Buscar

Conceitos MED 2021 1

Prévia do material em texto

CONCEITOS E OBJETIVOS DO 
MANEJO ECOLÓGICO DE 
DOENÇAS DE PLANTAS
Antonia Alice Costa Rodrigues
 o estudo dos fenômenos ecológicos
que ocorrem nos sistemas agrícolas
para obtenção de uma atividade
produtiva sustentável (ALTIERE,
1987).
AGROECOLOGIA
Ciência que apresenta uma série de
princípios, conceitos e metodologias
para estudar, analisar, manejar,
desenhar e avaliar agroecossistemas
(ALTIERE, 2000).
É a aplicação dos princípios e
conceitos da ecologia ao desenho e
manejo de agroecossistemas
sustentáveis (GLIESSMANN, 2001).
Não pode ser uma ciência, pois
incorpora o conhecimento tradicional
que por definição não é científico.
(GUZMÁN, 2002).
É uma ciência em construção, com
características transdisciplinares integrando
conhecimento de diversas outras ciências e
incorporando inclusive, o conhecimento
tradicional, porém, este é validado por meio
de metodologias científicas (FEIDEN, 2005).
 Conhecimento novo, que está além das disciplinas
atuais, incorporando seus conteúdos, mas
procurando integrá-los com as demais disciplinas,
exige desenvolvimento de novos pressupostos e
de novas metodologias de pesquisas.
Transdisciplinaridade
PARA ALÉM DO INTERDISCIPLINAR: A AGROECOLOGIA COMO 
UMA PERSPECTIVA TRANSDISCIPLINAR PARA A 
AGRICULTURA NA AMAZÔNIA
Tatiana Deane de Abreu Sa
Regina Oliveira da Silva
AGROECOLOGIA NA CONSTRUÇÃO DO DESENVOLVIMENTO RURAL 
SUSTENTÁVEL
Rodrigo Machado Moreira
Maristela Simões do Carmo
Enfoque científico
disciplinas científicas,
saberes, conhecimentos
experiencias agricultores 
desenho de agroecossistemas sustentáveis
desenvolvimento rural sustentável
AGROECOLOGIA
Etnoecologia
Antropologia
Sociologia
Ciências 
agricolas basicas
Ecologia 
economica
Fitopatologia, 
Entomologia 
(Controle Biologico)
Conhecimento
Tradicional dos
agricultores
Principios
Formas tecnologicas 
especificas
Investigação 
Participativa 
nos campos 
dos 
agricultores
Ecologia
OBJETIVO DA AGROECOLOGIA
Manter a atividade agrícola com o
mínimo possível de impactos e com
retorno econômico-financeiro
adequados à meta de redução da
pobreza atendendo as necessidades
sociais das populações rurais do
continente (ALTIERE, 2000)
Objetivos da Agroecologia
Transformar radicalmente a maneira como
produzimos e consumimos alimentos,
contribuindo para o bem-estar econômico
local, justiça social e criação de sistemas
alimentares equitativos e saudáveis (Altiere,
2020).
Além da abordagem ecológica, a Agroecologia
considera também os aspectos sociais,
políticos, culturais e econômicos.
AGROECOSSISTEMA
 Local de produção agrícola que abrangem
comunidades de plantas e animais, bem
como seus ambientes físicos e químicos que
foram modificados pelo homem para
produzir alimentos, fibras e outros produtos
para seu consumo e para processamento
(REIJNTJES, 1994).
PRINCÍPIOS BÁSICOS DE UM
AGROECOSSISTEMA SUSTENTÁVEL
Conservação dos recursos renováveis;
Adaptação da agricultura ao ambiente;
Manutenção de um nível alto, porém
sustentável de produtividade.
 Aumentar a reciclagem de biomasa e do 
balanço do fluxo de nutrientes
 Assegurar qualidade do solo: alto conteúdo 
de materia orgânica e atividade biológica do 
solo
 Minimizar a perda de recursos ( nutrientes, 
agua, recursos genéticos e biodiversidade)
 Diversificação genética e de especies a nivel 
de propriedade e de paisagem
 Aumentar as interações biológicas e 
sinergismos
 Estabelecer uma agricultura de processos
Principios Agroecológicos
Princípios 
Agroecológicos
Diversificação 
genética e de spp
no tempo e espaço 
a nível de campo e 
paisagem 
Manutenção da 
heterogeneidade 
da paisagem e 
conservação do 
solo e água
Aumentar a 
reciclagem da 
biomassa e 
otimizar o 
fluxo de 
nutrientes e 
sua 
disponibilidade
Aumentar a m.o
do solo e 
atividade
biológica
Prevenção 
e contenção 
de pragas e 
doenças 
pelo 
mecanismo 
de controle 
natural
Aumentar as 
interações 
biológicas 
benéficas e 
sinergismo
Altiere, 2017.
Princípios agroecológicos
l organic matte
conteúdo de m.o do solo 
manejo de nutrientes)
“Acima do chão”
Manejo do Habitat, 
Diversificação de 
plantas e aumento da 
fauna benéficaCultura 
Saudável
Agroecossistema Saudável
Os pilares do agroecossistema saudável
Desenho de 
Agroecossistemas
“Abaixo do chão”
Manejo do habitat, 
diversificação e ativação 
da biota
Altiere, 2017
Bird et al., 1990
manejo adequado dos recursos naturais,
evitando a degradação do ambiente,
permitindo a satisfação das necessidades
humanas das gerações atuais e futuras
(Bettiol; Ghini, 2003)
AGRICULTURA SUSTENTÁVEL
Sustentabilidade a longo Prazo
PRATICAS DA AGROECOLOGIA
Rotação de cultura e cultivo mínimo;
Policultura ou consórcio;
Redução dos agrotóxicos;
Utilização dos adubos verdes, resíduos de
colheita, urina...
Manejo ecológico de insetos, patógenos e
plantas invasoras.
PRATICAS DA AGRICULTURA 
CONVENCIONAL
Cultivo intensivo do solo;
Monocultura;
Aplicação de fertilizantes sintéticos;
 Irrigação;
Controle químico de pragas e ervas
daninhas;
Manipulação de genomas de plantas.
PERDAS 
SIGNIFICATIVAS
DOENÇAS
• CUSTO DE PRODUÇÃO
• MENOR OFERTA
• BAIXA QUALIDADE
Décadas 50/60 – Controle Integrado
Uso de várias táticas de controle dos agentes nocivos à 
agricultura
1968 (FAO - Food and Agriculture Organization) –
Controle integrado
“Sistema de manejo de organismos nocivos que utiliza
todas as técnicas e métodos apropriados a maneira mais
compatível possível para manter as populações de
organismos nocivos em níveis abaixo daqueles que
causam injúria econômica.”
MID
Manual de Fitopatologia, págs 303-309
MID
DÉCADA 70
UTILIZAÇÃO DE TODAS AS TÉCNICAS DISPONÍVEIS
PARA MANTER A POPULAÇÃO DE PATÓGENOS
ABAIXO DO LIMIAR DE DANO ECONÔMICO E
MINIMIZAR OS EFEITOS DELETÉRIOS AO MEIO
AMBIENTE.
Limiar de dano econômico
É o nível de intensidade da doença ou do patógeno 
que provoca um prejuízo maior do que o custo de 
controle
Consciência Ecológica
Chiarappa, 1974 - Manejo Integrado de Doenças
“utilização de todas as técnicas disponíveis dentro de um
programa unificado, de tal modo a manter a população
de organismos nocivos abaixo do limiar de dano
econômico.”
LED – o nível de ataque do organismo nocivo no qual o benefício do 
controle se iguala ao seu custo
CONTROLE X MANEJO
Controle
- implica impossibilidade de dominância pelo homem
- agricultor sente falha no controle quando percebe dano
- há visão errada de que controle visa eliminar o patógeno
Manejo
- conduz ao conceito doença é um componente agroecossistema
- implica em ajuste contínuo visando minimizar danos
- leva ao princípio manter dano abaixo do nível prejuízo econômico
MID
DEFENSIVOS AGRÍCOLAS
Contaminações – desequilíbrios 
ambientais;
Presença de resíduos nos produtos;
Intoxicações de aplicadores;
MID
Epidemias Controladas;
Maior estabilidade da produção;
Qualidade dos produtos agrícolas;
Menor agressão ao meio ambiente;
Conservação de áreas agricultáveis;
OBJETIVOS
ESTRATÉGIAS
Legislação
fitossanitária
Controle
Químico
Controle
Biológico
Controle
Físico
Controle
Cultural
Doença
Controle
Genético
USO ISOLADO OU COMBINADO
IDENTIFICAÇÃO DO AGENTE CAUSADOR
CONHECER AS CARACTERISTICAS
CONDIÇÕES AMBIENTAIS - DESENVOLVIMENTO
PRINCIPIOS GERAIS DE 
CONTROLE
Princípios Gerais de Controle
Whetezel (1929) - Cinco princípios de
controle foram propostos:
Exclusão;
Erradicação;
Proteção;
Imunização;
Terapia;
Posteriormente, foram acrescentados
os princípios de escape (evasão) e
regulação.
EXCLUSÃO
Visa impedir ou reduzir a chance da entrada do patógeno
em um local, onde este não ocorre.
Medidas: Observar a legislação fitossanitária vigente
Adquirir material sadio
Evitar introdução de material vegetal
Tratamento de sementes / mudas
Cultura de Tecidos (indexação)
Limpeza de máquinas e implementos
Restrição de movimentação demáquinas,
implementos e pessoas da área infectada
para a sadia
pragas QUARENTENÁRIAS A1 - exóticas
African Cassava Mosaic Virus – vírus (mandioca)
Anastrepha suspensa – inseto (goiaba)
Bactrocera dorsalis– inseto (frutíferas)
Boeremia foveata – fungo (batata)
Brevipalpus chilensis – ácaro (kiwi, videira)
Candidatus Phytoplasma palmae – fitoplasma (coqueiro)
Cirsium arvense – planta daninha (trigo, milho, aveia, soja)
Cydia pomonella – inseto (maçã)
Ditylenchus destructor – nematoide (milho, batata)
Fusarium oxysporum f.sp. cubense Raça 4 Tropical – fungo 
(banana)
Globodera rostochiensis – nematoide (batata)
Lobesia botrana – inseto (videira)
Moniliophthora roreri – fungo (cacau)
Pantoea stewartii – bactéria (milho)
Plum Pox Virus – vírus (pessegueiro, ameixeira)
Striga spp. – planta daninha (milho, caupi)
Tomato ringspot virus – vírus (frutíferas e tomate)
Toxotrypana curvicauda – inseto (mamão)
Xanthomonas oryzae pv. oryzae – bactéria (arroz)
Xylella fastidiosa subsp. fastidiosa – bactéria (videira)
ERRADICAÇÃO
Visa a redução da
fonte de inóculo de
uma área
infestada.
Eliminação e/ou tratamento de restos culturais
Controle de invasoras
Sistema de preparo do Solo
Rotação de culturas / Incorporação de MO
Tratamento de Solo/ sementes/ mudas
Roguing / podas de ramos doentes
Eliminação de hospedeiros principais
Eliminação e/ou tratamento de restos culturais
Pulverização de calda sulfocálcica
Inundação do Solo
Cultivo de plantas antagonistas ou armadilhas
Proteção:
Interposição de uma barreira protetora entre hospedeiro e
patógeno.
Tratamento biológico de sementes e mudas
Pulverização de agentes de controle biológico
Pulverização de calda sulfocálcica, bordalesa e viçosa
Cultivos consorciados
Controle de insetos vetores
Nutrição do hospedeiro ( pH e fertilizantes)
Tratamento pós-colheita (refrigeração e biológico)
Pulverização com fungicidas protetores
Imunização
Baseia-se no desenvolvimento de plantas resistentes visando
o seu cultivo em área infestada com o patógeno.
Resistência 
Induzida/vertical/horizontal
Cultivares Resistentes
Misturas de Cultivares
Biotecnologia (plantas transgênicas)
Uso de multilinhas
Pré-imunização
TERAPIA
É o tratamento ou a cura de infecções já estabelecidas.
Restabelecimento da sanidade do hospedeiro, após o
estabelecimento de uma relação parasitária.
Quimioterapia
Termoterapia
Cirurgia
uso fungicidas sistêmicos 
eliminação de plantas/ remoção de partes 
doentes
imersão em água quente
ESCAPE OU EVASÃO
Baseia-se na utilização de medidas que visam evitar
condições climáticas favoráveis ao patógeno e/ou
desfavorável ao hospedeiro.
Escolha da área e/ou local de plantio
Escolha da época do plantio e/ou de colheita
Modificação das 
práticas culturais
Drenagem, irrigação, espaçamento, 
orientação de linhas de plantio e 
profundidade, desbaste, podas de 
arejamento, etc. 
Armazenamento (sementes, pós-colheita) em condições de
ambiente modificado.
Regulação
Medidas baseadas na alteração dos fatores ambientais
Altera ambiente visando desfavorecer doença
Cultivo protegido
Modificação das 
práticas culturais
Drenagem, irrigação, 
espaçamento, orientação de 
linhas de plantio e profundidade, 
desbaste, podas de arejamento, 
etc. 
Modificação do ambiente
Hospedeiro
Patógeno
Ambiente
Doença
Terapia
Proteção
Imunização
Evasão
Regulação
Exclusão
Erradicação
DESAFIO: AGROECOLOGIA/FITOPATOLOGIA
MANEJO ECOLÓGICO DE DOENÇAS DE PLANTAS
RECICLAGEM, FILOSOFIA
MEDIDAS DE CONTROLE
(transição ecológica)
AGRICULTURA SUSTENTÁVEL
OBJETIVO DO MANEJO ECOLÓGICO DE 
DOENÇAS DE PLANTAS
Reduzir a capacidade dos patógenos causarem
perdas signifcativas de produção, evitando-se
perturbar o equilíbrio ambiental, ao mesmo tempo
em que se procura reduzir a dependência de
insumos externos aos agroecossistemas.
ANTES
senso comum
receitas caseiras
ATUALMENTE
Popularização dos agrotóxicos
(agricultura convencional)
TENDENCIA
alternativos

Mais conteúdos dessa disciplina