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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO - ARA0127 Prof. Nayanna Moura (nayanna.moura@estacio.br) Dura lex sed lex funciona no DIP? Hard Law • Direito rígido • Conteúdo mandatório • Caráter obrigatório: formal (elaboração da norma) e material (conteúdo da norma) • Costumes, tratados e resoluções das OPIS Soft Law • Direito flexível • Não geram obrigações efetivas • Intenção para atividades futuras • Não há plena eficácia, formal (elaboração da norma) e material (conteúdo da norma) Normas Jus cogens • Normas imperativas • Proteção da dignidade da pessoa humana • Erga omnes • Não pode ser derrogada, exceto por norma da mesma natureza Normas Jus cogens CONVENÇÃO DE VIENA SOBRE O DIREITO DOS TRATADOS Tratado em Conflito com uma Norma Imperativa de Direito Internacional Geral (jus cogens) Art. 53. É nulo um tratado que, no momento de sua conclusão, conflite com uma norma imperativa de Direito Internacional geral. Para os fins da presente Convenção, uma norma imperativa de Direito Internacional geral é uma norma aceita e reconhecida pela comunidade internacional dos Estados como um todo, como norma da qual nenhuma derrogação é permitida e que só pode ser modificada por norma ulterior de Direito Internacional geral da mesma natureza. FUNDAMENTO Fundamento do DIP Voluntarista • Baseada no direito objetivo • A ordem internacional é produto da vontade do Estado • Soberania • Autonomia da vontade Objetivista • Baseada no direito natural • Fundamento anterior à formação do Estado nacional. • Soberania não seria a base fundamental, mas o bem-estar da população • Base na proteção humana. FONTES DO DIP CIJ Criada em 1945, com sede em Haia (Holanda) Sucedeu a Corte Permanente de Justiça Internacional (CPJI), que funcionou entre 1922 e 1946. É o principal órgão Jurisdicional da ONU CIJ Competência contenciosa: • Resolve conflitos entre Estados, produzindo uma sentença • Apenas Estados podem ser parte da CIJ art. 34, § 1º, do E.CIJ • Regida pelo Estatuto da CIJ, anexo da Carta de São Francisco Competência Consultivo: • Emissão de pareceres elucidando temáticas (art. 96 da Carta da ONU e do art. 65 do E.CIJ) • Não tem força vinculativa • Demandante de pareceres: AGONU e CSONU e entidades da ONU autorizadas pela AGONU Art. 38 da CIJ A Corte, cuja função é decidir de acordo com o direito internacional as controvérsias que lhe forem submetidas, aplicará: a. as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais, que estabeleçam regras expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes; b. o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo o direito; c. os princípios gerais de direito, reconhecidos pelas nações civilizadas; d. sob ressalva da disposição do Artigo 59, as decisões judiciárias e a doutrina dos juristas mais qualificados das diferentes nações, como meio auxiliar para a determinação das regras de direito. A presente disposição não prejudicará a faculdade da Corte de decidir uma questão ex aequo et bono (conforme o correto e válido), se as partes com isto concordarem. ESAF/Procurador BACEN- 2001) O estudo das fontes do Direito Internacional Público principia com a leitura do artigo 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça. Ao citado dispositivo poder-se-ia acrescentar, na hora atual, as seguintes fontes: a) Contratos internacionais e decisões de organizações internacionais. b) Algumas decisões de organizações internacionais e Constituição dos Estados. c) Constituição dos Estados e lex mercatoria. d) Lex mercatoria e determinados atos unilaterais dos Estados. e) Determinados atos unilaterais dos Estados e algumas decisões de organizações internacionais. ESAF/Procurador BACEN- 2001) O estudo das fontes do Direito Internacional Público principia com a leitura do artigo 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça. Ao citado dispositivo poder-se-ia acrescentar, na hora atual, as seguintes fontes: a) Contratos internacionais e decisões de organizações internacionais. b) Algumas decisões de organizações internacionais e Constituição dos Estados. c) Constituição dos Estados e lex mercatoria. d) Lex mercatoria e determinados atos unilaterais dos Estados. e) Determinados atos unilaterais dos Estados e algumas decisões de organizações internacionais. (CESPE/Instituto Rio Branco – 2009) Como o artigo 38 do Estatuto da CIJ lista as fontes em estrito nível hierárquico, os tratados devem sempre ter precedência sobre os costumes. ( ) Certo. ( )Errado. (CESPE/Instituto Rio Branco – 2009) Como o artigo 38 do Estatuto da CIJ lista as fontes em estrito nível hierárquico, os tratados devem sempre ter precedência sobre os costumes. ( ) Certo. ( X )Errado. Não há hierarquia entre as fontes. Assim, tratados não possuem precedência sobre os costumes. Princípios gerais • Não dependem de um poder formal • Independência • Igualdade soberana • Não agressão • Não ingerência • Direito à autoconservação • Pacta sunt servanda • Proteção dos Direitos Humanos • Art. 4º CF/88 A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: • I - independência nacional; • II - prevalência dos direitos humanos; • III - autodeterminação dos povos; • IV - não-intervenção; • V - igualdade entre os Estados; • VI - defesa da paz; • VII - solução pacífica dos conflitos; • VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; • IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; • X - concessão de asilo político. • Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. Atividade valendo 3 pontos para AV1 Costume • Comportamento reiterado, uma prova prática de uma conduta homogênea • Opinio juris: favorece a percepção majoritária • Bilateral/Multilateral • Demonstração da práxis pode ser pela invocação de tratados, atos diplomáticos, decisões, laudos arbitrais, manifestações. • O ônus da prova cabe à parte que alega a existência do costume É possível que um tratado revogue um costume! É possível que um costume revogue tratado! (ESAF/ACE-2002) Não constitui (em) fonte(s) de Direito Internacional Público, segundo o Estatuto da Corte Internacional de Justiça: a) a jurisprudência internacional b) o costume internacional c) os princípios gerais de direito d) os usos e práticas do comércio internacional e) as convenções internacionais (ESAF/ACE-2002) Não constitui (em) fonte(s) de Direito Internacional Público, segundo o Estatuto da Corte Internacional de Justiça: a) a jurisprudência internacional b) o costume internacional c) os princípios gerais de direito d) os usos e práticas do comércio internacional e) as convenções internacionais Equidade Art. 38º/CIJ: A presente disposição não prejudicará a faculdade da Corte de decidir uma questão ex aequo et bono (conforme o correto e válido), se as partes com isto concordarem. • “Ex aequo et bono”: solucionar uma controvérsia com base na equidade. • Aplicação em um caso concreto • As partes litigantes precisam concordar Atos unilaterais • Ato jurídico: ação ou omissão que produz efeitos jurídicos (direitos e deveres) em um sistema normativo. • Unilaterais • Bilaterais • Comissão de Direito Internacional da ONU (CDI, 2006): princípios diretores aplicáveis às declarações unilaterais • Pode ser escrito ou oral • Discricionariedade (voluntarismo) • Irrevogabilidade Exemplos de atos unilaterais • Promessa (promissio est servanda) • Aceitação (aquiescência/silêncio) • Renúncia (perdão de dívida) • Protesto • Reconhecimento • Doação Prova: CESPE - 2017 - Instituto Rio Branco - Diplomata - Prova 1 A respeito das fontes do direito internacional público, julgue (C ou E) o item a seguir. O Estatuto da Corte Internacional de Justiçareconhece os princípios gerais de direito como fontes auxiliares do direito internacional. ( ) Certo ( ) Errado Prova: CESPE - 2017 - Instituto Rio Branco - Diplomata - Prova 1 A respeito das fontes do direito internacional público, julgue (C ou E) o item a seguir. O Estatuto da Corte Internacional de Justiça reconhece os princípios gerais de direito como fontes auxiliares do direito internacional. ( ) Certo ( X ) Errado - decisões judiciárias e a doutrina dos juristas mais qualificado Tratados • Acordos formais • Consentimento • Pacta sunt servanda • Entre Estados • Entre Estado e OPI • Entre OPI e OPI Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados de 1969 • Codificação do direito consuetudinário (direito costumeiro) Artigo 2 - Expressões Empregadas - 1. Para os fins da presente Convenção: a)“tratado” significa um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo Direito Internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja sua denominação específica; b)“ratificação”, “aceitação”, “aprovação” e “adesão” significam, conforme o caso, o ato internacional assim denominado pelo qual um Estado estabelece no plano internacional o seu consentimento em obrigar-se por um tratado; Artigo 2 - Expressões Empregadas - 1. Para os fins da presente Convenção: c)“plenos poderes” significa um documento expedido pela autoridade competente de um Estado e pelo qual são designadas uma ou várias pessoas para representar o Estado na negociação, adoção ou autenticação do texto de um tratado, para manifestar o consentimento do Estado em obrigar-se por um tratado ou para praticar qualquer outro ato relativo a um tratado; d)“reserva” significa uma declaração unilateral, qualquer que seja a sua redação ou denominação, feita por um Estado ao assinar, ratificar, aceitar ou aprovar um tratado, ou a ele aderir, com o objetivo de excluir ou modificar o efeito jurídico de certas disposições do tratado em sua aplicação a esse Estado; Artigo 2 - Expressões Empregadas - 1. Para os fins da presente Convenção: e)“Estado negociador” significa um Estado que participou na elaboração e na adoção do texto do tratado; f)“Estado contratante” significa um Estado que consentiu em se obrigar pelo tratado, tenha ou não o tratado entrado em vigor; g)“parte” significa um Estado que consentiu em se obrigar pelo tratado e em relação ao qual este esteja em vigor; h)“terceiro Estado” significa um Estado que não é parte no tratado; i)“organização internacional” significa uma organização intergovernamental. DÚVIDAS?