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Ana Valéria Dantas de Araújo Góis Anestésícos Locais Tópico Principal ➵ Histórico Nativos das montanhas peruanas – uso de folhas de coca pra evitar a fome, fadiga e elevar o espírito Isolamento da cocaína da Erythroxylon coca: Niemann (1859) Estudo da sua farmacologia – Von Anrep (1880) Alívio da dor em procedimentos oftalmológicos – Carl Koller (1884) Estudo de anestésicos locais que não induzam dependência – Einhorn (1982) = 12 anos depois surgiu a Procaína (mais seguro e não leva à dependência química) ➵ O que são Anestésicos Locais? São os agentes que irão bloquear de forma reversível a condução nervosa, quando aplicados a uma região circunscrita do corpo Também podem ser utilizados no bloqueio periférico e também na raquianestesia e na anestesia peridural O canal de sódio ➵ Os anestésicos atuam no canal de sódio; este é composto por subunidades e no centro, dá para passar o Na+ ➵ Só atuam em determinados receptores – aqueles que são voltagem dependente (tem que ser um receptor aberto para permitir a passagem de sódio) O receptor pode está fechado, aberto ou inativado – são as três formas que os íons de sódio podem atuar Quando o anestésico se liga ao receptor, ele deixa o canal aberto para que possa haver a troca de sódio e potássio ➵ Diferenças de eletrólitos intra e extra-celular Temos mais sódio no meio extracelular e mais potássio no meio intracelular Devido a esse desequilíbrio, é como vai agir o anestésico local – permite a passagem de sódio do meio extracelular para o meio intracelular Ana Valéria Dantas de Araújo Góis ➵ Potencial de Ação acontece com a entrada Na+ na célula e com a saída de K+ O potencial de repouso nas fibras nervosas é de -70 a -90mV Para que o potencial de ação acontece, tem que haver a entrada de sódio na célula e a saída de potássio Para que o anestésico local atue, deve haver o bloqueio dos canais de íons de Sódio, consequentemente, o estímulo nervoso não vai mais se propagar, gerando assim o alívio da dor Classificação ➵ São divididos em 3 grupos – amina terciária, grupo intermediário e o grupo aromático ➵ O grupo intermediário, vai diferenciar a classe: Amino-amida – possui o NH na composição Amino-éster – possui a carboxila ➵ Aminoamidas – são mais utilizados no dia a dia Bupivacaína Ropivacaína Lidocaína Etidocaína Prilocaína A metabolização é pelo fígado (sistema P450) – raramente produz reação alérgica Raríssimas reações alérgicas OBS – Nas suturas utilizamos mais a lidocaína, enquanto que em procedimentos maiores, usamos a bupivacaína ou a rupivacaina OBS – Nas amidas, os anestésicos tem duas letras Is no nome ➵ Aminoésteres – são utilizados mais como colírios, na oftalmologia Cocaína Clorprocaína Procaína Tetracaína Ana Valéria Dantas de Araújo Góis São metabolizados pelas pseudocolinesteras e plasmática Reações alérgicas frequentes OBS – Remifentanil (único dos opioides que tem metabolização diferente), Cisatracúrio (BNM) e Atracúrio (BNM) são metabolizados por esterases plasmáticas Conceitos ➵ São bases fracas que carregam uma carga positiva no grupo amina em pH fisiológico ➵ Conceito de pKa – é o pH onde 50% das moléculas estão sob forma ionizada e 50% estão em forma não ionizada OBS – O anestésico ideal seria assim, 50%, mas não existe pKa da Bupivacaína – mais potente (gera um alívio da dor por mais tempo) que a lidocaína, mas demora mais a agir do que a lidocaína OBS – quanto mais ionizado, mais potente e menor a penetração no nervo (demora mais) pKa da Lidocaína – se comparada com a bupivacaína, penetra de maneira mais rápida lá no nervo, mas é menos potente que a bupivacaína OBS – Lidocaína em infecção: pH 5,0 – não pega bem; mesmo que coloque uma concentração maior, não vai atuar no nervo, pois vai estar muito desequilibrado OBS – nessa imagem é a quantidade de % ionizado em ph de 5 Farmacologia Ana Valéria Dantas de Araújo Góis ➵ Potência Vai depender da hidrofobicidade – quanto maior a quantidade ions H+, mais o fármaco é potente A composição das aminas, definem a potência ➵ Inicio de Ação Vai depender da dose (de acordo com o peso) e da concentração (o anestésico pode estar ou não diluído) O aumento da dose aumenta o número de moléculas disponíveis – analgesia efetiva (mais nervos bloqueados), duradoura e com início de ação mais rápido Importante ter cuidado com a dose tóxica – pode diluir ➵ Doses Máximas dos Anestésicos Locais OBS – Na pratica, quase nunca faz a diluição; geralmente apenas em crianças OBS – Nas crianças, geralmente essa diluição é o mesmo valor do fármaco (E.x., se é 5 ml, ai coloca mais 5ml de ABD) OBS – Na ampola, 1 ml tem 20 mg (já é padronizado para lidocaína) ➵ Efeitos Tóxicos dos Anestésicos Locais ➵ Duração de Ação Efeito de vasocronstrictor – Adrenalina * Diminui a absorção sistêmica * Melhora a qualidade da analgesia * Prolonga a duração do efeito * Limita os efeitos colaterais * Não usar em extremidades, pois a vasoconstrição pode levar a necrose – dedo, nariz, orelha, pênis Ana Valéria Dantas de Araújo Góis ➵ Diferença do bloqueio motor e sensorial Aqui não é tão importante para sutura e sim para raquianestesia e anestesia peridural A-delta – atuam mais no bloqueio sensorial; possuem uma velocidade maior, então terão um alivio da dor mais rápido; diminuição do tato e da temperatura Ex. a lidocaína tem mais predileção por essas fibras Fibras C – mais relacionado ao bloqueio motor – raquianestesia na cesariana; possui um alívio da dor de forma mais lenta; Ex. bupivacaína tem mais predileção por essas fibras ➵ Local de injeção do anestésico local Injeção intra-raquidiana – tem um rápido início de ação (possui mias feixes nervosos) Injeção no plexo braquial tem início de ação lento (possui menos feixes nervosos) Efeitos Tóxicos ➵ Taxa de absorção sistêmica depende do local da injeção Intravenosa > Intratraqueal > intercostal > caudal > paracervical > epidural > plexo braquial > isquiático > subcutâneo OBS – A lidocaína pode ser usada via intratraqueal ➵ Sintomas de Toxicidade dos Anestésicos Locais Confusão mental; Inquietação; Vertigem; Dificuldades para focalizar; Logorreia; Hipoestesia perioral ou lingual; Escotomas visuais ➵ Sistema Cardiovascular Aqui é uma intoxicação de grau mais avançado, já que notaremos logo os sintomas do SNC Podem exercer ações diretas sobre o coração, vasos sanguíneos periféricos e indiretas sobre a circulação Diminuição da despolarização das fibras de Purkinje Tem ação inotrópica negativa dependente da dose Inibem saída de cálcio do reticulo sarcoplasmático Pode gerar uma PCR * A ressuscitação em caso de PCR deve seguir o ACLS * Massagem cardíaca deve ser mais prolongada (30 a 60 minutos) * É de difícil reversão, em especial a que ocorre decorrente da bupivacaína. (por ela demorar mais a sair do corpo) ➵ Tratamento da Toxicidade dos Anestésicos Locais Oxigênio a 100% Abortar convulsões - BENZODIAZEPÍNICOS Suporte cardiovascular – utilização de antiarrítmicos, como amiodarona Tratar a acidose Reações Alérgicas ➵ Os aminoésteres podem causar reações alérgicas, devido a liberação de histamina ➵ Ácido p-aminobenzóico é um dos metabólitos responsáveis por isso ➵ Porém ocorre em pequeno número de pacientes ➵ Reações alérgicas com as aminoamidas são rara
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