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------------------------------------------ ------------------------------------------ ----------------- -------------------------------------- ------------------------- Período que equivale ao intervalo de tempo antes da mulher engravidar até a concepção de fato • O ideal é que a paciente procure o médico 3 meses antes de engravidar Fatores de risco presumidos Riscos que a mulher corre ao engravidar • Risco de abortamento: 15 a 20% • Risco de pré-eclâmpsia: 10% • Risco de óbito fetal: 1-3% • Risco de crescimento intra-uterino restrito: 3 a 8% • Prematuridade: 10% Consulta O ideal é ir o casal (mãe e pai) para a consulta História clínica ✓ Exame físico geral ✓ Exame ginecológico ✓ Exames complementares ✓ Avaliação do estado endócrino materno ✓ Planejamento da gravidez Rastreamento: ▪ Possibilidade da gravidez ocorrer mais próximo do ideal ▪ Minimizar os riscos de morbiletalidade materna e fetal ▪ Prevenir o comprometimento que pode ocorrer em várias situações (veículo materno envolvendo placenta, transmissão de oxigênio e nutrientes para o feto) Fatores de risco: ▪ Aspectos preventivos – intercorrências clínicas e obstétricas ▪ Aspectos terapêuticos Intercorrências clínicas: • Fatores individuais: ▪ procedência ▪ idade materna: <17 e >35 anos (ideal para engravidar) Para pacientes menores de 17 anos deve-se orientar e planejar a gravidez Para pacientes >35-40 anos deve-se observar a reserva folicular, a taxa de hormônio anti-mulleriano (marcador de reserva ovariano), FSH, inibina B, folículos pré-antrais (>6 mm 3-5/campo no 3º dia do ciclo) ▪ idade materna >40 anos ▪ altura materna <1,45 m ▪ peso materno <54 e >75 kg ou IMC <20 e >35 (ideal) ▪ ocupação ▪ condições ambientais desfavoráveis ▪ situação conjugal insegura ▪ baixa escolaridade e renda ▪ dependência de drogas Hormônio anti-mulleriano: ▪ Níveis séricos são bons marcadores de reserva ovariana ▪ Diminuem com o aumento da idade ▪ Níveis basais reduzidos em mulheres com baixa reserva (3º dia do ciclo) ▪ Associado com resposta ovariana em ciclos de FIV (fertilização in vitro) para mulheres com níveis normais de FSH Avaliação do estado atual das enfermidades • Doenças crônicas ▪ Planejamento da gravidez reduz eventos adversos ▪ Diabetes, hipertensão, HIV, epilepsia, anemias, hepatites, doenças psiquiátricas ▪ Discutir o impacto reprodutivo da doença crônica • Medicamentos • Teratógenos ▪ Antiepilépticos ▪ ácido retinoico e isotretinoína (acutane – roacutan) ▪ toxoplasmose ▪ finasterida (reduz níveis androgênicos) – medicamento para queda de cabelo Riscos ambientais • Drogas • Riscos ambientais Intercorrências obstétricas: • História obstétrica ▪ abortamentos (principalmente em casos de repetição) ▪ cesariana: repetição, placenta prévia, descolamento prematura de placenta ▪ prematuridade, crescimento fetal restrito ▪ óbitos fetais ▪ paridade ▪ consanguinidade ▪ hipertensão ▪ dificuldade para engravidar ▪ ruptura prematura de membranas ▪ mortalidade fetal ou neonatal ▪ passado mórbido na gestação e no parto anterior: anemias, anomalias fetais, DPP, PP (acretismo), hipertensão na gravidez, ganho ponderal insuficiente ou excessivo, dificuldades na gestação e no parto, complicações puerperais ou neonatais, malformações congênitas, gemelidade, sequelas do SNC Tratamento das enfermidades • Avaliação e controle das doenças pré-existentes • Equipe multiprofissional • Orientação preventiva: imunização, atualizar o calendário vacinal • Drogas ilicitas e líticas (álcool não pode ser utilizado por mulheres grávidas, nem que queiram engravidar) • Valorizar o pré-natal de 12 meses: ✓ exame clínico e ginecológico ✓ exames laboratoriais gerais e pré-natais ✓ exames ultrassonográficos ✓ administração de ácido fólico ✓ planejar a futura gravidez • Orientações: peso, nutrição, exercícios físicos, uso de drogas • Mulheres na pré-menopausa: reserva folicular • Riscos de cromossomopatias: principalmente em casos de abortamento de repetição, alterações cromossomicas Ações preventivas • Planejamento reprodutivo: compensação e/ou cura das enfermidades • Nutrição • Atividade física • Suplementos: ácido fólico (tem que ser tomado antes de engravidar), dosagem da homocisteína, homocisteína aumentada risco de doença hipertensiva, DPP, abortamentos de repetição, partos prematuros, RNBP • Vacinação (grande oportunidade) Ácido fólico-metil-folato: ▪ Dose diária de 0,4 mg, uso superior a 30 dias prévios à concepção ▪ Grupo de alto risco (antecedentes de filhos com defeitos do tubo neural) deve- se tomar 4 mg/dia por período superior a 90 dias com início na pré-concepção ▪ Defeito septais cardíacos e fendas faciais (aguardando confirmação epidemiológica) Conclusões: 1º - preocupação em reduzir os índices de morbiletalidade materno-fetais 2º - avaliar as condições de saúde da mulher que pretende engravidar 3º - valorizar a chamada gravidez de 12 meses ---------------------------- ---------------------------- ---------------------------- ----------------- ------------------------- ------------------------- ------------- No coração: ▪ Ocorre aumento da frequência cardíaca, aumento do débito cardíaco, aumento do volume sanguíneo, diminuição da resistência vascular e diminuição da PA No sangue: ▪ Ocorre produção maior de hemácias, mas aumenta muito mais a produção de plasma, o que leva a uma hemodiluição, o número de leucócitos pode aumentar principalmente no parto e no puerpério, aumentam também os fatores de coagulação (fibrinogênio 300-660 mg) para que ela não sangre no pós-parto de maneira importante, as plaquetas estão em quantidade normal No sistema respiratório: ▪ O sistema respiratório também se altera, eleva o diafragma (VR pulmonar diminui em 20%), a frequência respiratória se mantém, aumenta o volume corrente e a ventilação por minuto No sistema digestório: ▪ Pode ocorrer sangramento gengival (gengivite), diminui o tônus digestivo, pode levar a quadro de hemorroidas devido à força para evacuar, pode também ter quadros de azia (devido à hipotonia da cárdia) O hormônio responsável por causar enjôo é o hCG. Além dele o enjoo pode ser causado também pela glicemia e progesterona No sistema urinário: ▪ No sistema urinário observa-se aumento do fluxo plasmático renal (devido ao aumento da taxa de filtração renal) levando a um quadro de polaciúria (compressão da bexiga pelo útero gravídico) No sistema endócrino: ▪ O sistema endócrino também é alterado, aumentando o peso e volume da hipófise (para produzir mais prolactina), diminuição do TSH (hCG é similar a esse hormônio), aumento da tireoide devido à falta do hormônio tireoidiano ✓ Para inibir o trabalho de parto normalmente se hidrata a paciente, estimulando o ADH e com isso, diminui a ocitocina (ambas armazenadas na neurohipófise) A glicose é passada para o feto por difusão facilitada, porém, a grávida tem uma resistência insulínica – fase anabólica (pega os três primeiros trimestres) onde ocorre o armazenamento de glicose para uma fase que precise utilizar mais e fase catabólica (último trimestre) ocorre a liberação dessa glicose para crescimento do feto No sistema muscular: ▪ O sistema muscular também é alterado, ocorrendo relaxamento das articulações e ligamentos sacroilíacos Principais sintomas • Atraso menstrual • Curva térmica: se a temperatura continua alta após o período que deveria descer a menstruação, essa mulher está grávida • A mulher fica com muito sono devido ao aumento da progesterona • Começa a ter quadros de polaciúria, cólica, sensibilidademamária Sintomas secundários • Aumento do volume do útero, amolecimento do colo, vascularização da vulva e vagina, arroxeamento • Pode ocorrer sangramento vaginal devido à nidação do feto, colando-se no endométrio • O último sintoma é o enjoo (devido ao hCG, glicemia ou cetose) • Antecipação de sintomas: • Obstrução nasal, sangramento nasal, sangramento gengival e épolis, cefaleia, pigmentação das mamas, rosto, linha nigra – o melasma pode aparecer por aumento de estrógeno e progesterona • Alterações mamárias: tuberculos de Montgmery, rede de Haller, aréola secundária (hunter), lanugem (Halban) • Pele seca, estrias, prurido • Pode ter tontura devido a PA baixa ou hipoglicemia, pode ter também taquicardia (hipoglicemia) • Atividade física: deve-se ponderar se ela já fazia atividade física ou não, mas pode fazer, não pode ser de alto impacto para não modificar a articulação • Pode ter lordose, relaxamento articular, dor nas costelas, dores no baixo ventre • Pode ter polaciúria, resíduo urinário, infecção urinária e corrimento vaginal Aspectos emocionais ----------------- ----------------- ----------------- ----------------- ----------------- ---------------- --------------- --------------- --------------- --------------- --- • Elementos indicativos: presunção, probabilidade e certeza • Recursos clínicos: anamnese (avaliar se teve atraso menstrual – QD, HPDM) e exame físico (avaliar se tem presença do feto) • Imagens laboratoriais • Período gestacional: importante para delimitar os riscos da gravidez → Fase inicial: 0 a 6ª (8ª) semanas – chamado de embrião → Fase intermediária: 9ª a 20ª semanas – chamado de feto → Fase avançada: 21ª a 40ª semanas Diagnóstico clínico: • Presunção: amenorreia, tonturas, lipotímia, náuseas, vômitos, sialorreia, congestão mamária, polaciúria • Probabilidade: amenorreia, aumento do volume uterino, consistência do útero • Certeza: detecção dos batimentos cardíacos do embrião/fetal Somando os três, faz-se a anamnese, inspeção, palpação, toque vaginal, ausculta, temperatura basal (menos importante) da grávida O diagnóstico de certeza em fase inicial (precoce) é o ideal, pois protege o embrião/feto do riscos (intra-uterino e pós- nascimento) Diagnóstico da gravidez Anamnese: • O atraso menstrual pode ser fisiológico ou patológico • Sintomas de gravidez: averiguar se há sintomas neurovegetativos (lipotímia, náusea) • Movimentos fetais da 16ª a 20ª semana • Idade gestacional: dá-se pela última menstruação + 7 dias • Data do parto: soma-se 3 meses desde a data da última menstruação Inspeção: • Cabeça: Sinal de Halban (lanugem, pelificação no rosto), cloasma (pigmentação da pele) • Pescoço: hipertrofia da tireoide • Mamas: colostro, turgescência, pigmentação da aréola (Sinal de Hunter), aumento da vascularização da mama (Rede de Haller), tubérculos de Montgomery • Abdome: pigmentação da linha alba, aumento de estrias, aumento do abdome • Genital: coloração violácea (Sinal de Jacquemier-Chadwik e J-Kluge) • MMII: varizes Palpação: • Palpar os segmento, o rechaço (movimento do bebe dentro da cavidade uterina) e a movimentação do abdome • Ausculta: USG doppler da 5ª a 6ª semana, Sonar Doppler da 10ª a 12ª semana, Pinard (técnica muito antiga, antes de surgir os métodos tecnológicos) da 18ª a 20ª semana • Temperatura basal: aumento por mais de 16 dias Toque vaginal: • Aumento de volume, alteração da consistência do útero • Sinal de Goodel – amolecimento do útero • Sinal de Nodle-Budin – ocupação do fundo do saco • Sinal de Piscacek – alteração da forma do útero, um lado fica maior que o outro • Sinal de Hegar – amolecimento do colo do útero total • Sinal de Puzos – movimentação da cabeça fetal • Sinal de Osiander – durante o toque sente-se o aumento da pulsação das artérias endovaginais Diagnóstico laboratorial Se baseia na determinação do hCG • É um hormônio denunciador da presença de tecido trofoblástico • Surge precocemente • Apresenta aumento consistente no início da gestação • É um hormônio glicoproteico com duas subunidades (alfa e beta), pede-se sempre o beta-hCG • Se intensifica após a nidação do ovo, dobrando sua concentração a cada 48 horas • Maiores níveis em torno da 8ª a 12ª semana, caindo logo após até o final da gestação hCG: prolonga a atividade funcional do corpo lúteo até a atividade total da placenta o corpo lúteo mantém a produção de progesterona e estrógenos em que níveis que sustentem a gestação até que a placenta desenvolva sua atividade estrogênica duplicação do hCG: permite diferenciar uma gravidez que está indo bem, de uma que tem risco de aborto (hCG baixo) • Cadeia alfa é compartilhada com outros hormônios (reações cruzadas com LH, FSH, TSH) • Cadeia beta é exclusiva (específica) • A presença de beta-hCG não é sinônimo de gravidez Tipos de testes: • Aglutinação • Imunocromatográficos (cassetes e tiras) – “testes de farmácia” • ELISA • RIA – possui alta sensibilidade → Níveis elevados: enfermidades trofoblásticas não gestacionais e gestacionais (mola, coriocarcinoma), possíveis reações cruzadas → Níveis reduzidos: gravidez ectópica, perda gestacional, urinas diluídas, níveis abaixo da sensibilidade do kit Diagnóstico por imagem USG: • USG abdominal – saco gestacional na 6ª semana • USG transvaginal – saco gestacional na 4ª semana → De 4-5 semanas já é possível observar o saco gestacional → De 5 semanas já é possível observar a vesícula vitelínica → 5-6 semanas – já é possível observar o embrião, na 9ª semana dá para saber a idade gestacional → 9-16 semanas – já é possível observar o feto (16 semanas – identificação da placenta) • 11-13ª semana: dissolução do saco gestacional e da vesícula vitelínica • Indicações: transvaginal até cerca de 12 semanas e, a partir disso, abdominal Morfológicos: • 1º trimestre: 10 a 15 semanas • 2º trimestre: 20 a 24 semanas • 3º trimestre: restante (pedido de ultrassom de acompanhamento) Gravidez ectópica: • Zona discriminatória: 6ª semana Perda gestacional: • Diminuição do beta-hCG com negativação após cerca de 20 dias • USG é um método complementar Diagnóstico de certeza em situações especiais: • Neoplasia trofoblástica • Gravidez ectópica • Perda gestacional Classificação de risco gravídico • Gravidez de risco: baixo, médio e alto • Exames: ultrasom seriada, doppler, perfil biosífico fetal, cardiotócografia, amnioscopia, amniocentese ------------------------------------------------------- ---------------------------------------------- ------------------------------------------------------- -------- A fecundação ocorre 24 horas após a ovulação, teoricamente ocorre no 14º dia do ciclo menstrual. Ocorre na trompa de falópio (tuba uterina). Após esse evento o embrião já começa a se desenvolver, formando a mórula (16 células) A mórula cai na cavidade uterina, o genoma já está ativado. Quando chega na cavidade uterina é chamada de blastocisto Período pré-natal pode ser dividido em: implantação do blastocisto, fase embrionária e fase fetal Implantação do blastocisto • O trofoblasto é a camada periférica que recobre os blastômeros, através da qual o embrião recebe alimentação da mãe e que forma posteriormente a camada superficialda placenta (camada superficial do blastocisto) • Do dia 6 ao dia 9 temos a implantação do blastocisto no endométrio. Depois desse período começa a se chamar embrião Fase embrionária • As células já estão se desenvolvendo • Começa a diferenciação celular • Estimativa da idade gestacional – DUM (data da última menstruação) • Ultrassonografia precoce: considerar se tiver mais de 5 dias de diferença até as 12 semanas • Considera-se embrião até a 11ª semana de gestação Placenta: órgão que forma uma interface para a entrega seletiva de nutrientes da mãe ao feto e também redirige as funções metabólicas, endócrinas, cardiovasculares e imunológicas maternas para promover a sobrevivência e o crescimento fetal. É um órgão específico da gestação • Transporte: difusão simples de O2 e CO2, difusão facilitada de glicose e íons, transporte ativo de aminoácidos, creatinina, fosfatos, ferro • É um órgão hemocorial (sangue materno entra em contato direto com o trofoblasto) • Contato íntimo entre o sistema imunológico materno e o tecido fetal • É formada após a implantação com a infiltração de células do trofoblasto fetal que evolui para a decídua • Regulada por células do sistema imunológico local (natural killers uterina, macrófagos e células T reguladoras) • Reguladores do equilíbrio entre a tolerância das células do trofoblasto fetal e as limitações de sua invasão • Segundo trimestre: invasão das arteríolas espiraladas (oclusão e remodelação endotelial), tornando-as vasos de baixa resistência (24 a 26 semanas) • Face fetal da placenta: recoberta pelo âmnio • Face materna: dividida em lóbulos irregulares (cotilédones) Cordão umbilical: formada por duas artérias umbilicais (sangue pouco oxigenado) e uma veia umbilical (sangue oxigenado) Sistema amniótico: membranas e líquido amniótico. Possui propriedades antibacterianas, proteção fetal e desenvolvimento dos órgãos e sistemas do feto. Formado por suas membranas, interna (amnio) e externa (córion) Fase fetal • Feto: a partir da 11ª semana • Ocorre crescimento e maturação das estruturas formadas • 12-14ª semana: exame morfológico de primeiro trimestre para rastreamento de síndromes • 2º trimestre: ultrassonografia morfológica, avaliação dos principais órgãos e estruturas, cerca de 20-24 semanas • Sistema cardiovascular: o cordão umbilical liga o feto à placenta, fluxos preferenciais ou shunts – ducto venoso, forame oval e ducto arterioso. A saturação da veia umbilical é de 80% Hematopoese: ocorre primeiro na vesícula vitelínica, depois fígado fetal e no final, pela medula óssea Hemoconcentrado: no termo 18 mg/dL Fatores de coagulação: produção do redor de 12 semanas • Sistema respiratório: a maturação dos pulmões é dividida em 4 fases histológicas – pseudoglandular (5 a 17 semanas), canalicular (16 a 25 semanas), saco terminal (24 semanas até o nascimento) e alveolar (final do período fetal até os 8 anos) 26 semanas: diferenciação dos pneumócitos e bronquíolos terminais 24 a 26 semanas: viabilidade fetal (mais de 50% de chance de sobrevida) Surfactante produzido ao redor de 30 semanas (supra renal do feto com a produção de corticoide) • Sistema digestório: intestino primitivo é formado na 4ª semana de gestação, com invaginação até a 10-12ª semana (começo da deglutição fetal) Aparelho urogenital: urina fetal começa a ser produzida com 16 semanas, produção fetal de líquido amniótico Broto genital: diferenciação com 16 semanas • Sistema nervoso central: para o fechamento do tubo neural (1º trimestre) é necessário ácido fólico Teoria de Barker • Na gestação, nossas doenças já são pré-determinadas • Mudanças permanentes na fisiologia e metabolismo do indivíduo aumentando o risco de doenças na fase adulta (diabetes mellitus tipo 2, doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, transtornos psiquiátricos) • A primeira formação do indivíduo dura cerca de 1000 dias (primeiro ano de vida e segundo ano adequado) ----------------------------- ----------------------------- ----------------------------- -------------- -------------------------------------- ------------------------- Canal do parto/trajeto: bacias óssea e mole Móvel/objeto: concepto Força/motor: contração uterina Feto de termo Peso normal: 3 – 3,5 kg Tamanho: 49 – 50 cm Tamanho do cabelo: 1 – 3 cm Unhas excedem a polpa digital Verniz caseoso • Cabeça o Ossos do crânio: dois frontais, dois parietais, dois temporais, um occipital e asas do esfenoide o Suturas: sagital ou interparietal, metópica ou médio frontal ou interfrontal, frontoparietal ou coronária, occipito-parietal ou lambdoide No decorrer da gestação, a cabeça do feto diminui. Os maiores casos de partos pélvicos ocorrem por conta desse problema (cabeça grande) ou coronária, occipito-parietal ou lambdoide o Fontanelas: bregma, lambda, ptério e astério É melhor o bebe sair com o diâmetro menor primeiro, logo, com a parte de trás da cabeça Bacia óssea • Dois ilíacos (ilíaco, pubis e ísquio), sacro e o cóccix A pelve menor é a que tem maior importância obstétrica. Também é chamada de pelve obstétrica. É a partir dela que sabe-se se o parto normal será viável • Estreitos: o Superior – promontório sacrovertebral, interlinha da articulação sacroilíaca, linha inominada, eminência íleo-pectínea, crista pectínea, margem superior do pube e sínfise púbica O diâmetro permite saber se vai ser possível um parto normal o Médio – encontro 4ª e 5ª vértebras sacras, apófise transversa da 5ª vértebra sacra, borda inferior do pequeno ligamento sacroclático, espinha clática, linha que vai atingir a margem inferior da sínfise púbica (pode dar problema no parto, principalmente a espinha isquiática) o Inferior – ponta do cóccix, borda inferior do grande ligamente sacrociático, face interna das tuberosidades isquiáticas, borda inferior do ramo isquiopúbico, borda inferior da sínfise púbica • Classificação o Forma do estreito superior – ginecoide (a mais favorável para o parto, cerca de 50% das mulheres, forma de elipse transversa), antropoide (cerca de 25%, mais comum na raça negra, forma de elipse anteroposterior), androide (cerca de 20%, muito ruim para o parto, aspecto triangular) e a platipeloide (cerca de 5%, bem rara, forma achatada) • Planos de De Lee: medida pelos dedos de dilatação (cm) • Avaliação clínica do estreito superior: o Diâmetro conjugado verdadeiro = diâmetro conjugado diagonal - 1,5 cm (relação de Smellie) o Diâmetro conjugado diagonal: você põe o dedo até o promontório e depois retira e mede com a régua. Porém, na prática, se no toque você não consegue encostar no promontório essa bacia é grande, se toca com facilidade essa bacia é pequena e não é adequada para o parto o Estreito médio: caracterizado pelas espinhas esquiáticas, se é muito saliente diz que é uma bacia ruim para o parto normal o Estreito inferior: diâmetro bituberoso (se sua mão fechada consegue passar pela vagina, significa que o bebe passa), ângulo subpúbico (se o ângulo é muito fechado provavelmente é uma bacia antropoide, se é pouco fechado provavelmente é uma bacia ginecoide) Partemole: • Bulboesponjoso (contorna o entroito vaginal – é o mais importante), transverso superficial do períneo (liga a lateral da bacia ao centro do períneo) – quando vê que o bebe é muito grande para a passagem, como prevenção de não romper a ligação do períneo com a vagina, faz-se a episiotomia (lateral não é muito eficaz, mediana se a mulher tiver um períneo longo, a mais utilizada é a médio-lateral) Contração uterina • Funções uterinas: continente, dilatação, expulsão fetal, expulsão placentárias, controle da hemorragia • Musculatura lisa: contrações mais fortes, duradouras e elásticas • Desencadeantes: íons (cálcio, sódio, potássio, magnésio), hormônios (progesterona, adrenalina, ocitocina), distensão • Tipos: o Frequentes e fracas: 10-20/min, aumento de 1-2 mmHg o Mais frequentes a partir de 30 semanas, >20 mmHg (Braxton-Hicks) o Tono uterino: 3-8 mmHg • Fibras musculares: são transversais com o intuito de empurrar o bebe. Na cesária corta-se transversalmente no colo do útero justamente para não lesar as fibras • Tríplice gradiente descendente: começa no fundo, vai para o meio e depois para cima Relações útero-fetais • Atitude: relação das diversas partes fetais entre si Ovoide córmico Polo pélvico Polo cefálico • Situação: relação entre o maior eixo da cavidade uterina e o maior eixo fetal • Apresentação: definida pela região fetal que ocupa a área do estreito superior e que nele se insinuará • Variedade de posição: lado da mãe para o qual está voltado o ponto que caracteriza a apresetação fetal O bebe não consegue nascer nessa posição O bebe até nasce, mas corre o risco de machucar seu rosto Tempos do mecanismo do parto • Insinuação – é a passagem pelo estreito superior da bacia do maior diâmetro da apresentação, perpendicular às linhas de orientações fetais (apresentações encefálicas – diâmetro biparietal) – ponto de referência fetal em plano zero de De Lee • Descida – é o avanço da apresentação do estreito superior ao inferior em mpvimento de progressão espiral • Rotação interna – visa a colocar no sentido anteroposterior da pelve o diâmetro anteroposterior da apresentação fetal (apresentações cefálicas – suturas sagital e metópica). Traz o ponto de referência fetal • Desprendimento da apresentação – exterioração completa da apresentação (apresentação cefálica – hipomóclio – movimento de deflecção da cabeça fetal para sua expulsão) • Rotação externa – é a rotação da cabeça de modo a voltar o ponto de reparo fetal para a posição primitiva e o biacromial no anteroposterior da bacia • Desprendimento fetal final – desprendimento do ovoide córmico ---------------------------------------------------------- ------------------------------------------- -------------------------------------------------------------- - Bases da obstetrícia: assistência pré-concepcional e planejamento familiar, assistência pré-natal, assistência ao trabalho de parto • A assistência pré-natal visa proporcionar a higidez ao organismo materno, orientar a gestante, ampará-la social e psicologicamente e prepará-la para o parto e para a maternidade • Visa assegurar a perfeita estruturação somato-psíquica da mãe e do recém-nascido Comportamento após o diagnóstico de gravidez: planejada, desejada, aceita – tudo isso interfere no decorrer da gravidez Atendimento ao paciente • Acolhimento – agendamento precoce da consulta o O médico deve apresentar-se à paciente o Ouvir as queixas e dúvidas da paciente Organização geral e específica Anamnese geral e específica • Identificação da paciente: nome, idade, etnia ou raça, estado civil, profissão (física ou intectual), procedência, religião • Antecedentes familiares: hipertensão, diabetes, doenças congênitas de origem familiar, doenças infecto contagiosa, qualquer informação relevante de característica familiar • Antecedentes pessoais: hipertensão, diabetes e infecção de trato urinário de repetição – outros: cardiopatia, anemia, doença reumática ou endócrina, transfusão de sangue, cirurgias prévias, alergias a medicação ou algum produto e doenças infectocontagiosa o gravidez planejada e desejada o vícios (álcool, cigarro, drogas) o gestação causa vítima de abuso sexual o se houve tentativa de abortamento • Antecedentes ginecológicos: ciclos menstruais regulares ou não, DUM • Antecedente obstétricos: número de gestações e partos, abortos espontâneos ou induzidos, partos prematuros em gestação anterior, doença induzida por gestação (pré-eclampsia e DMG – diabetes mellitus gestacional), número de filhos vivos/neomortos/natimortos, peso dos recém nascidos e aleitamente materno, tipo de parto vaginal ou cesária e puerpério foi normal • Calcular idade gestacional: a partir do primeiro dia do ciclo menstrual Exame físico geral e específico • Observar estado nutricional e saúde da gestante • Estatura x peso – IMC • Pressão arterial e pulso • Características da pele • Cabeça e pescoço (dentes e tireoide) • Tórax ausculta cardíaca e pulmonar • Abdome – palpar órgãos internos o Palpação o Crescimento uterino o Situação fetal o Avaliação do líquido amniótico o Batimentos cardíacos fetal • Membros, edema e varizes • Mamas – inspeção, palpação, alterações gravídicas • Genital – inspeção a vulva, vagina e colo para ver se há secreções. Faz-se o toque vaginal (característica do colo precisa estar fechado no início da gestação, alterações vaginais) Sinais e sintomas gravídicos • 1º trimestre: dor mamária, polaciúria e cólica – outros: sono, cefaleia, tontura, náusea e vômitos, azia e sialorreia, perda de peso e diminuição da libido • 2º trimestre: síndrome dispépticas começam a diminuir, fraqueza/desmaio/sonolência (hipotensão), dispneia (progesterona), dor abdominal, cólica e obstipação intestinal (progesterona), sangramento gengival (epistaxe), aumento do número de micções, cãimbras/sonolência e alteração do paladar, aumento da secreção vaginal • 3º trimestre: dor lombar, varizes/hemorroidas/edema, cloasma gravídico e estrias, desconforto para dormir, dispneia, ganho de peso e cansaço Recomendações nutricionais: • Ingestão de 2500 a 3000 kcal/dia • Peso ganho cerca de 10 a 12,5 kg ao final da gestação (cerca de 1,2 kg/mês) • Suplemento O crescimento uterino em centrímetros à partir da 16ª semana até a 36ª semana da gestação acompanha a idade gestacional • Suplemento o Ácido fólico – 400 mcg/dia (pré e durante a gestação) – prevenção de doenças neurológicas do tubo neural aberto o Sulfato ferroso – 40 mg/dia (durante a gestação) – prevenção da anemia o Iodo – 220-250 mcg/dia (pré e durante a gestação) – ajuda no desenvolvimento neurológico o Omega-3 – 3600 mg/dia – ajuda no desenvolvimento neurológico, visão, diminui o risco de prematuridade, pré-eclâmpsia e recém-nascido de baixo peso o Vitamina D – 100UI-25 mcg/dia – diminui o risco de hipertensão, DMG, baixo peso e prematuridade Recomendações gerais • Pode ter relação sexual • Não pode fumar, ingerir álcool e drogas ilícitas • Alguns medicamentos tem que parar • Evitar exames radiológicos • Uso de meias ortopédicas se paciente trabalha muito tempo em pé • Viagens – evitar depois o 3º trimestre • Retorno em consultas pré-natais a cada 4 semanas atéa 32ª semana; 2 semanas até o 36ª semana e semanal até o término da gestação Exames do pré-natal • Exames laboratoriais: o Hemograma (Hb 12 e Ht 16, leucócitos 15.000) o Glicemia de jejum <92 mg/dl o Teste de tolerância a glicose 75g (92, 180 e 153 mg/dl) – geralmente feito na 26ª semana, em que há presença do hormônio lactogênio placentário o Urina I e urocultura e antibiograma o Protoparasitológico de fezes o Tipo ABO e fator Rh e coombs indireto (ver se a grávida é Rh negativo) o Colpocitologia oncológica o Sorologia sifilis o Sorologia HIV o Sorologia toxoplasmose o Sorologia rubéola, hepatite B, hepatite C, citomegalovirus • Diagnóstico de imagem: o 1º trimestre: 6 a 9 semanas – gravidez tópica; 12 a 14 semanas – exame morfológico do 1º trimestre (para pacientes >35 anos) para verificar possíveis síndromes o 2º trimestre: 18 a 24 semanas – morfológico de 2º trimestre, avalia a estrutura do feto o 3º trimestre: crescimento fetal e vitalidade fetal Profilaxia na gestação • Vacina anti-tetânica (reforço a cada 5 anos) • Vacina dPta (difteria, tétano e coqueluche entre a 27ª e a 32ª semana) • Vacina de hepatite B (apenas se não estiver imune) • Vacina da gripe • Imunoglobulina humana para fator Rh negativo (na 28ª semana se o marido for Rh positivo) • Cultura de conteúdo vaginal e perianal para estreptococos do grupo B (entre 34ª e a 37ª semana) Diagnóstico durante a anamnese • Diagnóstico obstétrico de normalidade (DON) – primigesta com IG 23 semanas e 4 dias e feto vivo • Diagnóstico obstétrico patológico pregresso (DOPP) – nada (primigesta) • Diagnóstico obstétrico patológico atual (DOPA) – adolescente (sistema ginecológico não totalmente preparado para a gestação, aumento do risco de parto prematuro e tendência a desenvolver pré- eclâmpsia) • Diagnóstico clínico, cirúrgico e ginecológico (DCCG) – corrimento branco -------------------------------- -------------------------------- -------------------------------- ----- ----------------------------------- ---------------------------- Linha de orientação = sutura sagital Lambda – junta a sutura sagital com a occipital Bregma – junta a sutura sagital com a frontal Lambda fica mais visível ao toque conforme o bebe rotaciona na bacia no estreito superior Trabalho de parto • Presença de uma contração a cada 5 minutos que dura de dois a dez minutos • Colo esvaecido em 80% • Colo com 2-3 cm de dilatação As fibras do colo do útero são helicoidais para que o útero consiga distender sem arrebentá-las. Por isso a cesária tem que ser transversa na região do segmento do útero Outra coisa que auxilia pra saber se a mulher está em trabalho de parto é ver se o colo do útero está ficando centrado Toda vez que fizer o toque tem que dizer a posição, esvaecimento e dilatação do colo do útero Se a mulher tiver muita contração, não chega sangue para a placenta, isso faz com que o feto não receba oxigênio. Existe um tempo certo de contrações por minuto Dinâmica uterina = nº contrações x intensidade/10 min (unidades de montevideu) • Frequência: n/10 min • Intensidade: 40 mmHg • Tono: 10 mmHg Fases clínicas do parto • Dilatação – 2-3 contrações/10 min o Se inicia com as contrações uterinas o Do início do trabalho de parto até o final da dilatação o Primíparas de 10 a 12 horas e multíparas de 6 a 8 horas o Diagnóstico: contrações uterinas apresentam um padrão rítmico, coordenado e são geralmente dolorosas, com frequência de 2/10 min e duração de 50-60 segundos o Primíparas: colo deve estar apagado, centralizado e com dilatação de, no mínimo, 2 cm o Múltiparas: colo semi-apagado e dilatação de 3 cm o Rotura espontânea da bolsa das águas, geralmente ocorre no final da dilatação • Expulsão – 4-5 contrações/10 min o Da dilatação total até a expulsão do bebe o Nas primíparas dura cerca de 50 min e nas multíparas cerca de 20 min o É considerado prolongado se durar mais de 2 horas o Diagnóstico: inspeção genital em que vê se a apresentação comprime o períneo, principalmente durante as contrações uterinas e os puxos maternos o Dilatação cervical total cerca de 10 cm o Contrações uterinas com frequência de 5/10 min durando 60-70 segundos o Desejo de defecar, agitação o Esforços expulsivos maternos o Frequentemente a apresentação já se encontra insinuada • Dequitação o Deslocamento, descida e desprendimento da placenta e das membranas o Manejo ativo (diminui em 40% da hemorragia puerperal) – uso de ocitocina após desprendimento dos ombros, tração controlada do cordão o Período de expulsão de até 30 minutos (hoje em dia apenas 10 minutos, pois 25% das mortes da América Latina são por hemorragia no pós-parto) • 4º período de Greemberg o Não pertence mais ao parto, mas a primeira e a segunda hora após o parto são essenciais, já que • 4º período de Greemberg o Não pertence mais ao parto, mas a primeira e a segunda hora após o parto são essenciais, já que há maior incidência de morte materna. Por isso, foi incluído como fase clínica do parto o Do final do secundamento até 1 hora após o parto o Risco de hemorragias o Hemostasia: miotamponagem (contração uterina), trombotamponagem (coagulação do sangue), indiferença miouterina e contração uterina “fixa” Cérebro, coração e suprarrenal são os 3 órgãos que não pode ter problema no feto Foco: local de melhor audibilidade do coração fetal, por isso é importante saber onde está o dorso do feto Episiotomia: faz-se uma anestesia loco-regional e a incisão é médio-lateral à direita ou vertical -------------------------------------------------------------- --------------------------------------- ----------------------------------------------------------- ---- Período que se segue ao parto no qual ocorrem manifestações involutivas e de recuperação do organismo materno ocorridas na gestação e no parto Classificação: • Pós-parto imediato: 1º ao 10º dia após o parto o Possíveis complicações: hemorragia/choque o Causas: hipotonia/atonia uterina, lacerações do trajeto, retenção de restos placentários • Pós-parto tardio: 10º ao 45º dia • Pós-parto remoto: 45º ao 60º dia Primeira fase • Primeira hora após a dequitação ocorre a retração do útero, ativação dos mecanismos de hemostasia e contração uterina fixa • Cuidados: estado geral da paciente, tamanho do útero, volume do sangramento, repouso e dieta Complicações da primeira fase • Hipotonia/atonia uterina: pode ser causada por macrossomia fetal, partos demorados ou excessivamente rápidos, operatória obstétrica, ocitócicos, gemelaridade, polidrâmnio • Lacerações do trajeto: revisão criteriosa pós-parto, sutura das lacerações • Retenção de restos: placentários/fetais, curagem/curetagem, uso de medicamentos Sintomas comuns • Tonturas, sudorese e sede, cólicas no hipogástrio, sangramento vaginal pós-parto Orientações • Retorno para revisão puerperal, tipo de dieta, higiene e cuidados com a cicatriz, esforço físico, atividade Orientações • Retorno para revisão puerperal, tipo de dieta, higiene e cuidados com a cicatriz, esforço físico, atividade sexual, contracepção • Prescrições limitadas às queixas da paciente Loquitação • Rubra-vermelha: até 3º dia • Fusca: do 3º ao 8/10º dia • Flava – amarela: 10º dia em diante • Alba – branca ou serosa Quarto período de Grenverg • Hora chave para monitoramento • Miotamponeamento: aconteceimediatamente após a expulsão da placenta, o útero se contrai e é palpável num ponto intermediário entre o pubis e a cicatriz umbilical. A retração inicial determina a laqueadura viva dos vasos uterinos, constituindo a primeira linha de defesa contra a hemorragia • Trombotamponamento: é a formação de trombos nos grandes vasos uteroplacentários, constituindo hematoma intrauterino que recobre, de modo contínuo, a ferida aberta no sítio placentário • Indiferença miouterina: o útero apresenta-se apático e do ponto de vista dinâmico passa por fases de contração e relaxamento, com o perigo de encher-se progressivamente de sangue (útero bem contraido – Pinard) • Contração uterina fixa: o útero adquire maior tônus e assim se mantém, geralmente decorrido Cuidados gerais • Verificar hemorragia, choque, eclampsia, efeitos adversos da anestesia • Controle de PA, temperatura • Decúbito ventral • Evacuação intestinal, diurese • Levantar precoce • Meia elástica Cuidados locais • Limpeza e higiene local • Loquiação • Cicatriz cirúrgica • Mamas: ingurgitamento, rachaduras, mastite, corrigir pega do RN, quantidade de leite • Membros inferiores • Rh negativo • Orientar alta Infecção puerperal É a infecção que se instala no aparelho genital e extragenital nos dez primeiros dias de puerpério imediato, com exclusão do 1º dia Caracterizada pelo aumento da temperatura (>38ºC) por dois dias (quatro tomadas via oral), loqueação fétida e hipoinvolução uterina • Semmelweis – século XIX começam a lavar as mãos • Lister – começa a assepsia e antissepsia • Pasteur – começa a antibioticoterapia • Redução de cesárias (maior causa de mortalidade, cerca de 3% de infecção puerperal) Fatores predisponentes • Gravidez: baixo nível sócio-econômico, anemia/desnutrição/doenças maternas, infecção (Gardnerella, Streptococcus beta-hemolítico do grupo B, bacterioides fragilis, Mycoplasma hominis), hemorragias (placenta de inserção baixa), insuficiência istmo cervical (IIC), pré-natal inadequado • Parto: parto prolongado/traumático, cesareana, RPMO (ruptura prematura de membranas ovulares - bolsa rota), número de toques vaginais*, negligência a antissepsia, hemorragias • Puerpério recente: perda de sangue pós-parto, contaminação de ferida operatória Fatores determinantes Formas clínicas • Infecção perineal – averiguar se é localizada ou superficial, febre, dor, edema, hiperemia e secreção local. Trata-se com analgésicos e antibióticos • Endometrite – é localizada, se tem febre, Tríade de Bumm (útero doloroso, hipoinvolução uterina e amolecido), lóquia purulenta e fétida • Parametrite – caracterizada por febre alta, comprometimento do estado geral e dor localizada maior gravidade, abscessos intrapélvicos ou intrabdominais, febre alta e duradoura, dor em fundo de saco/abaulado, propagação linfática ou venosa. Auxilio de USG, punção, drenagem e cirurgia • Anexite • Pelviperitonite • Peritonite • Choque séptico – quadro clínico grave, abscesso à distância, normalmente paciente está na UTI, tratado com antibiótico, alta mortalidade e normalmente é infecção por Clostridium welchii • Tromboflebite Diagnóstico • Sinais e sintomas da paciente • Exame clínico • Exame ginecológico • Exames laboratoriais • Exames complementares: USG, RM, TC, flebografia, culturas Tratamento • Internar a paciente • Dieta hiperproteica • Corrigir os distúrbios hidroeletrolíticos • Ocitocina • Limpeza local • Analgésicos se necessário • Antibioticoterapia – casos leves normalmente cefalosporinas, mais severes com penicilina/aminoglicosídeo. Se anaeróbio metronidazol ou clindamicina (UTI) • Cirurgia – drenagem de abscesso, curetagem uterina, lavagem de cavidade pélvica, histerectomia, colpotomia --------------------------------------------------------------- -------------------------------------- -------------------------------------------------------------- - • Mamogênese (crescimento mamário) • Lactogênese (início da secreção láctea) • Galactopoese (manutenção da secreção láctea) Desenvolvimento da glândula mamária Alterações anatomo-funcionais da glândula mamária • Hipertrofia e hiperplasia dos ductos e ácinos • Vascularização (Haller) • Tubérculos de Montgomery • Aréola secundária (Sinal de Hunter) • Produção de colostro Prolactina • Secretada após a mamada a produzir a próxima mamada • O bebe sugando gera impulsos sensoriais do mamilo, estimulando a produção de prolactina • É mais secretada à noite • Inibe a ovulação Como manter níveis altos de prolactina • Boa pega • Livre demanda • Amamentar a noite, quando a liberação de prolactina é maior Ocitocina Sinais e sintomas de um reflexo de ocitocina ativo: • Contrações uterinas ou sede repentina • Vazamento de leite quando pensa ou ouve sons do bebe • Pressão ou sensação de formigamento ou “fisgada” nas mamas antes ou durante uma mamada • Sucções lentas e profundas Como reduzir essa inibição de liberação de ocitocina: • Relaxar e acomodar-se confortavelmente para amamentar • Evitar situações embaraçosas ou estressantes durante a mamada • Realizar expressão de um pouco de leite, estimulando suavemente o mamilo • Massagear a parte superior das costas Inibidor do leite materno: • Peito cheio de leite • Secreção interrompida Mastite • Área avermelhada • Endurecimento localizado • Temperatura local ou generalizada aumentada • Comprometimento da ejeção láctea • Tratamento com analgésicos e antibiótico • Forma inicial: hidratação oral, esvaziamento da mama afetada (ordenha manual, mecânica ou elétrica), posicionamento adequado das mamas, analgésicos e antinflamatórios (paracetamol, ibuprofeno, piroxicam) • Não há indicação para inibição da lactação • Se evoluir para abscesso, é necessário fazer drenagem cirúrgica e antibiótico • Forma inicial: hidratação oral, esvaziamento da mama afetada (ordenha manual, mecânica ou elétrica), posicionamento adequado das mamas, analgésicos e antinflamatórios (paracetamol, ibuprofeno, piroxicam) • Não há indicação para inibição da lactação • Se evoluir para abscesso, é necessário fazer drenagem cirúrgica e antibiótico
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