrose. Esses aspectos morfológicos são indiferenciáveis da DHA; no entanto, ocorre em indivíduos cujo consumo diário de álcool é inferior a 20 g para mulheres e 40 g para homens. Fatores associados: - Síndrome metabólica - Diabetes mellitus 2 - resistência a insulina - HAS - obesidade visceral - dislipidemia - hipertrigliceridemia - níveis baixos de HDL - níveis elevados de LDL - precedimentos cirúrgicos ( bypass jejunoileal) - desnurição calórico proteica, nutrição parenteral prolongada, - uso de drogas,medicações ou exposoção a toxinas - endrocropatias Etiologia: é multifatorial e está relacionado principalmente a síndrome metabólica. Pode evoluir para cronicidade. - Dentre as hipóteses consideradas para explicar a fisiopatogênese da DHGNA e sua evolução para EHNA destaca-se a teoria dos múltiplos hits: que aponta resistência a insulina como condição inicial para acúmulo de ácidos graxos no hepatócito (esteatose), sendo modulado por adipocitocinas e disfunção de síntese e transporte de triglicérides celular. Os estímulos subsequentes, tais como estresse oxidativo, ativação de citocinas inflamatórias, estresse do retículo endotelial, geram o desenvolvimento de inflamação e fibrose. Sintomas: - DHGNA é usualmente assintomática. - Fadiga, desconforto no quadrante superior direito do abdome, perda de peso e fraqueza, (casos mais avançados) ou há presença de cirrose - Normalmente é descoberta acidentalmente durante exames laboratoriais de rotina, que revelam concentrações aumentadas de ALT, ou durante investigação de pacientes com obesidade grave, DM e hipertensão arterial, comorbidades estas que representam fatores de risco para desenvolvimento da DHGNA. Exame físico: - normalmente há sobrepeso - hipertensão arterial - adiposidade visceral - hepatomegalia firme e indolor (75% dos casos) - Sinais de insuficiência hepática, como spider angiomata, ginecomastia e eritema palmar ocorrem menos frequente Diagnóstico: DHGNA é baseado na exclusão de outras causas de doença hepática. Uma vez descartadas condições como hepatites virais, álcool, fatores genéticos e ambientais, o diagnóstico de DHGNA primária pode ser considerado. - Elevações leves a moderadas de aminotransferases. Normalmente é elevação até quatro vezes do limite superior da normalidade (ALT > AST) - elevação da gama gt - fosfatase alcalina (FA) discretamente aumentada. (não sobe muito, no máximo até 2x do valor normal) - Elevações no perfil lipídico sérico e nas concentrações de glicose Existem marcadores clínicos, bioquímicos e mais específicos relacionados à fisiopatogênese, como marcadores de inflamação, apoptose, de estresse oxidativo e de fibrose propriamente dita. - presença de dm, obesidade, idade avançada, sexo feminino (a maior risco de desenvolvimento de EHNA e maior grau de fibrose.) Exames de imagem: nenhum método não invasivo de imagem seja capaz de distinguir esteatose simples de EHNA ou indicar grau de fibrose hepática, - US (mais usado) com boa especificidade para reconhecer fígado gorduroso - RM - TC: é um método menos sensível Biópsia: é o melhor método para dúvidas diagnósticas, confirmar esteatose hepática ou estratificar o grau de cirrose - estádio 1: esteatose isolada - estádio 2: esteatose e inflamação - estádio 3: esteatose, inflamação, hepatócitos balonizados - estádio 4: esteatose, inflamação, hepatócitos balonizados, corpúsculos de mallory e fibrose indicação: não é para todos os pacientes mas sim para aqueles que o risco de evolução desfavorável pela existência de fibrose e cirrose for alta: - idade >45 anos, principalmente na presença de DM, obesidade - sinais e sintomas de cirrose hepática, falência hepatocelular ou hipertensão porta - relação AST/ALT >1 Tratamento: a base é a remoção dos fatores desencadeantes Tratamento não farmacológico: melhora dos fatores de riscos metabólicos, como obesidade, DM tipo 2 e hipertrigliceridemia, bem como descontinuação de drogas hepatotóxicas e redução do consumo de álcool também devem ser preconizadas. - perda de peso - dieta e atividade física - medicações para perda de peso a depender da indicação de cada caso - Pacientes obesos imc>35 pode ser indicado bariátrica (Uma vez que perda de peso rápida pode piorar histologia hepática, cirurgias bariátricas que utilizam bypass jejunoileal devem ser evitadas, e gastroplastias ou bandas ajustáveis devem ser preferidas.) - medicações para auxiliar e aumentar a sensibilidade a insulina (metformina, pioglitazona, rosiglitazona) - suplementação de vitamina E (para reduzir o estresse oxidativo) - cirrose: transplante de fígado
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